Sobre o 41º Guarnicê

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Deixei passar algum tempo e baixar a poeira para poder me manifestar sobre o Festival Guarnicê deste ano, o de número 41…

O Departamento de Assuntos Culturais da Universidade Federal do Maranhão promove, desde 1977, o terceiro mais antigo festival de cinema do Brasil, e no início fez isso graças ao trabalho de visionários como Mário Cella, que contava com a colaboração de dedicados jovens cineastas como Euclides Moreira e Murilo Santos, e agora conta com a total devoção de Fernanda Pinheiro e seus colegas do DAC.

O festival passou por altos e baixos, como passa todo evento promovido sem o devido aporte financeiro. É bem verdade que no começo era muito pior, pois não havia quase nenhum recurso para realiza-lo, mesmo que ele tivesse um cunho apenas local, mas o evento foi crescendo e chamando a atenção de todo Brasil.

O fato de o festival acontecer exatamente no sexto mês, época das festas juninas, atraiu para si o interesse de participantes de outros estados que aproveitavam a oportunidade para visitar nossa sempre hospitaleira São Luís.

O certo é que o tempo foi passando, o festival cresceu e de certa forma se “profissionalizou” no sentido de que ele é realizado com bastante “pontualidade”.

Participo do Guarnicê faz 34 anos, desde 1984, tempo em que ainda se chamava Jornada Maranhense de Cinema e Vídeo. O nome Guarnicê passou a ser utilizado, acredito que por ideia de Euclides Moreira Neto, apenas depois que a revista de mesmo nome, editada por mim, Celso Borges, Roberto Kenard, Paulinho Coelho e Érico Junqueira Ayres fechou as portas.

De lá para cá o festival só cresceu, mas devo reconhecer que o evento do ano passado, de comemoração dos 40 anos, foi muito melhor que o deste ano, até porque os apoios estruturais e financeiros do ano passado foram muito maiores. Em 2018 os recursos foram minguados e quase insignificantes, além de terem chegado na última hora.

As pessoas que realizam esse evento são funcionários da UFMA, que tem que cumprir normas da instituição. Este não é um festival promovido por um produtor de eventos independente, que tem a possibilidade de vender o festival como bem entender e não precisa cumprir normas específicas.

Ouvi várias críticas e reclamações sobre o festival e acredito que todas devem ser levadas em consideração, mesmo quando ela venha de um realizador que acredita que a sua obra merecia ter ganhado todos os prêmios colocados em disputa, mesmo quando a crítica tenha sido exposta de forma mal educada e espetaculosa, com a clara intenção mais de chocar, do que de analisar as deficiências do evento. Nestes dois casos me pareceu claramente que as pessoas estavam olhando unicamente para seus umbigos. Um que viu seu filme que nem deveria ter sido selecionado, ganhar um prêmio que ele mesmo considerou menor e eu achei de bom tamanho e o outro que participou pela décima vez do festival e só naquela edição ganhou um prêmio que também considerava menor. Ah! Comprem um bode!…

Ouvi outras críticas, algumas delas podem parecer resultado dealguma mágoa ou ressentimento com o festival e sua organização, mas que mesmo assim devem ser l evadas em consideração.

O certo é que o festival precisa afinar suas regras e parar demisturar gêneros e tipos de filmes. Curta é curta, longa é longa! Ficção e documentário são coisas diferentes! Os responsáveis pelos filmes são seus produtores! Só são seus diretores quando estes acumulam essas funções! As sessões de exibição devem ser impecáveis! Um filme não pode ter sua exibição prejudicada por problemas técnicos do festival! O cinema e os filmes podem ter os posicionamentos ideológicos e políticos que seus realizadores desejarem que tenham, mas o evento não pode! A formação de público deve ser meta prioritária do festival…

O certo é que há o que fazer para melhorar o festival, mas ele não é tão ruim quanto pintam alguns “insatisfeitos”.

