“Papa mortuus est.”

Com o falecimento de Jorge Mário Bergoglio, o Papa Francisco, ocorrido hoje, dia 21 de abril de 2025, aumenta a intensa especulação sobre quem será o próximo pontífice da Igreja Católica. Diversos cardeais são considerados “papáveis”, cada um com suas características próprias e distintas, o que pode influenciar de forma favorável ou desfavorável a decisão do conclave.​

Para quem não sabe, conclave é como se chama o evento que marca a eleição de um Papa, como se viu recentemente em um filme que serve bem para esclarecer muito do que ocorre nos bastidores da eleição do mandatário dessa que é uma das mais antigas instituições do mundo.

Os principais candidatos à sucessão de Francisco, em ordem alfabética, sem nenhuma conotação de primazia política ou eleitoral, são:

Jean-Claude Hollerich (Luxemburgo, 66 anos)
Arcebispo de Luxemburgo e presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia, Hollerich é visto como um moderado com forte presença política europeia. ​

Luis Antonio Tagle (Filipinas, 67 anos)
Ex-arcebispo de Manila e atual prefeito do Dicastério para a Evangelização, Tagle é carismático e representa a crescente influência da Ásia na Igreja. Sua eleição marcaria a escolha do primeiro papa asiático.

Matteo Zuppi (Itália, 69 anos)
Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é reconhecido por seu trabalho em questões sociais e mediação de conflitos, como a guerra na Ucrânia. Sua abordagem pastoral e progressista o torna um forte candidato. ​

Peter Turkson (Gana, 76 anos)
Conhecido por seu trabalho em justiça social e desenvolvimento humano, Turkson seria o primeiro papa africano em mais de mil anos. No entanto, sua idade pode ser um fator limitante. ​

Pierbattista Pizzaballa (Itália, 59 anos)
Patriarca Latino de Jerusalém, Pizzaballa possui experiência significativa em diálogo inter-religioso, especialmente no Oriente Médio. Sua eleição poderia reforçar a presença da Igreja em regiões de conflito. ​

Pietro Parolin (Itália, 70 anos)
Atual Secretário de Estado do Vaticano, Parolin é conhecido por sua vasta experiência diplomática e proximidade com Francisco. É visto como um moderado capaz de manter a continuidade das reformas iniciadas pelo papa anterior. 

Robert Sarah (Guiné, 79 anos)
Ex-prefeito da Congregação para o Culto Divino, Sarah é uma figura conservadora respeitada. Sua eleição agradaria setores tradicionais da Igreja, embora sua idade também seja um obstáculo.

A escolha do próximo papa dependerá de diversos fatores, incluindo a direção que os cardeais desejam para a Igreja: continuidade das reformas de Francisco, retorno a uma abordagem mais conservadora ou uma nova perspectiva vinda de regiões em crescimento no catolicismo, como África e Ásia. A diversidade de candidatos reflete a universalidade da Igreja e os desafios contemporâneos que ela enfrenta.

O fato de não haver nesta disputa representantes da região onde mais se concentra a população adepta da religião católica, a América Latina, é um sintoma curioso nesta eleição.

Poder não é para quem tem, poder é para quem sabe

Meu eu pai, o deputado Nagib Haickel, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, costumava repetir corriqueiramente, a frase título deste texto e ela  sempre me pareceu expressar uma verdade extraordinariamente poderosa.

Sempre que meu pai discursava para seus eleitores da região do Vale do Pindaré, ou mesmo em outros lugares, principalmente pelo interior do Maranhão, ele repetia essa frase, e ele a dizia para justificar que mesmo tendo ele pouco poder de decisão e pouca influência política, ainda assim fazia com que as melhorias e o progresso chegassem até às regiões que ele  representava e ao povo que o apoiava, pois o conhecimento que ele tinha dos problemas que aquelas pessoas enfrentavam e das necessidades que elas tinham, possibilitava com que ele buscasse a ajuda de quem, com mais poder que ele, mais bem posicionado que ele, pudesse ajudá-lo a resolver tais situações.

