Quiron, o centauro.

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Normalmente começo escrever minha cônica de domingo na segunda-feira anterior, de manhãzinha, logo cedo, ao acordar. Dona Clarice, minha mãe, sempre me disse que é cedo, ao se acordar que o cérebro está mais capacitado a pensar e a aprender – “É que ele passou a noite inteira descansando, sonhando, viajando, meu filho… Quando acorda, ta bem disposto, apto a se exercitar, a aprender” – Argumento da mãe que botava o filho pra estudar de manhã, cedinho. Tanto ela insistiu que eu acabei aprendendo algumas coisas mesmo.
Durante toda essa semana, por mais cedo que eu acordasse não me vinha nenhuma idéia para minha crônica de domingo.
Na quinta-feira, 7 de dezembro, ao chegar em casa dei de cara Dona Clarice, minha mãe, sentada no sofá, lendo revistas. Tomei a benção e dei-lhe um beijo na testa. Já ia saindo quando ela me chamou de volta, e como faz toda semana, se põe a ler meu horóscopo. “Sagitário: É quase certo que a grande concentração de planetas em seu signo o tornará mais sagitariano do que nunca: Independente, atrevido, até mesmo exagerado. Tente valorizar suas idéias e desenvolve-las, porque você estará sempre a um passo de realizá-las”.
Depois de ouvir isso, tive uma leve idéia sobre o que escrever para minha crônica desta semana, que até então teimava em não sair.
Sou um apaixonado por história. Falo de história em Latum Sensum, Em seu sentido mais abrangente, como manifestação do testemunho sobre o registro evolutivo da sociedade humana e sua relação com o tempo e com o espaço. Em meio a essa paixão me transformei num grande apreciador das mitologias, principalmente a grega, de onde provem quase toda a base da cultura ocidental, inclusive muito do que sabemos sobre astrologia e horóscopo.
Aqueles que entendem desse negocio de astrologia dizem que alguém que nasceu às 06 horas e 30 minutos da manhã do dia 13 de dezembro de 1959, além de ter nascido sob o signo de sagitário, tem nele também o seu ascendente. E é ai que a coisa pega. Sol e lua juntos em sagitário no dia e na hora em que eu nasci significa que eu sou sagitariano duplamente e um legitimo afilhado do centauro Quiron, professor de Aquiles, grande amigo e rival de Hércules.
Para a astrologia Quiron é uma espécie de padrinho dos sagitarianos. Padrinho desses que põe a mão, as virtudes e os defeitos também. Segundo a mitologia grega, ele era um bem conceituado professor e um grande poeta. Aventureiro, destemido, idealista, competitivo, leal, generoso, independente. Sonhador, exagerado, ansioso, astuto, beberrão, passional, perdulário. Era galanteador, conquistador, sensual e apaixonado, adorava as mulheres e elas a ele. Inteligente e culto, ele dominava a oratória como poucos e convencia facilmente a quem se pusesse a ouvi-lo. Sempre alegre e espirituoso, mas criterioso, honrado e coerente. Era um verdadeiro líder. Todas essas características, boas e más, são encontradas abundantemente nos nascidos sob a influencia do signo que ele patrocina.
Todo sagitariano e principalmente esse sagitariano aqui, vive em função disso. Desenvolvo e valorizo minhas idéias, porque a qualquer momento poderei estar usufruindo do prazer de realizá-las ou de simplesmente sublima-las, essa forma sagitariana de sentir prazer sozinho e individualmente.
Sou um apaixonado por história. Falo de história em Latum Sensum, em termos amplos e abrangentes, manifestação do testemunho sobre o registro evolutivo da sociedade humana em relação ao tempo e ao espaço. No meio disso me transformei num grande apreciador das mitologias, principalmente a grega, de onde provem quase toda a base da cultura ocidental, inclusive muito do que sabemos sobre astrologia e horóscopo.
O centauro Quiron, meio cavalo, meio homem, é um dos mais fascinantes personagens da mitologia grega.
Imortal, em uma determinada batalha, Quiron foi ferido numa perna por uma flecha envenenada com o sangue da hidra de Lerna, que foi morta por Hércules num dos 12 trabalhos que este teve que cumprir como castigo que lhe foi imposto pela deusa Hera, esposa de Zeus. Uma única gota do sangue da hidra seria capaz de matar qualquer humano ou animal. Em Quiron o veneno não era fatal, mas causava-lhe uma dor insuportável.
Certa vez Quiron implorou para que Zeus o libertasse daquele sofrimento e tirasse-lhe a imortalidade, permitindo-lhe que parasse de sentir tanta dor e morresse com dignidade. Zeus negou-lhe o pedido, alegando que a simples morte de Quiron era uma perda desnecessária e um prejuízo grande demais para o Olímpo. No entanto Zeus propôs a Quiron uma outra solução. Ele o arremessaria aos céus e o transformaria em uma constelação de estrelas. A constelação de sagitário. Todos ficaram felizes. Quiron parou de sentir a insuportável dor que o afligia e Zeus pode presentear a humanidade com esse belíssimo conjunto de estrelas.
Uma coisa não saiu um instante sequer da minha cabeça desde que minha mãe leu o horóscopo pra mim até agora. O fato de o astrólogo ter dito “…Tente valorizar suas idéias e desenvolve-las, porque você estará sempre a um passo de realizá-las”. Parece que realizei… Pelo menos no que diz respeito a ter conseguido escrever minha crônica de hoje.

3 comentários para "Quiron, o centauro."


  1. Maria Luiza

    Belíssima descrição do nativo de sagitário. Precisa e pontual. Melhor ainda por ter usado a figura mitológica do centauro Quiron.

  2. Fábio Augusto

    Cara, tua cultura chega a me causar inveja… mas pensando bem aqueles teus colegas deputados devem ter muito mais inveja de vc que eu, porque os bichinhos são tão fraquinhos…
    Outra coisa, notei um pouco de vaidade na descrição que vc faz do centauro Quiron. O fato das qualidades dele serem comuns aos sagitarianos e vc ser desse signo demonstra grande parcialidade ao tocar no assunto.

  3. Eduardo

    legal seu artigo,poderia também falar sobre os outros signos,como gemêos.

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