A pedagogia da ignorância

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Do Jornal “O Estado de S.Paulo”

 Ao anunciar que o Ministério da Educação (MEC) não recolherá o livro didático com erros gramaticais distribuído a 485 mil estudantes, o ministro Fernando Hadad voltou a ser protagonista de confusões administrativas. Depois das trapalhadas que cometeu na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio em 2009 e 2010, agora ele afirma que não pode interferir no conteúdo das publicações adquiridas pelo Programa Nacional do Livro Didático nem julgar o que é certo ou errado em matéria de português, cabendo-lhe apenas decidir o que é “adequado” em política pedagógica.

Com isso, embora tenha por diversas vezes prometido melhorar a qualidade do ensino fundamental, Haddad, paradoxalmente, endossou a pedagogia da ignorância.

Produzido por uma ONG e de autoria da professora Heloísa Ramos, o livro Por uma vida melhor defende a supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo que “é certo falar errado”. Corrigir o erro é “preconceito”. A tese não é nova, já foi rechaçada pela Academia Brasileira de Letras e sempre foi duramente criticada nas faculdades de pedagogia. Além disso, o livro do MEC que admite erro de português não é uma obra de linguística, mas uma publicação pedagógica. Não foi escrito para linguistas, mas para quem precisa de um bom professor de português para ler, falar e escrever de modo correto – condição básica para que se possa emancipar culturalmente.

“Não tem de se fazer livros com erros. O professor pode falar na sala de aula que temos outra linguagem, a popular. Os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito”, diz a professora Míriam Paura, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ. “Uma coisa é compreender a evolução da língua, que é um organismo vivo. A outra é validar erros grosseiros. É uma atitude de concessão demagógica. É como ensinar tabuada errada. Quatro vezes três é sempre doze, seja na periferia ou no palácio”, afirma o escritor Marcos Vilaça, presidente da ABL.

Sem argumentos para refutar essas críticas, o MEC alegou que a aquisição do livro Por uma vida melhor foi aprovada por “especialistas”, com base em parecer favorável de docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e afirmou que o edital para a aquisição de livros didáticos enfatiza a importância de “novos tipos de reflexão sobre o funcionamento e as propriedades da linguagem em uso” e da “sistematização dos conhecimentos linguísticos correlatos mais relevantes”. Isso dá a medida da falta de rigor do processo de escolha, que “desperdiça dinheiro público com material que emburrece, em vez de instruir”, como diz a procuradora da República Janice Ascari.

A autora do livro politizou a discussão. “No tempo em que só a elite ia para a escola, talvez a norma culta bastasse. Hoje, com o acesso da classe popular, a formação tem de ser mais ampla. Nosso livro é direcionado para aquele que pode ter sido discriminado por falar errado”, disse ela.

Em outras palavras, exigir a correção de linguagem é ser preconceituoso. A reação foi imediata. “É um absurdo esse paternalismo condescendente de não corrigir erros gramaticais. Com isso, consolida-se o conceito de coitadinho, pernicioso e prejudicial ao desenvolvimento dos cidadãos. Qualquer um pode cometer os barbarismos linguísticos que quiser, mas deve saber que eles só se sustentam dentro de um contexto e têm preço social”, diz a escritora Ana Maria Machado, doutora em Linguística e Semiologia, integrante da ABL e ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen – o Nobel da literatura infantil.

Como o País tem um padrão de ensino reconhecidamente baixo, o que se deveria esperar do MEC é um mínimo de responsabilidade na escolha dos livros didáticos distribuídos na rede pública. Ao impor a pedagogia da ignorância a pretexto de defender a linguagem popular, as autoridades educacionais prejudicam a formação das novas gerações.

É por isso que um grupo de membros do Ministério Público, liderado pela procuradora Janice Ascari, anunciou que processará o MEC por “crime contra a educação”.

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  1. Carleial.Bernardino Mendonça

    ” A IGNORÂNCIA ELEITORAL ”

    “Le Brésil n’est pas um pays sérieux” (O Brasil não é um país sério).
    Quem fez esta afirmação, nos Anos 60, foi o herói e um dos maiores combatentes na Segunda Guerra Mundial; o Estadista e ex-presidente da França, General Charles de Gaulle.

