Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Autoridades aqui presentes, Minhas senhoras e meus senhores…
Primeiramente, quero pedir-lhes desculpa pela minha mal tratada dislexia.
Segundamente, como diria o grande Odorico Paraguaçu, deixe-me tentar tranqüilizá-los. Essa quantidade enorme de folhas de papel que vocês estão vendo aqui na minha mão, não significa que meu discurso será longo, cansativo ou enfadonho. Ficaram assim muitas laudas pelo fato da letra ser grande, do espaço ser duplo, da vista ser fraca e da responsabilidade ser imensa.
Garanto-lhes que serei breve, até porque tudo que tenho a lhes dizer poderia ser dito usando apenas três palavrinhas verdadeiras, sinceras e essenciais. Poderia dizer simplesmente Muito obrigado Renata e teria dito tudo, não precisaria dizer mais absolutamente nada!
Mas nesse momento solene, representando o poder legislativo de meu amado Estado e a brava gente maranhense, não posso ser tão econômico, devo ser mais explicativo e didático. Devo lançar mão de todas as palavras que estejam ao alcance de minha modesta capacidade, para tentar construir um discurso, onde possa dizer tudo que DEVE ser dito. Temo apenas que ainda assim isso não seja suficiente para expressar tudo que PRECISA ser dito.
Pois bem…Estamos aqui hoje reunidos para outorgar oficialmente o titulo de cidadã maranhense à Renata de Camargo Nascimento, prestando assim, uma das mais justas homenagens que esta Casa já fez, em nome do povo maranhense, a uma pessoa que tenha o direito de ser reconhecida como nossa irmã e conterrânea.
Já tinha ouvido falar em Renata antes mesmo de ter sido apresentado a ela. Foi quando ela resolveu convocar um grupo de empresários de nosso Estado para se juntarem num projeto que envolvesse a todos com o planejamento, a execução e o desenvolvimento de ações sociais.
O que ela propunha não era nada parecido com o que havia por aqui. Ela propunha que fizéssemos ações voltadas para a valorização das pessoas mais humildes e carentes, através da criação de uma consciência mais ampla e geral de cidadania e responsabilidade social.
Fiquei muito satisfeito, lisonjeado mesmo, quando fui convidado para participar daquela reunião, que viria mais tarde a criar o Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão, nos mesmos moldes do ICE de São Paulo, idealizado e criado por ela em 1999, com a participação de mais trinta empresários paulistas.
Vi logo que não se tratava de filantropia, de chá de caridade, de simples generosidade. O que Renata estava nos propondo era de certa forma, uma maneira de nos redimirmos de alguns esquecimentos, de algumas faltas, de algumas omissões em relação a nós mesmos.
Ela nos trouxe algo que era muito claro para nós todos, que precisava ser feito, mas que nunca fizemos.
Ela nos reuniu para promovermos a nossa própria cidadania, possibilitando a cidadania de outras pessoas, sabiamente juntando a fome com a vontade de comer.
A história de Renata de Camargo Nascimento com o Estado do Maranhão se inicia com sua participação como presidente do conselho deliberativo do Instituto ALCOA e como membro do board da ALCOA Foundation, ambos com ampla atuação nas áreas social e ambiental do nosso Estado.
Através de sua atuação nesses dois espaços, Renata vem defendendo os interesses do Maranhão, atuando de maneira definitiva junto aos demais conselheiros, mostrando-lhes nossas necessidades e nosso potencial, Interferindo positivamente na destinação de recursos e aprovação de projetos que contemplam um sem número de beneficiários, e diversas organizações sociais.
Para que se tenha uma idéia mais precisa do que isso representa, só em São Luis, de 2001 a 2006, estas duas organizações investiram mais de R$ 6.000.000,00 (Seis milhões de reais) em ações de responsabilidade sócio-ambiental.
Nascida na cidade de São Paulo, Renata graduou-se em Ciências Econômicas pela Universidade Mackenzie, em 1974 e é Diretora de Participações da Morro Vermelho S/A., holding familiar controladora do Grupo Camargo Corrêa, fundado por seu pai, Sebastião de Camargo.
Aos 22 anos, quando ainda era apenas uma estagiária, decidiu abraçar a causa de melhorar a vida de comunidades carentes, e mais tarde, no final da década de 90, ela criou o Instituto de Cidadania Empresarial de São Paulo, organização não-governamental que mobiliza empresários a investir em projetos sociais, trocando a caridade do passado pela moder¬na responsabilidade social.
Trabalhando no “Terceiro Setor” desde 1975, vem atuando ativamente não só como membro de várias organizações, mas também, como participante de cursos, seminários e encontros no Brasil e no exterior.