​A frase “Poder não é para quem tem, poder é para quem sabe” poderia ser atribuída a diversas figuras proeminentes da filosofia ou da política, mas não é possível se estabelecer sua autoria claramente. Essa frase reflete uma ideia recorrente em reflexões sobre liderança e autoridade: o verdadeiro exercício do poder está ligado ao conhecimento e à sabedoria de utilizá-lo, mais do que à mera posse de autoridade.​

Essa perspectiva é explorada por diversos pensadores. Por exemplo, o filósofo francês Michel Foucault discute em suas obras como o poder está intrinsecamente ligado ao saber, sugerindo que o conhecimento é uma forma de poder e que o poder é exercido através do conhecimento. Em seu livro Microfísica do Poder, Foucault afirma que o poder não está apenas nas instituições, mas nas relações e práticas cotidianas, sendo o saber uma ferramenta fundamental para o exercício do poder .​

Além disso, a frase “Saber é poder”, atribuída a Francis Bacon, reforça a ideia de que o conhecimento é a base para o exercício eficaz, eficiente e efetivo do poder .​

Acredito que meu pai não teve notícia sobre os pensamentos de Foucault ou de Bacon.

Portanto, a autoria dessa frase deve ser atribuída a Nagib Haickel, mesmo que ela encapsule uma visão de campos nos quais ele tinha pouco conhecimento, filosofia e sociologia, mas também de um outro campo no qual ele era autodidata, a política. Meu pai sabia que o poder efetivo está ligado à capacidade de compreender e aplicar o conhecimento de forma sábia, de trilhar caminhos por onde apenas o conhecimento e tudo aquilo que ele é capaz de agregar, pode trazer de benefício para realização de seus intentos.

Tudo isso enriquece ainda mais o significado da frase e faz com que ela se torne um símbolo da prática política de Nagib Haickel: agir com inteligência estratégica, sensibilidade social e senso de dever público, mesmo diante de limitações de seu poder formal.

Como somente as pessoas com mais idade conheceram meu pai e sabiam como ele pensava e agia, é importante que se diga para aqueles que não sabem de sua história, que ele não tinha instrução formal, só cursou até o segundo ano do ensino médio do curso de contabilidade e morreu três meses antes de completar sessenta anos, mas mesmo assim construiu e manteve empresas comerciais por 40 anos e elegeu-se deputado estadual e federal em cinco mandatos.

A frase título deste artigo, é para minha vida um mantra.

Um paradigma de caos

Nuclear Explosion With Orange Mushroom Cloud

Pessoas que se imaginam inteligentes, mas na verdade só são malacas, têm usado resultados de pesquisa sobre opinião pública quanto a aprovar ou não a anistia para os vândalos de 8 de janeiro de 2023, no sentido de dizer que a maioria da população desaprova tal medida, mas não é assim que devem funcionar as tomadas de decisões, pois se assim o fosse não se precisaria dos poderes da república, mas de um grande instituto de pesquisa!

Vejam bem!… Se fizerem uma pesquisa para saber se as pessoas desejam que não haja mais a cobrança de impostos, imagino que o percentual favorável a extinção dos impostos seja próximo de 100%, e nem por isso se deve ou se pode acabar com o recolhimento de impostos. Existe uma organização constitucional exatamente para isso e existe um poder legislativo que executa essa função. Ele existe para ouvir, filtrar, traduzir e operacionalizar os anseios do povo, da melhor maneira, que for viável e possível.

O Brasil se encontra num dos piores momentos de sua existência, e isso se deve à extrema e exacerbada politização de todos os assuntos em nosso país, e à descontrolada polarização da vida nacional, principalmente da política partidária e ideológica, agravada pela completa falta de tato e de respeito das autoridades dos três poderes, marcantemente do poder judiciário, para com o funcionamento normal, regular, republicano e democrático de nossas instituições.

