Não se tem mais o que falar. Falta de planejamento, compromisso, interesse, má administração e o fazer por fazer. Esses são todos os itens que levaram uma das equipes mais tradicionais do futebol maranhense e nordestino e cair literalmente no poço. É realmente de dar pena a situação do Moto Club de São Luís. Lamenta-se pela história do clube e principalmente pelo seu maior triunfo que é a sua torcida. Os dirigentes atuais e ai se incluem os conselheiros e os que se julgam donos do clube não estão nem aí. Como deixar o clube chegar numa situação dessas. O finado Cesar Aboud, fundador e primeiro presidente do Moto, deve estar se lamentando no andar lá de cima com a situação vivida pelo seu time que ele tanto se dedicou.

É bom deixar claro que o Moto foi rebaixado fora de campo. Tem que ser lembrado que o clube perdeu seis pontos por ter jogado com atletas irregulares no inicio do campeonato, ou seja, o time já começou a competição perdendo seis pontos por pura falta de compromisso, profissionalismo e interesse da diretoria. Naquela altura do campeonato o Moto estava em quinto lugar com quatro pontos e com a perda dos seis acabou ficando com menos dois. Seis pontos que fizeram falta no final e que foram primordiais para o rebaixamento.

É bom lembrar que essa é a segunda vez que o clube é rebaixado. A primeira vez em 2009 na gestão do Cleber Verde, então deputado Federal e três anos depois a história se repete com Sarney Neto, ex-deputado e que com certeza queria voltar para a mídia aproveitando a popularidade do Papão do Norte.

Virada de mesa? Não cabe mais no futebol atual. Fechar a porta do Moto e acabar como o Expressinho, Ferroviário, Vitória do Mar? Não sei se a torcida sofrida do clube iria apoiar. Agora uma coisa tem que ser feita com a maior urgência. Ou melhor, já deveria ter sido feito desde o ano passado quando da disputa da Copa União. E alguns motenses sabem do que estou dizendo. Parar, estruturar a base, valorizar e jogar com a garotada, arrecadar fundos para dar condições ao clube de ter um elenco competitivo. Deixar de depender de rifas e vaquinhas da torcida para comprar comida para jogador. Voltar a ser time grande. Pensar grande. Divulgar de uma forma transparente os recursos arrecadados e doados pelo Governo e abdicados. Divulgando realmente o nome de quem ajuda. O maior tesouro do Moto é a sua torcida e os dirigentes fingem que não sabem disso.

Quem vai ter coragem de assumir uma barca furada como está o Moto atual? Quem vai assumir as dividas do clube? Não adianta vir qualquer um. Tem que ter bala na agulha. Não adianta chegar um liso e esperar apoio dos famosos conselheiros. Tem que ser um que realmente seja motense e queira tirar o clube da lama. Tem que ser um Sérgio Frota da vida que por bem o por mal vem mantendo o seu clube de coração nas disputas estaduais e nacionais e, diga-se de passagem, debaixo de muitas criticas.

Vamos aguardar passar esse temporal. Vai chegar um salvador da pátria. O Moto é maior que tudo isso e não merece de forma alguma ficar na situação que Cleber Verde e Sarney Neto colocaram o clube de rebaixado para a segunda divisão do futebol medíocre que é o nosso.