Através de sua atuação no conselho do Instituto Camargo Correa, Renata vem apoiando diversos projetos em nossa terra. Exemplo disso é o Projeto Presenças, ação desenvolvida pelo ICE-MA, que visa fortalecer a atuação das organizações sociais, capacitando-as na área educativa, visando potencializar e qualificar as ações de seus educadores.
Mas com toda certeza sua maior e mais importante contribuição para a melhoria de nosso Estado é o investimento na sensibilização da classe empresarial maranhense para a responsabilidade social.
Para tanto, além de emprestar-nos seu precioso tempo, talento e prestígio, ela fundou e apóia diretamente o Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão, organização sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública municipal e estadual pelas Leis N.º 4689 de 29 de novembro e N.º 8496 de 21 de setembro de 2006, respectivamente.
O ICE é um organismo concebido para trabalhar na difusão do conceito de desenvolvimento sustentável de modo a incentivar empresas a adotarem a cidadania empresarial como princípio do seu negócio.
Há um fato, no entanto, que me surpreendeu em relação à Renata. Em uma conversa informal, falávamos como deveríamos proceder enquanto empresários cidadãos e ela falou uma coisa muito parecida com o que meu pai costumava dizer, do alto de sua generosa sabedoria cabocla, de homem nascido e criado no vale do Pindaré: “Meu filho, às vezes temos que dar o peixe para quem tem fome, mas é preferível dar linha, anzol e ensinar a pescar”.
Renata presidi atualmente o Conselho Deliberativo do Instituto ALCOA, o Instituto de Cidadania Empresarial de São Paulo e é também Presidente de Honra do Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão.
Além disso, ela é Membro de diversas instituições importantes como as americanas, ALCOA Foundation e Loma Negra Foundation;
Ela é Membro do Conselho do Instituto Camargo Corrêa; do Conselho da Associação Obra do Berço; do Conselho do Centro do Voluntariado de São Paulo; do Conselho da Comunitas; do Grupo de Mobilização e Comunicação da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo; do Comitê do Fundo Social Unibanco; do Grupo Orientador do Programa Itaú Social, dentre outros.
Para Renata, tanto o empresário que pensa que somente porque paga seus impostos e gera empregos, assim está cumprindo com o seu papel de cidadão, quanto à empresa que não atue com bastante equilíbrio nas áreas econômica, social e ambiental, não serão bem-sucedidos e não sobreviverão por muito tempo.
Ela sempre disse que a filantropia gera dependência e impede que o indivíduo ande com os próprios pés. Que é preciso capacitar o pessoal e ensinar como trabalhar. Que não se deve fazer PARA, se deve fazer COM.
Bertold Brech disse certa vez que Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida. Estes são os imprescindíveis.
Renata de Camargo Nascimento é uma dessas pessoas citadas por Brech. Ela é Imprescindível!
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados…
Foi ouvindo Renata falar, que resolvi apoiá-la em seu projeto. Projeto este que na verdade não é dela, é o nosso. Por isso, ouçam agora a nossa mais nova conterrânea e tenho certeza que depois disso, vocês também virão conosco trabalhar em prol da solidariedade e da cidadania.
Como disse no começo só precisava ter dito três palavrinhas, sinceras, verdadeiras e essenciais: Renata, muito obrigada.
Só um excelente deputado pra fazer um excelente discurso desses.Parabéns.
Ah. Então tá. Não é pelo sobrenome, mas pela sua obra, né? Palmas pra Dra. Renata.
Só uma dúvida, Deputado: Quando você fala em mal tratada dislexia, como assim? Me explique um pouco mais como isso te atrapalha.
Resposta: Por um lado a dislexia atrapalha bastante, dificulta ou impede a leitura. Mas por outro, no meu caso, ela me ajudou de maneira decisiva a desenvolver um tipo de narrativa mais leve, suave, informal. Fez com que eu me obrigasse a escrever como se estivesse conversando. Mal tratada é pelo fato de só ter descoberto que tinha esta dificuldade recentemente e nunca ter feito qualquer tipo de acompanhamento.
Gosto muito de seus textos, mas devo confessar que gosto muito mais das respostas que você dá para alguns babacas que fazem uns comentários imbecis no seu blog.
Não sabia que existia no Maranhão uma instituição voltada para a inclusão de empresas como participantes de ações de responsabilidade socio-ambiental, nem que a Reanta Camargo foi quem a criou. Parabéns!
Gostaria de parabenizar-lhe pelo excelente e motivador discurso. Resta claro, que estava bastante inspirado neste dia. Parabéns!!!