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Kiu!… Ave Thaynara OG, os que vão sorrir te saúdam!…

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Este é um tipo de momento muito especial em minha vida, pois desenvolvi uma espécie de dispositivo de catarse ou de redenção para me livrar de alguns erros ou de alguma culpa, oriunda da minha intrínseca criação judaico-cristã, sem ter que passar por processos mais complicados de absorvimento e de absolvição. Consiste no simples reconhecimento pessoal e ou público de algum erro, equívoco ou coisa que o valha, desde que feito de forma verdadeira, espontânea e honesta. Penso que algumas pessoas poderiam muito bem tentar fazer isso, suas vidas poderiam ficar um pouco melhores.

Por favor, não pensem que eu vá aqui falar de política… Não! Vou comentar com vocês sobre uma coisa mais, digamos, pueril, algo mais fútil, mesmo que nada tenha de fútil, uma vez que residia exatamente em achar de meramente fútil uma coisa que pode ser e é muito importante nos dias de hoje, mesmo que tanto eu como ainda muitos iguais a mim não deem o devido valor e a merecida atenção.

Vamos logo ao assunto: em que pese conhecer Thaynara OG de muito tempo, afinal minha filha é amiga de sua irmã, a cintilante Lud Luz Própria, eu sempre fiquei de pé atrás com essa nova função de influenciador digital. Achava uma coisa incrível como as pessoas se deixavam influenciar por um gritinho e como isso se transformou em uma febre. Pior, uma febre acusa uma infecção, só que esse tipo específico de infecção se torna incontrolável e generalizada.

O fenômeno Thaynara OG só crescia e eu, em que pese conhecer seus pais, seus tios, saber de sua boa formação e admirar a moça, achava que ela poderia fazer com aquele poder que tinha, coisas muito maiores. Poderia se aprofundar, poderia se tornar realmente uma influenciadora de mudanças. Como fui tolo e arrogante. Como fui burro, coisa que abomino. Burrice é coisa da qual tenho grande alergia e confesso que também tenho meus graus de contaminação dessa peste humana.

Fui burro, isso pra dizer o mínimo, no que diz respeito à minha análise sobre Thaynara OG, e isso ficou latente em mim. De certa forma sentia um inconfessável orgulho de ver uma moça bonita e inteligente de minha terra, se sobressaindo no panorama midiático nacional e até internacional, mas não dava o braço a torcer.

Certo dia me peguei imaginando que esses influenciadores digitais, com os poderes que têm sobre as pessoas, se quisessem poderiam influir sobre elas a ponto de quem sabe substituírem ou controlarem o Poder Legislativo, por exemplo! Fiquei preocupadíssimo, mas logo me acalmei, pois eles querem algo muito maior e mais importante que mero poder político, coisa mais arcaica e sem graça.

Moral da história, o tempo passou e recentemente, o destino cruzou meu caminho com o de Thaynara OG de forma mais efetiva, digamos, mais profissional, em um evento que ela já realiza faz algum tempo e eu pude ver de perto, que como Caetano disse certa vez … “Ninguém é normal!…”.

Às vezes nós cobramos das pessoas, atitudes e ações que para elas têm conteúdo e forma diferente do que tem para nós e nem por isso estão erradas… Apenas a forma de fazerem é diferente…

Ainda acredito que o digital influencer pode ter uma visão, em alguns casos, mais focadas para algumas transformações importantes da sociedade e das pessoas, mas isso não significa que porque eu não consigo entender correta e abrangentemente, os caminhos dessas novas formas de relacionamento, elas não aconteçam e não causem essas transformações… Meu medo continua sendo causar transformações para o lado negativo também, o que tenho certeza, não é o caso de Thaynara OG.

Quero aqui dizer publicamente e reconhecer perante todos que essa jovem e bela mulher, que traz em si algumas das características mais arraigadas de nossa gente, como simplicidade e hospitalidade, pessoa de boa formação e do bem que faz um grande trabalho de difusão das coisas do Maranhão e de nossa cultura.

 

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