Leal ou fiel?

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?

Sei de antemão que o que vou dizer aqui, hoje, neste nosso bate papo, vai chocar muita gente. Mas é assim que fui ensinado a agir e é assim que sempre faço na minha vida. Digo o que penso, mesmo que para isso tenha aprendido a dizê-lo de tal modo, que mesmo chocando algumas pessoas, o que diga, possa suscitar algum acréscimo no indispensável conhecimento de nós mesmos e da vida.
Sou da opinião que lealdade e fidelidade são duas coisas bem diferentes, em que pese o fato de serem facilmente confundíveis.
Diferenciar coisas tão parecidas, e que ainda por cima se completam e se confundem é uma tarefa extremamente difícil, o que geralmente requer que se usem exemplos claros e práticos para dirimir qualquer possível duvida.
A principio pode-se pensar que se trata do uso de palavras diferentes para expressar a mesma idéia, a mesma ação, o mesmo sentimento. Não é. Da mesma forma que ética é diferente de moral, lealdade difere de fidelidade.
Este é um tema tão controverso que talvez não iremos exauri-lo em uma única crônica dominical, mas mesmo assim vou tentar.
Lealdade é uma espécie de mãe, de coletivo de fidelidade. Lealdade você tem que ter em primeiro lugar para consigo mesmo para que só então, possa ser no mínimo fiel para com os outros.
O mais incrível nisso tudo é que o oposto de fidelidade é infidelidade e de lealdade é deslealdade. No entanto há uma palavra que sintetiza o oposto das duas. Traição. Inclusive, traição não possui um antônimo único, prefixal. Não existem as palavras intraição ou destraição. Mais incrível ainda é que quando se fala de lealdade ou de fidelidade, o que nos vem imediatamente na cabeça, antes de qualquer outra coisa, é o seu antônimo.
Um cônjuge pode ser espiritual e mentalmente leal ao outro e ser carnalmente infiel. Este pode ser desleal mentalmente para com o outro sem nunca tê-lo traído carnalmente.
Tempos atrás comentei esse assunto numa roda de amigos e notei o mal estar que causei, principalmente em algumas mulheres que estavam na conversa. Para algumas delas pareceu que eu estava tentando tirar uma carta de seguro, uma licença previa e tácita para trair. Quem pensou assim se enganou. Tentava era mostra-lhes o peso, a importância de certas ações, de certos sentimentos, nem sempre claros, nem sempre bem entendidos.
Em minha opinião a lealdade é um sentimento maior, individual. Independente do outro. Meu, pra mim, por mim. Fidelidade é coisa externa, de mim para o outro. É o sentimento, o vinculo que há entre animal e amestrador. Entre senhor e servo.
Um político pode permanecer leal, mesmo não podendo cumprir um compromisso preestabelecido. Mas às vezes seu código de ética é tão frágil, que não lhe fornece moral para que seja honrado e leal, fazendo com que se torne um reles traidor infiel.
Caso real é a historia daquele político que tendo se empenhado na candidatura de três correligionários, depois da eleição destes, teve tratamentos distinto de cada um deles.
O primeiro, apesar de ser analfabeto, mas tendo grande senso de honra manteve-se leal a si e fiel ao companheiro. Exceção que confirma a regra.
O segundo, apesar de pouco instruído, mas sendo sábio, antes de cometer qualquer ato que pudesse ser interpretado como infidelidade, chamou o bom amigo das horas difíceis e mostrou-lhe a situação em que se encontrava. Foi leal consigo e com o outro, apesar de não cumprir in totum o que havia sido acordado. Meno male.
O terceiro, apesar de doutor, sendo covarde o bastante para não enfrentar a situação de cabeça erguida, sumiu sem dar explicação. Foi desleal e infiel consigo e com o companheiro. Com esse, o julgamento da historia será impiedoso.
Mas o melhor e mais claro exemplo da diferença que há entre lealdade e fidelidade se encontra na historia medieval de Tristão e Isolda(não percam o filme em cartaz nos cinemas), onde o amor de um rapaz por uma moça supera o sentimento de gratidão e devoção dos dois para com o pai adotivo dele que é esposo dela.
Em Tristão e Isolda, ficam bem aclaradas as semelhanças e as diferenças entre lealdade e fidelidade.
Há uma linha tênue entre estes dois sentimentos, entre estas duas ações, mas em minha opinião, são coisas bem distintas uma da outra.
Se perguntarem pra mim como prefiro ser tratado, responderei sem titubear, prefiro que as pessoas me sejam leais.

