Passados 37 anos que o Sr. Claudio Vaz dos Santos idealizou os primeiros JEMS – Jogos Escolares Maranhenses. Uma receita pra lá de boa para o desporto estudantil. Uma receita preparada com muitos temperos e principalmente apimentada com a rivalidade que naquela época já começava a surgir entre as Escolas. Na abertura oficial dos Jogos deste ano, o Governador, em exercício, João Alberto, lembrou da rivalidade do Liceu e dos Maristas. Posteriormente, se tornaram rivais: Escola Técnica, Batista, Dom Bosco, Meng, Zoé Cerveira, Santa Teresa e algumas outras que a memória não consegue lembrar. Eram jogos de basquete, vôlei, handebol e futsal que ninguém conseguia prever o resultado, quem sairia vencedor, tal o equilíbrio que tínhamos. As Escolas eram preparadas por técnicos ou professores durante o ano todo para quando chegasse o mês de outubro, mês da competição, as suas equipes pudessem estar prontas para a grande batalha. Pena que o Ginásio Costa Rodrigues não está mais aí para contar, mas acredito que em breve ele voltará triunfal com ares de um ginásio moderno, pronto para receber grandes competições. Mas, voltando aos Jogos Escolares. Os atletas eram considerados verdadeiros heróis. Tinham os mais habilidosos e que todos queriam ser seus amigos ou pelo menos receber uns cumprimentos nos corredores da escola. As torcidas que superlotavam os ginásios: Costa Rodrigues, Escola Técnica, Guioberto Alves, esses os mais freqüentados, se divertiam e torciam de uma maneira saudável com seus gritos de guerra e de incentivo. Não havia fase classificatória. Todos podiam participar independentemente da quantidade de Escolas inscritas e dava tempo para tudo. Exatamente 15 dias corridos de competição nas categorias infanto e juvenil. Ah! Como era bom! Nos últimos anos o que vimos foi uma quantidade enorme de jogos onde é visível a preocupação de quantidade e não de qualidade. O que se ouve de propaganda dos Jogos nos últimos anos são coisas como: “esse ano os jogos escolares batem o recorde de participantes”. Ou mais ou menos assim: “o interior em peso participa dos Jogos Escolares Maranhenses”. Parece mais uma preocupação política do que esportiva. Não que eu seja contra a participação de a ou b. O que mais me chama a atenção é o desinteresse pela qualidade dos jogos. Equipe de basquete, categoria infantil masculino deste ano, na fase eliminatória, ganhando um jogo por 43 X 00. Quando isso acontecia há alguns anos atrás? Quando se viu no basquete, somente 8 equipes na categoria infantil e infanto feminino, isso mesmo, nas duas categorias, terem se credenciados a participar dos jogos? Alguma coisa está errada. E o vôlei masculino da Capital? Meu amigo Getulio lá de Imperatriz vem conquistando tudo, inclusive dois títulos brasileiros. Acabou o vôlei Masculino em São Luís? No feminino existe um equilíbrio muito grande nas Escolas da capital. Nas outras modalidades coletivas: futsal e handebol, o equilíbrio existe. O interior comanda no atletismo e Bacabal vem crescendo no tênis de mesa. A natação e o judô São Luís dominam com facilidade apesar de que, a cidade de Imperatriz tem vindo com bons judocas. Voltando ao primeiro parágrafo, hoje em dia, falta o tempero. Falta a pimenta. Falta a torcida. É triste um atleta, juntamente com seus pais ou familiares se deslocarem, por exemplo, até o Marista Araçagy, às 08h de um domingo e não ter ninguém para assistir o seu jogo. Somente o papai e a mamãe, quando vão, os dois estudantes de fisioterapia e a arbitragem para dirigir o jogo. Quando começa o 2º quarto começa a chegar às equipes do segundo jogo e assim sucessivamente. Isso acontece hoje e já há muito tempo em todos os jogos disputados nos JEMS. Não só no basquete, mais em todas as outras modalidades. Precisamos encontrar o tempero usado pelo Sr. Claudio Vaz há 37 anos. Ainda tem tempo, pois estamos na fase classificatória da Capital que termina no próximo dia 30. A fase final só começa em agosto. Mais isso é para depois.
Acho que a fórmula do jems tem que ser discutida. Acho muito pouco as escolas classificadas para a fase final. Tem colégio que treina o 1º semestre todo e joga duas ou tres vezes no maximo na fase classifictória e não joga mais porque não consegui se classificar para a outra fase.
