O ditado já é conhecido e ninguém contesta: “Quem lê bem, escreve bem”. Mas três integrantes da nova geração de escritores brasileiros foram além do básico e deram algumas dicas para aquela pessoa que pode sentir uma inquietude, uma vontade de escrever, e não sabe qual é o caminho.
“Não tem outro caminho a não ser escrever muito, copiar muito. Eu tenho muita coisa escrita, muitas coisas copiadas de outros autores. Mas chega uma hora que você tem uma ideia sua que tem que sair. Ela fica maturando, maturando até que você coloca no papel”, disse Leonardo Alckmin. Ele participou da terceira mesa de novos ficcionistas brasileiros, na manhã de hoje (20), na 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília.
Autor do romance Paralelos, Leonardo explicou que, antes de ter seu livro publicado, leu muitos outros autores e se inspirou neles até encontrar seu próprio estilo, sua própria voz. A opinião dele é compartilhada pela escritora Paula Fábrio. “A voz vai acontecer, mesmo contra tudo e contra todas as expectativas. Mas você tem que praticar, aí a voz aparece e você percebe”.
Paula reforçou a importância de praticar a escrita, treinar até chegar ao estilo próprio, que agrada a pessoa. Ela lembrou ainda que existem editoras menores que investem em jovens escritores, sem custo de publicação para o autor. Esse é um dos caminhos para ter um primeiro livro publicado, existir de fato no universo literário. Lamentou, porém, a dificuldade de alguém viver apenas de escrever livros no Brasil. Privilégio, segundo ela, exclusivo de grandes nomes, best-sellers da literatura nacional.
Antes de tudo, porém, o escritor não depende de ninguém. E isso foi o que tirou o foco de Alckmin do teatro e o voltou para a produção de suas próprias histórias. “Para escrever, você só depende de um papel e uma caneta. E foi isso que me encantou, essa independência. Como autor, eu posso embarcar no meu próprio sonho”, disse.