Fui convidado por minha querida amiga Ceres Costa Fernandes para participar como palestrante de um de seus Cafés Literários, abordando a importância da preservação da memória através de meios audiovisuais.
Para quem não sabe o Café Literário é o evento promovido pelo Centro de Criatividade Odylo Costa, filho no intuito de movimentar o cenário cultural de nossa terra. Nele a população se reúne com escritores, professores, artistas, jornalistas que possam contribuir para o engrandecimento do conhecimento, discussão e difusão de temas ligados às artes e à cultura de modo geral.
Na última terça-feira, dia 19, fui conversar com as pessoas que lá compareceram. A casa estava lotada. Olha que concorríamos com os shows de João Bosco no TAA e de Erasmo Dibel no Sebrae, com o festival Lume de cinema, com as festas juninas que se espalham pelos terreiros da cidade, e mesmo assim a nossa plateia foi grande em quantidade e em qualidade. Fiquei muito satisfeito e espero que as pessoas tenham gostado.
Vou aproveitar esse mote para conversar aqui com você sobre o mesmo tema, propagar as ideias das quais tratamos naquela ocasião.
Primeiramente falamos sobre a memória. E o que é mesmo memória? Parece uma pergunta tola e imaginamos que a resposta seja fácil. Não é bem assim. Posso lhe garantir que memória não é simplesmente lembrança. Lembrança é apenas um ingrediente da memória, uma vigésima parte dela. Memória é muito mais.
Mas afinal de contas o que é memória. Memória é a capacidade que temos de adquirir, armazenar, consolidar e lançar mão de informações, de conhecimentos, e colocá-los à nossa disposição, à disposição de todos.
Existem dois meios onde a memória se efetiva. No meio biológico, a memória interna e no meio artificial, a memória externa.
O objeto de nosso interesse frutifica na fronteira entre as duas. Falo do uso da memória biológica para a construção de uma memória artificial que possa ser transformada em biológica em outras pessoas, e assim sucessiva e eternamente.
Para que se tenha comprovação do que digo, basta analisarmos a importância de conhecermos os desenhos rupestres da era paleolítica e de sabermos das histórias contadas através da tradição oral, dos contadores de histórias, comuns em todas as culturas e em todas as épocas.
O que nós queremos é preservar o mais que pudermos, em meios audiovisuais. Primeiramente adquirindo, armazenando, catalogando, consolidando, recuperando, para que possamos lançar mão, não só nós, mas as gerações futuras.
Essa é a proposta do Museu da Memória Audiovisual do Maranhão – Mavam, pertencente à Fundação Nagib Haickel, que além disso se dedica à produção e a difusão da educação, da arte, da cultura, do esporte, da preservação de nosso patrimônio histórico, arquitetônico, cultural e ambiental e deselvolve ações de inclusão social e de cidadania.
Uma outra etapa desse mesmo trabalho é “produzir” nossa memória contemporânea que amanhã já será passada. Fazemos isso realizando filmes que possam servir como as paredes das cavernas para os arqueólogos do futuro.
Existem perguntas que automaticamente aparecem nessas discussões: A quem pertence essa memória e quem devem ser seus detentores? Pertence a todos nós, individualmente, mas devemos compartilhá-las entre nós, de forma que nossas memórias individuais passem a formar um patrimônio comum, onde todos e cada um de nós se façam representar.
Outra pergunta que se impoe é como preservar essa memória. Devemos procurar quem tenha conhecimento e competência para fazer isso ou, de forma amadora, digitalizarmos nossos acervos, como por exemplo, os álbuns fotográficos de família, as fotos tiradas nos jogos de futebol, os álbuns de casamento…
É bom que se diga que mesmo arquivos digitalizados, transpostos para HDs ou BRs ou DVDs ou CDs, são passíveis de serem perdidos e em alguns casos, quando isso acontece, o prejuízo é muito maior. A mídia mais confiável até hoje disponível, é a fita LTO e mesmo assim precisa de constante manutenção e checagem, necessitando ser refeita num prazo de 30 anos.
Depois passamos a falar do projeto de iniciativa da Academia Maranhense de Letras, intitulado, Academia da Memória – Homens & Imortais que irá realizar documentários sobre alguns de seus membros. O presidente da AML, o jornalista e historiador Benedito Buzar, tem dado apoio irrestrito e acompanhado de perto esse projeto.
A princípio serão realizados docs sobre os 12 fundadores da Academia e sobre outros 12 imortais, totalizando 24. Depois da palestra foi exibido o primeiro deles. Trata-se do filme “Palavrador” que retrata a vida e a obra do poeta José Chagas. Quem viu achou maravilhoso.
A obra foi roteirizada pelo poeta Celso Borges, dirigida pelo cineasta Beto Matuck e montada por Alberto Greciano. A produção é da empresa Play Vídeo que conta com uma dezena de profissionais de alto nível para a realização desse projeto, entre eles o cineasta Francisco Colombo, os produtores Joan Carlos e Marcos Araujo e o fotógrafo Manoel Martins.
Naquela noite, depois da palestra, uma senhora me chamou de lado para me parabenizar e dizer de como ela estava orgulhosa de que um maranhense tivesse tido uma ideia dessas, algo tão extraordinário e eu disse a ela que essa ideia não é minha, que existem muitas outras experiências similares como os Museus da Imagem e do Som e Museu da Pessoa. Os MIS são voltados basicamente para o registro das artes que envolvem o som e a imagem. Seu objeto é a arte, por mais documental que possa ser, tem sempre uma visão artística da obra. O Museu da Pessoa é um museu virtual de histórias da vida, aberto a participação gratuita de todo aquele que queira compartilhar sua história a fim de democratizar e ampliar a participação de todos na construção da memória social.
Não estamos inventando nada, estamos tentando, ao nosso modo, dentro de nossas possibilidades, desenvolver um trabalho de preservação e de construção de nossa memória, para que ela não fique apenas na lembrança.
Meu deputado e secretário cadê a verba para ajudar a nossa bolívia querida no brasileiro da série D, nós somos muitos eleitores aqui em São Luis quase 600 mil pessoas torcem para o Sampaio.
Resposta: Aqui não é o lugar para falarmos sobre esse assunto, mas como você, ao contrário de outros que tratam desse problema foi educado, e eu também sou torcedor do Sampaio, vou lhe dizer que o governo do estado colocou um programa de incentivo totalmente a disposição dos clubes de futebol, o Viva Nota e me parece que os clubes não estão explorando essa possibilidade, parece que estão querendo apenas dinheiro na mão e isso governo nenhum vai dar, tem que haver algum trabalho para se conseguir dinheiro.
No entanto já coloquei a disposição dos clubes de futebol, para que seja utilizados nas categorias de base do futebol ainda amador, recursos da lei de incentivo que deve ser aprovado através de um projeto aprovado junto a Sedel. Falta só alguém que organize isso na Amaclube.