Ricardo Reis
Enviado em 20/08/2010 às 11:30
Caro Joaquim,
Primeiramente quero justificar o fato de usar o anonimato para me comunicar contigo. Faço isso por exercer função que impede de me manifestar em alguns casos e como não quero ser mal interpretado, subtraio a minha pessoa em favor do assunto que acredito ser da mais alta relevância.
Mesmo não sendo teu eleitor, sou teu leitor há muitos anos. Mesmo não sendo teu amigo, não conviva contigo constantemente, te admiro como pessoa, como cidadão e até como político, mesmo não concordando com tua posição partidária e ideológica.
Dentro de teu grupo político, tu te sobressais como sendo claramente o mais preparado, o mais confiável e talvez o único com quem uma pessoa como eu possa sentar a uma mesa de bar para conversar.
Conheço a tua trajetória, desde o começo, quando ainda muito jovem te elegeste a primeira vez deputado. Te elegeste não bem a conjugação mais verdadeira para esse verbo, a mais verdadeira seria, “teu pai te elegeu pela primeira vez deputado”. Diria até que em tua segunda eleição também foi teu pai quem te elegeu, mas não veja aqui nenhuma critica ferina ou mortal, faço isso só para te demonstrar que conheço tua historia, e quero que saibas que em minha opinião o fato de teres sido eleito com a decisiva ajuda de teu pai, em nada comprometeu teu desempenho ou tua postura. Lembro inclusive do episodio da eleição dos delegados ao colégio eleitoral que escolheria o último presidente da republica, eleito daquela forma, em que tu não te alinhaste com o teu grupo, ficando ao lado de teu pai que tinha compromisso com o então candidato Paulo Maluf. Digo isso e me pergunto, quem estava errado éramos nós que queríamos Tancredo Neves ou você, que mesmo querendo Tancredo, teve a coragem de sufocar a sua vontade e honrar o compromisso de seu pai, seu mentor político? Sei que tu já falaste muitas vezes sobre esse fato que acredito ser seu Genesis pessoal na política e sei também que seus amigos e correligionários nunca te perdoaram por agir daquela forma, pois eles sempre cobram obediência total e cega, subserviência da pior espécie.
Acredito que tu sejas o único e último remanescente de uma época em que os filhos sucediam aos pais na política por afinidade com os afazeres daquele. Não se pode dizer isso de Sarney Filho e muito menos de Roseana. O primeiro não aguentou a comparação e a segunda para fugir dela, hora renuncia ao sobrenome, hora tenta soterrar a imagem do pai, que mesmo comprometida, estará gravada para sempre em nossa historia como um paradigma da modernidade, que é um parâmetro mutável e cíclico, por um lado, e do status quo, que na mesma perspectiva deve ser analisado. Pode-se dizer tudo sobre Sarney, menos que ele não tenha sido importante e decisivo em nossa história, tanto a maranhense quanto a brasileira.
Outros como tu não sobreviveram, como é o caso de Alexandre Junior e Marco Antonio Vieira da Silva, cuja trajetória foi curta. Enquanto outros como Albérico Filho e Ricardo Murad, mesmo não sendo filhos de personagens expressivas da política, se filiaram a uma corrente que enquanto mãe, bem ou mal, os vem sustentando, mesmo que Ricardo tenha durante uns dez anos, se sentido preterido se rebelou contra a mãe, agora voltando ao seio materno, na mais profunda concepção da expressão.
Não se pode dizer que Edinho Lobão é ou será um dia sucessor de seu pai, enquanto a Gardênia não é de modo algum sucessora de Castelo. O mesmo se pode dizer dos filhos do Braide, do Lima, do Fufuca, dos genros da governadora Roseana e da desembargadora Nelma, e até mesmo dos já deputados Rubens Junior e Vitor Mendes, também filhos de políticos influentes.
A mesma lógica não se deve aplicar a Roberto Rocha e a Flavio Dino, pois mesmo sendo filhos de políticos importantes, fizeram suas trajetórias independentemente da de seus pais.
Conheço não só tua história política, mas também tua historia como escritor. Lembro que também, muito jovem, tu servia de ponto de intersecção e união de um grupo de poetas e escritores que criaram uma revista chamada “Guarnicê” e que durante muitos anos foi uma espécie de farol de nossa cultura, já tão enfraquecida.
