Para responder a um amigo

Um querido amigo meu, me perguntou se eu acredito que Bolsonaro é um perseguido político e resolvi respondê-lo com o texto que passo a desenvolver aqui.

Sou obrigado a reconhecer que realmente Bolsonaro sofre perseguição política, mas também sou obrigado a dizer que ele só se encontra nessa situação porque ela foi criada e causada por ele, pela grande quantidade de loucuras, boçalidades e idiotices que ele disse, e alguns crimes que ele cometeu e outros que ele pode ter cometido.

Se ele não tivesse agido da forma que agiu ele não estaria sendo molestado pela justiça, de nenhuma forma, mas como ele deu chance para que a justiça aja contra ele, ela se aproveita disso para exacerbar e exorbitar em desfavor dele, uma vez que tudo que ele fez foi sempre igualmente exacerbante e exorbitante.

Em meu ponto de vista, Bolsonaro é o maior responsável por todas as coisas que estão acontecendo com ele e em muitos aspectos com o Brasil e consequentemente conosco. Tudo! O que acontece de maneira correta e justa e o que acontece de forma errada e injusta.

Vou tentar exemplificar o que penso sobre a atuação deste sujeito que reputo ser um idiota boçal, sem nenhuma capacidade para exercer um cargo no poder executivo, mesmo que muitos prefiram a ele que a outro tipo de personagem, tão ou mais desqualificado que ele.

Vejam bem:

Se você é um liberal de direita, acredita na livre iniciativa, no livre comércio, na economia de mercado, se você defende os  valores da família, da religião e o direito à propriedade, é justo e correto que você defenda seus valores, e até que você deprecie os valores que são antagônicos aos seus, que critique aqueles que defendem ideias diferentes das suas, mas é indispensável que você respeite as pessoas. O nome disso é civilidade.

Se você pensa e comprova que a imprensa tem má vontade para com você e aqueles que o apoiam, você indica isso, critica a imprensa, demonstra isso, coleta provas e as expõe, mas não a insulta e desacata, pois isso só vai gerar mais animosidade de um grupo poderoso que já não simpatiza e não gosta de você. Agir assim, chama-se burrice.

Se você não acredita que a vacinação seja o caminho mais eficaz para conter uma pandemia, se sua religião impede que você tome vacina, ou simplesmente ´você não queira tomar vacina, você não toma, mas você não se manifesta contra ela. Você obedece às indicações de restrição, ainda mais sendo você um agente público, responsável pelo bem-estar da população, ainda mais se você for o presidente da república. Você não ironiza ou faz troça com a imortalidade causada pela pandemia. Fazer isso, além de falta de bom senso é suicídio midiático.

Se você for presidente da república e desejar nomear alguém e o poder judiciário disser que você não pode fazer isso, mas os advogados que você consultar garantirem que você pode, desobedeça ao judiciário, siga o que diz seus advogados e o bom senso, não seja frouxo e covarde, pois se fizer isso uma vez, terá que fazer todas. O nome disso é bravura, luta pelo que é certo.

Sendo você presidente da república, é obrigado a agir com o mínimo de lógica e coerência, sendo assim, se você acreditar que o sistema de votação de seu país é fraudulento, você vai estar colocando em dúvida a lisura de sua própria eleição. Se mesmo assim você quiser bater neste ponto, busque formas viáveis de resolver tal problema e não se fixe em fanfarrices. Nem sei como qualificar isso!

Se você, pelo menos em tese, é a pessoa mais poderosa do país, é o presidente da república, e consegue perder a reeleição por pequena margem de votos, antes de culpar outros agentes, antes de culpar quem lhe perseguiu, culpe a si mesmo. E mais, se você chegar a cogitar dar um golpe de estado por ter perdido a eleição, saiba que estará se arriscando a ser ainda mais perseguido, que quando sofreu perseguições eleitorais. Saiba que seus perseguidores irão utilizar contra você argumentos contra os quais quase ninguém poderá se opor, e que só haverá quem se oponha a esses argumentos quem acreditar que a justiça possa estar sendo feita da forma incorreta, desrespeitando a nossa Constituição, o sistema democrático de direito e o devido processo legal. Saiba que estes, os de bom senso, são e sempre serão poucos, e que você estará totalmente entregue ao resultado de suas ações.

Se você tem o poder na mão, que foi lhe dado por pessoas que visível e claramente estavam cansadas de serem enganadas por uma corja de pessoas hipócritas, mentirosas e corruptas e você joga todo esse trunfo fora, para brigar por coisas e posições menores, você é um idiota que merece realmente perder o poder.

Quem não merece tudo isso são aqueles que descartaram os governantes anteriores, na esperança de que alguém, infelizmente no caso, você, pudesse ser melhor, é o esperançoso povo, maior vítima de tudo isso.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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