Faz uns dois pares de anos que não falo com o jornalista Roberto Kenard, meu amigo de muito tempo, companheiro das lides poéticas e de ações culturais importantes, como um programa de rádio, um semanário, uma revista mensal e a editoração e publicação de vários livros. Todas essas ações levaram o sobrenome Guarnicê, e aconteceram nos saudosos e eternos anos 80.
Eu e Kenard somos bem diferentes. Diferentes em nossos posicionamentos ideológicos, em nossos estilos e gêneros literários, em nossa forma de encarar a vida e dentro dela a política, os negócios… Mesmo assim, de longe, nunca deixei de acompanhar sua trajetória de poeta e jornalista. Estive sempre por perto, pois em mim, a discordância pontual ou o desentendimento momentâneo, não geram ódio, rancor ou nenhum outro sentimento negativo. Policio-me constantemente para que nada gere em mim sentimentos negativos, mesmo que em relação a um ou outro “imbecil” isso seja um pouco difícil, mas acabo conseguindo.
Desfrutamos, eu e RK, juntamente com Celso Borges, Paulinho Coelho, Érico Junqueira Aires, Cordeiro Filho, Ronaldo Braga, Ivan Sarney, meu irmão Nagib, entre outros, a experiência juvenil e utópica de tentar mudar o mundo através da música, da poesia, da literatura, do cinema e das artes de um modo geral.
Convivemos de adolescentes a adultos, e até mesmo algumas vezes, adúlteros, em nossas jovens e temerárias experiências de poesia, álcool, Guaraná Jesus e outras “cositas mas”, quando nos permitíamos esquecer as nossas namoradas em casa e saíamos pelos bares e praias da Ilha, no velho Bugre vermelho que nos servia de Rocinante, apaixonando e nos apaixonando por Dulcineas, Carmens, Julietas, Amélias, Teresas, Capitus, Ursulas, Mollys, Marias “… De todas as raças, de todas as cores…”
Naquele tempo nos permitíamos subverter as regras vigentes para transformá-las em algo mais parecido conosco, com aquilo que queríamos da vida. Buscávamos naquele tempo, assim como hoje, mais ou menos a mesma coisa. A tal da felicidade e da extensão dela para o maior número de pessoas possíveis. Isso não mudou em nada. Só que agora são mais visíveis as diferenças. Uns querem alcançar isso de uma forma e outros de outra, uns com um estilo e outros com outro, mas no fundo continuamos querendo a mesma coisa.
A forma de fazer isso que já era diferente antes, na juventude, em alguns casos tende a se aproximar e em outros a se distanciar, na maturidade. Não acredito que nenhum de nós estejamos tão distantes a ponto de que não saibamos disso.
Falo hoje de Kenard por dois motivos, primeiro porque comentei com um nosso conhecido comum que desde a morte do jornalista Walter Rodrigues, que acreditávamos que ele, Kenard, passaria a ser o melhor articulista político do Maranhão. Kenard não tem e acredito não terá jamais a teia de contatos que tinha Walter, até porque este fazia de sua teia, seu habitat, sua forma de viver. Em suma, ele não vivia a sua vida, ele vivia o jornalismo, a política. Já Kenard vive o jornalismo, a política, sua família, sua mulher, seus filhos, sua Barreirinhas, seus estudos, sua literatura, sua poesia. Tem coisas que Walter jamais teve e nunca teria.
Sem medo de ferir nenhum ego, nem magoar ou melindrar nenhum amigo jornalista, acredito ser Roberto Kenard, o sucessor de Walter Rodrigues e parece que quanto a isso não estou sozinho.
Ele não carrega a mão no sarcasmo nem na ironia debochada como fazia Walter, mas, como ele, apresenta os fatos de forma clara, permitindo com que se possa ter uma visão perfeita dos fatos, isso sem contar com seu estilo literário, enxuto, simples, direto e elegante.
A outra coisa que me fez lembrar Kenard, foi o fato de que o falecimento do grande poeta José Chagas, abre vaga na Academia Maranhense de Letras, instituição que na juventude abominávamos como símbolo do imobilismo e da inação. Lembro que Kenard fez uma matéria mordaz sobre a AML e nós publicamos na Guarnicê. Teve grande repercussão.
Para efeito de preenchimento de vagas na AML tenho um critério muito pessoal que acredito hoje ser o da maioria dos acadêmicos praticantes e assíduos às reuniões. Devemos eleger alguém que participe da vida da instituição, alguém que exerça uma função criativa e produtiva, alguém que possa conviver bem com seus confrades e confreiras (expressão horrível), alguém que ajude a AML a não ser uma casa de simples mortais, mas que sejamos imortais em nossa luta pela arte e pela cultura maranhense.
Nesse desiderato (expressão também horrível), minhas preferências recairiam em primeiro lugar em Gullar, Nauro, Arlete, Zelinda e Turíbio, como expoentes máximos de nossa cultura ainda fora da Academia; em Jesus, Cassas, Ariel, Salgado e Kenard, por suas obras; E em Felix, Neres, Zé Jorge, Aldo e Alan, pelo muito que podem contribuir para o aumento e melhoria das ações artísticas, literárias, culturais e midiáticas da AML. Ainda poderíamos relacionar os nomes de Celso, Sinhô, Mundinha, Lourdes e Paulão, entre os de outros, que também poderiam ser cogitados para fazer parte do sodalício (outra palavrinha difícil).
– É uma lista grande! Diriam uns. – Haja passamento! Diriam outros. Mas a vida segue, diria eu.
