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Ontem, meu amigo particular e também jornalista político do Jornal O Estado do Maranhão, Marco D’Eça, me enviou por e-mail seis perguntas para uma rápida entrevista sobre a eleição da mesa diretora da Assembléia Legislativa do Maranhão. Respondi as perguntas como achei que deveria, com exatidão e clareza. Imagino que por motivo de espaço físico a entrevista não pode ser publicada na integra e teve que ser editada em alguns trechos.

Publico aqui, apenas para que não fique qualquer duvida sobre minhas palavras, a integra da tal entrevista concedida por mim e logo abaixo aquela que foi publicada.

O Estado – O senhor foi o primeiro oposicionista a declarar apoio ao atual presidente da Assembléia. Por quê?
Joaquim Haickel
– Analisando o quadro depois da eleição, deduzi que era o deputado Evangelista quem reunia as melhores condições para comandar o processo de valorização do parlamento. Eu sempre deixei bem claro a ele e a todos que eu seria sempre a favor do que fosse melhor para a Assembléia e não para uma determinada pessoa, no caso ele. Voto em Evangelista, trabalhei por sua candidatura e por sua eleição justamente por ter dele as garantias de independência, respeito e liberdade que o parlamento tanto precisa.

O Estado – Mas em 2005 o senhor ficou contra o mesmo deputado João Evangelista, tendo apoiado o Deputado Mauro Bezerra. Nestes dois anos mudou o Evangelista ou mudou o senhor?
Haickel
– Obviamente mudamos todos. Naquela época, Evangelista representava a pressão indevida do governador na eleição interna da Assembléia. Não fui contra o Evangelista, fui contra a intromissão no processo eletivo da Casa. Entendi, naquele momento, que a Assembléia deveria dizer não ao que o governo estava fazendo. Por isso me posicionei contra o Evangelista.

O Estado – E hoje, não está havendo a mesma coisa por parte do governo, em favor do presidente?
Haickel
– Claro que não. O governo torce por Evangelista, mas não faz pressão indevida. Não me oponho ao governo ter um candidato. Sou contra a pressão indevida…

O Estado –E o que seria essa pressão indevida?
Haickel
– Justamente aquilo que Zé Reinaldo fez; “Coação quase Irresistível”. Barganhar com a administração pública, trocar cargos no governo por votos, abrir as portas do governo para garantir a eleição de um candidato. Isso é inaceitável, e ficarei contra qualquer candidato que se submeta a essa postura de um governo.

O Estado – Os deputados eleitos pela oposição somam 18 votos. 12 estão com Evangelista e 6 optaram por Arnaldo Melo. Com este patamar de votos não seria mais coerente ter um candidato próprio, esperando as defecções entre os governistas para, quem sabe, até ganhar a eleição?
Haickel
– Poderíamos estar os 18 apoiando o mesmo candidato. Numa eleição interna do nosso grupo, 12 é um numero duas vezes maior que 6. Era só estes 6 terem aceitado a decisão da maioria mais que absoluta do grupo.

Mas se nós fizéssemos isto que você diz, lançássemos um candidato, aí sim, o governo iria fazer pressão para eleger o seu candidato e não haveria como conseguir outros quatro deputados porque todos os deputados ligados ao governo já haviam dito que o presidente teria que ser do grupo deles. Então escolhemos alguém a quem pudéssemos apoiar e em troca desse apoio nos garantisse a independência, o respeito e a liberdade para podermos bem fazer o nosso trabalho.

O Estado – Neste caso, o senhor está dizendo que Jackson Lago só não fez pressão indevida por Evangelista porque não precisou…
Haickel
– Acredito que sim! Não precisou porque nós o apoiamos desde o primeiro momento demonstrando que no que disser respeito a matérias internas do Poder Legislativo, alem de não aceitarmos intromissão de outros poderes, não deve ter de nossa parte, esse partidarismo todo que alguns incautos tanto apregoam. Agindo assim, apoiando João, nós nos fizemos necessários, indispensáveis mesmo além de participantes ativos e legítimos do processo eleitoral da Casa.