PS: Assistindo as chamadas da próxima novela das vinte horas da Rede Globo, “Paginas da vida”, escrita por Manoel Carlos, vi que o personagem Olívia, interpretada por Ana Paula Arosio, diz uma coisa muito parecida com isso, lealdade e fidelidade não são a mesma coisa. Resta apenas se saber em que contexto será desenvolvida e explorada tal afirmação, por este que é um dos grandes mestres da polemica televisiva.

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VELÓRIO

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o retrato do avô,
na parede pendurado
serve de vela ao crucificado
que não ressuscitou.

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Hoje não vou postar aqui neste meu blog a crônica que publico todo domingo no Jornal O Estado do Maranhão porque a referida é uma adaptação do discurso que proferi na Assembléia Legislativa durante a sessão de abertura dos trabalhos, na última segunda-feira dia 05, e que no mesmo dia fiz constar nesta minha pagina. Ao invés disso, atendendo a certa necessidade, vou colocar aqui um poema que se encontra nos livros “Manuscritos” e “Saltério de Três Cordas”, especialmente repaginado para esta ocasião.

Antes, no entanto, devo reconhecer que cometi uma omissão inaceitável e imperdoável para alguém que como eu se dedica e aprecia tanto a sétima arte. Na crônica do último domingo passado, sobre meu amigo Clint Eastwood, esqueci de relacionar o filme “Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal” como uma de suas melhores obras como diretor.

Obrigado Ivana, por continuar fazendo às vezes de minha seletiva memória.

BEIJO EM “L”
Lancear
lânguidas
longas
loucas
ligeiras e
luxuriantes
línguas.
Lanas
Laras e
Larissas.
Léias
Leilas e
Lêdas.
Lias
Lívias
Lídias e
Lianas.
Lorenas
Lucias e
Lucianas.
Limas
limões e
laranjas…
Lamúrias e
lamentações
laminares.

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ESPECTROGRAFIA

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Há uma formiga asmática na alma
ofegante feito a mulher que tive
trêmula mão de nazista (consciente).

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Discurso proferido pelo Deputado Joaquim Nagib Haickel na sessão de abertura da décima sexta legislatura da Assembléia Legislativa do Maranhão no dia 05 de fevereiro de 2007.

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Senhor Presidente

Senhoras e Senhores Deputados

Minhas senhoras e meus senhores…

Nesta Sessão que marca a abertura dos trabalhos da primeira Sessão Legislativa da Décima sexta Legislatura de nossa Casa, fui distinguido, mais uma vez pela direção deste Poder, para desta tribuna que leva o nome de meu pai, saudar a todos, deputados, funcionários, autoridades aqui presentes e o povo em geral.

Sou aqui e agora, não apenas um simples parlamentar que inicia seu quinto mandato eletivo. Sou principalmente o representante de meus pares, e como tal cumpre-me ressaltar a imensa responsabilidade que recai sobre os nossos ombros.

“A responsabilidade de que falo não é apenas a que envolve a tarefa de arejar, modernizar, oxigenar e aperfeiçoar o funcionamento de nossa Assembléia Legislativa, abrindo-lhe os horizontes para os desafios dos novos tempos. A responsabilidade de que falo é também e, antes de tudo, a de representar, e bem, o povo do Maranhão, dando-lhe voz e vez, honrando a procuração que ele nos outorgou, de forma transparente e clara, lutando em defesa de seus direitos e buscando, em todo momento, os benefícios que possam fazer com que ele, o povo, tenha uma vida melhor”.

Nestes últimos quatro anos esta casa mudou bastante. Não aconteceram todas as mudanças que gostaríamos que se efetivassem, mas em todos os setores tivemos avanços.