Quanto ao mérito da anistia, a princípio eu sou contra, pois acredito que se a processualística nos julgamentos desses réus tivessem transcorrido de maneira correta a anistia não seria necessária. Vândalos depredadores do patrimônio público seriam processados pelos crimes que realmente cometeram e apenados conforme prevê a legislação, e não haveria necessidade de anistia. Como essas coisas transcorreram da forma errada e os responsáveis não têm a capacidade de reconhecer isso e sanar os erros cometidos, só resta o caminho da anistia.

Recentemente Fernando Gabeira fez um comentário exemplar sobre o que está acontecendo que eu penso que todos deveriam ver e ouvir, ao qual eu faria apenas um pequeno adendo: os erros nos julgamentos dos vândalos de 8 de janeiro aconteceram de forma consciente e proposital por iniciativa do ministro Alexandre de Moraes e corroborado depois pelos demais ministros do STF.

Assistam a fala de Gabeira neste link, e vejam como é simples entender o que está acontecendo : https://x.com/GloboNews/status/1910524369685586273

Acredito ser importante dizer que não sou favorável que a anistia seja estendida a quem possa realmente ter atentado contra o sistema democrático, tentado dar um golpe de estado  e assassinar pessoas.

Aproveitando um assunto polêmico, gostaria de lincar este com um outro assunto igualmente polêmico: A cassação do mandato do deputado Glauber Braga no conselho de ética da Câmara dos Deputados.

A mim me parece que a pena atribuída a esse deputado, a quem eu particularmente considero asqueroso, foi desproporcional ao delito cometido. Penso que a pena mais apropriada para o caso dele seria a de suspensão, por 180 dias, de seu mandato e suas funções parlamentares.

Vejo no caso do Glauber o mesmo intuito de vingança e perseguição que ocorre em relação aos vândalos de 8 da janeiro de 2023, sendo que um é atacado pela direita e os outros são atacados pela esquerda, com a ajuda desigual do sistema judiciário.

Mesmo sendo eu um escritor e roteirista acostumado a dar vida a personagens e desenvolver textos literários e cinematográficos, muitos deles ancorados em fatos reais de nossa história, confesso que não consigo imaginar um bom enredo como desfecho para todo esse caos.

A mão e o Flagrum Romano

Eu sou contra a anistia!

Acredito na lei, na ordem e na justiça. Acredito que todo aquele que comete um crime deve ser processado, julgado e sentenciado, mas é imperativo que tudo isso aconteça dentro do devido processo legal e respeitando o pleno estado democrático de direito. As pessoas devem responder pelos crimes que realmente tenha cometido e não por crimes que um inquisidor desvairado, que é ao mesmo tempo vítima, investigador, acusador e juiz, escolheu para elas. Um criminoso deve obrigatoriamente ser processado e julgado no foro adequado e os direitos dele não podem ser desrespeitados de forma e de maneira alguma.

Sou contra essa anistia! Sou a favor é de uma enérgica revisão dos julgamentos eivados de irregularidades e prevaricações, respaldadas por brechas e firulas jurídicas, como o ativismo judicial, a jurisprudência criativa e o tal livre convencimento motivado, que são usados para justificar muitas das barbaridades que têm sido cometidas.

É inaceitável que em processos que correm na mais alta corte de justiça de nosso país, não haja a indispensável individualização das condutas, que haja desrespeito as prerrogativa dos acusados, que mendigos, pipoqueiros e sorveteiros sejam presos e até condenados por golpe de estado, apenas por estarem presentes, comercializando seus produtos, em uma manifestação que descambou para o vandalismo, injustificável, que deve ser condenado por todos e devidamente punível.

Toda minha defesa é quanto aos participantes presenciais das ações de visível e comprovado crime de depredação do patrimônio público. Não dedico um único movimento de ventilação pulmonar em defesa daqueles que podem ter participado de um planejamento ou tentativa de golpe de estado. Penso que se ficar comprovado, de forma cabal, correta e imparcial, a existência de tentativa de golpe de estado, que os responsáveis por esse crime, devem ser devidamente punidos, respeitando todos os procedimentos legais, de forma imparcial, sem uso de viés ideológico e na forma da lei.