    O tempo está passando mais depressa e, em breve, a sociedade brasileira estará escolhendo, mais uma vez, os seus governantes e representantes. Esses cargos, os mais importantes da Nação, têm tudo a ver com os nossos interesses mais imediatos e mediatos. Deputados, Governadores, Vereadores, Prefeitos, Senadores e Presidente da República, interferem de forma direta nos nossos lares, no nosso dia-a-dia, no presente e futuro dos nossos filhos, de todas as famílias e cidadãos que formam a Sociedade. Os cargos políticos mais simples servem de plataforma e trampolim para os seus ocupantes alcançarem posições mais elevadas nas suas ambições e trajetórias políticas, não raro chegando à suprema magistratura da nação; que é o sonho de “consumo” de quase todos eles.

    Os políticos que iremos escolher e eleger, irão nos representar, governar, elaborar e decretar leis que beneficiarão ou prejudicarão a maioria da população, como por exemplo, mudando costumes, religiosidade, tradições, etc., legislando para si, para a sua família e para os seus amigos e compadres; criando normas e promulgando impostos a seu bel-prazer, de forma muitas vezes arbitrária e injusta, afetando a minguada economia doméstica das pessoas honestas. São eles os responsáveis diretos pela qualidade de nossa vida, como a educação, segurança, aplicação da justiça, saúde, transportes, saneamento básico, higiene, lazer, vias públicas e outras importantes necessidades sociais. São, também, eles que escolhem e julgam outros tantos ou mais importantes cargos do País, como os principais e mais elevados membros do Poder Judiciário, que, em última análise ou Instância, irão nos julgar e a eles mesmos, com o mandato jurídico coercitivo de alterar e mudar quaisquer conceitos religiosos, educativos, alimentar, etc., da pessoa, da família e de toda a Sociedade, que somos todos nós. Isto tudo, à nossa revelia, para atender, por medo, clientelismo ou interesse político e econômico, a grupos de pessoas, minoritários ou não, que reivindicam a legalidade, vantagens e privilégios até contrários à Natureza das coisas. Na inversão de valores que estamos assistindo omissos e acovardados, dentre em breve irão revogar até a lei da gravidade, para agradar os acrofóbicos e favorecer à indústria de aviação.
    Para cumprirem tão relevantes serviços, é mister que os nossos representantes sejam escolhidos de forma consciente, séria e madura, para que não tornemos a nos frustrar e a lamentar, arrependendo-nos (como já o fizemos tantas vezes), com a escolha infeliz de políticos e governantes amorais e imorais que há séculos flagelam a nossa estremecida Pátria. Ninguém pode negar que as nossas escolhas eleitorais têm sido a causa de toda a nossa miséria moral, material e social. Pelos políticos que temos, devemos olhar para o “alto”, bater no peito três vezes e exclamar constrangido: “Mea culpa, mea máxima culpa”. Dizia Platão que o governante deve ter em vista somente o bem público, jamais visar a si mesmo. É pouco provável que encontremos algum político ou candidato à altura deste preceito platônico. Apesar do baixo nível cultural, moral e mental de muitos candidatos, é obrigação de todo eleitor escolher, pelo menos os menos ruins.

    É indispensável conhecermos a biografia dos candidatos, antes de concedermos-lhes a licença para nos representar. Quando, a cada pleito eleitoral elegemos oportunistas, desonestos, ignorantes e incompetentes, estamos deteriorando as nossas consciências, o futuro da nossa pátria, o porvir dos nossos filhos e o destino da própria sociedade. A irresponsabilidade dos eleitores é a causa maior da decadência moral, social, política e econômica que cronicamente maltrata o Brasil. Dezenas de novos candidatos atraídos pela cobiça do “melhor emprego do mundo”, e muitos outros velhos e conhecidos sanguessugas repetentes, constam em “listas sujas” que circulam, há muito, na Internet e em publicações oficiais ou não, com implicações na Justiça, processados por diversos crimes de maior ou menor gravidade. Muitos deles serão reeleitos e outros tantos serão eleitos pelo voto ignorante, pela curta memória e irresponsabilidade de milhões de incautos brasileiros. O que podemos esperar e exigir de tais representantes?
    Nas próximas Eleições, teremos mais uma chance de resgatarmos a nossa honra, nossa responsabilidade, nosso caráter e a nossa credibilidade, perdidas ao longo das muitas Eleições passadas. Votamos e elegemos contumazes espertalhões e notórios corruptos que fizeram da Política uma fonte eterna de enriquecimento ilícito próprio, familiar e dos amigos. Sob a proteção do manto da imunidade parlamentar eles garantiram o alvará e o direito ao crime sem castigo. É óbvio que não estamos nos referindo a todos os governantes e políticos; sabemos e conhecemos as honrosas exceções que não freqüentam as manchetes e as páginas criminais dos Jornais, Televisão e Revistas. Estamos nos constituindo em uma sociedade masoquista que tornou crônico o sofrimento, a dor e a miséria material, espiritual e a falência moral; pela péssima escolha dos seus representantes, os próprios algozes de toda Coletividade. Isso tudo demonstra uma imensa deterioração mental da maioria dos cidadãos, por determinarem, pela má escolha, aqueles que lhes vão martirizar. Penso em Psicose Coletiva! Porém, logo creio que se trata de pura ignorância e falta de conhecimentos e de cultura da maioria da população que se deixa levar pelas vãs palavras e falsas promessas dos candidatos e dos velhos políticos velhacos e desonestos. Em verdade os nossos políticos estão longe de exibirem a envergadura moral e cívica de muitos políticos probos do passado. Estaremos a exigir demais dos atuais políticos e governantes se formos compará-los aos seus ilustres antecessores, do início da República. Entretanto, temos o direito de exigir deles um mínimo de decência, compostura e competência. Afinal, nós os colocamos nesses cargos para conduzirem os nossos destinos com zelo, decência, honestidade e competência; pagando-lhes altos salários e mordomias sem paralelo, além de muitas outras vantagens e estratagemas obscuros.