ABRINDO O JOGO

“Com João, nos fizemos necessários”

O deputado Joaquim Haickel (PMDB) tem convicção de que o atual presidente da Assembléia, João Evangelista (PSDB), é o melhor nome para a Casa. “Ele dá as garantias de independência e liberdade que a Assembléia precisa”, afirma. Nesta entrevista a O Estado, Haickel justifica sua posição e faz considerações sobre a divisão da oposição no processo. Abaixo, os principais pontos da entrevista:

O Estado – O senhor foi o primeiro oposicionista a declarar apoio ao atual presidente da Assembléia. Por quê?
Joaquim Haickel – O deputado Evangelista é quem reúne as melhores condições para comandar o processo de valorização do parlamento. Eu sempre deixei bem claro a ele e a todos que seria sempre a favor do que fosse melhor para a Assembléia e não para uma determinada pessoa. Voto em Evangelista, trabalhei por sua candidatura justamente por ter dele as garantias de independência, respeito e liberdade de que o parlamento tanto precisa.

O Estado – Mas em 2005 o senhor ficou contra o mesmo deputado João Evangelista, votando em Mauro Bezerra. Nestes dois anos, mudou o Evangelista ou mudou o senhor?
Haickel – Obviamente, mudamos todos. Naquela época, Evangelista representava a pressão indevida do governador na eleição interna da Assembléia. Não fui contra o Evangelista. Fui contra a intromissão no processo eletivo da Casa. Entendi, naquele momento, que a Assembléia deveria dizer não ao que o governo estava fazendo. Por isso me posicionei contra o Evangelista.

O Estado – E o que seria essa pressão indevida?
Haickel
– Justamente aquilo que Zé Reinaldo fez: “Coação quase Irresistível”. Barganhar com a administração pública, trocar cargos no governo por votos, abrir as portas do governo para garantir a eleição de um candidato. Isso é inaceitável, e ficarei contra qualquer candidato que se submeta a essa postura de um governo.

O Estado – Dos deputados eleitos pela oposição,12 estão com Evangelista e 6 optaram por Arnaldo Melo. Com este patamar de votos, não seria mais coerente ter um candidato próprio, esperando as defecções entre os governistas para, quem sabe, até ganhar a eleição?
Haickel
– Poderíamos estar os 18 apoiando o mesmo candidato. Numa eleição interna do nosso grupo, 12 é um numero duas vezes maior que 6. Mas se lançássemos um candidato, aí sim o governo iria fazer pressão
para eleger o seu candidato. Então, escolhemos alguém a quem pudéssemos apoiar e
em troca desse apoio nos garantisse a independência, o respeito e a liberdade para podermos bem fazer o nosso trabalho.

O Estado – Neste caso, Jackson Lago só não fez pressão indevida porque não precisou…
Haickel
– Acredito que sim! Não precisou porque nós o apoiamos desde o primeiro momento demonstrando que no que disser respeito a matérias internas do Poder Legislativo, alem de não aceitarmos intromissão de outros poderes, não deve ter de nossa parte, esse partidarismo todo que alguns incautos tanto apregoam. Apoiando João, nós nos fizemos necessários, indispensáveis mesmo. (M.A.D.)

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  1. Lindomar

    Que bom poder ler uma entrevista de um político que não usa subterfúgios pra colocar suas opiniões nem biombos para se posicionar. Quisera que os outros também fossem assim.

  2. Almir Sousa

    Deputado Joaquim é sempre um prazer, ouvi-lo nas rádios, vê-lo nas televisões, lê-lo nos jornais. O senhor tem sempre algo a nos acrescentar. Obrigado e parabéns.

  3. Ana

    Joaquim! Que decepção!! Acordei e vim correndo pra ver o poema que você ficou de postar toda quarta-feira e no lugar dele tinha era uma entrevista política!
    Ah! Que pena. Por favor coloque o poema amanhã!

  4. Anônimo

    Deputado se o senhor não votou em Evangelista em 2005, porque votar agora? Alguma negociata?

  5. Joaquim Nagib Haickel

    De modo algum, senhor sem nome. Não votei em Evangelista em 2005 pelos motivos que já expliquei na entrevista, mas posso repetir: “Naquela época, Evangelista representava a pressão indevida do governador na eleição interna da Assembléia. Não fui contra o Evangelista, fui contra a intromissão no processo eletivo da Casa. Entendi, naquele momento, que a Assembléia deveria dizer não ao que o governo estava fazendo. Por isso me posicionei contra o Evangelista”. Agora, sabendo da disposição do governador Jackson Lago não querer usar os mesmos métodos do seu antecessor e da intenção de Evangelista não ceder às pressões, resolvi apóia-lo para que ele se comprometesse com a “independência, respeito e liberdade que o parlamento tanto precisa”. É por isso que não votei antes e agora voto em João Evangelista para presidente da ALM.