A ética política que desde antes já tinha virado palavra de ordem, é, e deve ser sempre invocada para lembrar que quem quiser participar da vida pública estará obrigado a ter rigor e padrões éticos elevados. “A luta pela recuperação da moralidade implica em si mesma, um compromisso ético, de tal maneira que não se pode admitir que interesses menores prevaleçam sobre regras basilares”.

“É neste contexto que aproveito para lembrar que somos uma Casa política e que o Parlamento foi criado para que as diferenças entre os homens passassem a ser resolvidas no verbo e não no muque. Desde então, os conflitos deixaram de ser militares para serem políticos e a etiqueta e o decoro passaram a fazer parte da vida em sociedade”.

Senhor Presidente, senhoras e senhores deputados, “a presença do povo no Parlamento é vital para a Democracia e, no momento atual da vida brasileira, nós, como parlamentares, mais do que nunca, temos a responsabilidade de representar e defender os mais legítimos interesses de nossa comunidade. Precisamos solidificar, sempre, a consciência moral dos nossos deveres. Como parlamentares, para honrar nossos mandatos, precisamos exercer a liberdade de escolher, de ter opinião, de ter crença, pensamento próprio e, acima de tudo, de ter atitude, lealdade, firmeza de propósito e o principal: coerência.

Defendo e defenderei intransigentemente que esta Casa avance, melhore, aperfeiçoe cada vez mais e mais a sua atuação.

O Parlamentar não pode se preocupar apenas com suas necessidades pessoais, não pode ficar apenas no varejo das pequenas questões, afinal, nesta nossa Assembléia Legislativa, somos 42 deputados, cada um tem seu pensamento, sua visão de mundo. Mas cada um e todos nós, aqui, temos como missão primeira, defender a igualdade, a liberdade, a ordem, a justiça e a lei”.

Afonso Manoel, Alberto Franco, Antonio Bacelar, Antonio Pereira, Arnaldo Melo, Carlos Braide, Camilo Figueiredo, Carlos Filho, César Pires, Chico Gomes, Cleide Coutinho, Domingos Paz (logo, logo Mauro Jorge), Edvaldo Holanda, Eliziane Gama, Fátima Vieira, Fufuca Dantas, Graça Paz, Graciete Lisboa, Helena Heluy, Hélio Soares, João Batista, João Evangelista, Joaquim Nagib Haickel, José Lima, Jura Filho, Marcelo Tavares, Marcos Caldas, Maura Jorge, Max Barros, Nonato Aragão, Paulo Neto, Pavão Filho, Penaldon Jorge, Raimundo Cutrim, Ricardo Murad, Rigo Teles, Rubens Júnior, Soliney Silva, Stênio Resende, Tatá Milhomem, Valdinar Barros e Víctor Mendes.

Citados assim, em ordem alfabética, nos igualamos. O Parlamento iguala professores a médicos, a funcionários públicos, a advogados, a sindicalistas, a empresários, a jornalistas e a engenheiros. Iguala os Carlos aos Joãos, aos Raimundos, e a todos os outros. “Iguala governistas a oposicionistas. Iguala quem foi o mais votado a quem menos votos obteve”.

Meus caros colegas, do mais experiente ao com menos vivencia acumulada, “devemos aqui participar dos debates dos grandes temas locais e nacionais. Como Parlamentares, temos a missão de participar, criticando, sugerindo, fiscalizando, questionando decisões, apresentando projetos, porque mais do que qualquer outro Poder, o Legislativo deve estar permanentemente aberto à semeadura de idéias e de temas que possam contribuir para o engrandecimento de nosso Estado e para o bem-estar da nossa população”.

Não estarei sendo original, mas não tem importância. A nossa instituição é o parlamento, a nossa função é a parlamentar, então podemos afirmar que falar e ouvir, que conversar é a nossa função primeira. Devemos fazer isto despidos de vaidades e imbuídos do espírito de compreensão, respeito e cooperação mutua. Em muitos momentos, aqui serão travadas algumas batalhas. Que elas permaneçam no âmbito das idéias e das palavras. Aqui haverá um grupo que apoiará o Governo e outro que se oporá a ele. Aqui haverá 42 grupos unitários que apoiarão a si mesmos e nem sempre se oporão aos outros”.

