Morre Alberto Granado

Daniella Thomas, Alberto Granado e Joaquim Haickel

Acabei de saber da morte de Alberto Granado, ontem em Havana.

Fui apresentado a ele pela diretora Daniela Thomas quando do reencontro dos dois no Festival de Internacional de Cinema de Havana, em 2008.

Daniela trabalhou com Walter Salles, no filme “Diários de Motocicleta”, época em que conheceu Alberto Granado, companheiro de Ernesto Guevara na aventura de atravessar a América Andina em motocicleta.

A conversa que tive com ele foi fascinante. Era como se ele fosse uma espécie de avô contador de historias. Não foram mais de trinta minutos, mas pareceu que foram horas de conversa. Depois fomos todos, como grandes amantes de cinema e de futebol, assistir o novo filme de Walter e Daniela, “Linha de Passe”.

Ao lado, foto de meu encontro com ele e Daniella, em que fiz questão de sentar um degrau abaixo do seu, como forma de reverência.

Abaixo, matéria sobre seu falecimento.

Alberto Granado, amigo e companheiro de Ernesto Che Guevara em sua viagem de motocicleta pela América do Sul, morreu neste sábado em Havana aos 88 anos. Nascido em 8 de agosto de 1922 em Córdoba (Argentina) e estabelecido em Cuba desde 1961, morreu de causas naturais, relatou o filho Alberto Granado.

A televisão estatal cubana definiu neste sábado Granado como um “fiel amigo de Cuba” e detalhou que, segundo sua vontade, será cremado neste sábado em Havana e suas cinzas serão espalhadas por Cuba, Argentina e Venezuela. Amigo de infância de Che Guevara, foi seu acompanhante na viagem que realizaram de motocicleta em 1952 pela América do Sul, um percurso que despertou a consciência política do guerrilheiro argentino. Sobre “La Poderosa”, o moto de Granado, os dois percorreram juntos boa parte do Cone Sul até que, nove meses depois, se separaram na Venezuela.


Granado acompanhou Che na La Poderosa pela AL

A viagem foi levada ao cinema em 2004 pelo filme “Diários de Motocicleta”, dirigido por Walter Salles e protagonizado pelo mexicano Gael García Bernal, no papel de Che, e pelo argentino Rodrigo de la Serna, como Alberto Granado. Após essa viagem, Granado retornou à Argentina para trabalhar como bioquímico, mas, após o triunfo da revolução cubana, Che o convidou para ir a Havana e, um ano depois, decidiu ficar na ilha com sua esposa e seus filhos. Em 2008, Alberto Granado viajou à Argentina para participar das comemorações do 80º aniversário de nascimento de Che Guevara na cidade de Rosário.

Sua última viagem ao exterior foi ao Equador há alguns meses, segundo seu filho, que destacou que Granado foi um “grande revolucionário” e um homem que amava muito a vida.

2 comentários em “Morre Alberto Granado”

  1. Oi querido, na vinda para o serviço hoje pela manhã comentei o fato (que li em seu post ontem) com meu esposo que disse assim:
    Como você ainda encontra tempo e cabeça em meio a tantos problemas para não só ler como ainda se interessar e gravar tantas informações? Ao que eu prontamente respondi”… Perder la ternura, jamais ” kkkkkkkkkkkkk ótima sua homenagem, louvável sua postura e grandioso o seu interesse por divulgar notícias desse tipo, afinal só o que ficam das pessoas são as recordações e você colaborou para que ele permaneça vivo na lembrança das pessoas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

Busca

E-mail

No Twitter

Posts recentes

Comentários

Arquivos

Arquivos

Categorias

Mais Blogs

Rolar para cima