Fato extremamente relevante

0comentário

Repercuto abaixo o carinhoso artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão de domingo 21 de dezembro pelo meu bom amigo e parceiro no cinema, Coi Belluzzo, a quem fico desde já agradecido por suas palavras generosas para comigo e com meus devotados companheiros nessa deliciosa jornada de preservar a memória maranhense através de meios audiovisuais.

Convido você que não conhece, para que vá conhecer o trabalho que realiza o Museu da Memória Audiovisual do Maranhão da Fundação Nagib Haickel.

 

Primeiramente devo apresentar-me. Sou Coi Belluzzo, nasci na pequena Garça, na zona cafeeira de São Paulo. Sou publicitário e cineasta. Tenho uma carinhosa relação com o Maranhão desde 2008, quando conheci Joaquim Haickel enquanto produzia seu filme “Pelo Ouvido”, vencedor de mais de vinte prêmios em festivais de cinema mundo afora.

Fiquei amigo de Joaquim Haickel e depois de “Pelo Ouvido” embarcamos no audacioso projeto de retratar em um documentário a vida e a obra do padre António Vieira, o que nos levou a fazer o seu trajeto, de Lisboa a Salvador, de São Luís a Roma, de Amsterdã a Ibiapaba…

Entrevistando os maiores especialistas em Vieira no Brasil e em Portugal, fizemos um filme que selecionado até agora para dois festivais, ganhou três prêmios. No ano que vem pretendemos, com base nesse filme, produzir no Maranhão uma série em 13 capítulos para televisão que deverá ser exibida em todos os países de língua português e até na Espanha, na França, na Itália, na Holanda, na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Mas meu caro editor, o motivo de minha missiva é para dizer através do espaço que espero que você me ofereça, que o Maranhão e principalmente os intelectuais maranhenses e o governo do Estado não faz justiça ao maravilhoso trabalho que vem fazendo o Museu da Memória Audiovisual do Maranhão, da Fundação Nagib Haickel.

Lá, Joaquim Haickel e seus fieis escudeiros Joan Carlos, Beto Matuk, André Lucap, Francisco Colombo, Fernando Bayma, Ângelo Rosa, João Ubaldo, Talvane Lucato, Eduardo Cordeiro, Beto Nicácio, Iramir e tantos outros, todos voluntários, diga-se de passagem, construíram nos últimos dois anos um portfólio respeitável em qualidade e quantidade, digno das melhores produtoras de conteúdos mais atuantes do país.

Falo de: “Academia da Memória – Homens e Imortais”, coletânea de 24 documentários sobre os fundadores da Academia Maranhense de Letras e outros de seus mais importantes membros; O desenho animado “Upaon-Açu, Saint Louis, São Luís…” Que conta a historia da fundação da cidade enfocando as três versões existentes; “A Pedra e a Palavra”, o longa metragem que mostra a trajetória do padre António Vieira; “Memórias e Lembranças”, uma série que apresenta seis documentários sobre personalidades e fatos importantes do Maranhão. Nessa leva há também a séria de 13 documentários onde retrata os mais importantes “Artistas Plásticos do Maranhão”, a segunda edição do projeto “Memórias e Lembranças”, desta vez com dois documentários em longa-metragem sobre o ex-prefeito Haroldo Tavares e o ex-presidente da Assembleia legislativa do Maranhão, Nagib Haickel.

Não satisfeito com isso Joaquim e sua turma está finalizando “Radialistas do Maranhão”, uma série de 13 docs. enfocando a historias dos profissionais desse setor.

Além disso, o MAVAM coproduziu de A Estrela e o Vagalume (que mostra o amor de dois ícones da cultura maranhense, Carlos e Zelinda Lima), três desenhos animados com a Dupla Criação e prestou dezenas de apoios a produções audiovisuais locais.

A missão do MAVAM é preservar a memória audiovisual do Maranhão e nesse intento telecinou e digitalizou 120 horas de imagens em movimento provenientes dos mais diversos destinos e mídias, tendo ainda, por executar, outras 360 horas. Juntem-se a isso as 30.000 fotografias e postais adquiridos de António Guimarães, Edgard Rocha e outros colecionadores.

Se o que Joaquim Haickel e seus companheiros fazem no Maranhão fosse feito em São Paulo, eles estariam sendo aclamados como heróis, mas parece que no Maranhão os heróis bons são apenas os do passado histórico, exatamente esses que Joaquim tenta preservar para gerações futuras, como por exemplo, Canhoteiro e João do Vale que já constam em um futuro projeto do MAVAM.

Espero que a falta de apoio e de reconhecimento para com o trabalho que Joaquim realiza não seja pelo fato dele ter sido deputado, de ser político. Espero que a culpa seja dele, por não propagandear os feitos seus e de seus abnegados voluntários na guerra de preservar a memória audiovisual de sua brava gente.

Isso tudo que lhe relatei aqui, meu caro editor, é apenas parte da historia. Fui convocado para ajudar num projeto fantástico do MAVAM. Joaquim e seus companheiros pretendem realizar 24 documentários sobre o Pantheon Maranhense, onde figuram os mais importantes filhos do Maranhão, nomes como Gonçalves Dias, Artur Azevedo, Aloisio Azevedo, Sousândrade, João Francisco Lisboa, Humberto de Campos, Coelho Neto e Graça Aranha.

E mais! As séries de artistas plásticos e radialistas estendem-se a 39 nomes cada, a de memória a pelo menos mais duas edições com seis personagens em cada e há projetos novos como os mais importantes fotógrafos maranhenses e algumas histórias famosas como o caso Visgueiro e o da Baronesa de Grajaú. A meta deles é em oito anos produzirem 200 filmes.

Existe outra coisa que Joaquim fala para poucas pessoas e que eu vou me atrever a comentar aqui. A Fundação Nagib Haickel tem um canal de televisão educativa pronto para funcionar, com uma concepção de programação ágil e moderna, que nunca recebeu apoio nem do governo nem do empresariado maranhense. Mais uma coisa que se existisse em São Paulo já estaria funcionando.

Grato por sua atenção e pelo espaço.

 

Coi Belluzzo é publicitário e cineasta

Sem comentário para "Fato extremamente relevante"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS