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Algumas pessoas têm me pedido para continuar postando poemas, acontece que há muito tempo não faço poemas, os últimos que fiz já publiquei aqui. No entanto tive a idéia de resgatar alguns poemas antigos, dos livros “O quinto cavaleiro”, “Manuscritos” e “Saltério de três cordas”.
Como só escolhi trinta, resolvi posta-los neste meu blog apenas às quartas-feiras.
Espero que gostem, mas gostando ou não espero que comentem.

Grande abraço.

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Mataram Chico Galalau.

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Outro dia um amigo meu me ligou para me contar que mataram o Chico Galalau.

Galalau era fazendeiro na região de Bacabal. Um homenzarrão imenso, mais alto que eu. Devia ter mais de um metro e noventa. Não chegava a ser gordo, mas era parrudo proporcionalmente a sua altura o suficiente para respaldar sua fama de brabo. O homem tinha uma mão cujo palmo se aproximava dos trinta e cinco centímetros.

Como já disse Chico tinha fama de brabo, de violento. Não sei dizer ao certo se essa fama era fruto de sua rudeza ou era proveniente de sua atividade de fazendeiro, pecuarista e dono de terras. Diziam que muito tempo atrás, ele apropriou-se de umas terras na região, mas ele me contou certa vez que “pelejava” contra um grupo de invasores de suas propriedades, que tudo indica, não eram poucas.

Conheci Chico na década de 80. Meu pai me apresentou a ele. Vinte e cinco anos atrás, ainda no auge dos problemas fundiários naquela região, a fama dos fazendeiros era a pior possível. Fama que nem sempre fazia jus à realidade. Uns eram bem melhores que lhes pintavam, outros bem piores. Acredito que Chico não era dos piores. Não sei ao certo se ele era realmente violento, mas que ele era bem brabo, isto ele era.

Em 1998 Chico me procurou dizendo não ter candidato a deputado estadual e que gostaria de votar em mim em Lago Verde, por saber que eu era “um cabra serio e cumpridor de compromisso”. Achei ótimo, estava precisando de apoio eleitoral e ainda mais assim, de forma espontânea.

Ele só me exigia uma coisa, queria que eu, depois de eleito, o apoiasse pra prefeito, coisa que fiz em 2000, mas ele não se elegeu. Chico não se elegeria. Era uma pessoa muito admirada, amada mesmo, por alguns, mas que causava medo em um outro tanto e era rejeitado, chegava a ser odiado por outros.

Numa das vezes que fui a sua casa, em Lago Verde, pude ver uma multidão de pessoas, principalmente mulheres para quem ele era uma espécie de pai, um benfeitor. Uma delas, me abraçando disse que se eu era o candidato de Chico Galalau era porque eu era uma pessoa “direita e de confiança, porque cumpade Chico não anda com gente safada”.

E foram grandes as demonstrações de carinho e respeito que vi e comprovei, daquela boa gente para com Chico Galalau. Mas ele não conseguiria jamais ser prefeito, nem mesmo ser político ele poderia ser. Era um grande benfeitor e padrinho para alguns, mas era só o que ele conseguiria ser.

Para ser político, um bom político, a criatura tem que ser de uma variedade diferente de ser humano. Tem que ter o estomago fortíssimo ou não tê-lo; Tem que ter sangue frio ou quentíssimo, mas quando assim o for tem que trazer de fabrica um opcional raríssimo em seres humanos. Uma espécie radiador para refrigerar as tensões. Alguns conseguem desenvolver um tipo hibrido de radiador, mas isso demanda tempo; Tem que ter inteligência, e isso não é difícil de ter. Todos tem, uns mais outros menos, mas de um jeito ou de outro todos tem; Seria muito bom que se tivesse cultura, conhecimento, historicidade. Aqui a coisa pega. Itenzinho difícil de adquirir é esse. Há grande escassez no mercado; Têm que ser sábio como os mais velhos, impetuoso como os adolescentes e inocentes como os recém nascidos; Tem que de um lado equilibrar sensibilidade e humildade e de outro aspereza e destemor sem que seja ou pareça fraco ou arrogante; Tem que ser consciente de seu lugar e de seu papel; Tem que ter bom senso, agir com coerência e saber as conseqüências de suas ações ou omissões… Ta vendo, ser político não é assim facinho como muita gente imagina que seja. Pode até ser que alguém se eleja e até se reeleja deputado, por exemplo, daí a ele vir realmente a ser um bom político, isto já é uma outra historia.