    Isso já são um acinte e um atentado contra milhões de trabalhadores honestos que vivem no limiar da miséria material e cultural. Um país que ostenta os mais elevados níveis mundiais de pobreza, criminalidade, corrupção e ignorância; apresenta, por outro lado, os maiores gastos com os seus políticos e a sua politicagem. Bradam aos Céus as intermináveis filas para o atendimento médico público do INSS e de seus conveniados, onde e quando milhões de pessoas carentes de recursos (e de futuro), idosos doentes, inválidos, deprimidos, revoltados e desnutridos, recebem como prêmio de uma vida inteira de trabalho honesto; a devolução minguada dos mais de trinta anos de contribuição previdenciária. Quanto do suor desses pobres miseráveis não é desviado para manter os imensos privilégios que irão gozar muitos desses candidatos eleitoreiros que já estão “de olho” nas próximas Eleições! Evitaremos que os velhos e notórios corruptos de hoje continuem a nos surrupiar ou outros larápios, de hoje e de amanhã, retornem com os seus séquitos de vorazes vampiros do sangue da Nação? Vai depender de cada um de nós, que tenha um pingo de consciência, honestidade e instrução primária.

    É vergonhoso e desumano o contraste entre esses desafortunados brasileiros e os seus opulentos e peraltas “representantes”. “Cada povo tem o governo que merece”! Esta frase é antiga, conhecida por todos, e ninguém duvida que ela se aplique à nossa sociedade. Se soubéssemos votar e escolhêssemos melhor os nossos candidatos, teríamos, hoje, uma sociedade mais rica, justa e competente. Falo muito em competência porque é ela que gera tecnologia, riqueza e trabalho. Não resta dúvida que a miséria social, moral, política e econômica que, cronicamente, nos atingem; são frutos da nossa ignorância e irresponsabilidade social, por elegermos como representantes indivíduos ímprobos que desviam até as doações que recebemos de outros países e as parcas verbas destinadas à merenda escolar de crianças famintas e dos miseráveis flagelados das secas e das enchentes. Os meios de comunicação estão aí, nos mostrando, diariamente, os atos imorais e impunes de muitos políticos dessa natureza. Sem falarmos das falcatruas que são acobertadas e não chegam ao conhecimento público. Mas, só o que vem à tona, é suficiente para nos causar o desabono e o descrédito na maioria desses representantes, eleitos por nós.
    Não resta dúvida que ainda não aprendemos a escolher bem os nossos representantes. Votamos em qualquer indivíduo e, muitos deles, notórios desqualificados morais. Damos o nosso voto por gratidão em alguém que nos pagou uma cerveja, que nos deu um milheiro de telhas ou tijolos ou nos fez um favor qualquer; votamos em fulano que é parente, amigo de um conhecido, de um colega de trabalho, do vizinho ou companheiro de farra. Votamos em indivíduos que no ano eleitoral desfilam sorridentes pelos Mercados Municipais e Ruas, abraçando e beijando criancinhas pobres e suas raquíticas mães; candidato que aparece no balcão do boteco, dando tapinhas nas nossas costas, perguntando “interessado” pelas crianças (que, nem sempre temos); elogiando a nossa ”saúde” (que nem sempre temos) e muitas outras baboseiras pré-eleitorais. Prometemos votar em alguém que nunca ouvimos falar e que nos “empurra” um “santinho”, em cujo verso está estampada a sua foto, que às vezes mais se parece com um marginal que propriamente um candidato a um cargo de tamanha importância para a Sociedade. Votamos ainda, em Partidos, sem nos preocuparmos com a idoneidade moral e psíquica dos candidatos que eles nos oferecem. Praticamos, ainda, um crime social, quando, na última hora, na “boca da urna”, aparecem oportunistas (“cabos eleitorais”) forçando o voto da gente humilde e ignorante da periferia e nas cidades do Interior. Continuamos a votar pela beleza física, erudição, riqueza e carisma de certos candidatos que não servem nem para serem eleitores, quiçá para representantes sérios e honestos.

