Encaro o teto
esperando que o silencio
decida se apresentar.
A boca parada,
dedicada inteiramente ao pensamento
e a dor.
Fico quieto
tempo suficiente
para descobrir
a cor do ar.
Levo suavemente um suspiro até a boca,
Fecho os olhos,
tento adivinhar o futuro
e reescrever o destino.
Olho
por um longo tempo para tuas calças
jogadas no sofá,
antes de mover apenas a mão esquerda
e com o dedo médio
seguir as dobras
imaginando as carnes que elas abrigavam.
Continuo parado,
imóvel,
na tentativa de me misturar com a mata.
Para que ela devore a minha duvida,
amarrada tão firmemente
com um fio de teu cabelo.
Poema XI
” Aprisionado, amarrado. De corda, um único fio de cabelo castanho escuro. Prisão branca, arma branca, seios brancos…Sonhos, lembranças, aroma.” Joaquim Haickel em 01.08.2007
P.S.Escrevi a poesia como se fosse um bilhete, apenas para brincar um pouco com as palavras, mas, ela está intacta, é só conferir na respectiva página.
confesso que tenho um pouco de dificuldade de entender alguns trechos desse poema, mas no conjunto ele me passa uma mensagem bem interessante.
Você tem aqui uma bela narrativa poética, construída com imagens simples e fortes. Gostei muito!
Observei a sequência de poemas desta página e fiquei com a impressão de que você passou por uma desilusão amorosa.Daí você já fez promessa p/ não se apaixonar outra vez por mais ninguém e gostar só de algumas pouquíssimas pessoas, depois pensou em um desfecho p/ a desilusão daí escreveu sobre Pierre o pato e Isabelle, depois foi dar um tempo em Roma ou outra cidade qualquer e hoje você está com Descartes, isto é, tentando encontrar uma Razão p/ o acontecimento. Interessante este pequeno percurso de sua escrita…Se você encontrar uma saída bacana p/ uma desilusão amorosa e, inclusive, conseguir, de verdade ,não gostar de mais ninguém, passe a poesia ou relato p/ nós, seus leitores assíduos…estou acompanhando sua novela e desejo um final promissor e compartilhado aqui no seu blog, por favor…
Resposta: Você é uma pessoa muito criativa, poderia se dar bem escrevendo livros de auto-ajuda. Fico feliz que meu blog e meus poemas proporcionem esse exercício à pessoas como você! Aguardo seus comentários.
Muito bom esse seu poema. Com ele você provou pra mim que é capaz de escrever poesia sobre qualquer assunto. Até agora só tinha lido poemas seus com certo tom de leveza e graça, esse, no entanto, é pesado e triste, mas gostei bastante, assim como dos demais.
Roma, Venus, Poema XI e esse poema Razao sao os que mais me encantaram,
a sequencia do seu blog da ideia de que vc esta intensamente apaixonado e ansiando pelo retorno da pessoa amada
um poeta apaixonado, bom para quem curte os poemas
Pouxa Joca quem foi essa mulher tão especial que pisou no seu coração ou será que foi você quem pisou no dela e não estar encontrando a maneira de pedir perdão porque escreves que tentas adivinhar o futuro e reescrever o destino esperas o silencio se apresentar(poderia esse destino ser diferente? E se esse silencio estiver esperando uma atitude ou um gesto seu? As oportunidades na vida não passam duas vezes) talvez você ache que a saída é escrever no seu blog com a intenção de que ela tenha a oportunidade de ler e te buscar Não se comporte assim não espere busque essa mulher ligue escreva uma carta um e-mail vá na sua casa e diga o quanto ela é importante pra você Viva o amor e o dia de hoje caro amigo
Realmente pela sequência dos poemas e da forma que estam escritos percebesse que você esta sofrendo uma grande desilisão e talvêz ela também
Conselho de amiga que te admira e te quer bem se eu estiver certa não cruze os braços jamais saberas o que aconteceria caso tivesse tentado.TENTE!
Joaquim,
Sou a pessoa do comentário 04, muito obrigada pelo elogio. Gosto muito de ler seu blog, ele me passa um sentimento de humanidade, quero dizer, ele oscila, às vezes alegre, às vezes engraçado, às vezes meio triste, tal qual como o movimento da vida mesmo. Gosto sim de escrever e escrevo semanalmente um artigo, mas, direcionado p/ as pessoas e a empresa em que trabalho. Atualmente estou me preparando p/ a seleção de mestrado na PUC/SP. Se eu passar na prova de seleção em outubro, vou morar em SP por uns 3 anos…o que não impede de eu continuar lendo e algumas vezes escrevendo comentários em seu blog.
Um abraço!
Não é possivel acreditar que o silencio muitas vezes é a melhor resposta para quem nao pode dizer nada, mas se as palavras forem bem escolhidas e com sinceridade, certamente terá um efeito dislumbrante, com o tom e o cheiro certo, tente meu poeta lindo, sua fã.
Horácio, tem um dos mais belos poemas da humanidade onde fala da “volta da metade de sua alma” – et serves animaedimidium meae. Estais esperando o quê?