Vejo apenas três caminhos possíveis para superarmos os problemas que enfrentamos: 1 – A aprovação de anistia aos vândalos e as pessoas acusadas injustamente por crimes maiores, que não os cometeram, sem que essa anistia possa ser estendida a possíveis idealizadores de uma tentativa de golpe de estado. 2 – O STF reconhecer os abusos cometidos e promover uma revisão dos julgamentos e das penas surgidas deles. 3 –  Não acontecer nada, nem anistia, nem o que seria o correto, nem as revisões dos processos, o que fará que nosso país continue muito dividido e tenso.

Acredito que nada disso ocorrerá. No primeiro caso porque os defensores da anistia, não a querem realmente para que a justiça seja feita em relação aos injustiçados, e no segundo, porque os ministros do STF, não desejam fazer justiça, desejam apenas punir os vândalos de 8 de janeiro de 2023, para que essas punições fiquem de exemplo, além do que, eles desejam ameaçar aqueles que pensam de forma diferente deles.

No final das contas estão todos errados. São todos uma vergonha para o povo brasileiro, tantos aqueles que estão do lado do cabo do Flagrum Romano, quanto aqueles que estão do lado das pontas dele, em uma ou em outra narrativa.

Vamos falar um pouco sobre Donald Trump

Vou começar nossa conversa sobre Trump convidando você a assistir ao sensacional filme “O Aprendiz”, título que nos remete a fazer uma ligação automática ao programa que esse sujeito alaranjado manteve na TV americana. Esse ótimo filme nos apresenta aquele que de certa forma foi o professor e um dos maiores apoiadores de Trump em suas primeiras peripécias no mundo dos negócios, principalmente os mais obscuros: Roy Cohn.

Depois de assistir a esse filme você certamente vai entender muita coisa sobre este sujeito que adora fazer biquinho enquanto fala. Coisas que vai levá-lo a saber aspectos importantes da situação em que os Estados Unidos e indiretamente o mundo se encontra.

Não vou escrever um texto muito longo sobre o assunto Trump, pois ele de certa forma é maçante e polêmico demais, pois DT é uma persona que gera grandes sentimentos, ou muito negativos ou bastante positivos, e falar de gente assim acaba sendo chato.

Vou dizer apenas algumas coisas que acredito serem interessantes sobre ele. Por exemplo, que ele já teve, até hoje, 6 pedidos de recuperação judicial de algumas de suas empresas, aquilo que comumente se conhece pelo nome de falência. Foram elas O Trump Taj Mahal (1991),  Trump Castle (1992),  Trump Plaza Hotel (1992), Trump Plaza Casino (1994),  Trump Hotels and Casino Resorts (2004) e o  Trump Entertainment Resorts (2009).

Nos Estados Unidos esse dispositivo que é conhecido pelo nome de Chapter 11 Bankruptcy é um recurso jurídico que permite às empresas se reestruturarem financeiramente enquanto continuam operando.

Depois da execução das medidas decorrentes dessas ações, Trump continuou suas atividades, pois a legislação americana protege a pessoa física contra as possíveis falências empresariais, mas ele também mudou mais o foco de seus negócios, passou a licenciar seu nome e focar em marcas e imagem, em vez de administrar diretamente empreendimentos de alto risco.

No que diz respeito ao político Donald Trump, acredito que ele seja a prova viva de que nos Estados Unidos da América, qualquer um, qualquer um mesmo, pode vir a ocupar o cargo mais importante do país.

Trump é uma aberração política, ele não tem nenhuma capacidade de realmente exercer o mínimo de excelência em um cargo político. Ele é apenas e tão somente um produto de marketing, bem trabalhado, empacotado e vendido a um preço muito maior do que seu real valor venal.