Mas eu estava falando de Chico Galalau. Chico foi assassinado a bala. Roubaram duas vacas dele e ao dar parte na delegacia indicou um suspeito e disse ao tal que ele teria dois dias para devolver-lhe o gado, “porque senão…”. Tempos atrás, haviam roubado vinte cabeças de seu gado e Chico pouco se importou. Foi atrás, mas deu as reses por perdido e pronto. Dessa vez ele resolveu encrencar por causa de duas.

Essa é outra qualidade que deve ter, não só o bom político, mas todos as pessoas. Chico padeceu por não ter essa habilidade. Engolia um elefante, mas engasgava-se com um mosquito.

Quem for incapaz que degluta essa metáfora. Os capazes, a degustarão.

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Os dez mandamentos de Maquiavel

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Algumas pessoas têm me pedido para postar aqui no meu blog este texto que foi publicado originalmente no Jornal O Estado do Maranhão no inicio do ano passado e já o foi aqui também em 24/10/2006. Seja feita a sua vontade… E façam bom proveito.

Sou um dos mais novos adeptos do orkut. Na verdade nem sei bem como definir o que seja essa geringonça. Acho que sua melhor definição é que ele é um site de relacionamento onde você encontra pessoas que se agrupam em comunidades temáticas, e conversam, trocam idéias e opiniões sobre os mais diversos e variados temas.

Lá existem grupos pra tudo: dos que odeiam filmes legendados aos que adoram as coisas simples da vida. Dos que acreditam em príncipe encantado aos que são viciados em comida japonesa.

O orkut serve também para se reencontrar pessoas que não vemos há muito tempo, que não sabemos por onde andam. Por lá encontrei muita gente que há séculos não via, como foi o caso de um amigo de infância e colega do Colégio Batista, Antônio José Ritter Martins, que anda mergulhando mundo afora.

Tem gente que chega a ter mais de duas centenas de comunidades em seu cadastro. Eu só participo de umas duas dezenas delas. Todas giram em torno dos meus interesses: Literatura, cinema, história, cultura, lazer, política…

Outro dia entrei numa comunidade denominada Maquiavel e deparei com uma questão que já tinha visto antes, mas que nunca quis abordar. Naquela oportunidade resolvi tocar no assunto por lá, e hoje quero abordar o mesmo assunto por aqui. É o caso de uns tais dez mandamentos que teriam sido estabelecidos por Maquiavel. Puro mito.

Em seu livro O Príncipe, Maquiavel traça o perfil que deveria ter, e diz como deveria agir um governante na transição da idade média para o renascimento. O perfil que ele traçou para um poderoso Príncipe daquela época, sempre se mostrou atual todas às vezes em que foi, desde então, confrontado com a realidade.

Não me lembro de ter lido em nenhum lugar sobre estes tais dez mandamentos de Maquiavel, em todo caso, para um melhor entendimento, vou tentar desentortar e analisar estes dez mandamentos que encontrei no orkut como sendo dele.

Procurarei fazer uma analise segundo o que acredito que fosse a ótica de Maquiavel. Procurarei ser fiel à ótica que ele relata em sua obra, em que aconselhava, e continua aconselhando, aos detentores ou pretensos detentores do poder.

1- Zele apenas por seus interesses.

O apenas aqui na verdade quer dizer em primeiro lugar. Zele em primeiro lugar pelos seus interesses. Somente zele pelos interesses dos outros se eles vierem a coincidir com os seus interesses, ai eles passam a ser seus também. Quando você tiver que abrir mão de um interesse seu em beneficio do interesse de outros, que isso fique muito claro, e que se sobressaia a sua grandeza por ser capaz de tal feito.

2- Não honre a ninguém além de você mesmo.

Não se submeta, não se diminua, não se agache, não seja subserviente. Se faça útil, indispensável, tenha orgulho do que faz e o faça com competência e honra.

3- Faça o mal, mas finja fazer o bem.

Quando por acaso você vier a fazer o mal, quando for obrigado a prejudicar alguém, ou um determinado grupo, o faça. Mas procure minorar ou esconder tal feito, tal atitude, e principalmente seus efeitos.

4- Cobice e procure obter o que puder.

Busque, lute para que sua voz tenha força e suas ações tenham peso, importância e conseqüência e para que consiga atingir todos os seus objetivos.

5- Seja miserável.

Seja obstinado, não tenha medo do que vão falar de você, faça o que tem de ser feito. Se seu cavalo mais amado quebrar a perna, sacrifiquei-o. Se seu amigo mais querido lhe trair, esqueça-o.

6- Seja brutal.