Digo tudo isso para fazer-te uma pergunta que imagino que muitas outras pessoas já te fizeram, mas a que eu ainda não vi nenhuma resposta clara e convincente: Porque tu não te candidataste a deputado nessas eleições? O que pode ter acontecido para interromperes uma carreira política de sucesso eleitoral, de respaldo e respeito enquanto parlamentar atuante e competente?
Continuarei visitando o seu blog pra ler deliciosas peças literárias como essa e espero encontrar por aqui a resposta para minha indagação que acredito ser a de muitos.
RESPOSTA:
Caro Ricardo Reis,
Primeiramente gostaria de agradecer-lhe as boas referências à minha pessoa e ao meu trabalho, tanto na política quanto na literatura. Depois, quero dizer-lhe que em muitas coisas concordamos, noutras nem tanto. Mas o cerne da questão não é nossa posição política ou ideológica, e sim a pergunta que você faz ao final desse seu texto, onde deixa transparecer todo seu conhecimento, sua inteligência, sua cultura, sua formação e seu elevado grau de informação, coisas raras de se encontrar em uma só pessoa nos dias de hoje.
Quero lhe dizer que o anonimato não me incomoda, o que me incomoda é o anonimato desrespeitoso, alguém que se esconde para agredir, para atacar, o que me incomoda é a covardia. O anonimato elegante, mesmo que discordante, e ainda mais usando o mesmo nome adotado pelo grande poeta Fernando Pessoa, o que mostra o seu conhecimento até nesse âmbito, não me desagrada.
Não vou argumentar nem contra nem a favor de nenhuma de suas observações, vou me ater em tentar responder sua pergunta, tarefa que não é difícil, mas reconheço que é um tanto complicada e de certa forma um pouco delicada.
Você me pergunta o porquê de eu não me candidatar para uma das quarenta e duas vagas de deputado estadual de nossa Assembléia Legislativa.
Eu lhe respondo que não há um só por que. São vários os motivos que me levaram a tomar a decisão de não me candidatar a deputado nessas eleições, e ainda hoje, quando eu menos espero, aparecem outros destes motivos, saídos do nada, ou melhor, saídos do dia a dia da política mesmo.
Quero primeiramente deixar claro que quando resolvi que não me candidataria, contava com algo em torno de 40.000 votos o que seria suficiente para me eleger, logo o fato de não me candidatar nada tem haver com o fato de não me eleger como algumas pessoas já disseram por ai.
Poderia começar dizendo que depois de vinte e oito anos na atividade política, chega um momento em que a gente se cansa e que é preciso “descansar”, mudar de ritmo, de freqüência. A atividade política nisso é igual a todas as outras atividades humanas. Quando você exerce muito uma função, de tempos em tempos, tem que desintoxicar, relaxar, mudar para não desenvolver LER, lesão de esforço repetitivo.
Gosto muito de ser deputado, de exercer essa função. Acredito que em todos esses anos eu tenha aprendido a ser um bom parlamentar e também tenha conseguido aprender o oficio da política.
Ser político, ser deputado e ser parlamentar podem ser coisas bem diferentes. Político qualquer um pode ser, resta saber se é um bom ou um mau político. Deputado só pode ser quem se elege para o cargo. Para isso muita coisa tem que ser feita. É uma mão de obra imensa. Para ser um parlamentar tem que ser obrigatoriamente deputado, mas não só isso, tem que ser um tipo especifico de deputado, que exerça o mandato em sua plenitude, que saiba como proceder em cada situação que possa se apresentar, que conheça o funcionamento do parlamento, as normas de convivência, a lógica do exercício da função, que tenha uma postura adequada, que seja presente aos debates, que saiba se expressar corretamente não só no que concerne à língua mãe, mas também em relação à civilidade e à educação. Ser um parlamentar é bem mais que ser um deputado, que por sua vez é bem mais que ser simplesmente um político.
Por tudo isso, é uma temeridade se eleger um político despreparado para ser um deputado, que sendo desqualificado não poderá ser jamais um parlamentar.
Outro motivo pelo qual resolvi que não iria concorrer nessas eleições é para dar chance a outros aprenderem o que passei mais da metade de minha vida praticando.
