No último domingo, dia 5, o Globo de Ouro deu início à temporada de premiações do cinema americano, que além deste evento, organizado pela Associação de Jornalistas Estrangeiros de Hollywood, conta com pelo menos mais outras sete festas de consagração dos profissionais da indústria cinematográfica.
O Globo de Ouro é um dos mais importantes eventos dessa natureza, ficando atrás do Oscar, dos festivais de Cannes, Veneza, Berlim, além do Britânico, e é tão importante quanto o Screen Actors Guild Awards e o Critics’ Choice Awards, promovidos respectivamente pela associação de atores de Los Angeles e pela associação de críticos de cinema dos Estados Unidos.
Além desses existem premiações das associações de produtores, diretores e roteiristas. Há o People’s Choice Awards, onde o espectador escolhe de forma direta os seus preferidos. Este prêmio tende a refletir o resultado das bilheterias, distinguindo os artistas mais populares e carismáticos. Há também o Framboesa de Ouro, criado em 1981 pelo publicitário John Wilson, como uma espécie de paródia ao Oscar, que escolhe os piores do cinema no ano.
O Globo de Ouro é tido como uma prévia do Oscar.
É importante lembrar que o Golden Globe divide drama e comédia e destaca também os melhores da televisão americana, o que pode confundir o espectador que não conhece bem seu sistema.
Quanto aos prêmios, a Netflix, apostava que suas três produções, O Irlandês, História de um Casamento e Dois Papas, indicados para melhores dramas, fossem faturar muitos Globos, o que não aconteceu.
Estes filmes concorrerão ao Oscar, mas em minha modesta opinião o único que tem alguma chance de abiscoitar algum prêmio este ano é Dois Papas, por seu roteiro adaptado, mas é difícil!
O prêmio de melhor drama de 2020 foi para 1917, que ainda não chegou ao Brasil, mas o tema, o diretor e o elenco, me fazem pensar que só pode ser um bom filme. Tanto que Sam Mendes desbancou Bong Joon-ho, Todd Phillips, Martin Scorsese e Quentin Tarantino, tendo este último sido escolhido melhor roteirista, superando ninguém menos que Noah Baumbach, Bong Joon-ho e Han Jin-won, Steven Zaillian, e o meu preferido, Anthony McCarten.
O filme escolhido na categoria de melhor musical ou comédia, em minha opinião, não é nem uma coisa nem outra, em que pese ser um extraordinário filme, um passeio na maravilhosa e um tanto adulterada máquina do tempo de Tarantino: Era uma vez… em Hollywood.
No caso dos melhores atores de drama, nenhuma surpresa. Venceu quem era praticamente invencível: Joaquim Pheonix, por Coringa e Taron Egerton, por Rocketman.
Na disputa de coadjuvantes, tudo se mistura. Atuações masculinas, dramáticas e cômicas nivelaram Tom Hanks, Anthony Hopkins, Al Pacino, Joe Pesci e Brad Pitt, mas quem levou o prêmio, merecidamente, foi o bonitão. No caso das mulheres, o altíssimo nível da disputa contou com Kathy Bates, Annette Bening, Laura Dern, Jennifer Lopez e Margot Robbie, ficando a representante do filme História de um Casamento com o único Globo conquistado por uma produção da Netflix.
No mais, (I’m Gonna) Love Me Again de Sir Elton Jonh ganhar como melhor música não foi surpresa pra ninguém, como também não foi surpresa Parasita ser o melhor entre os filmes não americanos. Dos filmes que concorriam e que eu assisti, nenhum teve uma direção de arte e uma trilha sonora que se igualasse a de Coringa, que faturou este prêmio.
Quanto às demais premiações, fica muito complicado eu comentar os prêmios atribuídos a filmes e séries para a televisão, pois grande parte não vi.
Esperemos os outros eventos!…