Num quadro de Monet
Na velhice
só me restará entrar
num quadro de Monet
Desenhar
uma casinha
de sapé
À beira
de um lago
em Verget
E me por
a ouvir
os pássaros
da memória
a cantar.
Na velhice
só me restará entrar
num quadro de Monet
Desenhar
uma casinha
de sapé
À beira
de um lago
em Verget
E me por
a ouvir
os pássaros
da memória
a cantar.
“Que Deus me dê tenacidade e honra para que possa transpor os obstáculos que em meu caminho se apresentem.
Que Deus me dê coragem e humildade para que possa enfrentar os obstáculos que não consiga superar.
Que Deus me dê, sendo ainda mais generoso para comigo, inteligência e sabedoria para que eu possa diferenciar os obstáculos que posso transpor daqueles que não consiga superar”.
No final eu completava, “que Deus me dê tudo isso e mais algumas coisinhas mais, porque ninguém é de ferro, né!?”
Como te levar
para o futuro
se eu morro
todo dia
no passado
ansiando
por mais um
misero segundo
de presente
junto a ti.
Constelação distante
no espaço
há um palmo da mão.
Escorre estrela
por entre os dedos
em tempo.
Para jamais chegar
ao chão.
Se os tubarões fossem homens
O Analfabeto Político
usava uma imensa mandíbula:
A Máscara Do mal.
E as Perguntas De Um Operário Que Lê?
Esse Desemprego
Diz Aos que virão depois de nós:
O Vosso Tanque General, É Um Carro Forte.
e A Troca da Roda
é um simples
Elogio da Dialética.
O Maneta No Bosque
é A Exceção e a Regra.
Não Necessito De Pedra
Tumular
Mas sim
O Nascido Depois,
No Segundo Ano
De Minha Fuga.
Para Ler De Manhã e à Noite
A Minha Mãe
A Fumaça
A Cruz de Giz
Os Esperançosos…
Acredite
esses precisam
De Ajuda
Ele foi
Expulso Por Bom Motivo
Apenas
Esse será
Epitáfio Para Gorki
Quem Se Defende?
Se Fossemos Infinitos
os Tempos Sombrios
seriam leves.
Nada É Impossível
Pensamentos De Mudar Ferro
Refletindo Sobre O Inferno
Sobre a Violência.
As Boas Ações
Os que lutam
São como a Poesia do Exílio.
De Que Serve A Bondade
se nós
Os maus e os bons
Precisamos De Você
assim
Privatizado.
Com Cuidado Examino
Como Bem Sei.
Mas e
Quem Não Sabe?
Vai procurar…
Feito fantasma vou aparecer…
E o fiapo de alma que levo comigo
assombrará mais
que o espectro que imaginavam
dono de mim.
E nunca foi.
Vai procurar sim…
Como zumbi aparecerei…
Morto vivo,
olhos fixos,
carregando um enorme vazio dentro do peito
estraçalhado por uma saudade estranha.
Saudade daquilo que nunca tive.
Vai procurar,
fantasma ou zumbi,
e vai achar.
Ruim,
vai ser quando
procurar por si mesmo
e descobrir
que tu é quem arrasta correntes,
noite após noite,
no sótão de uma vida
escura
triste
e sozinha.
Que não consegues sequer
refletir um simples brilho de luz
num misero espelho
com o qual passou toda a vida
flertando.
Se vivo fosse, hoje meu pai estaria completando 73 anos de idade. E é me lembrando do imenso valor que ele dava a suas amizades e as pessoas com quem compartilhava a vida, que quero falar-lhes hoje.
Recordo da época em que cheguei pela primeira vez na Assembléia Legislativa. Era o ano 83 do século passado, mal saído da casa dos 23 anos de idade, há exatos 24 anos e hoje vejo que o que mais ganhei naquele ambiente, além de experiência, conhecimento e aprendizado, foram amigos. Grandes amigos!
Mesmo antes do dia primeiro de outubro, antes de saber o resultado da eleição e constatar quem havia se elegido, já era minha intenção fazer uma homenagem, a todos aqueles que estão se despedindo do nosso Parlamento uns, porque não conseguiram a reeleição; outros porque buscaram novos caminhos, disputando mandatos em outras esferas da vida pública, outros porque simplesmente não foram candidatos ou não puderam sê-lo.