Não quis me candidatar nessas eleições devido à forma como se desenvolveu a preparação para ela, reflexo direto da realização da eleição de quatro anos atrás, quando o estado foi completamente loteado, onde políticos, deputados, que foram durante toda a vida de um lado se bandearam para o outro por motivo vil. Preparação que teve como ponto culminante a cooptação de correligionários seduzidos por vantagens políticas irrecusáveis.
Não quis me candidatar porque em toda eleição se gasta dinheiro. Em qualquer uma delas há gastos com carros de som, combustível, motoristas, material gráfico, plotagem de veículos, panfletagem, bandeiraços, comitês, deslocamentos, viagens, reuniões, comícios… Esses gastos neste ano irão ultrapassar todas as estimativas e eu não estava disposto a depois de tanto tempo sendo um político operante, um deputado atuante e um parlamentar dedicado, voltar à bacia das almas e fazer coisas que não mais estão em minha agenda, coisas que até já fiz, mas que não admito jamais fazer novamente, como aceitar ser pressionado a um ponto extremo que me sentisse incomodado e constrangido.
Participar de uma eleição regida por uma lei eleitoral capenga e mal feita, feita apenas para parecer politicamente correta, causa a insegurança jurídica que está transformando essas eleições no paraíso dos advogados. Essas não são eleições de eleitores nem de votos. Essas eleições serão conhecidas como as eleições dos processos, dos recursos, das liminares, a eleição do sistema judiciário eleitoral, o verdadeiro samba do crioulo doido. Quando a lei de ficha limpa estiver realmente em vigor, talvez quem sabe eu volte a ser candidato novamente.
Veja bem, eu nunca desligo os meus telefones celulares, atendo todo aquele que me procura, seja ao telefone ou pessoalmente. Digo o número de meus telefones em cima dos palanques, nos comícios. Não registro o número de ninguém em minha agenda para que não seja possível saber quem está ligando, assim sendo atendo a todos e quando por algum motivo não posso atender, retorno em seguida a ligação. Procuro tratar a todos com respeito e consideração. Tento agir de forma correta, jamais mentir, mas existem pessoas que não admitem os que agem assim. Existem pessoas que querem que nós mintamos para elas. Estas pessoas insistem em alguns pleitos impossíveis de realizar e não aceitam ouvir a verdade como resposta. Eu não me candidatei porque não aguentaria mais ter que conviver com esse tipo de gente, não mais me submeteria a ter que distorcer a verdade para agradar alguém que tem a esperança de conseguir um emprego, um cargo de chefia, uma gratificação ou mesmo uma transferência ou uma disposição.
Meus ombros e meus antebraços não aceitariam mais serem cutucados por alguns meninos e muitos bêbados que invariavelmente se aproximam de nós pedindo um trocado ou para um lanche no caso dos primeiros ou para uma cervejinha no caso dos outros. Mas o fato de não ser candidato mudou pouco essa situação, acontece que agora não preciso mais ficar constrangido com isso, continuo dizendo não, mas só que aliviado, leve, sem um estranho sentimento de culpa e de vergonha, pois parecia que para votarem em mim precisava que lhes fornecesse um lanche ou uma talagada de cachaça.
Não mais quis me candidatar por que quero nos próximos anos estar do outro lado do balcão, engrossando as fileiras dos cidadãos, aqueles que são os verdadeiros responsáveis pela sociedade que os políticos dirigem. Fortalecer a cidadania, o empresariado, as entidades sociais, terá reflexo direto na melhoria de nossa classe política, que em primeira analise é reflexo de nossa sociedade.
Acredito que depois de todo esse tempo tendo exercido mandato parlamentar, possa aqui de fora ser uma voz atuante e crítica em defesa do bom parlamento.
Não quis me candidatar porque não aguentava mais ouvir que político é tudo igual, que todos são safados, mentirosos, ladrões. Essa fama não é falsa. Existem realmente muitos políticos que são tudo isso mesmo, mas existem aqueles que não o são.
Caramba, já enumerei muitos porquês não quis me candidatar e ainda me lembro de um novo a cada instante.
Já chega amigo Ricardo, espero que você tenha entendido os motivos que me fizeram não me candidatar esse ano a deputado, contudo quero dizer-lhe que não vou abandonar a política, essa é uma condição inerente à minha pessoa, tanto quanto à condição de escritor.
Participe sempre com seus comentários, é um prazer escrever para pessoas como você.