Seja firme. Seja duro. Não tenha pena do enfermo pelo gosto amargo do remédio eficiente que tem que lhe ministrar, pela dor que a injeção irá causar, lembre-se da cura que provirá desse gosto amargo e dessa dor.

7- Engane o próximo toda vez que puder.

Engane apenas quando for indispensável e quando for possível, de tal forma e de preferência que esse próximo, e os distantes também, não descubram que foi enganado. Melhor ainda, que pense que foi na verdade ajudado.

8- Mate seus inimigos, e se for preciso mate seus amigos também.

Imobilize seus inimigos, tire-os de combate, faça com que eles não possam lhe causar nenhum dano ou problema. Coopte seus amigos, consiga seu apoio irrestrito, caso contrario, terá que agir com estes como se fossem inimigos. Melhor seria que seus amigos entendessem isso por si só.

9- Use a força em vez da bondade ao tratar com o próximo.

Use a justiça, a sabedoria, a inteligência, o poder. Quem detém tudo isso detém a força.

10- Pense exclusivamente na guerra.

Pense em primeiro lugar em suas estratégias, em sua logística, em seus movimentos, em suas ações e nas possíveis reações de seus parceiros e de seus adversários. A guerra é o jogo da vida. As mortes que acontecem nos campos de batalha são as conseqüências de um jogo da vida mal jogado, ou como preferem pensar alguns, são os efeitos colaterais de um jogo da vida bem jogado demais.

Vejam só como é possível distorcer ou mal interpretar as palavras e as idéias das pessoas. Se fazem isso com Maquiavel, imaginem com qualquer um de nós, pobres mortais.

PS: Estes tais dez mandamentos de Maquiavel é invenção de algum sujeito muito desocupado, analisado aqui por outro sujeito, este nem tão desocupado, mas que é fã de tudo, até das lendas, em torno da vida e dos pensamentos do mestre florentino.

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Os sobrinhos do Papa.

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Para falarmos sobre um assunto, deve-se, sempre que possível, começar pelo seu significado. E o assunto é… Nepotismo. Expressão derivada de nepos, que em latim significa sobrinho.

Nepotismo era o termo usado para designar a influencia exercida pelos sobrinhos ou por outros aparentados do Papa na administração eclesiástica medieval. Daí ter virado sinônimo do favoritismo de parentes.

Esta sempre foi uma pratica usual. Empresários colocam seus parentes para assumir diretorias importantes da empresa. Comerciantes colocam os seus “favoritos” para trabalhar em setores-chave da loja. Diretores colocam seus “protegidos” como assessores diretos. Profissionais liberais buscam seus parentes para auxiliá-los, pois acham mais fácil confiar algumas missões a estes. Nada demais nisso, afinal, são “empresas privadas”, diriam Alguns, tendo nisso minha concordância.

Esses mesmos argumentariam que se no âmbito privado o nepotismo não deve ser considerado como uma pratica errada, no âmbito do poder público, imaginam os que pensam assim, “essa é uma pratica abominável que deve ser execrada”. Concordo que isso não deva ser regra, mas discordo que essa prática seja proibida como exceção.

Vi outro dia citado como bandeira contra a contratação de parentes, um trecho de nossa constituição que por mais incrível que possa parecer é o mesmo que se levanta contra os preconceituosos que assim pensam: “Todos são iguais perante a lei”.

Há num entanto um outro artigo da mesma constituição que preceitua que “a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.

Acredito que por si só a combinação do artigo 1º e do inciso II do artigo 37 de nossa carta magna, dirime qualquer duvida quanto a esse assunto.

Cabe aqui deixar claro que apenas uma pequena parte dos cargos públicos são considerados de confiança, e como tal devem permanecer, ficando seu outorgante totalmente responsável pela escolha de pessoas de sua confiança para exercê-los. Os demais cargos da administração pública, a grande maioria deles, devem ser preenchidos através de concursos específicos para cada área de atuação do Estado.

Reconheço que esse problema é um problema realmente delicado, mas vejo alguns pontos que devem ser aclarados e acho que isso não tem sido feito, muito pelo contrario.

No meu entendimento,a mais importante incidência de nepotismo, pode ocorrer na vitaliciedade, na perpetuação no cargo, no poder. Lembram que no começo, nepotismo era as influencias que os sobrinhos do sumo pontífice exerciam nos negócios da igreja medieval!?

A convivência de parentes na vitaliciedade pode criar alguns vícios realmente nocivos e difíceis de conter ou controlar. Imaginem um parente de um membro de poder vitalício, exercendo mal ou bem, que seja, seu poder de “influir”. Não é uma coisa lá muito recomendável! Ne c’est pas!?

