Durante dez dias, desde o dia 16 deste mês de agosto, está acontecendo em São Luís a 10ª edição do Festival Maranhão na Tela, uma iniciativa da efervescente produtora cultural Mavi Simão, através da empresa Mil Ciclos.
Nestes dez anos o Maranhão na Tela se tornou um dos maiores responsáveis pelo avanço e pelo fortalecimento do cinema maranhense. Fato que se deve também a outros fatores que precisam ser citados e igualmente louvados, como o novo fôlego que passou a ter de um tempo pra cá o Festival Guarnicê, promovido já faz 40 anos, pela Universidade Federal do Maranhão; o espírito visionário e perseverante de Frederico Machado, criador do grupo Lume, composto de uma das mais importantes distribuidoras de filmes independentes do Brasil, uma produtora de audiovisuais, além de promover uma série de cursos sobre cinema em São Luís e manter um cinema voltado a filmes de arte; outra e importante iniciativa vem do governo do estado que incensado por pessoas como Marcos Ponts, implantou através do IEMA a primeira escola de cinema do Maranhão, que por enquanto apenas realiza cursos de nível técnico, mas que acreditamos logo se transformará em curso de graduação superior.
Não quero parecer cabotino ou cometer a deselegância de tecer loas ao trabalho que estamos desenvolvendo desde 2009 no MAVAM, o Museu da Memória Audiovisual do Maranhão, que além de realizar o trabalho de pesquisa, resgate, catalogação, adequação, digitalização e disponibilização de acervos fotográficos, de áudio e de vídeo, criou em torno de si um polo de cinema que congrega diversas empresas e pessoas interessadas em desenvolver projetos ligados ao audiovisual, como é o caso da Dupla Criação, responsável pelas melhores animações realizadas por nós.
Não devemos, nem podemos esquecer também o trabalho dos pioneiros do cinema maranhense, pessoas como Murilo Santos, Euclides Moreira, João Ubaldo, Nerine Lobão, Medeiros, Cintra e tantos outros que a partir da década de 1970 começaram a fazer filmes por aqui.
Todos estes “atores”, suas entidades e obras são responsáveis pela existência de um núcleo de produção cinematográfica em nosso estado, coisa que tem sido vista e tida por todos como o nascimento de um cinema desenvolvido de forma profissional no Maranhão.
Mas voltemos ao Festival Maranhão na Tela!
Nesta edição de dez anos, Mavi resolveu homenagear dez cineastas brasileiros, e resolveu me incluir entre eles, fato que muito me honrou e que aceitei apenas como representante dos cineastas de nossa terra, gente como Arturo Saboia, Breno Ferreira, Francisco Colombo, Beto Matuck, Cícero Filho, Ramusyo Brasil, Breno Nina, Âurea Maranhão, além dos já citados Fred Machado, Murilo Santos, Marcos Ponts, e tantos outros velhos e novos e bons talentos locais.
A lista de homenageados escolhida por Mavi foi para mim uma espécie de presente, pois fez com que eu reencontrasse queridos amigos que não via fazia algum tempo, como Lírio Ferreira, Daniel de Oliveira, Bruno Safadi, Cavi Borges e Flavio Tambellini, além de me permitir conhecer pessoas que tinha muita vontade, como Marcelo Gomes e José Joffily.
Estes e outros cineastas de renome nacional e internacional, proferiram palestras sobre suas obras durante todos esses dias, o que foi maravilhoso!
O festival deste ano apresentou 60 filmes realizados no Maranhão, por maranhenses e por pessoas que escolheram a nossa terra como sua. Esse número é apenas uma fração da quantidade de trabalhos que estão sendo realizados aqui, fato que nos honra também pela qualidade de grande parte dessas obras.
O trabalho que pessoas como Mavi realizam é muito importante, não apenas para a difusão de nosso cinema, mas também para o fortalecimento dele como indústria e segmento importante de negócio.
O nosso próximo passo será criarmos junto a FIEMA, um sindicato que represente nosso setor no panorama cinematográfico local e nacional.