Abraço,
Joaquim Haickel
Joaquinzão quem será esse Ricardo Reis? O cabra escreve bem pra caramba, e sabe tudo sobre política e sobre a trajetória recente dessa atividade em nossa terra.
Gostei de ver seu Ricardo, parabéns!
Deputado Joaquim,
Estou aplaudindo de pé o Ricardo Reis. O homem disse quase tudo que penso e não boto no papel, com apenas uma diferença: eu sou seu ELEITOR e estou orfão de candidato. Agora tenho que confessar uma coisa: Depois da sua resposta ao Ricardo, fiquei com mais certeza ainda que voce, apesar de todas as justificativas, não tinha o DIREITO de abandonar o Parlamento. Em vista disso, estou pensando em aguardar a sua saida da reunião da quinta-feira da Academia e lhe aplicar uma ¨surra ¨com URTIGA DE RATO. UM abraço respeitoso
Resposta: Pôxa Zé! Imagina se você não fosse meu eleitor!…
Se dentre os 42 deputados estaduais do Maranhão existissem meia dúzia iguais ao deputado Joaquim Haickel e meia dúzia iguais a deputada Helena Heluy, tenho certeza que as coisas não estariam muito diferentes, sei disso, mas com toda certeza teríamos uma Assembléia Legislativa muito, infinitamente melhor que esta aí.
Ao contrário disso os dois que são os nossos melhores deputados não são candidatos nessa eleição.
Ao invés de melhorar, ta é piorando.
Pobres de nós.
se tudo isso for mesmo verdade, esse deputado é ” o cara”…
O deputado Joaquim Haickel vai fazer muita falta na Assembleia…
Quem vai levantar os grandes debates no parlamento, agora que ele e a deputada Helena não são candidatos?
Joaquim,
Eis que surge um “Ricardo Reis” com os questionamentos que sempre achei necessários serem feitos, com conhecimento de causa e a verdadeira elegância inerente aos sábios…
É indispensável dizer que, exatamente por você ter listado estas razões que o levaram a não ser candidato, elas o tornam tão “necessário” como parlamentar. Pessoas como você que exercem a política com retidão e senso de justiça, não podem abandonar o barco à deriva… Eu, como o Dr. José Carlos, estou órfã de candidato e é com muita tristeza que digo isto. O espaço que você conquistou, continuará seu, mesmo o estado tendo sido loteado, porque as pessoas que o apóiam de verdade e votam em você, criam uma relação de amizade dificil de ser rompida. Espero poder vê-lo candidato nas próximas eleições para que eu possa exercer meu direito de voto com a convicção de estar fazendo o correto, como em todas as vezes que votei em você.
Ah! Diga ao Dr. José Carlos que, se ele precisar de ajuda na quinta-feira, estou à postos.
Beijo Carinhoso,
Almira
Joaquim,
Eu já imaginava.
só faltou uma, as pesoas não
respeitam a opção politica dos outros,
sempre acham que tem direito de nos
dar lição, como se fossemos ignorantes
e não tivesemos vontade propria.
Seja muito Feliz.
ESTOU SEM SABER EM QUEM VOTAR PARA DEPUTADO ESTADUAL, SÓ CONFIAVA EM VOCÊ PARA ME RPRESENTAR. O QUE FAÇO? EM QUEM VOTO? SUGERE ALGUÉM AÍ POR FAVOR…
Parabéns Joaquim, o seu relato é um R-x da vergonhosa política que hoje aplaudimos.Nós, aqui, do ‘outro lado do balcão’ não sabemos que exercer a função de deputado e honrar o motivo pelo qual foi conduzido ao cargo, é muito complicado, cansativo e desgastante. O seu posicionamento é digno e, só os grandes homens abdicam de privilégios e salários em função da honra e da liberdade.
Abraços!
PUXA!!! FIQUEI SEM AR! CARAMBA!!! VAMOS LÁ……..
GOSTEI MUITO DO QUE LI. UM MELHOR QUE O OUTRO, ALIÁS, ALGUÉM JÁ DISSE QUE UMA BOA PERGUNTA SEMPRE PEDE UMA RESPOSTA DO MESMO NÍVEL OU MELHOR!
EU, COMO GOSTO DE APRENDER, PRINCIPALMENTE SOBRE POLÍTICA,SÓ GANHEI AO LER ESSE POST.
