A importância do planejamento, da arquitetura e da diplomacia na arte da política.

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O planejamento, a arquitetura e a diplomacia são dentre as diversas áreas da política aquelas com as quais eu sempre me identifiquei. Isso não significa que eu necessariamente seja bom nesses quesitos, na verdade eles são apenas aqueles os quais eu mais me interesso, sendo que outros como as ações eleitorais propriamente ditas são aquelas que eu me identifico menos, pois é exatamente nelas que ocorrem os desvios de conduta que transformam a política em um jogo de difícil aceitação para pessoas decentes.

No Maranhão sempre existiram grandes mestres da arte da política, entre eles, para citar apenas alguns, relaciono, Sotero dos Reis, João Lisboa, Ana Jansen, Urbano Santos, Benedito Leite, Magalhães de Almeida, Vitorino Freire, Clodomir Milet e José Sarney.

Com a posse do governador Flávio Dino em 2015, o Maranhão passou a ter um novo líder, que tem a grande ambição de se incluir na lista acima. Missão difícil!

Mas falemos das grandes ações de planejamento, de arquitetura e de diplomacia que o ano de 2018 poderá, ou não, nos proporcionar.

A montagem das chapas sempre foi crucial para que uma eleição possa ser mais ou menos difícil. Nelas sempre se procura mesclar força política com capacidade eleitoral e estrutura física de campanha, ou seja, candidatos que possam compartir seus potenciais para que eles se multipliquem em apoiamentos e consequentemente em votos.

Esse ano, a grande quantidade de candidatos a senador em busca de uma das duas vagas postas em disputa está tirando o sono do governador e de seus asseclas.  Esse planejamento precisa ser feito com precisão. O arquiteto tem que garantir que essa construção além de bonita seja forte, funcional e possibilite a vitória.

Há um dilema da liderança que sempre pega alguns desavisados pelo rabo e os deixa sem saber se devem seguir os anseios de seus liderados ou se devem desenhar uma rota para que eles a trilhem. O autoritário escolhe a segunda opção, o fraco simplesmente curva-se aos gritos da turba, mas é o sábio quem melhor se coloca em cena, ouve os anseios dos seus amigos, discute as melhores ações e traça com eles a rota a ser seguida.

No Maranhão, infelizmente, faz muitos anos, não temos um líder sábio e quando o tivemos foi em algum episódio específico.

Como num tabuleiro de xadrez as peças estão postas e os jogadores as movimentam como acham que devem. Em batalha, a vantagem é sempre de quem está no terreno mais alto, neste caso, quem está no poder. É por isso que se costuma dizer que se este jogador não cometer muitos erros e se os erros que cometer não forem decisivos, a vitória deverá sorrir-lhe no final.

Ocorre que o quadro político maranhense nunca esteve tão conturbado, isso graças à opção que o atual governo fez pelo estilo universitário de fazer política, o que acaba acarretando muitos erros, sendo que alguns graves.

Tendo escolhido Weverton Rocha como seu primeiro candidato ao senado, Flávio Dino faz com que Zé Reinaldo, Waldir Maranhão, Eliziane Gama, Márcio Jardim, dentre outros, se acotovelem na disputa da segunda vaga, o que deixa a todos insatisfeitos.

Neste cenário, um bom estrategista recomendaria à oposição uma ação efetiva de cooptação de Zé Reinaldo, coisa que seria decisiva para fazer a balança pender em desfavor do governo.

Algum dos candidatos a governador da oposição deveria escolher Zé Reinaldo, filiá-lo a um partido importante ligado ao governador, e trazê-los para suas fileiras, quem sabe fazendo uma negociação de apoio com um dos candidatos de seu grupo já lançado ao senado.

Comentei a possibilidade dessa ação nas redes sociais e soube recentemente que um antídoto eficiente para esse “veneno” já foi providenciado. O governo teria negociado a entrada do correto secretário de educação Felipe Camarão, no DEM, partido pelo qual Zé Reinaldo pretende concorrer ao senado. Com essa ação Flávio Dino golpeia decisivamente Zé Reinaldo, exatamente o governador que em 2006, foi o responsável direto pela eleição do então candidato a deputado federal Flávio Dino. Na política, ingratidão é moeda de pagamento.

