Hoje quero fazer uma homenagem mais que justa a essa profissional de mão cheia. Isso mesmo, mão cheia de dedicação naquela profissão que ele escolheu antes mesmo de existir.
Conheci esse rapaz em 1988 quando montei a equipe da Mirante de futsal. Não me recordo bem como ele chegou, mas já chegou falante e brincalhão como sempre foi. Foi amor à primeira vista. Entendemos-nos logo. Daí em diante, não larguei mais do pé dele e nem ele do meu. Foram em todas as equipes e seleções que estive presente ele estava sempre comigo. Houve casos interessantes em que ele foi fundamental.
Certa vez, em uma disputa na cidade de Manaus, deixei de levar um atleta para ele me acompanhar. Sabia da sua importância e do seu valor no grupo. Em um determinado jogo tive uma atleta com um rompimento no tendão de Aquiles. E olha que a primeira vista é uma cena horrível. Fiquei apavorado e quis levar o atleta logo para o hospital e ele com sua calma e profissionalismo me pediu somente gazes de gesso e um par de muletas. Ele mesmo fez a imobilização e dias depois esse atleta foi operado pelo Dr. Neilor Lasmar, na época médico da seleção brasileira de futebol, que só fez elogios para aquela imobilização. Outro caso foi em Caxias do Sul na disputa de uma Taça Brasil. Um dos mais importantes atletas nosso teve uma torção no tornozelo. Fiquei preocupado em não poder contar mais com esse jogador. Ele mais uma vez disse para não em preocupar que o atleta teria condições de jogo em 36 horas. Tivemos sorte que iríamos folgar na tabela por 48 horas. Ele praticamente se mudou para o apartamento do atleta e fez um tratamento intensivo sem sair nem para almoçar e colocou o atleta em quadra no prazo estipulado por ele mesmo. Fora outros casos que se fosse contar aqui não terminaria hoje.
Vocês já devem saber de quem estou falando. Hoje ele completa 55 anos e por uma obra da natureza deixou de prestar os seus serviços ao esporte maranhense. Há alguns anos atrás teve um AVC o que o impossibilitou de exercer a sua profissão. Mas continua firme e forte ao lado da sua esposa Lucia e das filhas e netos. Ele é o único compadre que tenho sem ter batizado a sua filha. Mas o considero meu compadre e padrinho de Ana Kaline.
Estou falando de Luís Carlos, primeiro fisioterapeuta que conheci antes mesmo da profissão ser reconhecida. Funcionário do Sampaio Correa por toda a sua vida. Funcionário do Esporte Recife e de tantos outros clubes por esse Brasil afora. Luís Carlos é daqueles amigos que mesmo não estando juntos é sempre lembrado e guardado no lado esquerdo do peito.
Parabéns velho, assim que o chamo que você tenha muitos anos de vida e que sua saúde se restabeleça como você tem conseguido.
Estaremos sempre juntos.
