Do Blog de Robert Lobato
Meu amigo, o jornalista e blogueiro Robert Lobato, comentou em seu blog o meu artigo do último domingo. Abaixo eu reproduzo seu post e acrescento a ele o comentário que fiz.
Sempre é bom polemizar com que tem conteúdo, ainda que nossas ideias e ideais não convirjam com aquele com que se polemiza.
Dessa forma, volto a polemizar como meu amigo deputado Joaquim Haickel, que neste domingo voltou a escrever um bom artigo, mas que me sintir na obrigação enquanto seu leitor crítico de fazer algumas ponderações.
Em “Bem-aventurados os que sonham”, o velho e bom Quincas faz um relato onírico onde se viu governando um Estado que não era o Maranhão (Freud explica…).
Nessa viagem onírica, o “governador” Joaquim Haickel faz uma reforma administrativa no seu estado unificando várias secretarias (Educação e Cultura não é uma boa, é retrocesso) e cria a “Secretaria de Promoção Social, que trataria dos assuntos das crianças, dos jovens, dos idosos, dos negros, das mulheres e das minorias”. É exatamente aqui que reside a minha inquietação em relação ao artigo do nosso cineasta.
Ora, sabemos que as chamadas secretarias setoriais, sempre foram uma bandeira defendida pelos movimentos sociais como forma de garantir que o Estado cumpra com algumas das suas funções de forma focada no problemas específicos de vários segmentos da sociedade.
O governo Lula, por exemplo, avançou muito nessa questão e estão aí os Ministérios da Mulher, Igualdade Racial etc. Ou seja, não é uma boa, nem em sonho, fundir secretarias que representam a maneira mais segura e eficiente de garantir com que as políticas públicas de gênero, raça, cultura, indígena, meio ambiente etc, sejam implementadas pelo Estado.
Faço essas ponderações, amigo Quincas, porque vai que a tua candidata ganhe as eleições e resolva transformar o teu sonho em realidade? Não seria só um retrocesso em muitas ações governamentais afirmativas conquistadas no governo Jackson Lago, mas uma desconsideração ao governo do presidente Lula, que o seu seu grupo jura amor todos os dias no programa eleitoral gratuito.
Meu comentário
Meu querido e bom amigo Robert Lobato é com grande satisfação que faço esse comentário em seu blog, que, diga-se de passagem, leio sempre, ainda mais quando seu post faz alusão a um artigo deste humilde escrevente.
Começo pelos seus primeiros parênteses: (Freud explica…). Meu amigo esse Sigmund explica coisas que até Deus duvida… Principalmente quando se trata de um político que é escritor e cineasta e que sonha que governa um Estado que não é o seu. Não sei ao certo qual seria a explicação do mestre S.F. quanto a isso. A minha, é que no mais profundo do meu inconsciente não quero causar ciúmes em Roseana, não quero contrariar as expectativas do doutor Jackson de voltar ao poder, e não quero privar Flávio de realizar seu sonho juvenil. As mesmas coisas pode se aplicar aos outros três candidatos, aos quais sempre confundo quem é quem.
Depois devo comentar o cerne da questão que é a sua discordância com o meu sonho. Você diz que é um retrocesso a reunificação da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte. Eu lhe digo que seria melhor reunificá-las que vê-las funcionando mal como tem funcionado nos últimos oito anos, cinco de Zé Reinaldo, dois de Jackson e um de Roseana. E olha que esse um de Roseana só não está melhor porque ela herdou os cacos dos sete anos anteriores que quase acabaram com esses três importantes setores da administração pública (Vide o Ginásio Costa Rodrigues).
Em meu sonho o secretario dessa pasta seria um estadista que agiria em prol da educação usando o ensino formal, a cultura e o esporte para a verdadeira capacitação dos jovens e dos cidadãos de um modo geral. Para cada um desses setores haveria um secretario adjunto executivo, responsável por gerir tal função.
A mesma mecânica se aplicaria à Secretaria de Promoção Social, que trataria dos assuntos das crianças, dos jovens, dos idosos, dos negros, das mulheres e das minorias. Imagine que à frente dessa estrutura eu colocasse minha amiga Helena Heluy e que disponibilizasse à ela todos os instrumentos necessários para fazer funcionar todos esses setores!? Duvido que não funcione assim, unificado, muito melhor do que funcionava anteriormente, sete anos, tempo que deixou-nos uma herança macabra, tempo de políticas eminentemente partidárias.
A proliferação de pequenas secretarias setoriais, sem nenhuma estrutura que possa realmente sustentar as ações necessárias para que possa atingir seus objetivos, em minha opinião é contraproducente, além de causar um inevitável empreguismo.
Quero, no entanto, relembrar ao amigo que o meu texto é um mero relato de um sonho que tive, ao mesmo tempo em que me sirvo de uma frase de sua lavra, já citada aqui, para encerrar esse comentário: Freud explica! (O sonho é, em alguns casos, a vontade reprimida do consciente, manifestada pelo inconsciente durante a fase REM do sono)