Semana passada, um amigo me pediu que lhe explicasse detalhadamente como é que acontece uma eleição para deputado, pois ele ficou sabendo da candidatura de uma determinada figura e achou que se o tal podia pensar em se eleger, ele também poderia. Achei a idéia boa e vou tentar falar sobre isso de maneira simples e direta, sendo didático sem querer ser professoral.
Eleger-se deputado não é coisa impossível para ninguém. Tarefa mais difícil é a de tentar explicar como fazer isso em 750 palavras.
Para que alguém se eleja deputado, seja federal ou estadual, basta que para tanto ele siga um conjunto de regras obrigatórias e indispensáveis. É uma equação simples, que se executada com auxílio da fórmula correta, a fórmula 3E, que junta efetividade, eficiência e eficácia, será difícil dá errado.
A primeira coisa que o candidato deve fazer é se filiar em um partido que, segundo as regras das eleições vigentes, possa lhe propiciar uma eleição, digamos, mais plausível e viável.
Para que um partido eleja um deputado, terá que atingir o coeficiente eleitoral, valor que é conseguido dividindo-se o número de votos válidos pela quantidade de vagas oferecidas, 18 no caso de deputado federal e 42 para deputado estadual. Quem entende desse assunto imagina que esses coeficientes em 2010 fiquem entre 70.000 e 75.000 para estadual e 170.000 e 175.000 para federal. Logo o partido ou coligação que não atingir esse patamar mínimo de votos não elegerá nenhum deputado.
O candidato tem que mensurar isso com antecedência de um ano. Tem que saber se seu partido vai se coligar com algum outro e se eles tem em seus quadros candidatos no mesmo nível que o seu, pois caso contrário, será engolido pelos colegas de chapa.
A eleição para deputado (e para vereador também) em última instância é uma festa onde só conseguirão entrar os primeiros da fila. A luta consiste em ser um dos primeiros dessa fila no caso das coligações ou partidos com muitos votos, que elegerão 10 ou 15 deputados ou ser o primeiríssimo no caso dos pequenos que só irão eleger 1 ou quem sabe 2.
Em 1998 me elegi pelo PRP, um pequeno partido que naquela eleição conseguiu eleger 2 parlamentares, um direto, eu, com pouco mais de 13.000 votos, e um na sobra, Maurinete Gralhada, com quase 11.000.
A sobra é a quantidade de votos que excede o coeficiente e que não sendo suficiente para eleger mais um, mesmo assim o faz, pois as sobras tem uma hierarquia. Quem tem mais, elege mais um primeiro, antes que os demais.
Para eleição subseqüente me transferi para o PTB e em seguida, por motivos “partidários”, fui para o PMDB, onde passei a concorrer numa faixa mais alta e onde consecutivamente me elegi em 2002 e 2006 com algo em torno de 23.000 e 33.000 votos respectivamente.
Existem ingredientes indispensáveis para uma eleição vitoriosa de deputado: A pessoa que se propõe a esse intento tem que ser do ramo, saber o que está fazendo e porque está fazendo. Não deve ser um curioso ou um pára-quedista, sob pena de se estatelar no chão.
É indispensável ter dois grupos que o apóie, um acima de si e um abaixo, seus líderes e seus liderados. Não se faz política sem grupo. Precisa-se ter um território, um reduto, uma área de atuação.
De talento pessoal, o candidato precisa no mínimo saber se expressar e se não for bom nisso tem que ter alguém que o faça por ele.
Possuir os pré-requisitos citados até aqui significa ter a metade de uma eleição, porém um todo não é feito de apenas uma metade, mas de duas.
O candidato precisa investir dinheiro nessa empreitada. O mais recomendável é que ele use o seu próprio dinheiro, mas pode também ser dinheiro de um grupo de amigos, de uma entidade ou de uma classe que queira ter um representante no parlamento. O fato é que sem dinheiro ninguém se elege, pois carro de som custa dinheiro, combustível custa dinheiro, cartazes, panfletos e santinhos custam dinheiro, plotagem de veículos custa dinheiro, deslocamentos emergenciais de avião custam dinheiro, comícios custam dinheiro. Nem adianta tentar que não se faz uma eleição sem dinheiro, tanto que para isso, muita gente bem se preparou para as próximas eleições.