A entrada de Felipe no DEM teria dois possíveis objetivos, aquinhoar o DEM com espaço de poder no governo, coisa da qual desconfio categoricamente, e quem sabe viabilizar o nome de Felipe para ser vice de Flávio, fato que sacramentaria o descarte definitivo de Zé Reinaldo.

No que diz respeito a ações de planejamento e arquitetura política, nelas não há algo de bom ou de mau, de bonito ou de feio. As coisas da política, nestes casos, são avaliadas por sua necessidade ou não, por sua eficiência, eficácia e efetividade ou não. É neste momento que aparece a outra arma da política que eu aprecio e tento exercitar, a diplomacia, capaz de minorar os impactos negativos do planejamento, nem sempre bem aceito, e da arquitetura, nem sempre aplaudida.

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Viva! A vida é uma festa.

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O que faria um homem de 58 anos remarcar todos os seus compromissos de uma tarde de quinta-feira para ir assistir a um filme musical infantil em animação, e ainda por cima no insuportável sistema 3D!?

Os mais atentos poderiam pensar que isso seria coisa de neto, pois neto faz avô fazer coisas que até Deus duvida! Mas não foi neto. Fui assistir a esse filme porque minha filha pediu que eu fosse, e ela já fez 29 anos em dezembro passado.

Mas você se perguntaria o porquê de uma mulher pedir ao pai que vá assistir a um filme infantil!? Eu explico! É que ela resolveu que juntos deveríamos compartilhar com as pessoas, através de um blog criado por ela, as sensações que nos acomete ao assistir a alguns filmes.

Desde muito pequenina levei minha filha ao cinema. Transmiti a ela o vírus do audiovisual e ela, infectada, passou a trabalhar com fotografia, música e agora parece que vai se embrenhar também pelo cinema.

O primeiro filme que eu e Laila combinamos de comentar (na verdade foi ela quem exigiu que fosse este) foi a tal animação da quinta-feira passada, quando eu era o único adulto desacompanhado de crianças presente à sessão das 17 horas.

Dito isso, passemos ao filme… Mas antes me deixe explicar que eu assisto a qualquer tipo de filme, só não gosto muito de filmes de terror. Medo é algo que não me atrai. Adoro animação e não me acho infantilizado por isso. Dentre as técnicas que se apropriam da fantasia, a mais simples e completa é a animação infantil. O que é capaz de sensibilizar uma criança, um ser puro e ainda sem os preconceitos ou as limitações impostas pela sociedade, derrete o coração do mais impiedoso vilão da DC ou da Marvel.

O filme conta a história de Miguel, um mexicanozinho cuja família odiava música porque sua matriarca havia sido abandonada por um mariachi com quem fora casada.

A história narra a luta de Miguel para realizar o seu sonho de ser músico, menos pelo fato de seu avô ter sido um, mais pelo fato da música encher de prazer e alegria seu coração e sua mente.

A família tenta impedir a todo custo “Mig” de realizar o seu sonho.

No México, o feriado mais importante é o dia dos mortos. A celebração de origem indígena que honra os falecidos no dia 2 de novembro, começa na verdade no dia 31 de outubro, que coincide com o Dia das Bruxas, comemorado principalmente nos Estados Unidos. O dia dos mortos é uma data tradicional do calendário católico, conhecido como Dia dos Fiéis Defuntos ou Dia de Todos os Santos.

O certo é que o filme, no fundo no fundo, trata de diversos assuntos que eu não conseguiria aprofundar em uma crônica de jornal (leia o Blogwww.paiefilha01filmepordia.tumblr.com para saber mais).

Em meio às idas e vindas e graças às crendices sobre o dia dos mortos, Miguel acaba desvendando o mistério que cercava a história do desgosto de sua família com a música e consegue fazer com que sejam superados os mal entendidos que muitas vezes distancia as pessoas.

“Viva” é uma elegia ao amor familiar, ao respeito aos mais velhos e às tradições, à busca da realização de nossos sonhos…

Mas há neste filme uma coisa que me comoveu profundamente. É o fato de que o ritual de colocar uma fotografia de um ente querido já falecido em um altar, no dia dos mortos, garante ao falecido a vida eterna, na lembrança daqueles que o amavam… O amam, pois o amor não morre com a morte física!

O fato de hoje eu trabalhar primordialmente com o resgate e a preservação da memória maranhense fez com que me sentisse, de certa forma, como um instrumento quase mexicano do dia dos mortos.