    Persistimos em vender e barganhar o nosso voto, elegendo até psicopatas. Quem conhece o comportamento de muitos políticos em pequenas cidades interioranas, verifica a trajetória perversa de alguns desses indivíduos para alcançarem os privilégios, proteção e as facilidades desonestas que decorrem da fama e do poder. São nesses pequenos “currais eleitorais” que nascem e nasceram muitos vultos nacionais. São nesses recantos humildes, distantes e esquecidos que os demagogos e desonestos, explorando a boa-fé e a ignorância dos humildes, iniciam a escalada para atingirem os cargos mais elevados da República, quando então, livremente poderão legislar em causa própria, usufruindo com os seus familiares e amigos, da parca riqueza nacional que eles não contribuíram. O desrespeito à sociedade é tão grande que virou moda aqueles que são eleitos, nomearem seus amigos e correligionários que foram derrotados nas urnas, alojando-os em importantes cargos públicos, aonde irão se locupletar das finanças públicas. Pelos péssimos exemplos que dão à população (principalmente aos incultos, imaturos e aos marginalizados), é que entendemos os principais motivos da nossa decadência moral, social e econômica.

    Políticos eleitos, dessa forma irresponsáveis, sentem-se descompromissados de seus eleitores e com o social; já que foram eleitos à revelia da vontade honesta popular. Alguns deles, derrotados pelos votos e recompensados por seus correligionários eleitos podem sentir rancor do povo que não os elegeu e, assim, praticar toda sorte de manobras desonestas e prejudiciais, nas funções públicas que lhes foram presenteadas. É por tudo isso, bem como, por outros fatos escandalosos que se passam nos bastidores da política é que somos uma Nação rica com um povo miserável. Ainda se tem a ousadia e heresia de dizer-se que “Deus é brasileiro”! Se o Criador já foi um dia brasileiro; há muito que Ele já devolveu esta cidadania, envergonhado do povo que aqui colocou como diz aquela velha piada do japonês que foi reclamar de Deus por ser o Japão um país tão pequeno e acidentado. Novamente começam a surgir os candidatos com as mesmas promessas não cumpridas de sempre; a mesma demagogia eleitoreira que, embora se repita há séculos, continua enganando grande parte da população, alienada pela pobreza material, cultural e mental.

    Muitos deles serão eleitos e irão governar ou desgovernar as nossas Cidades, nossos Estados e o nosso País. Perpetuarão o círculo vicioso da miséria material, moral e mental que nos açoita, impiedosamente, desde o Império. Todos eles voltarão a acenar com os velhos e desgastados chavões demagógicos como: “povo”, “massa”, “operariado”, “menos afortunados”, “preservação ecológica”, “menor abandonado”, “democracia”, “autoritarismo”, “marginalizados”, ”entulho autoritário”, “liberdade” e muitos outros muito bem decorados. Exibirão suas faces sorridentes e angelicais em cartazes, calendários, “santinhos” e na televisão. Picharão as calçadas, muros, passeios, postes e árvores com os seus falsos perfis e ideologias.
    Novamente vamos vê-los e ouvi-los trocando acusações mútuas (algumas vezes combinado), em que cada um tentará provar-nos que o concorrente é mais corrupto. Todos eles procurarão ostentar aquela auréola que costuma cingir as cabeças dos anjos, santos e mártires. Neste ano eleitoreiro, muitos políticos procurarão valorizar e moralizar a sua profissão, criando “Sindicâncias” e “Comissões” para simularem a apuração dos seus próprios crimes. Os governantes, nesta época, se tornam bons e piedosos, acelerando e inaugurando obras inacabadas de seu início de governo; financiando tudo para os pobres, desde radinhos de pilha até conjuntos habitacionais; dando aumento aos assalariados (que antes alegavam não ter “caixa” para dar), destinando verbas para tudo e para todos; “segurando” os preços de produtos essenciais, para depois majorarem absurdamente, reduzindo impostos, anistiando caloteiros, etc., etc.