O fato de Trump ser mais aceitável que Joe Biden ou Kamala Harris, não é por ele ser bom, é por Biden e Harris serem ruins e talvez nem sejam muito pior que ele, mas ele é mais “vendável”.

O que Trump vem fazendo nesses primeiros meses de seu segundo mandato presidencial se parece muito com o que faria um empresário poderoso, mas extremamente bravateiro e trapalhão.

Ele está improvisando falas, sugerindo negócios absurdos e esdrúxulos, que vistos sem a devida atenção e com o imenso medo do qual as pessoas são acometidas por se tratar de quem se trata e de ser o país que é, é que pelo menos por enquanto, as coisas estão dando um pouco mais certo do que errado, e até o que dá errado, tem sido de alguma forma consertado.

Donald Trump é um imenso risco para todos nós, mas as vezes penso que qualquer pessoa que se sente naquela cadeira, naquela sala ovalada, se configura em um grande risco para todos.

O meu maior medo quanto a pessoas como Donald Trump é que pelo fato de estarem num lugar tão alto, de se levarem tanto a sério, de não terem a fútil ambição de deixar um legado do qual possam vir a se orgulhar e a fazer os seus familiares e seus conterrâneos se orgulharem, eles possam acabar por fazer alguma coisa muito ruim para todos.

Um jeito fácil de viabilizar a anistia para as pessoas que cometeram crimes de menor gravidade.

Penso que há uma forma do Projeto de Lei da Anistia ser colocado em pauta e ser aprovado na Câmara assim como no Senado e no Congresso Nacional. Basta que se inclua um dispositivo nele que preveja que a anistia da qual ele trata só poderá ser aplicada no caso de pessoas que participaram dos atos de vandalismo e depredação dos prédios localizados na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, mas não se aplica para aqueles que ocupavam cargos no governo federal naquela data, da mesma forma que não se aplica para aqueles que não estando ali presentes, naquela data, ocuparam cargos no governo federal entre 1º de outubro e 31 de dezembro de 2022.

Penso que desta maneira será contemplado o anseio daqueles direitistas que desejam eliminar a crueldade e a injustiça cometida contra pessoas que cometeram delitos menores e foram inclusive acusadas de crimes que não cometeram.

Por outro lado, acredito que também será contemplado o anseio daqueles esquerdistas que não admitiam a anistia para crimes menores por temerem que essa anistia seja usada em favor de Bolsonaro e sua turma.

Fazendo isso também se cria a possibilita de apuração da culpa e consequente julgamento daqueles que são acusados de planejarem e tentarem um golpe de estado, como também se coloca luz sobre os atos daqueles que, tudo indica, facilitaram, de maneira criminosa, o acesso e a entrada dos vândalos nos prédios que foram depredados no dia 8 de janeiro de 2023 e aqueles que obstruíram as investigações.

Fazendo isso acredito que rasgaremos as máscaras dos hipócritas de esquerda e de direita, uns que não têm vergonha de cometer crueldade e injustiça para alcançar seu objetivo, e outros a que na falta de vergonha usam pessoas como desculpa para atingirem seus objetivos.

Para responder a um amigo

Um querido amigo meu, me perguntou se eu acredito que Bolsonaro é um perseguido político e resolvi respondê-lo com o texto que passo a desenvolver aqui.

Sou obrigado a reconhecer que realmente Bolsonaro sofre perseguição política, mas também sou obrigado a dizer que ele só se encontra nessa situação porque ela foi criada e causada por ele, pela grande quantidade de loucuras, boçalidades e idiotices que ele disse, e alguns crimes que ele cometeu e outros que ele pode ter cometido.

Se ele não tivesse agido da forma que agiu ele não estaria sendo molestado pela justiça, de nenhuma forma, mas como ele deu chance para que a justiça aja contra ele, ela se aproveita disso para exacerbar e exorbitar em desfavor dele, uma vez que tudo que ele fez foi sempre igualmente exacerbante e exorbitante.