Senhor presidente, ao senhor caberá uma difícil tarefa e por isso mesmo muito importante, que é a de não apenas dirigir os trabalhos desta Casa e administra-la, mas sobre tudo caberá ao senhor fazer com que avancemos em diversos setores, como por exemplo, no setor logístico com a urgente transferência da sede deste poder para suas novas instalações. No setor funcional com a elaboração de um plano de cargos carreiras e salários para os nossos abnegados colaboradores e funcionários. No setor institucional, com o salvamento e a compilação de nossa memória, resgatando os documentos do trabalho desta casa desde quando ela foi criada até os nossos dias. Digo isto apenas para citar três providencias que precisam ser tomadas com urgência, e tenho certeza que o serão.

Quero dedicar este parágrafo ao governador Jackson Lago. Quis Deus e o povo do Maranhão que o senhor dirigisse os destinos de nosso Estado pelos próximos quatro anos. O mesmo Deus e o mesmo povo nos colocou nesta Augusta Assembléia, com objetivos semelhantes, mas em outra esfera de poder.

Quero crer que terei a concordância de todos os meus pares em afirmar que o senhor pode contar conosco em todas as iniciativas de seu governo no sentido de alavancar o progresso, minorar as dificuldades e expandir as oportunidades de fazer com que a vida desta nossa brava gente se torne uma vida melhor.

Meus amigos… Se um pesquisador, daqui a alguns anos, for analisar os discursos feitos nesta Casa irá deparar-se com dois discursos bem parecidos. Um proferido em 17 de fevereiro de 2003 e este de hoje. Ambos redigidos e lidos pelo mesmo parlamentar, que não teve a intenção de se auto plagiar, mas sim a vontade deliberada de repetir algumas coisas que aqui foram ditas em um intervalo de quatro anos e que continuam na ordem do dia, não apenas na ordem do dia desta casa, mas principalmente na ordem do dia de nossas vidas.

A semelhança de hoje com quatro anos atrás não acaba no fato de ser o inicio de uma jornada, esta semelhança se aprofunda e se consolida no fato de buscarmos as mesmas coisas, já tão decantadas nesta minha fala.

Como já disse quatro anos atrás, “desejo que esta nova legislatura corresponda ao espírito de responsabilidade que nos domina e que se assegure o clima de confiança e solidariedade entre todos nós”.

Tenho certeza que é compromisso da direção desta Casa oferecer as condições indispensáveis para que possamos trabalhar em harmonia, em beneficio do povo do Maranhão.

E tenho absoluta certeza de que é este o intuito de cada um e de todos nós.

Muito obrigado.

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Meu amigo C. E.

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Incrível! Mas graças ao Deus todo poderoso de judeus, cristãos e mulçumanos, já havia comentado com alguns amigos que eu estava escrevendo uma crônica a respeito de um outro amigo, quando a revista Veja da semana passada me trás, sobre ele, uma matéria de sete paginas, merecendo até chamada na capa. Se não tivesse comentado antes alguém poderia pensar que eu estava usando de oportunismo temático tão comum no jornalismo. O amigo a quem me refiro é ninguém menos que Clint Eastwood.

A seguir você poderá ler o que eu já havia escrito sobre Clint antes que a critica de cinema Isabela Boscov o fizesse, privilegiadamente, diga-se de passagem, direto de Palm Springs.

Lá vai:

Só outro dia percebi que meu bom e velho amigo Clint Eastwood, tem a mesma idade da minha mãe. Pra mim ele tem sempre a idade dos personagens que encarna e pela telona do cinema parece que ele congelou com uns 50 anos. Não ache nada de estranho no fato de eu dizer que esse super astro de Hollywood é meu amigo, porque eu sou mesmo amigo dele.

Vi Clint pela primeira vez na década de 70, em 72 mais especificamente, quando fui apresentado a ele por meu tio Stênio Magalhães Barros. Eu tinha doze anos e Clint tinha quarenta e dois.

Os primeiros filmes dele que eu vi foram Por um punhado de dólares, Por um punhado de dólares a mais e Três homens em conflito, nos saudosos Cines Éden e Roxy.

