O ano era de 1995. Eu, técnico da seleção maranhense. No plantel craques como Gera, Lavoisier, Djacir atletas da seleção brasileira na época, mais Emilio e Marquinhos todos os cinco cearenses reforçando a nossa equipe que contava com craques como Alan Neto, Marlos Lamar, Élson Pires, Jorginho, Arnaldo, Alim Neto, Taffarel, Marão, enfim uma equipe para se sagrar campeã brasileira. Tempo suficiente para treinamento, grupo fechado. Apoio da Federação. Tudo certo. Jogaríamos contra as seleções da Paraíba e do Ceará e os jogos realizados no ginásio Aécio de Borba na cidade de Fortaleza. Primeiro jogo nós contra os paraibanos e houve um empate de 3 X 3 como o já falecido pivô Rabicó da Paraíba, fazendo três gols. Resultado que não estávamos esperando. Segundo jogo, Paraíba e Ceará e terminou empatado também. Terceiro jogo, nós e Ceará e precisaríamos vencer por uma diferença de dois gols para garantir a classificação. Estávamos vencendo pelo placar dos dois gols de diferença quando faltavam três segundo para terminar o jogo o ala testinha do time cearense chutou uma bola que resvalou num atleta nosso e entrou. Eles diminuíram a diferença para um gol. Com o resultado de 4 X 3 as três equipes terminaram empatadas em todos os quesitos e fomos para o sorteio. Adivinhem quem ficou de fora? Isso mesmo. O Maranhão. Nesse ano o Ceará se sagrou vice-campeão brasileiro no campeonato de seleções em Porta Alegre.
Estou contando essa história porque no jogo de ontem entre Corinthians e Marechal Rondon pela semifinal da Liga Nacional aconteceu a mesma coisa. A equipe paulista vencia o jogo por 1 x 0 e quando faltavam dois segundos, isso mesmo, dois segundos. O goleiro linha Renan do Marechal Rondon chutou a bola num último suspiro, a bola resvalou no jogador do Corinthians e entrou dando a classificação para a equipe do Marechal que jogava pelo empate, já que havia vencido o jogo de ida, para garantir a vaga para as finais. O Paulo Cesar técnico corintiano, ex-técnico da seleção brasileira, campeão mundial, ainda não deve ter conseguido dormir até agora como eu também na época, porque sabia que tinha um time para se tornar campeão. Coisas que o futsal nos proporciona. Haverá sempre um ganhador. Por isso que eu digo sempre para os atletas que dirijo que o choro da vitória é melhor que o choro da derrota.