Uma metáfora explica bem

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O que você diria se soubesse que o ex-jogador Zico seria o árbitro da partida final do campeonato brasileiro de futebol, entre o time do Flamengo e o time do Corinthians? E mais, que um dos auxiliares, ou bandeirinhas, seria alguém que disse certa vez que o Corinthians é encarnação do próprio satanás, enquanto o outro auxiliar, teria sido indicado pela presidente do palmeiras, maior rival do Corinthians?

Bem, já que você que me lê agora não pode responder, aqui no texto, eu mesmo responderei. Eu acredito que todos teriam a mesma reação quanto a essa pergunta. O senso comum certamente reagiria com profunda suspeição, uma vez que todos sabem que Zico foi o maior ídolo da história do Flamengo, que ele é declaradamente apaixonado pelo clube, fatos que por si só o impediria de figurar como juiz dessa partida.

Fico imaginando, na cabeça de quem pode passar a possibilidade de Zico ser indicado para apitar uma partida entre Flamengo e Corinthians, ainda mais sendo numa disputa pelo título de campeão nacional! Isso é algo inconcebível.

A maioria das pessoas provavelmente diria algo como: “Isso não é uma coisa correta. Ele certamente não conseguiria ser imparcial!”, ou, “Zico é flamenguista, como vai ser juiz em um jogo do Flamengo? Isso não deveria jamais acontecer” ou ainda, “Mesmo que ele tente ser justo, mesmo que ele apite a partida com correção e imparcialidade, vai sempre pairar dúvida.”

Para a opinião pública, a percepção de imparcialidade, que é tão importante quanto a própria neutralidade em um árbitro ou juiz.

Em termos jurídicos, esse seria um caso típico de “suspeição” ou “impedimento”, pois o árbitro tem ligação objetiva ou afetiva com uma das partes.
Na Justiça, isso se aplica a juízes que têm relação pessoal, profissional ou emocional com o réu ou com a causa.

Quanto aos auxiliares (bandeirinhas), um deles tem um histórico público de animosidades contra um dos contendores, neste caso o Corinthians. Acredito que quase a totalidade das pessoas que soubessem dessa animosidade histórica entre o auxiliar do juiz, o sujeito que vai marcar os impedimentos e as faltas naquela sua região do campo, com um  dos times, todos iriam pensar que este auxiliar não deveria atuar no jogo.

No que diz respeito ao outro auxiliar, aquele que teria sido indicado pela presidente do Palmeiras, maior rival do Corinthians, não vejo maiores problemas quanto a isso, em que pese esse procedimento não ser muito republicano. Quanto a participação deste auxiliar, não acredito que haveria grande oposição, como certamente teria quanto aos outros dois citados anteriormente.

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