Ao sair do cinema alguém soprou esta frase ao meu ouvido: Lembrar me garante que vivi. Ter vivido me garante que serei lembrado.

 

 

PS: Vá ao cinema! Assista a filmes em casa! Essa atividade faz com que todos nós possamos crescer e melhorar.

 

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Um pouco sobre Zé Louzeiro

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Vou tentar resumir, sem deixar de narrar as passagens mais relevantes de minha convivência com José de Jesus Louzeiro, ele que foi pioneiro dos romances reportagens no gênero policial no Brasil, autor de livros que serviram de base para que ele mesmo desenvolvesse os roteiros de filmes que marcaram o cinema nacional no final dos anos de 1970 e começo da década de 1980, com “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia” e “Pixote, a lei do mais fraco”.

Conheci Louzeiro no Rio de Janeiro. Fui até lá exclusivamente para conhecê-lo. Havia dois anos que “Pixote” fora lançado e eu queria conhecer o maranhense que havia escrito o livro e o adaptara para o cinema. Naquela época fazíamos a “Revista Guarnicê” e falar com Louzeiro renderia uma boa matéria.

Ele me recebeu em seu apartamento, em Laranjeiras. Cheguei lá por volta de 10 da manhã. Tivemos imediata empatia um com o outro. Como ludovicences apaixonados, São Luís foi um dos nossos assuntos recorrentes. Como cinéfilos contumazes, filmes antigos foram referências constantes em nossa conversa. Eu que era deputado pelo PDS, descobri nele um militante de esquerda com senso crítico apurado, coisa rara de se encontrar. Amigo pessoal de Neiva Moreira e de Leonel Brizola, tinha predileção pelo PDT, apesar de se dizer do “partidão”.

Por volta do meio dia, Zé me convidou para almoçar. Pensei que comeríamos em sua casa, mas ele quis me levar em um de seus restaurantes favoritos, o bom e velho “Lamas”, restaurante tradicional, fundado em 1874. Este passou a ser o nosso ponto de almoço, todas as vezes que nos encontrávamos no Rio.

Voltamos para seu apartamento e continuamos nossa conversa que versou por toda a paleta de cores da atividade humana. Falamos sobre quase tudo. Por volta das quatro da tarde, ele me convidou a ir a um cinema no Largo do Machado, pois às 17 horas, naquele dia “Pixote” iria ser exibido e a renda seria revertida para uma instituição de menores carentes.

Antes da sessão ele fez questão de me levar em um boteco próximo ao cinema para tomar um café e lá ele me deu uma verdadeira aula de observação dos tipos mais curiosos daquele habitat. O apontador do jogo do bicho, seu segurança, a prostituta vespertina, o traficantezinho de quinta categoria afugentado pelo dono da boca de fumo da região, o batedor de carteira… Esse era seu conhecido e ele o chamou para perguntar se ele se atrevia a tentar bater a minha carteira, ao que o meliante respondeu sem nenhuma cerimônia: “Seu Zé, só se eu tivesse com um ferro! Um sujeito desse tamanho, se me pega eu tô morto!”. Louzeiro mandou o atendente dar ao meliante um salgado e um suco e o despachou.

Aquela foi apenas a primeira vez que o encontrei. Dali por diante eu o escolhi como meu guru e mestre.

Agnóstico como eu, Louzeiro cultivava uma espécie de fé pessoal nas pessoas e nos grandes mestres da humanidade, por isso era na sua essência um verdadeiro humanista.

Muitas foram as vezes em que nos encontramos no Rio ou mesmo em São Luís, na casa de sua eterna professora Maria Freitas e de sua filha Marita, sempre na companhia de amigos queridos como Jesus Santos, Ivan Sarney e Eliezer Moreira.

Em 1987, quando eu era deputado federal constituinte, fui o relator do projeto do também deputado Amaral Neto que pretendia estabelecer a pena de morte no Brasil. Precisando de ajuda para enfrentar o maior repórter da TV brasileira de então, convoquei Louzeiro, não apenas por ser repórter de polícia, presidente do Sindicado de Escritores do Rio de Janeiro, mas por ser autor de obras de repercussão mundial sobre a violência e a criminalidade brasileira. Seu depoimento na Comissão de Direitos e Garantias Individuais foi decisivo para embasar o meu parecer contrário à pena de morte.