    Finalmente, é bom lembrar que a nossa vida, o bem-estar de todos nós e o destino dos nossos filhos irão depender da escolha que fizermos nessas próximas eleições de outubro. Jamais se esquecer de observar a vida pregressa de todos os candidatos que aí estão. Não dê o seu voto a nenhum deles que esteve ou esteja envolvido em qualquer tipo de crime, desde o furto de pirulitos de criancinhas ao de desvio de verba da merenda escolar de municípios mais pobres do Interior Nordestino.
    ————————

    Carleial. Bernardino Mendonça;
    Belo Horizonte, primavera de 2010.

    Perfil do Autor:

    Psicólogo-Clínico pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais;
    Estudante de direito da Universidade Estácio de Sá;
    Escritor e Pesquisador na área da Psicobiologia e do direito.

  2. CARLEIAL

    A TIRANIA DOS FILHOS E A ESCRAVIDÃO DOS PAIS

    Até a alguns anos atrás, os filhos estavam sob a responsabilidade, proteção e cuidados dos pais. Por eles, eram educados, socializados, aprendiam como “viver a vida” com dignidade, honestidade e conduzir-se de forma inteligente pelos seus caminhos vindouros. Ainda com os seus genitores, treinavam os primeiros passos e soletravam as primeiras letras do abecedário. Nos lares, apesar das discórdias, menos graves que as de hoje, as famílias permaneciam unidas, mesmo à custa de algumas renúncias dos pais. Aquela união, ainda que algumas forçadas e suportadas; pelo menos criava um ambiente de segurança e conforto que fortalecia o elo familiar e mantinha certa estabilidade social. É claro que existiram exceções, com graves consequências psicobiológicas para a prole; porém, as famílias produziam exemplos de grandes Homens e vultos extraordinários na Ciência, nas Artes, na Literatura, na Política, no Humanismo, etc. Nem é necessário dizer e nem dar exemplos dessas tantas contribuições sociais que as famílias de antes nos proporcionavam; basta que se leia sobre as grandes personalidades do Brasil de ontem.

    Alguns psicólogos (não psicobiólogos), pedagogos, sociólogos liberais e pouco ou nada científicos, criticaram e cerraram fileiras contra a formação familiar de antes; afirmando que os pais eram dominadores, tiranos e subjugavam os seus filhos, impondo-lhes castigos físicos e morais. Como já dissemos, não há duvidas que tais aberrações na educação familiar existiam naquele tempo; porém, não era a regra geral. Pelo contrário, tínhamos mais famílias formadoras de pessoas honestas e cultas, em comparação com a maioria das de hoje que tem gerado filhos ingratos, drogados, rebeldes, ignorantes e alienados; indignos e incapazes de serem bons cidadãos. Pais de outrora, via-de-regra, ensinavam e educavam com a pedagogia do amor, da cultura, do bom-senso, da honestidade e do respeito mútuo; amavam os seus filhos e, se necessário fosse, dariam as próprias vidas por eles. É claro que, de vez em quando e de quando em vez, era necessário que aplicassem algumas palmadas saneadoras nos traseiros dos seus rebentos mais rebeldes.

    Hoje; os pais são condenados e presos se tocam nos filhos e estes, é que dão pauladas nos pais, tiram-lhes a vida e recebem prêmios dos políticos corruptos e educadores incompetentes e demagogos. Mas, o que causou tamanha reviravolta na educação familiar que está levando à falência da família e, por conseguinte, a desestruturação social? Filhos não mais respeitam e nem obedecem aos seus pais; alunos agridem os seus professores; adolescentes e crianças maltratam animais; destroem plantas; pisam nos jardins; sujam o chão nas ruas; não querem estudar; se tornam alcoólatras e drogados; furtam as notas escolares (“Cola”); não tem amor a mais ninguém a não ser a si mesmo e nos quais tem interesse e, ainda, se exibem nas Redes Sociais com fotos de suas tolices, suas crueldades e com o vazio de suas nulas existências. Como já citamos em Trabalhos anteriores, a desestruturação familiar teve início nos Anos Sessenta, com a rebelião de drogados nos EUA, cujo lema era: “Paz e Amor”. Em verdade, ao invés da paz e do amor prometidos; trouxeram-nos a desarmonia e o desamor; pois a falta de cultura, a falta de responsabilidade, o sexo promíscuo e as drogas livres só podem proporcionar ignorância, doenças sexuais, agressões, violência, crimes, abortos e discórdia; isto é, a falência da Paz, do Amor e da Família… Foi o que aconteceu!

