Manuel José de Santana, coronel da Guarda Nacional, que no começo da década de 50 foi prefeito da pequenina Nova Iorque, cidade do sertão maranhense, não poderia imaginar que 60 anos depois, no começo da segunda década do século XXI, uma bisneta sua, com apenas 33 anos de idade, sem muita prática na lide política formal, viria a ocupar a mais importante Secretaria do Estado do Maranhão, a Chefia do Gabinete Civil, onde acredito deterá por muito tempo o título de primeira mulher e mais jovem ocupante desse cargo.
Tendo sido um grande empreendedor, comerciante e pecuarista no Maranhão, no Piauí e no Pará, o coronel Santana casou sua filha Maria de Jesus Santana Neiva com seu sobrinho, primo dela, Euvaldo Neiva, dando sequência à historia daquela que seria uma das mais influentes e poderosas famílias da política do nosso Estado.
Euvaldo Neiva, sobrinho e genro do coronel Santana, também foi prefeito de Nova Iorque e deputado estadual por dois mandatos.
Prefeita em duas oportunidades, Maria de Jesus Santana Neiva era uma mulher de fibra e à frente de seu tempo. Audaciosa, de gênio forte e personalidade marcante, exercia a administração das fazendas e dos empregados na ausência do marido. Enfrentava os desafetos e seus capangas com dedo em riste.
Meu pai, que gostava de me contar histórias, uma vez me disse que a mulher de seu amigo, deputado Euvaldo Neiva, certa noite, estava em sua casa, sozinha, com os filhos pequenos quando ouviu o som compassado de coturnos na varanda e desafiou quem se esgueirava a entrar em sua casa, que seria “bem recebido”, como mandava o costume da época.
Não vou me concentrar em traçar a árvore genealógica dos Santana Neiva, mas devo lembrar aos esquecidos e dizer aos não sabidos que esta família é prima-irmã de outra família cujos sobrenomes se invertem, os Neiva de Santana.
Dona Maria de Jesus era irmã de Pedro Neiva de Santana, médico conceituado e político respeitado, que foi prefeito de São Luís e governador do Maranhão.
Curiosamente, Pedro Neiva viria a ocupar a mesma função de seu sogro, Jaime Tavares, função esta que seria preenchida anos mais tarde por Haroldo Tavares, cunhado de Pedro e filho de Jaime. Apenas para registrar, os três foram grandes prefeitos de São Luís, sendo que Haroldo, em minha opinião, foi o maior e melhor prefeito que já administrou nossa capital.
Os Santana Neiva tiveram uma filha, Ana Maria que anos mais tarde viria a se casar com Garridinho, filho de um fantástico casal, pessoas de referência humanista única em nossa terra: Gentil Costa e Nóris Garrido. Sobre dona Nóris um artigo seria pouco, esta mulher fascinante merece um filme, que recentemente tentei fazer, mas ainda não consegui.
Digo tudo isso para fazer uma ligação desses fatos com o meu assunto de hoje: renovação.
Falo de Anna Graziella Santana Neiva Costa, bisneta do coronel Santana, neta de Euvaldo e Jesus, sobrinha neta de Pedro, prima de Jaime Santana, filha de Ana e Garrido e minha amiga.
Conheci Anna ainda bebê, quando, por motivos sentimentais frequentava a casa de Haroldo Tavares. Mais tarde a encontraria em minha própria casa, quando estreitou amizade com minha filha Ananda.
Recentemente conversando com ela, descobri que se achava um patinho feio e que somente sua avó, Jesus, via nela uma beleza que transcendia os traços físicos. Tola. Com o tempo ela deve ter feito disso uma arma para se superar e superar outras pessoas.
Imagino que desde criança ela tenha sido líder de classe, capitão do time de vôlei. Devia ser ávida por desafios, até que foi seduzida pela justiça e acabou seguindo a carreira jurídica.
Formada em direito em 2004, fez pós-graduação em Direito Constitucional. Engajou-se na política da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Maranhão, onde foi secretária da comissão de jovens advogados. Depois, foi eleita a conselheira estadual mais nova da história da OAB maranhense até aqui e se viu participando da política institucional. Participava da articulação do grupo mais expressivo da OAB naquele tempo.
Avançou. Dedicada e estudiosa, fez MBA em Direito Tributário na FGV. Foi indicada para a Presidência da Fundação da Memória Republicana Brasileira e, agora é também Secretária Chefe da Casa Civil do Governo do Maranhão.
Contei-lhe toda essa historia para responder, através de você que me lê agora, a pergunta que me fizeram recentemente algumas pessoas, entre elas alguns políticos da situação e da oposição, além de alguns jornalistas: “Vem cá Joaquim, quem é e de onde saiu essa tal de Anna Graziella?”.
Agora vocês já sabem quem é e de onde ela saiu. O que vocês não sabem, é que ela é uma pessoa extremamente competente, dedicada e desprendida. Atua com precisão e agilidade, jamais esquecendo a correção e a legalidade. Tudo bem que ela é jovem e não tem muita experiência no dia a dia da política, mas com inteligência e sagacidade, já demonstrou nos primeiros dias à frente da Casa Civil do Governo, que se coloca entre os bons que por lá passaram recentemente.
Ah! Assim como eu, Anna Graziella, pertence geneticamente menos a essa famigerada “oligarquia” que muita gente que hoje joga pedra nela.
O que nós precisávamos mesmo era dar oportunidade a pessoas como Anna Graziella e como Ananda, quem muito me orgulha com seu trabalho como advogada e conselheira da OAB. A mesma oportunidade que já foi dada a alguns jovens e aguerridos vereadores como Fábio Câmara, Pedro Lucas e Honorato. Deputados como Roberto Costa, Rogério Cafeteira, Eduardo Braid, Alexandre Almeida, Edilázio Junior, Vitor Mendes, nomes que representam uma renovação verdadeira, que representam uma significativa melhoria não apenas do ponto de vista quantitativo nos quadros políticos de nosso Estado, mas também qualitativamente falando.
Caro amigo Joaquim você cometeu um lapso não citando o meu pai José Franklin da Serra Costa genro também do Coronel Manoel Santana também Deputado pela velha UDN,constituinte de 1946,autor do projeto de criação do Município de São Raimundo das Mangabeiras era serventuário de justiça Titular do Cartório dos Feitos da Fazenda Federal até a criação da Justiça Federal do nosso Estado podendo comprovar com 3 grandes juristas da nossa capital ,Kleber Moreira, Alberto Tavares Vieira da Silva e Pedro Leonel Pinto de Carvalho,faleceu em 1973 como Ministro do Tribunal de Contas do Estado nesta época chamava-se Ministro não Conselheiro poderá ser comprovado com os Ministros aposentados José Evandro Barros ,Evandro Sarney e Nivaldo Guimarães Macieira um forte abraço do amigo Sergio.
Joaquim,
Escrevo para te parabenizar pela belíssima descrição.Você não só traçou o perfil de uma pessoa, você buscou origens,trouxe raízes e adjetivou coerentemente.
Muitas pessoas tem me sondado para engajar-me na carreira política e realmente tenho pensado bastante e levarei comigo(caso eu aceite) esse pensamento”Renovação verdadeira,sim.Mudança falsa,nao”.
grande abraço