Raramente faço críticas violentas, procuro ser sempre centrado, comedido e elegante, mas hoje, depois de presenciar mais uma vez a degradação de um belo e rico patrimônio da coletividade, resolvi esbravejar a plenos pulmões e chamar a atenção do Governo do Estado e principalmente o Ministério Público, que se arvora de defensor da sociedade e do cidadão, para o abandono em que se encontra uma coleção de obras de arte a céu aberto, que vem se deteriorando, e que está se acabando por falta de zelo e manutenção.
Em primeiro lugar, chamar a atenção do Governo do Estado, que passou os últimos anos gastando fortunas em propaganda e não teve a competência nem a decência de proteger um bem que é seu e que pertence ao povo do Maranhão!
Trata-se da coleção de totens de concreto, que registram manifestações artísticas, culturais, folclóricas e brincadeiras populares, de autoria de um dos maiores e mais importantes artistas plásticos maranhenses, Jesus Santos, que se encontra em exposição permanente na Avenida Litorânea.
Por outro lado, o ministério público, a defensoria pública e o juizado a quem compete esse caso, que se arvoram de defensores e protetores do direito da sociedade e dos cidadãos, nunca fizeram nada em defesa dessas obras que estão visivelmente sendo destruídas pelo vento, o sol, a chuva e a maresia.
O ministério público, a defensoria pública e o juizado correspondente “adoram” defender a sociedade no que diz respeito a causas que dão notoriedade e audiência, mas cultura, patrimônio artístico e cultural não é um desses, até porque eles não costumam agir contra o Estado, mas contra os cidadãos comuns ou o empresariado, nisso eles são craques.
Quero ver quem é que vai levantar essa bandeira e promover a recuperação dos totens da Litorânea, ou será que eles acham que só porque são feitos de concreto, não é arte e não tem valor!?
Quando estávamos gravando “Arcanos”, levei alguns atores e diretores para comerem uma caranguejada na Lenoca, e passando por um dos totens, um daqueles deteriorados, um dos convidados elogiou o belíssimo trabalho, louvou a iniciativa e lamentou o abandono. A mim só restou quase morrer de vergonha.
Em anexo, fotos de alguns totens, como eram e como estão.