A hora e a vez.

Vai procurar…
Feito fantasma vou aparecer…
E o fiapo de alma que levo comigo
assombrará mais
que o espectro que imaginavam
dono de mim.
E nunca foi.

Vai procurar sim…
Como zumbi aparecerei…
Morto vivo,
olhos fixos,
carregando um enorme vazio dentro do peito
estraçalhado por uma saudade estranha.
Saudade daquilo que nunca tive.

Vai procurar,
fantasma ou zumbi,
e vai achar.
Ruim,
vai ser quando
procurar por si mesmo
e descobrir
que tu é quem arrasta correntes,
noite após noite,
no sótão de uma vida
escura
triste
e sozinha.
Que não consegues sequer
refletir um simples brilho de luz
num misero espelho
com o qual passou toda a vida
flertando.

4 comentários em “A hora e a vez.”

  1. Estava viajando, fui passar o carnaval em Salvador. Cheguei hoje cedo e já vim ver o que você havia postado hoje e deparei com este poema, que, diga-se de passagem, é dos poucos seus que não acho que esteja a altura de sua capacidade.
    Não vai mais escrever? Estou esperando.

  2. Joaquim Nagib Haickel

    Ana, eu também estava viajando, mas ao contrario de você, ao invés de ir pra perto do carnaval, fui para bem longe. Estou chegando e logo, logo vou retomar a publicação normal deste blog.

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Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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