  6. Wilson

    Muito pragmática, coerente e transparente as suas colocações e a sua postura. Espero que o senhor esteja certo ao confiar que Evangelista cumpra o compromisso de lutar pela independência, pelo respeito e pela liberdade que o parlamento necessitar para desenvolver o seu trabalho.

  7. Lídia

    Deputado joaquim, sempre que vejo ou leio uma entrevista sua, acredito que ainda existam políticos sérios bem intencionados.

  8. Aninha

    Q pena q mesmo em um momento importante politicamente como o atual, em q raras sao as pessoas capazes d nos fazer crer q exista política séria, encontramos-nos em meio as decisões q comprometerão seriamente um futuro mandato, e ainda assim, tem gente q só pensa em poesia, mesmo qdo não consegue encontrá-la nos lugares mais obvios, na realidade do dia a dia de todos nós, parabéns pela sua sinceridade e clareza, admirável poeta-político.

  9. Matt Murdock

    “…resolvi apoia-lo para que ele se comprometesse com a independencia,respeito e liberdade que o parlamento tanto precisa”. Então tá.

  10. Joaquim Nagib Haickel

    Respondendo os dois comentários abaixo: Em primeiro lugar não entendi direito o que quis dizer a Aninha. Desculpa! Em segundo lugar, o tal Matt Murdock não sabe nem copiar uma citação. A seguir passo a reproduzir o que ele pensa que leu e não leu porque não sabe ou não quer saber: “Voto em Evangelista, trabalhei por sua candidatura e por sua eleição justamente por ter dele as garantias de independência, respeito e liberdade que o parlamento tanto precisa”. Que é bem diferente do que ele imagina ter lido: “…resolvi apoia-lo para que ele se comprometesse com a independencia,respeito e liberdade que o parlamento tanto precisa”. A palavra tem poder meu amigo e uma pequena distorção muda o sentido de tudo.

  11. IVAN PORTO

    Deputado Joaquim Haickel,
    Nunca votei no senhor, por não conhecer suas idéias e, principalmente, por fazer parte do grupo político da Senadora Roseana Sarney.
    Me chamou a atenção na última eleição seu desempenho eleitoral na cidade de São Domingos do Maranhão. E, desde então passei a acompanhar seus comentários neste blog e nos blogs dos jornalistas Marcos D’eça e Décio Sá. Foi quando percebi quanta coerência ética e política existe nesses seus comentários, foi assim que passei a respeitá-lo e adimirá-lo.
    Nas próximas eleições, seu nome será incluído no rol dos candidatos aptos a receber meu voto.
    Um abraço.

  12. Aninha

    Prezado Deputado, em 1 lugar, fui sincera qdo o parabenizei, e no mais do meu comentário, qto ao fato da crítica(q tem gente q não pensa em outra coisa exceto em poesia, estava me referindo ao comentário da sua tão entusiasta fã Ana q comentou estar decepcionada em busca de poesia e não de política, é pena q ela não enxergue q mesmo em meio aos momentos sérios e cotidianos como o atual quadro político de arrumação de Governo, existe poesia simples e pura.
    Eis a explicação para o meu comentário.
    Simples e honesto.
    Obrigada

  13. Anônimo

    uma pessoa que estimo muito, já por váris vezes me disse que voce realmente éum homem digno e sério.Ele tem toda razão.

  14. Gustavo

    Parabéns deputado Joaquim! O senhor deu um show de articulação. Soube conversar com todos os deputados de todas as alas e facções. Não fechou portas, ao contrario escancarou-as. Seu apoio possibilitou e facilitou a candidatura de Evangelista e solidificou-a trazendo César Pires, Milhomem, Chico Gomes, Carlos Filho, Antonio Pereira e Maura Jorge dentre outros. O senhor previu antecipadamente o apoio de Jura Filho, de Ricardo Murad e até de quem ninguém acreditava, ate de Helena Heluy. O senhor está de Parabéns!

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