Poucos anos mais tarde, ao vir a São Luís, foi Louzeiro quem primeiro lançou a ideia de implantarmos aqui um Polo de Cinema, este mesmo que hoje colhe os frutos do trabalho de gente tão boa quanto Arturo Saboia, Fred Machado, Breno Ferreira, Leandro Guterres e Breno Nina, dentre outros.

Minha amizade com Louzeiro foi coroada quando o convidei para ser o membro da Academia Maranhense de Letras que faria o discurso de recepção da Casa, no dia de minha posse nela. Ele, mesmo já bastante debilitado pelos problemas resultantes do diabetes, foi impecável, como sempre.

Para mim e para aqueles que o amavam, Louzeiro não morreu, pois sua vida está retratada fielmente em sua obra imortal.

 

PS: No link abaixo você pode assistir a um documentário que o Museu da Memória Audiovisual do Maranhão fez sobre Zé Louzeiro.

https://www.youtube.com/watch?v=PiTX49XyzNU&list=PL1CRSF1DLcjxHIc5CEin-yqte-0EhOApp&index=9

 

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A verdadeira história por detrás da não nomeação de Pedro Fernandes para ministro

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A verdadeira história por detrás da não nomeação de Pedro Fernandes para ministro

Pedro Fernandes se elegeu vereador de São Luís em 1992, vaga que antes era ocupada por seu irmão, Manoel Ribeiro, que foi inclusive presidente da Câmara Municipal da capital, e naquele momento era deputado estadual, e iniciava ali sua brilhante trajetória política.

Mas essa história remonta mesmo os idos do ano de 1993! Tudo começou quando impuseram aos deputados e à Assembleia Legislativa do Maranhão, durante 10 anos, o nome de Manoel Ribeiro como presidente do legislativo estadual. Uma hora os nossos erros voltam para nos assombrar!

Em 1998, depois de duas eleições consecutivas de Manoel como presidente da ALM, Pedro disputa e ganha um mandato de deputado federal, cargo que ocupará por cinco mandatos sucessivos, até que, sabiamente, passará o bastão para seu filho, Pedro Lucas, em 2019.

Até aí tudo está certo, translúcido e completamente bem explicado e entendido.

Os Ribeiros sempre foram aliados do grupo liderado por José Sarney, mesmo que o mando deste grupo tenha sido exercido por sua filha Roseana nos 14 anos em que ela foi governadora do Maranhão.

Para Roseana era muito cômodo que Manoel Ribeiro controlasse a Assembleia Legislativa e os deputados, para isso deu a ele todo o poder necessário para tanto.

Pedro Fernandes sempre foi reconhecidamente um político mais bem preparado que seu irmão mais velho e logo impôs um estilo próprio. Engenheiro, bem versado e mais culto que o irmão, era tecnicamente mais capaz de assumir tarefas burocráticas. Já Manoel, passado na casca do alho, sempre foi um político mais arguto, mais afeito ao jogo dos bastidores da política. Era indiscutivelmente aquilo que se chama de uma raposa felpuda da política maranhense de seu tempo.

Quatro momentos da trajetória de Pedro Fernandes foram os pontos altos de sua vida pública. Quando se elegeu vereador, foi um excelente vereador. Quando se elegeu Deputado e novamente teve boa atuação. Quando foi indicado secretário de Educação por Roseana Sarney e agora quando teve seu nome indicado para ser ministro do trabalho.

A política é um sacerdócio. Uma ocupação parecida com a dos homens que dedicam sua vida a Deus. Os médicos de antigamente tinham essa mesma característica. Dedicavam-se à sua função de corpo e alma. Na política deve ser assim. Se você não se dedicar integralmente a ela, ela lhe falta. Se bem que para ter sucesso em qualquer setor essa máxima se aplica.

Quando a direção nacional do PTB indicou o nome de Pedro Fernandes para ministro do trabalho, o fez por ver nele um quadro capaz de desenvolver o trabalho de sustentação que o partido precisava para suas políticas. Ocorre que Pedro deveria primeiro fazer o dever de casa e ele não fez!