A aprovação através de concurso público ou a indicação que seja, para cargos, vitalícios, do judiciário ou assemelhado, não deve dá direito aos detentores destas colocações estenderem graciosamente sua vitaliciedade a parentes, mas nada os impede de fazer isso com um “amigo”. Concordo com essa tese, mas abomino e rejeito a idéia da possibilidade desses mesmos parentes não poderem trabalhar assessorando outra esfera de poder. Isso fere de morte o preceito resguardado no artigo 1º da CF. Assim sendo, só alguns seriam iguais perante a lei.

Há também um outro ponto importante. A capacidade, a competência, a aptidão. Imaginem se um filho, um irmão ou um sobrinho do grande Paulo Freire se elegesse governador de Pernambuco e não pudesse chamar o pai, irmão ou tio para assessorá-lo no setor da educação!? Seria hilário, não!? Uma punição para o Estado e para o povo de Pernambuco.

No meu entendimento a proibição de contratação de parentes deve ficar totalmente restrita apenas quando se tratar de poder vitalício.

No tocante aos poderes eletivos, eleitos pelo voto popular para mandatos com duração determinada, o que deve haver é alguma forma de restrição ou controle e principalmente o uso do bom senso para que não se exagere numa coisa que é facultada, mas para com a qual devem ser seguidas normas mínimas de prudência, ética e coerência e cada um deve se responsabilizar por suas escolhas.

PS: Escrevi este texto no último dia 22 de dezembro e mandei copia para três amigos, pedindo suas opiniões. Antes, portanto de uma decisão do presidente do TJ-MA sobre uma ação de um juiz de Pedreiras sobre o mesmo assunto. Um deles concordou comigo, outro discordou de mim, o terceiro me respondeu comentando os prós e contras e dizendo que não considerava meu texto uma crônica e sim um artigo. Que seja um artigo, mas que tenha sido leve como uma crônica.

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AVISO IMPORTANTE

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Aos meus caríssimos amigos, leitores e também eleitores, e até mesmo aqueles que não são lá tão amigos assim, mas que sempre me visitam através desta janela de comunicação com o mundo.

De hoje em diante não mais postarei textos diariamente neste blog, só o farei quando tiver algo importante para lhes dizer ou comentar, um poema novo ou então aos domingos, quando publico minha crônica semanal no Jornal O Estado do Maranhão.

Quero aproveitar a oportunidade para agradecer-lhes o carinho e a “audiência”, pois em menos de três meses já foram mais de dez mil acessos, o que me deixa bastante feliz e satisfeito.

Um grande abraço a todos!

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Raios-X

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O acumulo de dias
Fez-me velho.

Velho me fez,
transparente.

De transparente
fiquei
invisível.

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O poeta é quem atrapalha

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Está explodindo
uma revolução
dentro de mim.
Na verdade são varias,
e o filho de uma rapariga
do Fernando Pessoa
grita suavemente em meus ouvidos
“…se a alma não é pequena…”
mas será que vale a pena?

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A Charada do ano

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No primeiro dia do ano fiz publicar na página 2 deste matutino, um anuncio pago cujo titulo era Charada do ano. Paguei anúncios em outros dois jornais. No Diário da Manhã, que por não ter circulado nos dias primeiro e dois, só foi publicado no dia três. E no Jornal Pequeno que estranhamente não publicou o anuncio descumprindo assim seu contrato de veiculação para o qual tenho em meu poder recibo quitado que autoriza a referida mídia ser veiculada no dia primeiro de janeiro de 2007.

Fiz e publiquei tal charada na intenção de chamar a atenção de todos para uma pratica bastante conhecida e que vem sendo usada em nossa terra há muitos anos, em beneficio de poucos e malefício de muitos, e que até agora não teve maiores conseqüências.

O que fiz, fiz para meu deleite pessoal. Para provar que o dito popular é verdadeiro. Um dia da caça, outro do caçador. Um dia da vidraça, outro da pedra. Vejam bem que não estou usando aqui um outro ditado popular, quem com ferro fere, com ferro será ferido. Quis ter meu dia de caçador, meu dia de pedra. E quis de certa forma, fazer com que alguns injuriados, caluniados e difamados, pudessem também o tê-lo.

Não vai aqui nada de pessoal contra o personagem alvo desta brincadeira. Diga-se de passagem, mantenho com seu ventríloquo um cordial e franco relacionamento e espero continuar mantendo, da mesma forma que sempre o fiz cada vez que fui escolhido como alvo de algumas de suas brincadeiras, nem sempre de bom gosto, é bom ressaltar.