OBRIGADO, A AMBOS, PELA AULA!!!
Gildete vamos escrever melhor … Joaquim, Fabio Lima Freitas postou um texto muito fomentador em seu blog, mas você não o aceitou,ou seja, você me faz acreditar que escreve respostas para pessoas como Gildete! Não tenho mas o prazer de ler ele… daqui pra frente não lerei mais seu blog. Um forte abraço triste e decepcionado.
Resposta: Sem problema, fique a vontade para ir e vir. Este é um direito constitucional seu que eu tive o prazer de ajudar a aprovar na Assembléia Nacional Constituinte.
Tão garantido quanto este seu direito, é o meu de não aceitar comentários em meu blog, se bem que não me lembro de nenhum feito pelo Fabio Lima Freitas. Se ele enviar novamente e eu achar que devo postá-lo, o farei, sem nenhum problema.
PS: Mas Antonio!!!… Você reclama do nível da escrita da Gildete e me coloca um “mas” onde deveria ter colocado um “mais”…
Deputado, estou com muita saldades das nossas campanhas, de ouvi suas palavrs verdadeiras, nao sei se vou consegui votar em outro candidato,, sempre votei em voce.
Meu caro Joaquim, estão de parabéns voce e o Ricardo, você pela sua honestidade para responder falando a verdade, pois eu também conheço esse lado de que você porque é político e as pesoas que votam em você acham que você deve esse favor e querem te explorar até a alma, enchem o teu saco, chegam a tua casa a qualquer hora sem avisar, ligam seis horas da manhã e se a empregada diz que vc está dormindo, reclamam que é um absurdo o deputado tá dormindo até uma hora dessa, se você está numa festa, toda hora aparece um para pertubar e por aí vai e ao Ricardo por escrever tão bem e aí, vc também gostou do que ele escreveu que até respondeu o que nós todos queríamos saber o pq de um palamentar como vc deixar vaga para outro que com certeza não chegará aos seus pés como político, parlamentar e pessoa como você. Gostaria de escrever mais sobre vc, pois acho vc um político diferente, desses bandos de trambiqueiros que se vestem de parlamentar e que vivem as custas da miséria do povo, mas como não sei escrever como o Ricardo Reis, tenho que escrever poucopara não cometer muitos erros, pois eu sei que para quem escreve bem como vcs, ler coisas erradas doe a alma. Abraços do seu admirador
Joaquim,
Gostei muito.
Rodrigo.
Deputado Joaquim
Graças ao Ricardo agora caiu a ficha de que o senhor não será mais candidato.Uma pena, uma lacuna que vai ficar naquele parlamento. O senhor disse o que eu penso dos politicos. Não podemos generalizar dizer que todo politico é isso ou aquilo. Tem os politicos que envergonham o nosso estado e nosso país. Tem os politicos sérios, éticos, que não deixam De tratar bem seus eleitores mesmo que seja apenas para dar uma palavra de conforto.Trabalho direto naquela casa politica e No decorrer dos anos aprendi a conhecer e respeitar um por um mesmo aqueles que pizam em meu pé e não dão um bom dia àqueles que tratam as pessoas com educação e respeito. Deputado o senhor sabe o quanto o admiro apesar de não viver sempre em seu gabinete.Admiro o senhor como amigo,deputado e cidadão. O senhor é um dos poucos que é capaz de se aproximar de alguem quando nota que aquela pessoa está com algum prooblema sério. Nunca deixa de dar uma palavra de conforto. tenho respeito e carinho por todos parlamentares.Afinal cada um do seu jeito fizeram parte da historia daquela casa. Vou sentir muito a sua falta. de traduzir seus belos pronunciamentos que mesmo cansada pra mim é um prazer.Respeito seus motivos mas conhecendo o senhor como conheço jamais deixará de nos levar a sua alegria, conforto aqueles que durante muitos anos confiaram no senhor. Não tenho o dom de escrever bonito pois como já dizia seu pai fui formada pela UNIVERSIDADE DA VIDA.
