O melhor presente que ganhei durante o lançamento de “Tire 5 Cartas”

Na maratona de eventos relacionados ao lançamento de nosso filme, “Tire 5 cartas”, vi, ouvi e presenciei algumas coisas maravilhosas e emocionantes, que me deixaram muito feliz e recompensado, ao ponto de esquecer as dificuldades que enfrentamos, os custos que tivemos que assumir e pelos quais acumulamos, espero que pelo menos por enquanto, um considerável déficit.

De tudo que aconteceu nesses dias, o texto que transcrevo abaixo, publicado por minha filha, Laila, (fotografa responsável pelas fotos usadas nos cartazes do filme) em seu Instagram, foi o que mais me comoveu e emocionou.

“Conheço essa história há um tempo. Lembro da expressão de menino traquinas contando como a cartomante, ops, taróloga, apesar de “não ser das melhores”, sempre sabia o que dizer, por ter uma “ajudinha peculiar”, mesmo depois de “fatídico acontecimento”. Desculpa, preciso ser sem spoilers pelo seu melhor entretenimento.

A expressão de puro divertimento infantil, corriqueira nele, é coisa de quem é fascinado por uma boa história, de quem se encanta com os detalhes de uma história bem contada, e no caso dele, também é coisa de quem tem a capacidade invejável de se divertir e se apaixonar perdidamente pelas crias da própria cabeça. Não fosse isso, em essência, não existiria Tire 5 Cartas. obviamente, não existiria sem que fizesse a guarda compartilhada, entregando o filho nas mãos de quem iria proporcionar vida tão boa ou melhor que ele, e isso é fazer cinema. Isso eu pude ver e assistir quando do pré-lançamento de “Tire 5 Cartas”, ontem, na felicidade de quem fez parte e na tela.

Eu tive o privilégio de crescer presenciando meu pai se divertir com cinema como uma criança, se fosse adulta. Só uma criança pra ter aquele brilho nos olhos, e só um adulto pra saber o porquê. Se emocionar, fungar e com uma falsa expressão de assombro revelando um sorrisinho cínico no fim, me acusar “tu tá chorando?!”, e eu caía, às vezes mentia, com olhos prestes a transbordar, “eu não! Tu é que tá!”. Deixar-se arrebatar em encantamento, boquiaberto, não prender a gargalhada, não calar um “égua!”, não silenciar a (péssima) mania de narrar a ação seguinte antes que acontecesse pra ver se adivinhava.

Ontem, o maior privilégio foi de ficar feliz por vê-lo feliz, de poder testemunhar o que ele  viveu, com uma história nascida dele, divertindo e emocionando.

Ontem, sentados no chão, porque a sessão estava superlotada, eu espiava de canto de olho pra averiguar se ele assistia ao filme ou observava as reações das pessoas, e lá estava ele, de boca aberta, com os mesmos olhos iluminados de quando fica na rede, a maioria das vezes de frente pra tela da TV, às vezes pra nós da audiência, como se assistisse mais um filme que o faz se apaixonar, mais uma vez, pelo cinema.

Pra muita gente, “Tire 5 cartas” será um filme gostoso, porque ele realmente é. Pra mim, é uma ode a criar pra ser e fazer feliz, antes de tudo”.

As palavras de minha filha, repletas de carinho e compreensão de quem e como eu sou, valem mais que qualquer coisa.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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