Com ferro e fogo

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Na última quinta-feira, 2 de abril, depois de comunicar ao plenário da Assembléia Legislativa que fui indicado pelo meu bloco parlamentar para presidir a “poderosa” Comissão de Economia, Indústria e Comércio daquela casa, convidei as senhoras e os senhores deputados presentes àquela sessão para conversarmos sobre um assunto que no meu entendimento diz respeito a todos nós, não apenas como parlamentares, mas principalmente como cidadãos.

Falei sobre a crise financeira que acomete o mercado mundial, abalando a economia de todas as nações e de poderosíssimos grupos empresariais, de forma tão contundente que acaba atingindo inclusive o nosso pequenino Estado no que se refere ao modesto conjunto de indústrias que estão aqui implantadas.

Falei especificamente em relação às indústrias do setor siderúrgico e de geração de energia instaladas nas cidades de Bacabeira, Pindaré-Mirim, Açailândia e São Luis.

Poderia ter falado também sobre os problemas de nossa agroindústria, mas não o fiz, pois esse setor não está sofrendo apenas os reflexos dessa crise em particular. Seus problemas são estruturais e em breve deveremos enfrentá-lo de forma corajosa e direta, sob pena de termos em nossas mãos gravíssimos e insolúveis problemas no futuro.

As cidades de Bacabeira, Pindaré-Mirim e Açailândia sofrem diretamente os efeitos dessa crise que afetou gravemente o pólo siderúrgico de ferro-gusa maranhense, que exportava 99% de sua produção para o mercado internacional.

Principal indústria em atividade no Estado do Maranhão, a siderurgia de ferro-gusa produzia, nas sete empresas instaladas aqui, uma média de 2 milhões de toneladas por ano, empregando mais de 20 mil trabalhadores em atividades diretas e indiretas.

Essas empresas não fecham novos contratos de vendas desde setembro do ano passado, e os contratos que já haviam sido fechados não foram honrados pelas tradings sob a alegação da crise mundial.

Hoje apenas três das sete indústrias ainda estão em funcionamento, e mesmo assim com apenas 20% de sua capacidade instalada, e o que é pior cerca de 9.000 pessoas foram demitidas até o momento.

As conseqüências sociais têm sido tão graves quanto as econômicas, e é preciso tomar providências e sairmos em socorro à atividade que gera não apenas impostos e divisas para nosso estado, mas também emprego e renda para milhares de famílias maranhenses que viam na atividade siderúrgica sua única fonte de renda.

Uma das ações imediatas para garantir a sustentabilidade das empresas nesse período de crise é sensibilizar, através de ações de governo, nas três esferas, municipal, estadual e federal, a Companhia Vale do Rio Doce, para que opere uma redução no preço de seu minério de ferro, transporte e custo portuário, cobrado das indústrias maranhenses.

Para que se tenha uma idéia, as siderúrgicas maranhenses pagam hoje mais caro pelo minério de ferro produzido pela Vale do que as siderúrgicas chinesas, do outro lado do planeta. E veja que as siderúrgicas maranhenses utilizam apenas 4% de todo o minério exportado pela Vale (4 milhões de toneladas), e com esses 4% do minério geram mais de 20.000 empregos no Estado.

Precisamos fazer com que a Vale veja que ela deve contribuir com algum custo social pela utilização do Porto do Itaqui, bem como a utilização da estrada de ferro que corta inúmeros municípios, onde a pobreza se sobressai aos olhos.

Preocupado com o desemprego que essa crise gera, gostaria de chamar a atenção de todos para a necessidade de apoio aos empreendimentos industriais como a termoelétrica e a refinaria de petróleo que estão em fase de implantação em nosso estado. Empreendimentos que logo irão gerar milhares de empregos diretos e indiretos, transformando o cenário econômico de nossa terra, que com isso deixará de ser apenas um estado agrícola e entrará definitivamente para o time dos estados industrializados.

Ouvi com muita preocupação as restrições de alguns deputados a respeito da implantação da Usina Termelétrica Porto do Itaqui, pertencente à empresa MPX. Essa empresa tem sempre dito que um de seus compromissos mais importantes é com a responsabilidade sócio-ambiental e a nós compete cobrar-lhes firmemente o cumprimento desses compromissos.

No último fim de semana, a MPX lançou a pedra fundamental da termelétrica, que trará para o nosso estado um investimento de mais de 1 bilhão de reais, gerando mais de 4.000 empregos na fase de implantação da usina e mais de 100 empregos diretos quando em funcionamento.