Mas voltando ao Kenard, devo de dizer que assino embaixo de alguns de seus últimos textos publicados em seu Blog, mas isso já seria assunto para uma outra conversa.
Concordo com vc, sou leitora assídua do blog do kenard,não o conheço como vc o conhece,mas só em lê ,admiro a sua postura e sobre política melhor ainda, muito justo.
A verdadeira amizade é o bem mais precioso que há neste mundo. Parabéns!
Acho que você exagerou um pouco na comparação entre WO e RK. Eles realmente têm em comum algumas características, mas um jamais substituiria o outro. São feitos de materiais diferentes. Não que um fosse melhor ou pior que o outro, isso não. Simplesmente eram, são e serão diferentes.
Em relação a vaga da AML, o Kenard pode até ser um bom poeta, um estudioso, mas não tem condições de conviver com ninguém por muito tempo, ele se boicota, briga com todo mundo. Com você próprio Haickel, que parece sempre foi seu amigo, demonstra gostar dele, ele sempre escreveu coisas péssimas sobre você, sempre o desqualificou, chamou-o de serviçal, puxa-saco, laico e lacaio.
A arrogância de Kenard não tem tamanho e a aversão dele a ser contestado deixa claro que não tem uma personalidade fácil de conviver principalmente num grupo que todos sabem, é bastante conflagrado.
Fico imaginando porque será que ele tem tanta restrição ao Flávio Dino… Ah! Já sei! É porque suas personalidades são muito parecidas e não se atraem.
Resposta: Com esse codinome de vigilante você só pode ser mais um desses patrulheiros que abundam por aí.
Nunca me senti insultado por Kenard, mesmo quando ele usou palavras mais fortes e em alguns casos injustas para comigo,
daí a me sentir ofendido há grande distancia. Existem coisas que as pessoas dizem em momentos de raiva, que devemos
saber entender e quando preciso perdoar.
Com esse codinome de vigilante você só pode ser mais um desses patrulheiros que abundam por aí.
Nunca me senti insultado por Kenard, mesmo quando ele usou palavras mais fortes e em alguns casos injustas para comigo,
daí a me sentir ofendido há grande distancia. Existem coisas que as pessoas dizem em momentos de raiva, que devemos
saber entender e quando preciso perdoar.
Sou sua admiradora e me identifico muito com suas colocações.
Gostaria de dizer que li os dois textos, o seu e o do Roberto Kenard. No seu eu senti sentimentos verdadeiros de carinho e afeição. No dele, senti presente uma vontade sincera de ter essas coisas, mas senti também uma enorme dificuldade em demonstrar isso em palavras.
Fico feliz em ver que uma amizade antiga e verdadeira como a de vocês pode ser salva.
Continue sendo como é, você só tem a ganhar.
O momento é de ópera Bufa. Palhaços, assassinos, bobos-da-corte, falsos heróis, e um texto repetitivo, cansativo. Peripécia, catarse…. Como bons atenienses, não superamos a Arte Poética original: seguimos na imitação: será que, no inconsciente coletivo, nos enquadramos na máxima de Baudelaire: “o homem acaba por se assemelhar àquilo que gostaria de ser”?
Brinquemos com o bardo do Rio Avon:
Roseana: a megera domada.
Sarney: Lear
Dino: Edgar.
Edinho: ?
Joaquim: Otelo?
?: Primeiro Coveiro
Os bogueiros, com uma licença nouveau fin-de-siecle, poderíamos colocar como um personagem único: O Histrião. Com poucas exceções e alguns exageros (Kenard é o mais histriônico – outro dia Gojoba deu “uma” nele).
Seu personagem escolhido, Kenard (qual o gancho mesmo? – Saudades?), bem, este na última semana passou bem pro lado do seu grupo, senão o amando, mas odiando o adversário. Kenard é um grande poeta, batido apenas recentemente, mas como colunista, lembra o estilo Joaquim Barbosa.
Gostei daquele elenco de Academiáveis. Segue o padrão. É lobby?
Você acha que provoca o baixinho com seus enfeites, adornos e divertimentos textuais droláticos?
Não se esqueça: você escreve bem.
Resposta:Aless,
a ópera é Bufa mas o bufão é você.
O texto é repetitivo e cansativo mas você continua lendo e comentando.
Ou você é doido ou tá gostando.
Vai ver que você se enquadra na máxima parecida com a de Baudelaire: o homem(?) acaba querendo ser parecido com o que diz odiar.
Vomitar cultura não é ter cultura. Não adianta citar personagens famosos…
Vomitar palavras difíceis não significa conhecê-las…
Prefiro more a less…
Aless,
a ópera é Bufa mas o bufão é você.
O texto é repetitivo e cansativo mas você continua lendo e comentando.
Ou você é doido ou tá gostando.
Vai ver que você se enquadra na máxima parecida com a de Baudelaire: o homem(?) acaba querendo ser parecido com o que diz odiar.
Vomitar cultura não é ter cultura. Não adianta citar personagens famosos…
Vomitar palavras difíceis não significa conhecê-las…
Prefiro more a less…
Ok. Desculpa. Não queria ofender, nem vomitar cultura.
Resposta: Desculpe a mim. Acho que peguei pesado. É que é muita gente sabendo de tudo e vez por outra
explodimos com quem não merece.
Desculpe a mim. Acho que peguei pesado. É que é muita gente sabendo de tudo e vez por outra
explodimos com quem não merece.