E tem mais, quem quiser se eleger e manter o seu mandato, terá que seguir rigorosamente as regras eleitorais. Essa parece que será a missão mais difícil nessas eleições, pois os legisladores originários fizeram uma legislação cheia de furos, o que propicia aos tribunais eleitorais em suas duas instâncias “dirimir” as dúvidas que por acaso se apresentem.
Não está inclusa na formula 3E, mas o texto a seguir é aconselhável a todo aquele que deseja se eleger e a todo aquele que deseja ter sucesso na vida. “Oração de Jabez”: Abençoe-me Senhor! E alargue minhas fronteiras. Que tua mão esteja sobre mim. E me preserve do mal, de modo que não me sobrevenha aflição.
Deputado Joaquim Haickel.
O Ministério da Educação divulgou esta semana os resultados do ENEM. Meu nobre parlamentar, as coisas na área educacional em nosso estado merecem reflexão e esforços para sairmos dessa situação. O senhor concorda que temos pela frente um brutal desafio ?
Meu caro JOAQUIM,
Estava eu no dentista hoje a tarde e o televisor do consultório reprisava a novela Sinha Moça, quando o personagem Barão de Araruna, magistralmente interpretado pelo ator Osmar Prado, ensinava a sua esposa que só consegue sucesso político nesse País quem tiver 3 coisas, a saber: 1- muito dinheiro, 2- muita saude e 3- nenhum escrúpulo. Vendo a citação, me lembrei como a vida imita a arte, discordando apenas no item saude, pois conheço político com pouca saude que tornou-se excelenteVice-Presidente da República , assim tambem conheço político nas mesmas condições que se tornou PÉSSIMA Governadora, essa , aliás ,além de péssima Governadora é uma grande traidora, que vive a apunhalar aqueles que sempre lhe foram leais. Para terminar quero lhe dizer que conheço um DEPUTADO que resolveu não se canditar porque só tinha dois requisitos mencionados pelo Barão: 1- dinheiro e 2- saude. Fique com Deus
Resposta:Devo dizer ao amigo que não concordo com algumas de suas colocações, mas respeito sua opinião.
GOSTEI DO QUE LI! SEMPRE DISSE AQUI QUE GOSTO DE VC COMO IMORTAL MAS GOSTO MAIS AINDA DE VC COMO POLÍTICO, SEM PUXA-SAQUISMOS OU COISAS DO TIPO. ESTOU MEDITANDO NO QUE VC POSTOU E ACREDITO QUE IREI LER MAIS VEZES ESSE SEU POST. NÃO SE ENVAIDEÇA COM O QUE VOU TE DIZER: ROSEANA VAI PRECISAR MUITO DE VC NESSA CAMPANHA. DOS SEUS CONHECIMENTOS E PERCEPÇÃO POLÍTICA. É CLARO QUE ELA SABE TUDO ISSO QUE VC ESCREVEU DE CÓ MAS EU FALO HOLÍSTICAMENTE (ESSA É A PALAVRA DA MODA, RSRS), OK? VC FOI OBJETIVO E DIRETO! VALE 10!! PARA O ALTO E AVANTE!!!
Resposta: Muito obrigado por suas palavras!
Salve melhor Juizo vc disputou uma eleição pelo PTB.. então corrija sua redação…
Resposta: Você está certo. Eu já corrigi o dado equivocado. Muito obrigado pelo alerta.
é um excelente texto para quem quer entender como se elege um condidato.
no mesmo é dada uma boa mídia ao noem da ex-deputada Maurinete Gralhada.
ela esta voltando e ao cenario politico de sua pacata cidade de bom jardim-ma.