Encaro o teto
esperando que o silencio
decida se apresentar.
A boca parada,
dedicada inteiramente ao pensamento
e a dor.
Fico quieto
tempo suficiente
para descobrir
a cor do ar.
Levo suavemente um suspiro até a boca,
Fecho os olhos,
tento adivinhar o futuro
e reescrever o destino.
Olho
por um longo tempo para tuas calças
jogadas no sofá,
antes de mover apenas a mão esquerda
e com o dedo médio
seguir as dobras
imaginando as carnes que elas abrigavam.
Continuo parado,
imóvel,
na tentativa de me misturar com a mata.
Para que ela devore a minha duvida,
amarrada tão firmemente
com um fio de teu cabelo.
Joaquim, gostaria de saber o que vai dizer sobre este ótimo poema o tal Pedro Rodrigues!?
Grande abraço pra você e continue sempre assim, como escritor, como político e como homem!