Assistindo ontem o jogo do Cruzeiro contra o Estudiantes da Argentina comprovei que esse ditado é realmente verdadeiro. O Fábio, goleiro do Cruzeiro foi o responsável direto pelo empate conseguido pelo seu time que com certeza deu um grande passo para a conquista da libertadores.
Mas falando em goleiro, tem alguns casos interessantes vividos por mim quando treinador de futsal. Pelas equipes que dirigi, tive a oportunidade de trabalhar com grandes goleiros: Humberto, Derreis e Marcelo Filho (Elmo); Everaldo pela equipe da Mirante; André pelo Cruzeiro do Anil; Nelson, Mauro, Marão, Alim Neto, Taffarel, Tobinha e Jean pelo Girassol; Maycon e Igor pelo Moto Club e Lavoisier e Aldenis pela Seleção Maranhense. Todos grandes goleiros onde a maioria deles, teve os ensinamentos do mestre Marcial pelo qual tenho um carinho muito especial.
No primeiro título do Girassol, em 1993, jogávamos a final contra a equipe do Dragão, no Ginásio Guioberto Alves, palco de grandes jogos. No gol do nosso adversário ,muito bem dirigido pelo professor Roberto Brito, estava o goleiro Mauro. Em partida muito disputada os goleiros ainda não haviam sido exigidos. Na primeira bola que vai ao gol do Mauro ele pega um frango num chute bem fraco do nosso pivô Élson. A partir dai o jogo pega fogo. O Dragão chega ao empate e a partida vai se desenhando para a prorrogação com o placar de 2 X 2. Faltando dois minutos para o fim do jogo o mesmo Élson do meio da quadra arrisca um chute fraco e a bola entra em outro frango do Mauro. Final da partida Girassol 3 X 2 campeão Estadual de 1993. No ano seguinte a equipe do Dragão não investiu e seus atletas foram dispensados e a primeira contratação que solicitei foi de trazer o goleiro Mauro para nossa equipe. Alguns achavam que eu estava doido. Mauro, para muitos, o culpado por seu time não ter conseguido o campeonato do ano anterior, chegou meio encabulado. O grupo foi dando moral para ele e logo ele se tornou titular do time. Era um grande goleiro. Na partida final do campeonato novamente estávamos disputando o título quando Mauro pega um frango logo no início do jogo. Todos me olharam e ele, veio me pedir para sair. Pedi um tempo, e todos deram moral para ele. Em partida difícil como toda a final, Mauro se transformou depois do frango, no melhor do jogo e foi um dos responsáveis pelo segundo titulo do Girassol.
Estávamos na fase final da taça Brasil, jogando com a melhor equipe da competição. Girassol X Enxuta. O nosso adversário, franco favorito, com vários atletas da seleção brasileira entre eles: Choco, Jorginho, o goleiro Serginho, Danilo enfim uma verdadeira seleção. A partida estava programada para o Ginásio Municipal da cidade com as dimensões da quadra 20 X 40. O nosso jogo era o último da rodada de três partidas. Por ordem do destino, antes do término do segundo jogo, acontece um acidente nas proximidades do ginásio e dá um apagão de luz geral na redondeza. O certo seria a transferência da partida para o dia seguinte, mas como não tínhamos força política para tal, resolveram transferir o local do jogo para outro ginásio da cidade. E lá fomos nós. A torcida local estava em peso no primeiro ginásio e com a transferência isso já pelas 23 h pensei com meus botões, que o outro ginásio estaria vazio. Para minha surpresa, quando chegamos parecia que tinham mais torcedores que no local anterior. Mais isso tinha uma explicação. No primeiro ginásio, a capacidade era para 5 mil pessoas e o que jogaríamos agora, tinha capacidade para somente 1.000 e tinha arquibancada só de um lado e quadra com dimensões menores (32 X 17). Aí vem a história do goleiro. Luis Fernando Marão era o nosso goleiro. A partida começa e no primeiro, segundo e terceiro chute fraco do Choco, a bola pipoca na mão de Marão. Isso com menos de 3 minutos de jogo. A pressão era grande e a gente não se encontrava em quadra. O gol deles não demorou a sair. Mas não precisava ser do jeito que foi. Um frangaço. Confesso que a minha idéia era substituir Marão. Mas aí veio o nosso gol de empate logo em seguida e depois disso só deu ele. Parecia uma muralha. Os caras chutavam de tudo quanto era jeito e a bola não entrava. O jogo terminou 2 X 2. Para surpresa geral dos que achavam que iriam golear a nossa equipe. Com o decorrer dos jogos, Marão foi o goleiro menos vazado da competição. Tenho certeza que ele guarda esse troféu em algum lugar muito especial da sua casa.
Vida de goleiro é assim mesmo. E só lembrando uma frase do meu amigo Marcial, o melhor treinador de goleiros que já conheci, “Olho não tira bola“.
É, LENDO ESSE BLOG VEJO O QUANTO VC TORNA RECENTE AQUILO QUE PODERIA ESTÁ ESQUECIDO EM NOSSA MENTE,REVIVI MOMENTOS BONS…… VIDA DE GOLEIRO NAO É FACIL MESMO,EU QUE O DIGA COM TODOS ESSES ANOS ACOMPANHANDO UM.VALEU E OBRIGADA PELO ELOGIO FEITO AO MEU FILHO IGOR. GRANDE PROFESSOR GOBEL!!!!! SERÁS UMA PESSOA INESQUECIVEL PARA NÓS.