Memória gastronômica afetiva
Recentemente, conversando com alguns amigos, empresários, jornalistas e escritores, os conclamei a escrevermos um guia memorial e afetivo sobre as comidas de nossa cidade, os locais onde elas eram preparadas e servidas e as pessoas que as faziam com dedicação e esmero, como forma de registrar a nossa história gastronômica. Para minha surpresa recebi em um grupo de WhatsApp a lista abaixo que eu passo a reproduzir, acrescendo alguns itens, que serão vistos entre parênteses.
Faço isso em homenagem ao jornalista Lourival Bogéa, que postou o texto, conclamando-o, assim como a outros, a fazermos esse trabalho que julgo ser de suma importância para a preservação da memória de nossa cidade.
“50 SABORES E LUGARES QUE MARCARAM O LUDOVICENSE.
A abundância de informações culinárias ou gastronômicas que aparecem nos canais de televisão atiça o paladar e seduz aquele que de restrições alimentares sobrevive. O pecado da gula transcende a razão de qualquer um. São Luís tem o charme e a tipicidade própria do maranhense no quesito gourmet. A cidade tem paladares e odores inconfundíveis. Lugares e características que contam história e fascinam quem nasceu aqui ou teve o privilégio de morar na ilha mais bonita do Brasil. Pontuei 50 situações gastronômicas que marcaram a vida do maranhense ludovicense e dessas, imagino que pelos menos 10 você conheça. Delicie-se e não morra de saudade.
1-Jantar no Restaurante Palheta; 2-Pão cheio recheado com camarão seco vendido nas ruas do centro; 3-Cachorro quente do Companheiro, (do Boliviano) e do Sousa; 4-Caldo de ovos do João do Caldo; 5-Galeto da Base do Rabelo.
6-Caldeirada do Germano (e do Edilson); 7-Sorvete de coco na casquinha;
8-Quebra-queixo; 9-Pirulito enrolado com papel de seda; 10-Peixe-pedra cozido ou frito; 11-Peixe-serra frito com arroz de cuxá; 12-Torta de camarão seco (ou fresco); 13-Torta de caranguejo; 14-Sururu no leite de coco;
15-Juçara com farinha d’agua e camarão seco (ou jabiraca); 16-Em tempos de politicamente incorreto e sem compromisso com o meio ambiente, arroz de jaçanã (ou casquinha de mussuam); 17-Galinha de parida com pirão (ou ao molho pardo); 18-Peixada da Peixaria Carajás (ou da Fátima); 19-Caldo de cana do abrigo ou do Bar do Cajueiro na Rua Afonso Pena; 20-Queijo de São Bento; 21-Cola-Guaraná Jesus; 22- Frango assado na brasa (com Batipuru) do Restaurante Frango Dourado no Anil; 23-Feijoada do Baiano; 24-Costela de porco (e a carne de grelha com feijão mulata gorda) da Base da Diquinha; 25-Gelado do Reviver; 26-Bolachinha da Padaria Santa Maria e da Padaria Nossa Senhora de Fátima; 27-Cuscuz Ideal; 28-Roleto de cana vendido na Praça da Matriz em São José de Ribamar; 29-Descascar e comer uma tanja na porta da Igreja de São José; 30-Quibe do Abdon na Praça da Misericórdia ou de dona Nilza na antiga padaria do Anil; 31-Manga de fiapo com farinha d’agua (manga bacuri ou manguita); 32-Tiquira da feira da Praia Grande; 33-Jeneve; 34-Sorveteria Elefantinho; 35-Pastel do garoto do Bigode na Praça Deodoro; 36-Murici amassado com açúcar; 37-Pamonha; 38- A Churrascaria Filipinho; 39-Sorvete de ameixa no bar do Hotel Central; 40-Quem está na casa dos 70 não esquece o sanduiche de pernil do extinto Moto Bar; 41-O caranguejo da Base da Lenoca; 42-Espetinho de camarão do Jaguarema ou do Lítero; 43-Ingá, Maria pretinha, canapu, (tucum) e guajuru; 44-Pizzaria Internacional na Cohab ou na Cohama; 45-Mocotó, sarrabulho ou cozidão do Mercado Central; 46-Bar do Amendoeira e o seu tradicional bode no leite de coco servido na calçada do bar, no Olho d’Agua; 47-Quem frequentava a Praia da Ponta d’Areia não se esquece do Bar Tóquio, das peladas, da cerveja e do caranguejo; 48-Mocotó e feijoada da Base do Binoca no Vinhais Velho; 49-A novidade do Hibiscus, na Vila Palmeira na década de 1980; 50-Restaurante La Boheme frequentado pela turma da moda e do poder político da época; (sem esquecermos os quitutes da maior banqueteira do Maranhão, Dona Henriqueta, os doces de Salomé, o Restaurante do BEM, as delícias da Maria Castelo, o camarão com ovos do Gago, os flambados do Hotel Quatro Rodas, o L`Aquários, o Solar do Ribeirão, aquele sanduíche que havia na Deodoro que esqueci o nome, o Ali Babá, o Flerte, o milk shake do Crepes, os salvadores ovos fritos das madrugadas, no abrigo da João Lisboa…)
Lembre-se que a sua memória afetiva e gustativa estão sempre preservadas. Alguns se perderam com o processo de crescimento da cidade, outros ainda resistem bravamente e nos identificam culturalmente.
Bom apetite e boa diversão!”