Eu havia acabado de assistir ao filme “Rio, eu te amo”, que, diga-se de passagem, é uma droga de filme, mesmo que tenha sido feito só por gente importante do cinema nacional e internacional, quando me lembrei de um antigo e acalentado projeto semelhante a ele: “São Luís”.
Para ser justo com o filme que acabara de assistir, devo dizer que gostei da sequência em que aparece o ator Harvey Keitel, onde um menino de rua diz pra ele que está esperando, num telefone público, uma ligação de Jesus Cristo.
Mas voltemos a “São Luís”. Tenho um antigo projeto de fazermos um filme no mesmo estilo dos tais “Eu Te Amo”. Um projeto que coloque São Luís como cenário e personagem, que nos propicie contar histórias curtas e interessantes sobre as pessoas, lincando-as com nossa cidade, ambientando-as em seu casario, passeando por suas lendas, usando os personagens marcantes de sua história e de seu cotidiano!
Um filme que seja escrito, dirigido, produzido e atuado por cineastas maranhenses, mas para o qual se convidasse alguns atores de renome nacional e até mesmo internacional, para dar a ele um aspecto e um apelo universal. Usaríamos em sua realização o que existisse de melhor em termos de equipamento cinematográfico e mão de obra técnica, nos igualando ao que de melhor existe em termo de cinema.
Tenho certeza que uma hora dessas esse projeto vai sair do plano onírico e vai se tornar realidade, ainda mais agora que a nossa indústria cinematográfica começa a se estruturar profissionalmente.
Desde já estão convocados para fazerem parte desse projeto, junto comigo, Arturo Saboia, Marcos Ponts, Beto Matuk, Fred Machado, Breno Ferreira, Francisco Colombo, Cícero Filho, Breno Nina, Lucas Sá, Rafaelle Petrini, Mavi Simão, Tiago Tito, Erlanes Duarte, Cassia Melo e mais alguns outros…
Imaginem só se tivéssemos como um dos galhos dessa frondosa árvore cinematográfica, uma história que envolvesse a Marrom, Alcione Nazaré; Uma que fosse ambientada dentro de um dos enredos do grupo Pão com Ovo; Uma outra onde uma fã perseguisse Thaynara OG; Uma que contasse as peripécias de um ex-jogador de futebol famoso, assim como Kleber Pereira; Uma história ambientada num grupo de arte popular, de bumba meu boi ou tambor de crioula; Uma que narrasse a vida pacata de um funcionário público; Uma onde um preto velho contasse histórias de assombração para dois menininhos numa das escadarias do centro histórico; Uma história ambientada no Bar do Nelson ou no Bar do Léo; Uma que falasse de um poeta que vivesse enfurnado dentro de um sebo, como a Poeme Se Livraria; Uma que abordasse as armações de um político safado e trapalhão; e ainda uma história que contasse um belo caso de amor…
Seriam umas 15 histórias de no máximo 8 minutos para que o filme não ficasse longo demais. Essas histórias poderiam ser contadas encadeadas em um travelling pela cidade, um passeio por nossas ruas.
Tenho certeza que temos condição de fazer um grande filme! E é fácil comprovar isso. Para tanto basta citar alguns filmes já realizados ou alguns projetos pré-produzidos dos cineastas citados acima: Acalanto, de Arturo; Infernos, de Fred; Nua por dentro do Couro, de Lucas; Macapá, de Marcos; Reverso, de Colombo; e até mesmo, Pelo Ouvido, desse locutor que vos fala, só para citar alguns dos filmes e dos cineastas aqui relacionados.
Tenho certeza que sob o comando produtivo de Petrini, Mavi, Matuk, Cassia e Tiago, essa turma iria criar um belíssimo filme no qual se pudesse mostrar São Luís e nossa arte para o mundo.
Podem me chamar de sonhador maluco, mas de mais longe nós já viemos, Agora o cinema maranhense já existe, tem força e qualidade.
Como já disse, tenho certeza que um dia não muito distante esse projeto vai sair do âmbito dos sonhos e se transformará em realidade.
PS: Parabéns a todos que participaram do edital SECTUR/ANCINE de cinema e principalmente aos que foram selecionados. Obrigado aos promotores desse edital, pelo apoio dado ao cinema maranhense.