Dito isso, cabe agora dizer o resultado da Charada do ano. A resposta correta é: Doutor Pêta! Vejam bem, não é Lourival Bogea, o titereiro, mas seu títere, seu famigerado marionete, Doutor Pêta.

Passo a seguir destrinchar a tal charada.

Comecei pelo celebre O que é, o que é!? de tantas adivinhações de minha infância. Depois entrei na charada propriamente dita: É do reino animal; E é mesmo. Não rasteja como cobra, mas deveria, pois é peçonhento; Isso também é verdade, o Pêta é bem venenoso. Tem cabeça, mas não pensa; Às vezes o não pensar se sobrepõe a sua avidez de escrever, de noticiar, de beliscar um e outro, mas aqui há uma pitada de despiste, porque senão não seria uma charada, né!? Tem chifres; Isso se deve ao fato de seu nome ser Pêta, apelido derivado de Capêta, e o Belzebu tem chifres, pelo menos é o que dizem. Tem um rabinho atrofiado, coisa da evolução das espécies; Verdade pura. Os humanos, no final da coluna têm duas vértebras que sugerem ser um rabo que atrofiou. É fraco; É medroso; É covarde; Aqui foi pra ferir os brios mesmo, coisa que ele faz constantemente com muitas pessoas e usando palavras muito mais pesadas e duras e tão inverídicas quanto essas. É conhecido por mais de um nome; (Será o Capêta!?) Essa foi a dica central, que foi muito pouco observada pelos que se deram ao trabalho de responder a charada. Vive se escondendo atrás da mãe; Isso é pelo fato de que tudo que é publicado pelo Jornal Pequeno acaba recaindo primeiramente sobre proprietária da empresa, sua mãe. E é a presa favorita do verdadeiro rei dos bichos (Todo mundo tem a maior vontade de dar-lhe uns safanões), mas é preservado pela sociedade protetora dos animais (despiste), e pelo bom senso de alguns (verdade verdadeira. Muita gente já chegou bem perto de aberturá-lo, mas o bom senso os impediu. Graças a Deus). O que vem depois foi colocado pra fechar o circulo e despertar interesse nas pessoas: Atenção: As 100 primeiras pessoas que enviarem a resposta correta desta charada, para o e-mail [email protected], estarão concorrendo a um premio surpresa. Não percam essa oportunidade única! No final, todos vão se divertir! Até ele, que não será empalhado! De minha parte garanto que ele não será empalhado e quanto a ele se divertir, espero que ache muita graça, porque foi muito engraçado mesmo e movimentou muita gente durante toda a semana. “Afinal de contas pra que serve um palhaço que não ri e não causa riso!?”

Uma coisa, no entanto, me deixou muito preocupado. De todas as pessoas que responderam à Charada do ano apenas três acertaram.

Teve quem dissesse que era um personagem que o Bicho Terra iria lançar para o carnaval; Teve gente achando que se tratava do Homem, o ser humano; Alguns imaginaram ser uma loja que estava aproveitando o ano novo para causar frisson; Varias pessoas pensaram ser um veado, o animal, enquanto outras, algum viado, um gay. Mas a grande maioria, quase a totalidade, respondeu ser uma determinada pessoa a quem jamais pensei que pudesse se confundir com o Doutor Pêta. Como a Charada do ano não tinha e nunca teve como objetivo atingir tal pessoa, não vou aqui declinar o seu nome.

Por fim, devo esclarecer que o premio surpresa era uma assinatura anual do Jornal Pequeno. Como a pessoa que ganhou o sorteio não quer ser identificada, o mesmo valor lhe seria entregue em moeda corrente, porem achei mais elegante oferecer-lhe uma garrafa do melhor champanhe francês disponível no mercado, afinal de contas, quem acertou tem o que comemorar.

Bem, Feliz 2007 para todos. E que fique aqui uma lição: Um dia da caça, outro do caçador.

Atenção: A tácita metáfora do dito popular acima serve pra todo mundo, viu!

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J’adrore.

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Você já prestou bem atenção nas borboletas!?
Já!?
Então você deve saber que na verdade elas são duas pétalas de flores libertadas de suas hastes pelo vento, que antes de tocarem o chão, se juntam e se transformam nesses maravilhosos seres alados que ondulam suas asas ao sol.
Já sob a luz da lua se transformam novamente, agora em belas e cheirosas mulheres.

Enjoy!

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Dor no ouvido

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A dor maior
não é outra
senão
esse maldito
telefone que não toca.

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