Justas Homenagens  

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Em 2009 a Assembleia Legislativa do Maranhão concluiu a revisão da Constituição do nosso Estado e do Regimento Interno daquele Poder.

Entre as muitas coisas boas que já haviam sido incorporadas a essas duas leis fundamentais para o funcionamento institucional de nosso Estado figurava a que vedava a reeleição consecutiva para o mesmo cargo da Mesa Diretora da ALM.

Mais adiante, essa importante salvaguarda seria derrubada, na intenção de se reestabelecer o predomínio de uma só pessoa no comando daquela casa de poder. Mas o tiro saiu pela culatra. O dispositivo que havia sido premeditado para esse fim, serviu na verdade para colocar em evidência um outro ator, que graças a Deus não incorporou, por completo, aquele personagem já bastante conhecido dos deputados: o caudilho.

Mas não é sobre isso que eu quero tratar agora. Quero falar sobre o artigo 139 do Regimento Interno da ALM. Ele estabelece, se a memória não me falta, a concessão das Medalhas do Mérito Legislativo em seis áreas de atividades humanas: Manoel Bequimão, para personalidades que por suas ações, tenham se destacado, no Maranhão ou no Brasil; Terezinha Rego, para personalidades de destaque na educação e nas ciências; João do Vale, para vultos de nossa cultura e de nossas artes; Canhoteiro, para pessoas que tenham se destacado no setor esportivo; Maria Aragão, para pessoas que tenham lutado em prol das causas sociais; e Nagib Haickel, para personalidades relevantes no mundo empresarial e no mundo político.

Essas honrarias, estabelecidas pelo Poder Legislativo maranhense, com a finalidade de serem destinadas aos bustos de quem as mereça, por seus relevantes serviços prestados ao nosso Estado ou ao nosso país, só agora terão sua existência registrada no eterno bronze do tempo, graças à ação da atual direção da ALM. Aqueles que forem merecedores dessa distinção, por parte dos representantes do povo maranhense, terão a certeza do reconhecimento de sua trajetória, coisas que o fizeram se sobressair em um desses setores de nossa vida social.

Originalmente a ALM oferecia aos seus homenageados a Medalha Manoel Bequimão, mas os deputados acharam que ela deveria ter destinações especificas, referenciando o agraciado a uma personalidade marcante do seu setor.

Bequimão, todos sabem, é considerado o primeiro mártir da independência do Brasil. Revoltou-se contra as ordenações do trono português, mas acabou preso e foi enforcado.

Entre os seis homenageados, que emprestam seus prestigiosos nomes para essas medalhas, há uma, a professora Terezinha Rego que ainda está viva e trabalhando em seu ofício, em sua paixão, fato que muito honra e orgulha a todos nós.

A professora Terezinha realiza um maravilhoso trabalho como pesquisadora no setor fitoterápico, transformando folhas e plantas em cura para grande quantidade de doenças e ajudando assim uma infinidade de pessoas, no Maranhão, no Brasil e no Mundo.

Falar de Maria Aragão é chover no molhado. Essa grande mulher, grande ativista e líder, marcou nossa terra enquanto viveu com sua devoção às causas populares.

Também é chover no molhado se falar de nosso maior compositor musical e poeta popular, João do Vale. As letras de suas canções e suas melodias únicas nos fazem sentir orgulho de ter nascido nessa terra. Lembrando que João, com quem tive a honra de privar uma boa amizade, foi escolhido personalidade maranhense do século XX.

A inclusão do nome de meu pai, Nagib Haickel, nessa lista, muito honrou a mim e a minha família, mas a minha coerência me obriga a dizer que ele, dentre os demais, é o menos merecedor dessa honraria. Nada fez de extraordinário para merecê-la. A cada passo, a cada dia, andou e viveu dentro de seu trajeto, de seu roteiro. Se isso vale, valeu!

Acredito que muito poucos entre os mais jovens saberiam responder quem é Canhoteiro. Isso mesmo, quem é Canhoteiro, pois ele será sempre o maior dos futebolistas do Maranhão. Mesmo que nasça por aqui outro gênio da raça e do esporte bretão, Canhoteiro terá sempre reservado o primeiro lugar na fila dos craques maranhenses.

Era aqui que eu queria chegar. Estou convocando uma equipe de experts em futebol e em cinema para realizar um documentário sobre o homem, o anjo torto, o bailarino. Esse santo José de Ribamar. Para mostrarmos às novas gerações quem é esse maranhense que teria arrancado de Pelé a declaração de que ele seria o melhor jogador que o Rei teria visto jogar.

Quero poder, com a ajuda dessa boa e grande equipe, apresentar ao mundo, o artista que acendia as tardes e inventou o sol.

 

 

 

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