O empreendimento possui o licenciamento ambiental concedido pelo Ibama, cumprindo todas as exigências previstas na legislação ambiental brasileira, não vejo então o porquê de tamanha oposição.

Essa mesma empresa, a MPX, está construindo duas termelétricas a carvão mineral no Porto do Pecém, no Estado do Ceará, respeitando todas as exigências ambientais necessárias para empreendimentos desse porte. Como é isso!? Lá pode, aqui não!?

É preciso apoiar iniciativas que como essa venham garantir o lugar do Maranhão em um cenário econômico próspero, mas é claro que essa atitude exige de nós um comportamento sempre vigilante, para que não apenas a MPX, como outros empreendimentos que também possam trazer desenvolvimento a nossa terra e nossa gente, atuem sempre em concordância não apenas com a legislação ambiental, multiplicando benefícios e garantindo a preservação dos nossos ecossistemas para as futuras gerações, mas também em concordância com toda a nossa legislação.

Todo empreendimento industrial causa impacto ambiental. Temos apenas que fazer a devida compensação desse impacto e prevenir para que ele não seja maior do que o permitido.

Enquanto deputado eu for não admitirei jamais que se descumpram as nossas leis, mas também não deixarei de defender a vinda para o nosso estado de projetos que tragam para cá desenvolvimento e progresso.

5 comentários para "Com ferro e fogo"


  1. Evan de Andrade

    Nagib votei em vocêm em Itapecuru/Rogério Maluf

    Mas gostaria que o senhor desse uma olhado no site do Adonias de Presidente Dutra

    http://www.adoniassoares.com.br

    e divulgue a matéria em que Lago diz qua a roubalheira foi até quando José Reinaldo governou – seu aliado

  2. Afonso Marques

    Veja como são as coisas! Um assunto tão importante como esse e ninguém comenta!
    Muito bem deputado Joaquim, o senhor trata de um assunto que interessa a todos, a geração de emprego em nossa terra, o incremento da produção e do progresso. Chame mesmo seus colegas para debaterem esse tema, incentive a vinda de projetos geradores de riqueza para cá, mas não se descuide nunca da preservação de nosso meio-ambiente.

  3. Renato

    Prezado Deputado,
    Diante de uma crise tão séria e tão grave é inacreditável que o Governo do Estado mande para a Assembléia a MP n° 46. Através dessa medida provisoria os procuradores do estado terão subsídios que variam entre R$ 17.785,34 a R$ 22.111,25. Além disso, os procuradores podem advogar e recebem honorários de sucumbência. Nos últimos 5 anos esses honorários chegaram a R$ 4.062.997,36. Enquanto o Governo do Estado queima dinheiro, o desemprego aumenta em Açailandia e a espectativa é de alcançarmos 12 mil desempregados neste ano. Não sendo o bastante, o PIB do nosso Estado deve sofrer uma queda muito forte.
    Então, o momento não é de fazer gastos gigantescos e sim pensar em um meio de sustentar a economia do Estado.

  4. marcos fernandes

    CARO DEPUTADO,É COM PRAZER QUE RECEBO A NOTICIA QUE O SR. SERÁ O PRESIDENTE DE TÃO IMPORTANTE COMISSÃO,NÃO TENHO DÚVIDAS QUE IRÁ DESEMPENHAR A FUNÇÃO COM MUITA SABEDORIA,PORÉM QUE DAR UMA SUGESTÃO CRIE UMA COMISSÃO PARA AVALIAR OS EFEITOS DA CRISE PRINCIPALMENTE NA REGIÃO DO PINDARÉ,POIS COM O FECHAMENTO DA COSIMA MAIS 1500 EMPREGOS SUMIRÃO DA NOITE PRO DIA, ISSO REFLETIU NEGATIVAMENTE EM TODA REGIÃO É PRECISO QUE DISCUTA COM A MÁXIMA URGENCIA SOLUÇÕES PARA UM FATO TÃO RELEVANTE.

  5. Nicolau Júnior

    Deputado Joaquim Haikel, a agricultura maranhense reclama urgente intervenção do poder público, principlamente se levarmos em conta predominância da atividade agropecuária na economia estadual. Entre tantos males que a alcançam, gostaria de, nesta ocasião distinguir aquele que estou denominando a “máfia do PRONAF”: arregimentação de pessoas para receberem tais linhas crédito e simplesmente deviá-las do seu objetivo, prejudicando quem delas realmente necessita. Vale uma investigação policial séria junto às listas de inadimplentes das instituições bancárias.
    Abraços.

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