Num desses domingos ensolarados, depois que parou de chover em São Luís, coisa que este ano foi muito frequente, eu e meu irmão Nagib, acompanhados de nossas mulheres, resolvemos levar nossa mãe para mais um passeio pela cidade que ela tanto ama.
O local escolhido para nosso passeio dominical foi a feirinha que a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento, Semapa, comandada pelo secretário e também vereador Ivaldo Rodrigues, tem realizado desde junho na Praça Benedito Leite.
Ao chegarmos lá, Dona Clarice, com os olhinhos brilhando, disse a frase que ela mais costuma proferir em nossos passeios pela cidade: “Minha cidade é linda!”
Passeamos pela praça cheia de barraquinhas que vendiam produtos produzidos de forma sustentável por pequenos agricultores familiares, por artesãos, quituteiras, gastrônomos e até por algumas dedicadas à venda de livros como é o caso do stand da Academia Maranhense de Letras. Há também na feira uma bandinha cativa e a apresentação de grupos musicais e de cultura popular no palco armado na praça.
Ao percorrermos as alamedas da praça, mamãe ia comentando fatos de sua vida, entre eles nos disse que passava por ali todos os dias, para ir trabalhar na prefeitura. Comentou que muitas vezes, ao sair do trabalho, parava na sorveteria do Hotel Central e saboreava aquele famoso e delicioso sorvete de ameixa, que nós ainda meninos chegamos a experimentar.
Andando pela feirinha encontramos muitas pessoas conhecidas, entre elas, senhores e senhoras, que regulavam a idade de mamãe e que também estavam sendo trazidos por seus familiares para resgatar um pouquinho de suas lembranças, não que ali houvesse antes uma feirinha, mas por ser aquela praça, cenário de dias felizes de suas vidas.
Paramos em uma tenda comunitária, sentamos em torno de uma mesa e providenciamos um delicioso café, com direito a bolos, tapiocas, café e até caldo de cana, para ela se lembrar do seu tempo de menina, quando ia passar férias em São José de Ribamar.
Quando já íamos saindo, avistei Ivaldo Rodrigues que comandava um grupo de pessoas responsáveis pela limpeza da praça e fui até lá agradecer pela iniciativa, uma coisa muito simples e barata, mas que consegue movimentar a cidade.
Ivaldo me disse que participam do evento 11 polos agrícolas que comercializam produtos a preços competitivos e que estão distribuídos em 30 barracas, além de outras 25 barracas destinadas à venda de artesanato, 15 barracas para alimentação, e 11 food trucks, que estacionam na via lateral à praça.
Ele comentou todo empolgado sobre um dos pontos altos da gastronomia que é a Barraca do Chef, com a proposta de trazer a cada domingo um convidado diferente para apresentar um cardápio com a marca do profissional. Nomes de peso da culinária maranhense já passaram pelo espaço, como Célia Rossetti, Melquíades Dantas, Luciano Rosa, Cila Brandão, Ana Lula, Danilo Dias, Thiago Ogro, Felipe Marques, Giuseppe Rocha, Paulo Coimbra, e Murylo Luna. No final me convidou para participar. Eu fiz que não entendi o convite, pois estou numa fase de gostar mais de comer do que de cozinhar…
Antes de voltarmos para casa naquele domingo, levamos mamãe para visitar o Museu de Arte Sacra, instalado no Palácio Episcopal da Diocese. Lá, fomos recebidos por uma simpática guia, a Kátia, aluna do curso de Turismo da Facam, que nos mostrou o acervo do museu e nos contou algumas histórias sobre as peças em exibição.
Depois voltamos para casa e no trajeto fomos conversando sobre fatos da vida de nossa família, coisa que muito nos apraz, principalmente ao ouvir nossa mãe dizer seu bordão favorito: “Nasci pra ser feliz!”