Nas rodas de conversas desse último fim de semana, o que se mais ouviu foi a vaia que a nossa Presidente levou em Brasília. Palco todo armado. Estádio Mané Garrincha, seleção brasileira em campo e a torcida presente.
Para a Dona Dilma seria o ápice ao lado do Joseph Blatter, Presidente da FIFA, entidade mais rica do mundo e se não a mais rica, está entre as três mais, ser ovacionada pelo povo brasileiro. Só que se esqueceu de combinar com os mais de sessenta mil expectadores presentes no estádio. Ora meus amigos, o público que estava presente e pagou para ver a seleção brasileira um ingresso no valor de até 400 dólares não era qualquer um. Quais dos beneficiados pelas diversas bolsas dadas pelo Lula/ Dilma poderiam estar presentes neste estádio? A Bolsa Família? A Bolsa presidiário? A Bolsa pescador? A Bolsa não quer trabalhar? Quem vaiou foi aquele trabalhador que paga seus impostos, que cumpre as suas horas de trabalho, que paga seu plano de saúde por não ter uma saúde pública à altura, que paga caro à escola dos seus filhos porque a educação brasileira não é prioridade. Esse que se sente lesado todo mês ao deixar 27,5% do seu salário de impostos. Quem vaiou foi aquele que ao pegar seu carro se depara com estradas intrafegáveis por esse Brasil afora. Quem vaiou e vaiou muito bem vaiado foi a classe média que a cada dia esta sendo esmagada por um governo impiedoso. Que não tem um aumento digno nos seus salários que a cada dia fica mais achatada.
A vaia não foi para o futebol. Não foi para o Mané Garrincha. O povo brasileiro não deixou de ter sua paixão pelo futebol. O futebol continua sendo a maior paixão nacional. Nunca deixará de apoiar a camisa amarelinha que tantas alegrias já nos deram. Acontece que chega um momento onde uma massa de mais de sessenta mil pessoas tem a oportunidade de se manifestar de uma forma pacifica e civilizada o seu desagravo com a situação pela qual esta vivendo. Essa vaia que a Presidente levou deve estar mexendo até hoje com o seu subconsciente de que esta alguma coisa errada. Que a população brasileira na se resume somente as classes A, C, D e E. A classe B também existe e é ela que esta pagando todo o pato dessa acomodação governamental. Que essas vais tomadas pela D. Dilma sirva de alerta para ela perceber que a classe média esta viva e necessita de atenção tanto como as demais classes. Que o peso dessa carga toda não caia somente nas suas costas.
Não sou contra as construções dos novos estádios. Acho até que eles devam ser erguidos. O futebol ainda é uma grande diversão para nós. Sou contra sim, a forma que esses estádios são projetados. No início orçado em um valor e depois de seis meses de obra esse valor dobra sem que nem pra que. É difícil entender isso, sem que haja uma transparência na realização da obra.
Talvez na abertura da Copa do Mundo no ano que vem a Presidente exija que o público presente seja seus apadrinhados com as diversas bolsas existentes por aí ou quem sabe essa vaia do último sábado não tenha ligado o alerta para ela sobre as próximas eleições para valorizar a classe média que da sustentação econômica para o seu governo.