Em meu ponto de vista, Bolsonaro é o maior responsável por todas as coisas que estão acontecendo com ele e em muitos aspectos com o Brasil e consequentemente conosco. Tudo! O que acontece de maneira correta e justa e o que acontece de forma errada e injusta.

Vou tentar exemplificar o que penso sobre a atuação deste sujeito que reputo ser um idiota boçal, sem nenhuma capacidade para exercer um cargo no poder executivo, mesmo que muitos prefiram a ele que a outro tipo de personagem, tão ou mais desqualificado que ele.

Vejam bem:

Se você é um liberal de direita, acredita na livre iniciativa, no livre comércio, na economia de mercado, se você defende os  valores da família, da religião e o direito à propriedade, é justo e correto que você defenda seus valores, e até que você deprecie os valores que são antagônicos aos seus, que critique aqueles que defendem ideias diferentes das suas, mas é indispensável que você respeite as pessoas. O nome disso é civilidade.

Se você pensa e comprova que a imprensa tem má vontade para com você e aqueles que o apoiam, você indica isso, critica a imprensa, demonstra isso, coleta provas e as expõe, mas não a insulta e desacata, pois isso só vai gerar mais animosidade de um grupo poderoso que já não simpatiza e não gosta de você. Agir assim, chama-se burrice.

Se você não acredita que a vacinação seja o caminho mais eficaz para conter uma pandemia, se sua religião impede que você tome vacina, ou simplesmente ´você não queira tomar vacina, você não toma, mas você não se manifesta contra ela. Você obedece às indicações de restrição, ainda mais sendo você um agente público, responsável pelo bem-estar da população, ainda mais se você for o presidente da república. Você não ironiza ou faz troça com a imortalidade causada pela pandemia. Fazer isso, além de falta de bom senso é suicídio midiático.

Se você for presidente da república e desejar nomear alguém e o poder judiciário disser que você não pode fazer isso, mas os advogados que você consultar garantirem que você pode, desobedeça ao judiciário, siga o que diz seus advogados e o bom senso, não seja frouxo e covarde, pois se fizer isso uma vez, terá que fazer todas. O nome disso é bravura, luta pelo que é certo.

Sendo você presidente da república, é obrigado a agir com o mínimo de lógica e coerência, sendo assim, se você acreditar que o sistema de votação de seu país é fraudulento, você vai estar colocando em dúvida a lisura de sua própria eleição. Se mesmo assim você quiser bater neste ponto, busque formas viáveis de resolver tal problema e não se fixe em fanfarrices. Nem sei como qualificar isso!

Se você, pelo menos em tese, é a pessoa mais poderosa do país, é o presidente da república, e consegue perder a reeleição por pequena margem de votos, antes de culpar outros agentes, antes de culpar quem lhe perseguiu, culpe a si mesmo. E mais, se você chegar a cogitar dar um golpe de estado por ter perdido a eleição, saiba que estará se arriscando a ser ainda mais perseguido, que quando sofreu perseguições eleitorais. Saiba que seus perseguidores irão utilizar contra você argumentos contra os quais quase ninguém poderá se opor, e que só haverá quem se oponha a esses argumentos quem acreditar que a justiça possa estar sendo feita da forma incorreta, desrespeitando a nossa Constituição, o sistema democrático de direito e o devido processo legal. Saiba que estes, os de bom senso, são e sempre serão poucos, e que você estará totalmente entregue ao resultado de suas ações.

Se você tem o poder na mão, que foi lhe dado por pessoas que visível e claramente estavam cansadas de serem enganadas por uma corja de pessoas hipócritas, mentirosas e corruptas e você joga todo esse trunfo fora, para brigar por coisas e posições menores, você é um idiota que merece realmente perder o poder.

Quem não merece tudo isso são aqueles que descartaram os governantes anteriores, na esperança de que alguém, infelizmente no caso, você, pudesse ser melhor, é o esperançoso povo, maior vítima de tudo isso.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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