São pessoas com quem convivi e com quem pude aprender grandes lições, pela prática permanente do diálogo e do debate, muitas vezes acalorado; crispado, aqui e ali, mas sempre leal e construtivo. Não poderia haver exercício mais gratificante do que esse para alguém, que como eu, entende a política democrática como forma de convivência civilizada: a arte de transformar a sociedade acreditando nas próprias razões, mas ouvindo as razões do outro e medindo as conseqüências dos próprios atos. Porque o modo democrático de mudança significa também mudança das consciências através do convencimento. E este, quando não é imposição disfarçada, é um processo de esclarecimento recíproco que supõe a possibilidade tanto de convencer como de ser convencido.
Sei por exemplos históricos que a devoção à busca do bem comum não é monopólio de ninguém; não conhece fronteiras de partidos, nem de ideologias, nem de interesses regionais ou de classe. Exige apenas generosidade para pensar no que é melhor para o nosso Estado como um todo, e discernimento para julgar o que é melhor. Discernimento que provém e isto eu também aprendi no parlamento muito mais da experiência no trato da vida e da coisa pública do que de qualquer saber teórico.
A nossa Assembléia tem hoje uma outra forma. A reforma interna que aqui foi feita nos revela isso. Esta Casa pode e deve ser o futuro do nosso Estado. E para isso é preciso continuar na luta por um Maranhão muito melhor. Digo muito porque não basta melhorar, temos que superar nossas expectativas. Devemos isso aos nossos filhos. Temos o dever de ensinar a eles o que dizia Francis Bacon: “Só os deuses e os anjos devem ser espectadores”. E eu completo: Nós somos os construtores de nosso futuro.
Quero deixar um reconhecimento a esses valorosos amigos de quem não gostaria de me afastar e não me afastarei e sobre todos e a cada um quero dirigir pelo menos uma palavra.
Sobressai, a figura do deputado Aderson Lago, um político desprovido de medo. Entusiasmado pelas suas idéias, convicto das suas posições, lúcido nas suas apreciações e guerreiro na defesa das suas causas. Vamos sentir a falta deste orador vibrante, determinado e competente.
Meus queridos amigos Mauro Bezerra e Luiz Pedro que junto comigo estavam aqui de 83 e 87, naquela que alguns reputam como a melhor bancada estadual que tivemos em nossa historia recente, são pessoas das mais queridas e respeitadas.
Domingos Dutra, de quem muitas vezes divirjo politicamente, mas por quem tenho grande apreço e admiração.
Julião Amin, com quem já cheguei a me desentender alguns meses atrás, mas que o respeito e a humildade me fazem credor e devedor de uma amizade que tenho certeza, que é recíproca.
Wilson Carvalho, amigo de posição sólida, de honra inquestionável, companheiro de todas as horas.
Teresa Murad, a quem carinhosamente chamo de Teca, essa combativa e destemida filha do lendário Vitor Trovão, foi aqui sempre exemplo de coragem.
Cristina Archer que chegou aqui de mansinho e tomou conta de todos os espaços e oportunidades que lhe deram para demonstrar seu empenho e seu trabalho por um estado que não sendo o seu, passou a sê-lo pelo amor a ele dedicado.
E o que dizer de Janice Braide!? Que a conheço a mais de 30 anos? Essa valorosa mulher de fibra que já em 82 votava em meu pai e até em mim, é exemplo de lealdade e correção.
E a irmã Telma Pinheiro, sempre voltada para os interesses de seus amigos e de sua comunidade evangélica.
Há aqui entre nós um homem que merece uma homenagem especial. É Manoel Ceará. Homem de pouquíssimo estudo, mas de muitíssimo caráter. Ceará foi um dos esteios morais e éticos dessa casa nesta legislatura.
Pasmem os senhores, pois meu amigo Rubão, o Rubem Brito, pede passagem. Ele marcou esses anos com suas posições claras e inabaláveis.
Alberto Marques é um deputado que se notabilizou por falar apenas o indispensável, e por isso toda vez que ele se manifestava era porque algo importante precisava ser dito. Homem de posição firme e de palavra empenhada.