Em 1955, quatro anos antes de eu nascer, Clint estreava no cinema num filme chamado Tarântula, que não vi e acho que devemos ver, para que só tenhamos boas lembranças dele.

Até 1963 Clint não fez nada que merecesse maior atenção. Mas em 64, 65 e 66 ele protagoniza a já citada trilogia western, dirigida por um dos grandes mestres do gênero, o italiano Sergio Leone.

Se vocês prestarem bem atenção na cronologia dos fatos, descobrirão que os filmes passavam por aqui com uma defasagem de quase uma década. Filmes produzidos no segundo quarto dos anos 60 nos chegaram por aqui apenas no inicio dos anos 70.

Com o passar dos anos me tornei um viciado em cinema e procurei aprender tudo que pudesse sobre esta magnífica arte que tão bem sintetiza todas as outras. A literatura, o teatro, a musica, a dança… Enquanto isso Clint deixou de ser apenas um mero ator e passou também a produzir e a dirigir filmes.

Dentre tantos outros e além dos filmes que já citei, Clint fez A marca da forca, Meu nome é Coogan e O desafio das águias na década de 60.

Nos anos 70 ele fez Perseguidor implacável, O estranho que nós amamos, Perversa paixão, O estranho sem nome, Magnum 44, Josey Wales, o fora-da-lei, Rota suicida, Doido para brigar e louco para amar, Alcatraz – Fuga impossível.

São dos anos 80, Bronco Billy, Raposa de fogo, Impacto fulminante, Cidade ardente, O cavaleiro solitário, O destemido senhor da guerra, Dirty Harry na lista negra, Bird, Coração de caçador e Rookie – Um profissional do perigo, onde contracena e “belisca” a nossa Sonia Braga.

Nos anos 90, sua fase de grande sucesso. São dessa época Os imperdoáveis, Na linha de fogo, Um mundo perfeito, As pontes de Madison e Poder absoluto.

Já no século XXI sua estrela continua subindo. Ele fez Crime verdadeiro, Cowboys do espaço, Dívida de sangue, Sobre meninos e lobos, Menina de ouro, A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima.

De todos estes só não vi ainda os dois últimos, mas os verei em breve.

Sua extensa e variada filmografia nos dificulta na escolha de seus melhores trabalhos, mas me arriscaria em dizer que, além do Cowboy selvagem e do policial violento, Clint concebeu, produziu, dirigiu e estrelou algumas obras primas, de rara beleza e de grande sensibilidade como Bird, Os imperdoáveis, As pontes de Madison, Sobre meninos e lobos e Menina de ouro.

Clint recebeu três indicações ao Oscar de Melhor Filme e de Melhor Diretor simultaneamente por Os Imperdoáveis, Sobre Meninos e Lobos e Menina de Ouro. Venceu nas duas categorias com o primeiro e o terceiro filme.

Em 1995 ele ganhou o Prêmio Irving Thalberg concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles pela sua contribuição à indústria cinematográfica.

Recebeu seis indicações ao Globo de Ouro de Melhor Diretor, por Bird, Os Imperdoáveis, Menina de Ouro, Sobre Meninos e Lobos, A Conquista da Honra e Cartas de Iwo Jima, mas só ganhou com os três primeiros.

Ganhou o Prêmio Cecil B. DeMille em 1988, concedido pela Associação de Jornalistas Estrangeiros de Hollywood.

Ganhou um César honorário pelo conjunto de sua obra em 1998.

Ganhou um Leão de Ouro em homenagem à carreira em 2000, no Festival de Veneza.

Em 1986, foi eleito prefeito da cidade de Carmel, época em que estive por lá.

Quando vi que na lista dos indicados ao Globo de Ouro deste ano constavam os dois filmes de Clint, filmes que retratam duas visões antagônicas de uma mesma batalha da segunda grande guerra, A Conquista da Honra, concebido pelo ponto de vista americano e Cartas de Iwo Jima com o olhar japonês, achei este era o seu maior momento e que deveria fazer-lhe uma homenagem na forma desta crônica. Uma singela crônica sobre um amigo com quem dividi tantos bons pares de horas nesses últimos 35 anos.

