Outro dia, em uma reunião na casa de amigos, uma senhorita pensou que iria me constranger, ao me perguntar em quem eu irei votar para presidente.
Eu disse à bela e aparentemente inteligente moça que me fez tal pergunta, que eu ainda não sabia em quem iria votar, mas que tinha certeza daquilo que a pessoa em quem votarei precisa ter para conseguir minha atenção e meu voto.
Disse a ela que não importa o sexo do candidato, pode ser homem, mulher ou outro qualquer; que precisa ter o mínimo de coerência entre seus pensamentos, falas e ações; que seu partido não pode estar nas extremidades do espectro político nacional, pois não admito extremismos, e dou preferência às ideologias posicionadas em torno do centro, um pouco mais para à esquerda ou à direita, tanto faz. Que seja uma pessoa que defenda os valores da cidadania, a democracia, a livre iniciativa, as liberdades individuais; que não seja sectário, maniqueísta ou hipócrita.
Enquanto eu falava, podia ouvir as engrenagens do cérebro da tal moça e de outras pessoas presentes estalarem, computando o gabarito da prova a qual estavam sendo submetidos com a minha resposta à pergunta que me havia sido feita em tom de desafio.
Ao final me dirigi a senhorita que me fez a pergunta: “Você discorda de mim quanto aos ingredientes que um candidato precisa ter para que pessoas inteligentes, esclarecidas, do bem e de bem, como nós, eu e você inclusive, possamos votar?
Ela sorriu e de certa forma aquiesceu, mas a impressão que eu tive é que ela vai votar em uma pessoa na qual ela tem certeza de que não possui os ingredientes e as qualidades que eu citei. Fiquei com a impressão que ela vai votar para eliminar da cena política alguém que ela acredita ser mais nocivo que outros candidatos. Nessa hora eu me identifiquei muito com ela, mesmo sabendo que há uma grande possibilidade de votarmos em candidatos diferentes.
De repente é melhor fechar os olhos e escolher qualquer número de candidato presidencial. Só tem demagogo, populista, corrupto. Mas, uma coisa me chamou à atenção, deputado Haickel: “homem, mulher ou outros”. Que outros excelência? Não entendi.