Tenho me sentido muito triste e angustiado com a grande quantidade de falecimentos de pessoas de minha família e de amigos queridos, em decorrência de complicações causadas por essa segunda onda de contágio da pandemia de Covid-19, mas em meio a toda essa dor e a esse desespero, recebi, via WhatsApp, a mensagem abaixo, que me deu um ânimo novo, me fez recobrar as forças. Vejam!…
“Boa tarde!!
Hoje eu venho aqui pra te falar algo que levo há muitos anos no meu coração.
Quero te falar sobre o quanto eu sou grata a ti e sobre o quanto tu és importante pra mim.
Joaquim, talvez tu nem saibas, mas tudo o que sou, tudo que construí e represento pros meus, eu devo a ti! Obrigada pela porta que tu me abriste um dia na TV Mirante em Santa Inês, pela chance que tu me deste, pelo trabalho por meio do qual eu pude colher tantos frutos junto com minha família!
Sabe, muitas vezes eu ouvi de familiares, de amigos, de pessoas de minha cidade, alguns até desconhecidos, o quanto eles tinham orgulho de mim. Orgulho da “pikena” do interior, da filha de Pinheiro que virou jornalista da Globo, apresentadora da TV Mirante em São Luís! Eu também me orgulho muito, porque só eu sei o quanto eu batalhei pra chegar aonde cheguei. É uma história modesta, mas é a minha história e ela só foi possível graças a ti!
O roteiro da minha vida teria sido outro se tu, há 20 anos, não tivesses dito um SIM pros meus sonhos.
De todo meu coração: obrigada!!!
Sou grata e amo muito você por tudo que você representa pra mim!”
Essa mensagem me foi enviada pela jornalista Valdélia Reis, editora e apresentadora do programa esportivo da TV Mirante de São Luís, e é sem dúvida nenhuma um dos maiores e melhores presentes que eu já recebi ou irei receber em toda a minha vida, pois ter certeza de que a simples atitude de dar oportunidade de trabalho a uma pessoa, pode transformar a vida dela de maneira tão radical e definitiva, é a coroação de toda uma existência.
Imediatamente quando li esta mensagem, depois de me recompor emocionalmente, meu primeiro pensamento foi em mandá-la para meu grupo familiar, para mostrar para minha mãe, meu irmão, minha filha, minha mulher, meus enteados, para todos a quem amo, que parte de minha missão como pessoa nesta vida, estava cumprida, pois tinha a comprovação que havia interferido e mudado, para melhor, a vida de alguém.
Mas meu segundo pensamento, infelizmente, foi de certo modo egoísta e presunçoso. Fiquei imaginando quantas pessoas poderiam dizer de mim a mesma coisa que Valdélia disse.
Lembrei-me de diversas pessoas, mas principalmente de Tiago Silva, Ronaldo Moraes, Célia Fontinele, Erisvaldo Santos, Margareth Moura, Luciano Melo, Junior Barreto, e até do saudoso Osvaldo Leite, o surfista, que nos deixou prematuramente. Essas pessoas faziam parte de um grupo de jovens, muito jovens, sem formação profissional nenhuma, que aprenderam fazendo, que na década de 90, junto comigo, formavam o valoroso time da TV Maranhão Central de Santa Inês, então afiliada da Rede Globo na região do Vale do Pindaré.
Hoje, todos estão formados, aperfeiçoados em suas respectivas atividades, e estabilizados na vida. São pessoas realizadas, de sucesso, importantes em suas atividades, e por seu genuíno esforço, grande força de vontade de superar os obstáculos e vencer na vida, eu os admiro e tenho orgulho paternal deles, pois sempre os tive como pessoas da minha família, e isso não é apenas modo de dizer, não!
Consciente, renego o sentimento de presunção, mas não consigo me livrar de uma saudável vaidade.
Obrigado Val, por me dar a certeza de que consegui tocar a vida de alguém e fazê-la melhorar. Poucas sensações são iguais ou melhores que essa.
Graças a essa mensagem, a tristeza que tomava conta de quase toda minha mente e minha alma, perdeu espaço. Respiro fundo e me recarrego de coragem para enfrentar os desafios da vida.
meu caro jornalista, O humano verdadeiro, não faz o bem pensando em recompensa, mas o reconhecimento, igualmente, faz do humano, um ser ainda mais do bem. Assim sendo, é normal que a pessoa que proporcionou ao outro a oportunidade de uma realização, se sinta vaidosa, mas é o sabor de ter o seu feito reconhecido, que nos faz realmente feliz. Lendo o seu texto meu caro confrade, não pude deixar de lembrar de o quanto eu sou grato a três pessoas, que um dia, lá em Natal/RN,no final dos anos 70, me possibilitaram a oportunidade de iniciar minha carreira de repórter, quando começava meu curso de Comunicação Social na UFRN. Tudo que aprendi e fiz nessa profissão,, só foi possível, graças a interferência dessas pessoas,que faço questão de reverenciar sempre, e a quem sou eternamente grato.