Caríssimo Deputado
Gostaria de parabenizar-lhe pela resposta dada não somente ao Ricardo, mais que serve também para todos nós maranhenses. Ter uma pessoa ilustre como você fora da vida publica, mais precisamente das suas atividades parlamentares, tenho certeza que será uma perda para nós maranhenses porque sabemos a qualidade do parlamentar que você sempre foi. Para nós maranhenses a troca de posição não foi muito boa, apesar de ser cômoda para o senhor, quando diz que agora ficará do outro lado do balcão como mero expectador.
ainda menino conheci o seu pai, o saudoso Deputado Nagib Haickel por conta da amizade que ele tinha com o meu pai. Seu pai comerciante na praia grande e o meu um simples, humilde e honesto guarda portuário, pessoa pela qual o seu pai tinha muito respeito por ele. Ainda menino apanhei do chão em disputa com outros meninos os bombons que seu pai jogava para as crianças dentro ou fora de uma campanha política. Anos mais tarde tive a honra de trabalhar com o seu pai quando tomei conta de um dos depósitos de biscoitos e refrigerante de sua propriedade, uma ajuda que ele estava dando a mim por eu ter me casado e estar sem emprego. Ele fez tudo isso por conta da amizade com o meu pai. Anos mais tarde tive o grande prazer de trabalhar para o seu pai com o meu carro de som em uma de suas campanhas aqui em Bacabal. Cidade em que resido desde os anos 70. Essa campanha foi feita já quando você ainda muito jovem foi candidato a deputado pela primeira vez. Ate pouco tempo o seu nome ainda estava escrito em um pedaço de asfalto, com tinta a óleo, escrito por mim e sempre que por lá passava me lembrava da figura ilustre do seu pai, um dos políticos que sempre se enquadrou entre os pouco honestos que existiam. Seu pai foi um homem admirado pelas pessoas pobres que por ele tinham grande afeição. Por algumas vezes no decorrer dessa campanha estive na sua residência em Pindaré, onde a sua casa estava sempre cheia de gente lhe fazendo companhia.
Hoje estou com 63 anos de idade, mais graças a Deus meu pai ainda está vivo, hoje com 94 anos ainda com um pouco de vitalidade, e reside no bairro da Cohama. Ainda hoje quando conversamos sobre o seu pai sinto que ele se emociona.
Quero dizer a você, que a sua consciência que fez com que você mudasse de idéia esse ano, a respeito de uma nova candidatura, não lhe acusa de nada que você tenha feito para envergonhar a memória do seu eterno pai, cidadão do qual você herdou os seus princípios éticos e morais.
Todos devemos saber a hora da trégua, a hora de dar uma paradinha para refletir sobre as coisas que fizemos, se valeu a pena ou não. No seu caso acho que valeu a pena pelos grandes serviços ao prestados ao Maranhão. Tenho certeza que daqui a quatro anos já mais maduro o seu retorno será triunfal.
Por conta do respeito que tive pelo seu pai em vida e pela sua memória sempre votei em você. Com a sua falta esse ano, se me permite votarei em Roberto Costa. Receba o meu abraço.
Resposta: Amigo Raimundo você me emocionou, me arrancou lagrimas e sorrisos. Muito obrigado por suas palavras carinhosas. É para honrar amizades como a sua e de seu pai que faço o que faço. Muito obrigado!
PS: O voto em Roberto Costa é um bom voto. Boa escolha.
Joaquim,
Sou uma mulher afortunada… sem saber nada sobre você, eu lhe escolhi. E é por esses e outros tipos de comentários que tenho tanto orgulho de você.
Todos os motivos que o levaram a não se candidatar são plausíveis. Entretanto, vamos meditar sobre um: já imaginou se todo parlamentar politicamente correto resolvesse não mais se candidatar por estar cansado de ouvir que todo político é ladrão, safado, pilantra, mentiroso, vagabundo e sei lá mais o quê? Só ficaria os que são tudo isso e sei lá mais o quê. Estaríamos fritos na banha do cabrito. O ideal seria que o processo fosse inverso. É, só nos resta lamentar.
Caro Joaquim,
Não me espanta o texto do Ricardo Reis. Como já havia lhe dito pessoalmente, a Assembleia Legislativa do Maranhão perde um grande Deputado, que contribuía, à sua maneira, para os debates e os trabalhos daquele Parlamento.
Ainda que discorde, assim como o Ricardo, de tua posição político-ideológica, não posso deixar de te reconhecer como um grande Parlamentar e que fará muita falta à Assembleia, principalmente porque se ressente de quem efetivamente criticá-la.