Alguns de vocês devem estar se perguntando como é que eu posso ser amigo deste cara desde que eu era um garoto! E devem estar imaginando como meu tio Stênio, na década de 70 me apresentou a este super star do cinema mundial. Olha, é muito simples, muito mais simples que se possa imaginar. Stênio apenas me levou ao cinema. O resto foi comigo.

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CARRARA

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Quando se tira
mais do que se põe
o poema vira escultura.

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Ontem, meu amigo particular e também jornalista político do Jornal O Estado do Maranhão, Marco D’Eça, me enviou por e-mail seis perguntas para uma rápida entrevista sobre a eleição da mesa diretora da Assembléia Legislativa do Maranhão. Respondi as perguntas como achei que deveria, com exatidão e clareza. Imagino que por motivo de espaço físico a entrevista não pode ser publicada na integra e teve que ser editada em alguns trechos.

Publico aqui, apenas para que não fique qualquer duvida sobre minhas palavras, a integra da tal entrevista concedida por mim e logo abaixo aquela que foi publicada.

O Estado – O senhor foi o primeiro oposicionista a declarar apoio ao atual presidente da Assembléia. Por quê?
Joaquim Haickel
– Analisando o quadro depois da eleição, deduzi que era o deputado Evangelista quem reunia as melhores condições para comandar o processo de valorização do parlamento. Eu sempre deixei bem claro a ele e a todos que eu seria sempre a favor do que fosse melhor para a Assembléia e não para uma determinada pessoa, no caso ele. Voto em Evangelista, trabalhei por sua candidatura e por sua eleição justamente por ter dele as garantias de independência, respeito e liberdade que o parlamento tanto precisa.

O Estado – Mas em 2005 o senhor ficou contra o mesmo deputado João Evangelista, tendo apoiado o Deputado Mauro Bezerra. Nestes dois anos mudou o Evangelista ou mudou o senhor?
Haickel
– Obviamente mudamos todos. Naquela época, Evangelista representava a pressão indevida do governador na eleição interna da Assembléia. Não fui contra o Evangelista, fui contra a intromissão no processo eletivo da Casa. Entendi, naquele momento, que a Assembléia deveria dizer não ao que o governo estava fazendo. Por isso me posicionei contra o Evangelista.

O Estado – E hoje, não está havendo a mesma coisa por parte do governo, em favor do presidente?
Haickel
– Claro que não. O governo torce por Evangelista, mas não faz pressão indevida. Não me oponho ao governo ter um candidato. Sou contra a pressão indevida…

O Estado –E o que seria essa pressão indevida?
Haickel
– Justamente aquilo que Zé Reinaldo fez; “Coação quase Irresistível”. Barganhar com a administração pública, trocar cargos no governo por votos, abrir as portas do governo para garantir a eleição de um candidato. Isso é inaceitável, e ficarei contra qualquer candidato que se submeta a essa postura de um governo.

O Estado – Os deputados eleitos pela oposição somam 18 votos. 12 estão com Evangelista e 6 optaram por Arnaldo Melo. Com este patamar de votos não seria mais coerente ter um candidato próprio, esperando as defecções entre os governistas para, quem sabe, até ganhar a eleição?
Haickel
– Poderíamos estar os 18 apoiando o mesmo candidato. Numa eleição interna do nosso grupo, 12 é um numero duas vezes maior que 6. Era só estes 6 terem aceitado a decisão da maioria mais que absoluta do grupo.

Mas se nós fizéssemos isto que você diz, lançássemos um candidato, aí sim, o governo iria fazer pressão para eleger o seu candidato e não haveria como conseguir outros quatro deputados porque todos os deputados ligados ao governo já haviam dito que o presidente teria que ser do grupo deles. Então escolhemos alguém a quem pudéssemos apoiar e em troca desse apoio nos garantisse a independência, o respeito e a liberdade para podermos bem fazer o nosso trabalho.

O Estado – Neste caso, o senhor está dizendo que Jackson Lago só não fez pressão indevida por Evangelista porque não precisou…
Haickel
– Acredito que sim! Não precisou porque nós o apoiamos desde o primeiro momento demonstrando que no que disser respeito a matérias internas do Poder Legislativo, alem de não aceitarmos intromissão de outros poderes, não deve ter de nossa parte, esse partidarismo todo que alguns incautos tanto apregoam. Agindo assim, apoiando João, nós nos fizemos necessários, indispensáveis mesmo além de participantes ativos e legítimos do processo eleitoral da Casa.