Aprende-se cedo na política que atitudes falam mais alto que o som de nossa voz. Sabendo da amizade de Zé Sarney com o Presidente Temer, Fernandes tinha obrigação de saber que o presidente da República pelo menos consultaria o ex-presidente, líder inconteste do estado do futuro ministro, sobre o fato de indicar um político de seu estado, sabidamente seu amigo, para um cargo tão importante, ainda mais pelo fato desse amigo estar vinculado a um adversário não só do ex-presidente, mas a alguém que recorrentemente chama Temer de golpista e ilegítimo!

Ora bolas, é ter muito pouca capacidade de entendimento do cenário político! Como é possível querermos que as coisas venham a acontecer como se deseja, trabalhando no sentido contrário!?

Já que Fernandes está agora alinhado a um governador, adversário do homem que vai nomeá-lo, o certo a fazer neste caso, deveria ser, de comum acordo com o governador, estabelecer que o mais importante neste momento seria garantir sua nomeação, coisa que seria bom para todo mundo. Todo mundo mesmo! Não dá para apagar incêndio com gasolina. Numa situação dessas o velho Manoel se sairia muitíssimo bem, já Pedro não é tão bom nisso.

Ao tentar demonstrar uma lealdade subserviente ao governador, Pedro pediu para não ser nomeado Ministro. Lealdade é a maior das qualidades de um político, desde que ela não seja capachilda, desde que ela aconteça de maneira livre e independente, caso contrário é pura dependência, imposição.

Tenho certeza que Zé Sarney não foi consultado pelo PTB ou pelo presidente Temer sobre a indicação de Pedro Fernandes para o ministério. Estive com Sarney no dia da indicação e ele comentou comigo que seria uma coisa muito boa para o Maranhão ter dois ministros novamente, ainda mais sendo Pedro.

Tenho certeza que ele não pegou o telefone para vetar o nome de Fernandes. O que ocorreu é que as declarações atabalhoadas de Pedro e as repercussões delas, muitas de forma bastante maldosa, aproveitando-se da inabilidade do deputado neste caso, fizeram não só Temer, mas o próprio PTB nacional repensar a indicação. Dar um ministro para um adversário, em meio a uma batalha política como a das reformas e a condução do país em meio a toda essa crise, é uma temeridade.

Pedro deveria ter ficado calado, consolidado seu nome e esperado ser nomeado. Não precisava trair Flávio Dino, só não podia ser subserviente a ele. Este fato prejudicou inclusive o próprio governador do Maranhão, que acabou não tendo um ministro ligado a si!

Depois do caldo derramado resolveram fazer o que os políticos fazem toda vez que não têm coragem de reconhecer seus erros: “Isso é coisa do Sarney!”

Não meto a minha mão no fogo por Zé Sarney, exatamente por saber que ele é o maior e o melhor político, mesmo sem mandato eletivo, ainda em plena atividade no Brasil, mas posso garantir que a maioria das coisas que as pessoas atribuem a ele, é obra da incapacidade das próprias pessoas de fazerem o que devem ou pelo fato de terem feito o que não deveriam.

Com perdão da má comparação, acontece em relação a Sarney a mesma coisa que acontece em relação a Deus e ao Diabo. Grande parte dos milagres creditados a Deus e dos flagelos debitados ao Diabo, ocorrem por obra e graça da nossa incapacidade de fazer o que deveríamos.

 

PS1: Depois de reler e revisar o texto acima, cheguei a conclusão que não vai adiantar que se diga e até mesmo que se prove que Sarney não vetou o nome de Pedro Fernandes, pois muitas pessoas não vão acreditar nisso. Porém uma coisa é certa, se Pedro Fernandes tivesse agido de outra maneira, da forma politicamente correta, uma hora dessas, ele seria ministro do trabalho.

PS2: Já imaginaram se o PTB nacional, comandado por Roberto Jeferson, que detesta Flávio Dino e o PC do B, obrigasse o partido no Maranhão a não se coligar com o governador!? Pedro Fernandes estaria no mato sem cachorro, pois a uma altura dessas o grupo Sarney não o receberia de volta!

PS3: A sobrevivência política de Pedro Fernandes e a eleição de seu filho, o promissor Pedro Lucas, independe de sua vinculação com esse ou aquele grupo político, comandado por este ou aquele cacique, seja ele detentor efetivo do poder formal ou não.

PS4: Acabei de lembrar do que minha mãe me dizia, quando eu era ainda bem pequeno: “Dizes com quem andas, que te direi quem és”.

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