Parabéns pelo blog!
Excelente artigo.
o que falta não é tempero não, meu caro Gobel. vc, tão crítico e mais que ninguém deve saber que o que falta é um secretário de esportes que entenda de esportes, que ame o esporte e que forme uma equipe idem. mas isso não teremos nunca mais, pois os interesses políticos estão acima de tudo nesse Maranhão. esse Roberto Costa é uma “estrela” protegida por João Alberto e Roseana somente para preparar “terreno” para sua campanha eleitoral de 2009. compromisso com o esporte??? nunca mais. só temos que lamentar e assistir a esse “circo” dos horrores…entra e sai secretário e aquela pasta não “desencanta”
Realmente o JEMS de hoje em dia caiu muito em relação ha anos atras.Felizmente tive o prazer de disputar um JEMS com muita rivalidade e adversários de alto nivel.É uma pena ir ao ginásio assistir um jogo e não ter torcida para incentivar os atletas..
Seja bem vindo Garotinho!
Gobel
Acredito que os JEMs começaram a perder a graça quando se sabe com antecedencia quem vai ganhar. Infelizmente isso começou a acontecer nos meados dos anos 80 do século passado. Quando começaram as injunções politicas no esporte. Coordenadores de esportes de alguns dos chamados ‘grandes colegios’ se travestiam de Coordenadores de Atividades Especiais da então SEDEL, e consequentemente, dos Jogos Escolares. Aí, somente essa determinada escola virava campeã geral.
Os JEMs acabaram quando se criou o Campeão Geral! Contavam-se as medalhas extraoficialmente. Mas se sabia quem era o campeão de Atletismo, o de Basquete, o de Volei, o de Futsal… hoje, a enfase é para a escola x, ou y…
Quando haviam duas classes – infanto-juvenil – para os atém 16 anos; e o Juvenil, 17 e 18 anos… e as duas categorias, masculina e feminina. Aí começaram a inventar casuismos, nos Regulamentos. Visando afastar as grandes escolas públicas: Escola Técnica, Liceu, Gonçalves Dias, Bacelar Portela, Luis Viana, Sá Valle, Alberto Pinheiro… essas escolas tinham seus alunos estudando ou até a 8a. série e outras só o segundo grau. Os atletas quando cumpriam um ciclo de estudos, obrigatoriamente tinham que se transferir para outra, que só tinham o segundo ciclo. Aí, o atleta que se transferisse não podia participar no ano seguinte. Matou-se uma geração inteira de Atletas … poara coibir a ‘compra’ de atletas, atraves de ‘bolsas’ pelas escolas particulares dos alunos das escolas públicas – que tinhamk, efetivaemknte, um trabalho!
As grandes escolas publicas – Liceu, Escola Técnica, Gonçalves Dias, Bacelar Portela, ficaram sem os alunos que poderiamj disputar a classe Infanto – para até 16 anos…
Lembra que haviam as escolas campeãs de cada classe? e eram as públicas… Maristas, Batista, embora disputassem den igual com igual, sobressaiam-se em esportes ‘de elite’: natação (quem tinha piscina ou podia frequentar uma?), volei ( lembra do tenis da moda?), basquete (camisas dos timkes americanos, tenis de cano alto da moda….)… as públicas, em esportes ‘pobres’, Atletismo (qualquer umcorria, não precisa de equipamente, até mesmo descalço), Futebol, Futsal…
Depois, inventaram mais uma classe, infantil, infanto, juvenil – e as grandes publicas, que nao tinham como disputar a primeira classe, já estavam fora do titulo Geral; as grandes públicas municipais, já não tinha alunos para a ultima, pois só tinham ate a oitava… e as particulares, que ofereciam do jardim até o prévestibular foram as beneficiárias… A custa de quê? de afastar as ‘escolas dos pobres’, as publicas…
Já parafram para pensaqr poruqe a Escola tecnica se afastou dos Jogos? o que aconteceu em 1987/88 no Atletismo? esse foi o estopim… ET, BP, GD, SV, AP, por que fora ‘desistumuladas’ a participar dos JEMs? Quem eram os Coordenadores de Esportes da SEDEL, dessa época?
Leopoldo Gil
desde o Recanto Vinhais
em tempo: está tendo JEMs? não diga! como não ouvi?