Pierre, o pato e Isabelle.

Sozinho,
Pierre foi ao mercado.

Comprou um pato,
um quilo de cebola,
dois quilos de batata
– redondinhas –
ervas de Provence e mostarda.
Foi para casa e preparou um banquete.

Sentou-se à mesa,
abriu um Borgonha,
rasgou uma baguete,
e apunhalou um foie gras.
Comeu e bebeu de olhos fechados.

No fogão de lenha,
o fogo é brando
mas no tempo certo
o pato
duro,
amolece.

Na caçarola
batatas e cebolas
salteiam
ao azeite de oliva,
com as ervas de Provence,
com a mostarda,
e com arsênico.

Pierre,
sozinho,
senta e come.

Isabelle irá sentir sua falta.

Perfil

“Poeta, contista e cronista, que, quando sobra tempo, também é deputado”. Era essa a maneira como Joaquim Elias Nagib Pinto Haickel aparecia no expediente da revista cultural Guarnicê, da qual foi o principal artífice. Mais de três décadas depois disso, o não mais, porem eterno parlamentar, ainda sem as sobras do tempo, permanece cronista, contista e poeta, além de cineasta.

Advogado, Joaquim Haickel foi eleito para o parlamento estadual pela primeira vez de 1982, quando foi o mais jovem parlamentar do Brasil. Em seguida, foi eleito deputado federal constituinte e depois voltou a ser deputado estadual até 2011. Entre 2011 e 2014 exerceu o cargo de secretario de esportes do Estado do Maranhão.

Cinema, esportes, culinária, literatura e artes de um modo geral estão entre as predileções de Joaquim Haickel, quando não está na arena política, de onde não se afasta, mesmo que tenha optado por não mais disputar mandato eletivo.

Cinéfilo inveterado, é autor do filme “Pelo Ouvido”, grande sucesso de 2008. Sua paixão pelo cinema fez com desenvolvesse juntamente com um grupo de colaboradores um projeto que visa resgatar e preservar a memória maranhense através do audiovisual.

Enquanto produz e dirigi filmes, Joaquim continua a escrever um livro sobre cinema e psicanálise, que, segundo ele, “se conseguir concluí-lo”, será sua obra definitiva.

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