ABRINDO O JOGO

“Com João, nos fizemos necessários”

O deputado Joaquim Haickel (PMDB) tem convicção de que o atual presidente da Assembléia, João Evangelista (PSDB), é o melhor nome para a Casa. “Ele dá as garantias de independência e liberdade que a Assembléia precisa”, afirma. Nesta entrevista a O Estado, Haickel justifica sua posição e faz considerações sobre a divisão da oposição no processo. Abaixo, os principais pontos da entrevista:

O Estado – O senhor foi o primeiro oposicionista a declarar apoio ao atual presidente da Assembléia. Por quê?
Joaquim Haickel – O deputado Evangelista é quem reúne as melhores condições para comandar o processo de valorização do parlamento. Eu sempre deixei bem claro a ele e a todos que seria sempre a favor do que fosse melhor para a Assembléia e não para uma determinada pessoa. Voto em Evangelista, trabalhei por sua candidatura justamente por ter dele as garantias de independência, respeito e liberdade de que o parlamento tanto precisa.

O Estado – Mas em 2005 o senhor ficou contra o mesmo deputado João Evangelista, votando em Mauro Bezerra. Nestes dois anos, mudou o Evangelista ou mudou o senhor?
Haickel – Obviamente, mudamos todos. Naquela época, Evangelista representava a pressão indevida do governador na eleição interna da Assembléia. Não fui contra o Evangelista. Fui contra a intromissão no processo eletivo da Casa. Entendi, naquele momento, que a Assembléia deveria dizer não ao que o governo estava fazendo. Por isso me posicionei contra o Evangelista.

O Estado – E o que seria essa pressão indevida?
Haickel
– Justamente aquilo que Zé Reinaldo fez: “Coação quase Irresistível”. Barganhar com a administração pública, trocar cargos no governo por votos, abrir as portas do governo para garantir a eleição de um candidato. Isso é inaceitável, e ficarei contra qualquer candidato que se submeta a essa postura de um governo.

O Estado – Dos deputados eleitos pela oposição,12 estão com Evangelista e 6 optaram por Arnaldo Melo. Com este patamar de votos, não seria mais coerente ter um candidato próprio, esperando as defecções entre os governistas para, quem sabe, até ganhar a eleição?
Haickel
– Poderíamos estar os 18 apoiando o mesmo candidato. Numa eleição interna do nosso grupo, 12 é um numero duas vezes maior que 6. Mas se lançássemos um candidato, aí sim o governo iria fazer pressão
para eleger o seu candidato. Então, escolhemos alguém a quem pudéssemos apoiar e
em troca desse apoio nos garantisse a independência, o respeito e a liberdade para podermos bem fazer o nosso trabalho.

O Estado – Neste caso, Jackson Lago só não fez pressão indevida porque não precisou…
Haickel
– Acredito que sim! Não precisou porque nós o apoiamos desde o primeiro momento demonstrando que no que disser respeito a matérias internas do Poder Legislativo, alem de não aceitarmos intromissão de outros poderes, não deve ter de nossa parte, esse partidarismo todo que alguns incautos tanto apregoam. Apoiando João, nós nos fizemos necessários, indispensáveis mesmo. (M.A.D.)

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Eleição na ALMA*

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*

Na manhã da próxima quinta-feira, dia primeiro de fevereiro a Assembléia Legislativa do Maranhão irá se reunir para dar inicio solene a décima sexta legislatura do parlamento maranhense.

Depois, pela tarde, os deputados eleitos em primeiro de outubro de 2006 começam seu trabalho como representantes o povo maranhense, responsabilidade que terão pelos próximos quatro anos, com a obrigação inicial de escolher a mesa diretora para o biênio 2007/2008.

Elegeremos um presidente, quatro vice-presidentes e quatro secretários que não poderão se reeleger para qualquer cargo diretivo da casa no biênio seguinte, dentro da mesma legislatura.