Com Manoel Ribeiro aprendi que é possível discordar de alguém sem ter que odiá-lo. Aprendi o verdadeiro valor da franqueza e da transparência. Me opus a ele aqui diversas vezes, mas jamais levei nossas diferenças para o lado pessoal. Quero aqui, de publico, fazer uma declaração que já fiz para algumas pessoas: a não eleição de Manuel assim como a de Mauro, de Luiz e de outros colegas é uma grande perda para nossa Casa.
Geovane Castro é um dos médicos que melhor sabe usar as palavras. Eloqüente, conseguiu como poucos defender claramente suas posições.
Rubens Pereira vai, mas fica. Deixa em seu lugar, eleito com uma expressiva votação seu filho. Rubens ganhou, não perdeu.
Deusdeth Sampaio deixará Açailandia, a cidade que mais cresceu nos últimos anos em nosso Estado, sem seu aguerrido representante.
Meu amigo pastor Reginaldo Nunes, sentiremos falta da sua tranqüilidade, da sua palavra de ponderação.
Eligio Almeida não tentou a reeleição e com isso Bacabal e o Maranhão perde um homem que depois de ser vereador na sua cidade, defendeu os interesses de seus conterrâneos neste parlamento.
Por último, mas não menos importante deixei pra falar de Pedro Veloso. Pedro, todos aqui sabem é meu adversário político nos municípios de Pio XII, Satubinha e Bela Vista. Mas é Pedro Veloso que consagra esse meu mandato como sendo o mandato da minha maturidade política. Em nenhum momento, apesar de adversários, apesar de às vezes nos atritarmos na defesa de nossos correligionários, nunca ultrapassamos o limite da civilidade e da boa educação.
Só me resta agradecer do fundo de meu coração a oportunidade de ter tido a possibilidade de privar da companhia destas pessoas nestes últimos quatro anos, tempo em que pudemos além de nos conhecer, esse convívio nos fez aprender um pouco mais sobre a vida.
Muito obrigado a todos vocês! Saibam desde já que farão muita falta.
é escura
tem estrelas,
as vezes lua,
luas,
maçãs,
tem as pêras dos teus seios,
a macieis de tuas ancas,
mas tem também a dureza
do teu coração.
daqui talvez não seja igual a de lá,
as pessoas daqui não são iguais.
As de lá,
não são.
Estavão,
esta vão,
vão.
Foram.
De noite ou de dia
o que não muda é o meu coração
que dói,
mas no final irá rir.
Rir de toda dor mal doida.
Passe bem.
Há dois anos atrás escrevi aqui neste mesmo espaço uma crônica que abordava o mesmo assunto que abordarei hoje. Naquela ocasião usei um artifício farta e abusivamente praticado pela tão conhecida e propalada imprensa marrom, que costuma atribuir um titulo bombástico ou polemico a um texto cujo conteúdo, apesar de ser importante e relevante, é lido muito mais pelo enunciado poderosamente sedutor do que por qualquer outra coisa.
O titulo da crônica anterior era O preço do voto para presidente da ALM. Tentava com ele criar uma duvida ou no mínimo uma acerta expectativa quanto ao uso da palavra preço. O preço a que me referia era o VALOR, algo intangível, coisa filosófica que só algumas mentes mais afinadas e refinadas ou talvez românticas imaginam que possa existir em se tratando de política. O preço que a grande maioria deve ter entendido foi o preço do CUSTO, monetário, financeiro ou econômico da simples manifestação de um dos 42 deputados estaduais de nosso Estado em favor deste ou daquele candidato a presidente do poder legislativo estadual.
Dois anos antes, alguns de nós deputados, nos insurgimos contra a imposição sistemática do nome do presidente do poder legislativo pelo ocupante do executivo, coisa que transformara nossa Assembléia em um mero cartório. Naquela ocasião derrotamos o governante que deixava o cargo, o que assumia, o que liderava a todos e até o de novo candidato, que já se encontrava no cargo à quase 10 anos.
Vencemos a todos. Vencemos porque lutamos corretamente. Lutamos corretamente porque tínhamos um objetivo claro e justo. Tínhamos um objetivo claro e justo porque antes de pensarmos em nós individualmente, estávamos pensando no que era melhor para a nossa casa, estávamos pensando no que era melhor para o poder legislativo, que precisava se afirmar como órgão vital para o corpo do Estado e não se reafirmar como um mero apêndice do executivo.