Infelizmente, essa esquizofrenia política que tomou conta do nosso Estado não mais permite que pessoas que disputam o poder com bandeiras opostas, possam reconhecer o mérito de seus adversários. O anonimato do Ricardo Reis prova isso. E também falo porque esse reconhecimento não deveria ser meu, ou mesmo do tal “Ricardo Reis”. O reconhecimento do seu grande serviço prestado ao Estado deveria partir de toda nossa classe política.
Enfim. A Assembleia sentirá sua falta.
Resposta: Meu caro amigo Lula suas palavras vem justamente ocupar a lacuna que se abre em meu peito e em minha mente, pelo fato de me afastar do nosso parlamento estadual, que eu tanto respeito e prezo.
Você dizer isso tudo aumenta em muito a minha responsabilidade por não me candidatar, pois você assim como alguns colegas seus da Consultoria Legislativa de nossa Assembleia são alguns dos maiores conhecedores do que realmente é e do que realmente acontece no dia a dia dessa Casa.
Muito obrigado por suas palavras carinhosas e saiba que você tem em mim um amigo sincero e um grande admirador, não só por sua extrema competência, mas também por sua genuína elegância e profunda coerência.
Joaquim, gostaria muito de ter sua opinião sobre meus candidatos. Procurei me informar o máximo sobre eles mas sua opinião é muito importante para minha decisão!! Dep Estadual – Roberto Costa (novo e disposto) e Dep Federal – Luciano Moreira (sério e mto trabalho realizado)
o que acha? Será q meu voto vai valer a pena?
Resposta: Você escolheu dois bons candidatos. Ambos tem condições de muito contribuir nas casas legislativas onde certamente desenvolverão seus trabalhos.
Atualmente (aliás, faz um bom tempo) que acho uma grande benção um homem poder dizer com tranquilidade que possui vários bons motivos para não ter se candidatado, e, motivos seus, só seus. É um privilégio. – bom fds! abraços!
Caríssimo Deputado,
Sou eleitor do senhor, antes de mais nada. Fiquei muito triste pelo fato de Vossa Excelência, pra mim um dos melhores deputados da AL, não mais se candidatar. O senhor e a deputada Helena Heluy causavam em mim a sensação de que nada estava perdido, que ainda valia apena votar e acreditar na política.
Agora, meus dois exemplos de parlamentar, duas pessoas dignas e comprometidas com o parlamento e o povo, vão ficar de fora, por opção e não por falta de votos, da próxima legislatura. Aí vejo nomes como André Fufuca, Lima Neto e outras figuras que não vale apena discorrer sobre tais com chances reais de ser nossos representantes. Uma lástima!
Não tenho candidato a deputado, não acredito nos nomes que já vi aí postos. Comparei a trajetória de alguns deles com a sua e o resultado prático foi que eles ficaram no chinelo. O senhor é um homem íntegro, dígno e portador de todas as qualidades que um deputado tem que ter. Mas respeito a sua decisão e sinceridade por não mais querer se candidatar e pelos motivos que elencou.
Por duas vezes, sem nunca ter lhe visto, já lhe depositei voto de confiança. E pela primeira vez venho aqui (comentar) em seu blog. Sou leitor assíduo deste espaço e sempre buscava uma resposta pro fato do senhor não mais querer se candidatar. Agora encontrei uma, graças ao Ricardo Reis.
Por fim, na ausência de um candidato (pelo menos pra mim) que seja possuidor de todas as qualidades que um deputado tem que ter, eu decidi votar nulo pra estadual e federal. Pra presidente vou votar na Marina, pra governador no Dino e pra senador ainda não sei. Sei apenas que em Lobão não vou votar, até porque as chances de se votar em Lobão e ter um Edinho como representante são imensas, já que Lobão parece que vai de fato voltar pro Ministério. Em João Alberto também não dar. Quem me resta? Zé Reinaldo (nem pensar!), Vidigal (também não) e Roberto Rocha (um bom nome, mas com algumas análises ainda a serem feitas).
Grande abraço. Espero que em 2014, quando eu já tiver com meus 34 anos, o senhor tenha repensado melhor sua decisão, que as coisas e leis eleitorais deste País tenham de fato mudado e que eu possa ter o prazer de novamente votar num candidato que de fato acredite.