Nosso primeiro desafio político, no entanto, será fazer com que esta eleição da mesa diretora não prejudique a harmonia nem afete a convivência dentro do nosso ambiente de trabalho, sob pena de prejuízo irreparável para os procedimentos legislativos assim como para os maiores interesses do povo maranhense que nos outorgou esta honrosa procuração de bem representá-lo.

No período que se encerra – e eu fico muito honrado de ter sido um dos artífices deste feito – fomos responsáveis pelo fim de uma prática que transformou nosso parlamento estadual, por quase dez anos, num mero apêndice do poder executivo, através do artifício da reeleição dos membros da mesa diretora dentro de uma mesma legislatura.

Hoje a constituição estadual e nosso regimento interno estão de acordo com a constituição federal e com os regimentos internos das duas casas do Congresso Nacional também no que se refere à nossa eleição interna.

As eleições para a mesa diretora da ALMA sempre foram difíceis e delicadas, pois é de difícil compreensão até mesmo para alguns parlamentares o entendimento do cenário tridimensional que se instala naquela instituição de dois em dois anos, em época de eleição.

Acontece que não há um alinhamento automático das bancadas em relação ao apoio de candidatos a membro da mesa, principalmente à presidência. Exemplo maior disso foi o da ultima eleição, quando o candidato do PDT, Mauro Bezerra não contou com o apoio de dois de seus colegas de bancada, votos que lhe garantiria a vitória no pleito. No entanto Mauro teve irrestrito apoio de toda a bancada do PFL, PMDB, PTB, partidos tradicionalmente rivais do PDT, a quem Mauro e seus companheiros sempre fizeram severa oposição.

Desta vez coisa parecida está ocorrendo. De um lado, o grupo ligado ao governador Jackson Lago, que lançou duas chapas, está dividido apenas nesta disputa interna pelo controle da mesa da Assembléia, e de outro lado, os deputados ligados ao grupo Sarney, também dividido só no que diz respeito a esta disputa, mas que deverá completar a eleição de um dos dois postulantes ao comando de nosso legislativo.

Digo tudo isso apenas para apresentar-lhes ao atual cenário político-eleitoral da Assembléia Legislativa do Maranhão.

De um lado se encontra um grupo de deputados que apóiam a eleição de João Evangelista, de outro os que advogam a candidatura de Arnaldo Melo para a presidência da ALMA. A seu favor os candidatos têm uma vasta experiência adquirida em diversos mandatos, além do respeito e da simpatia de seus colegas. Contra nenhum dos dois candidatos, pelo menos que eu saiba, pesa algo de desairoso. São parlamentares competentes, homens corretos e amigos leais. O que vai acontecer é a simples escolha entre um ou outro nome, entre uma ou outra chapa, mesmo porque os dois pertencem atualmente ao mesmo partido político e ao mesmo grupo eleitoral, que hora empresta sustentação ao atual governo.

A última eleição que tivemos na ALMA foi bastante desagregadora e isso é uma coisa muito prejudicial, não só no âmbito interno da instituição, mas principalmente no que diz respeito ao nosso relacionamento com os demais poderes e com a sociedade.

No tocante aos grupos políticos que compõem o cenário maranhense, tudo indica que não haverá pressões nem coações sobre os parlamentares ligados a este ou aquele grupo, mesmo porque, como já disse os dois contendores são ligados ao governador do estado.

No meu entendimento o governante, seja ele quem for, até pode ter um candidato de sua preferência, mas ele deve saber se portar nesta disputa como um magistrado e não deve fazer pressão indevida a favor ou contra nenhum, sob pena de macular o pleito. O mesmo se espera que façam os comandantes da oposição, sob pena não de macular o pleito, mas de desagregar e enfraquecer sua base de apoio.

* ALMA é Assembléia Legislativa do Maranhão.

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POEMA COXO

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O poema saltou na mente
e perdeu-se dentro do carro.
No console?
No painel?
Sentado no banco ao lado?
Talvez no rádio ou no cinzeiro.
Bateu no volante
caiu no pedal do freio…
Um trans/lúcido
transeunte
trans/pirando
Freei
Ei, frei!
Desci.
O poema pisado
saiu correndo.
Mancando.

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