A prova de que naquele momento nós estávamos pensando mais no conjunto que nas partes, é que tínhamos um candidato que infelizmente não pode continuar na peleja. Ele foi substituído por outro que também tombou na disputa e só então chegamos a um nome que pudesse viabilizar a nossa intenção de libertar o legislativo do jugo do executivo em nosso Estado.
Dois anos depois, por vários motivos, uns relevantes outros nem tanto, as coisas fugiram do nosso controle.
Um governante fraco e claudicante, sem um projeto próprio de governo e mal aconselhado. Usado e usando de maneira venal e indisfarçável a maquina do estado (aqui, senhor revisor, gostaria que deixasse a palavra Estado em letras minúsculas e em negrito, porque foi o que realmente aconteceu. Nosso Estado se apequenou) transformou a administração publica num verdadeiro caos.
Coitado! Ele precisava fazer isso pra sobreviver. Mas que triste sobrevida. Que preço teve que pagar. No final ele irá descobrir se não é que já deve ter descoberto, que a maioria daqueles que se diziam seus amigos eram apenas abutres ávidos em degustar um naco maior de suas vísceras.
Me opus ao então candidato imposto pelo executivo para presidente da ALM, mesmo sendo eu amigo do referido deputado.
Daquela vez perdemos. Perdemos porque não lutamos corretamente. Não lutamos corretamente porque não tínhamos um objetivo claro e apesar de justo, não deixava no fundo, lá no fundo, de ser mais eleitoreiro que político, no sentido mais amplo e nobre que tal palavra possa ter. Dessa vez alguns de nós pensaram mais em si mesmos que na casa, e ela voltou a ter o seu presidente imposto pelo poder executivo.
Apesar de ter chegado à presidência da ALM mais pelas gestões do Palácio dos Leões que pela vontade de seus pares, o atual presidente da ALM manteve-se, na medida do possível, como magistrado. Tem procurado se manter como chefe do poder mais que como partidário de uma facção política ou eleitoral.
Fico muito a vontade pra dizer tudo isso porque não tendo eu votado no atual presidente da Assembléia, não sendo eu seu correligionário, não comungando das mesmas posições eleitorais, ainda assim, consigo ter com ele uma relação de respeito e confiança, motivo pelo qual me permito manifestar meu apoio a seu nome para presidente nas próximas eleições daquele poder.
Mas cobrarei dele um preço caro por isso. O mesmo que sempre cobrei e que acho que é o único que todos deveriam cobrar sempre. Cobrarei o respeito e a defesa do poder legislativo acima de qualquer conveniência ou posição partidária, eleitoral ou política. Cobrarei igualdade de tratamento para todos os deputados independentemente de quem seja, cobrarei compromisso com os trabalhos legislativos, cobrarei a nova sede para da ALM, cobrarei a valorização dos nossos funcionários, cobrarei ações de extensão de nossa casa junto à comunidade. Cobrarei sabedoria e coerência, sensibilidade e lealdade, generosidade e prudência, humildade e firmeza. Esse é o meu preço. É caro, mas é justo!
Por fim, quero dizer que se engana quem pensa que o governador eleito do nosso Estado, usará em seu governo das mesmas praticas do atual governador. Perderá quem apostar que a partir de janeiro de 2007 teremos no Maranhão um pregão de leilão e não um governo.
O governador que assumirá em janeiro não deverá tirar um candidato do bolso do paletó, não deverá levantar a voz para enfiar goela abaixo dos deputados um nome para presidir nossa casa. Pode ele até ter sua preferência, pode até externá-la, mas deverá saber se portar como um verdadeiro magistrado.
Alpinista morre depois de escalar a maior montanha da terra.
e eu aqui
sonhando em simplesmente
alçar vôo
a um ponto intermediário
entre teu trapézio e tua nuca…
Astrofísico
austríaco
anuncia:
Existem mais três luas em Júpiter.
e eu aqui
lembrando das três estrelinhas
enfileiradas
na suave encosta
entre teu ombro e teu pescoço.
Morto ao tentar escalar um pescoço
de bailarina.
Cinturão de Orion
o caçador.
Mintaka
Alnilan
Alnitaka
as Três Marias
Mostrando a direção do coração
de uma outra.
Maria.