    Como poderemos esperar Paz e Amor com Drogas alienantes; se a maioria dos crimes mais perversos acontece sob o efeito dessas drogas psicotrópicas; e, que Unidade Familiar pode prosperar com a promiscuidade e facilidade em trocar de parceiros logo que enjoar do mesmo? Repetindo o que tantas vezes citamos: depois da Pandemia Hippie; o BEM virou o MAL e o MAL se transformou no BEM; tornando o Comportamento Negativo mais atraente e seguido; enquanto que o Comportamento Positivo passou a ser rejeitado e abominado; notadamente nos dias atuais. Foi assim que tudo ficou de “pernas para o alto” e invertido. Some-se a isso a invasão do lixo da Televisão em quase todos os lares do mundo, mostrando,difundindo,divulgando, condicionando as mentes e ensinando toda espécie de degeneração mental, material, espiritual e moral; sem falarmos dos filmes, vídeos, teatro, revistas e em outros tipos de comunicação, como a Internet que mostra as mais variadas formas de perversão imagináveis e inimagináveis.

    Não resta dúvida que estamos sob o Domínio do Mal, vendo a inversão dos valores em todos os sentidos; principalmente entre pais e filhos, com relação ao respeito destes com aqueles. Na prática clínica e nas reuniões e encontros com os pais, é comum ouvirmos as lamentações e as suas reclamações referentes ao sofrimento, despesas e dissabores que os seus filhos lhes causam. Há tempos, visitando famílias de pacientes, de parentes, de amigos e de conhecidos, constatamos “in loco”, a evidência e a veracidade da tirania dos filhos e as razões da escravidão em que estão submetidos milhões de pais, não somente no nosso País; mas, nas famílias do mundo inteiro. Agora, são os filhos que governam e tiranizam os pais e, muitos deles arruínam as finanças da família, sugam até as últimas gotas do suor e do sangue dos seus genitores; sem demonstrarem qualquer sentimento de gratidão, piedade, compaixão ou de culpa. A rebeldia filial, como forma consciente e/ou inconsciente de vingança é um fato rotineiro entre os filhos na faixa etária que chamamos de “Idade da Mula” (depois explicaremos essa “idade”). Essa é a idade em que o filho (ambos os sexos), geralmente na fase de idade compreendida entre o início da puberdade e o final da adolescência quando ele é novo em idade, um alienado mental e social. Nessa fase etária, as queixas paternas são quase semelhantes entre elas e se resumem nos seguintes comportamentos dos filhos:

    -O uso ou desejo de usarem drogas;
    -desconhecem a Literatura e o Vocabulário da própria Língua, usando um palavreado chulo, repleto de palavrões e chavões nojentos;
    -Precocidade e promiscuidade sexual;
    -desinteresse pelos Estudos, pelo Saber, pela Ciência e pela Cultura;
    -agressividade constante com os pais e com os irmãos que não concordam com os seus desejos e comportamento, podendo chegar à agressão física;
    -comem demasiadamente e se alimentam pessimamente; empanturrando-se com doces, refrigerantes, sanduíches, balas e qualquer outro lixo químico da indústria alimentícia, produtos aditivados e qualquer outra coisa produzida pelas Empresas cancerígenas, nacional e multinacional que não se importam com a saúde e a vida dos ignorantes e dos imaturos consumidores, principalmente na faixa etária até os 25 anos. Estes são umas verdadeiras “Mulas” que se deixam levar pelo condicionamento da propaganda dos capitalistas espertos, gananciosos e espertalhões do comércio e da indústria da comilança mundial. Além disso:

    -são dorminhocos, preguiçosos, pouco ou nada higiênicos, desorganizados e bagunceiros com os seus pertences e com as coisas da casa. Deixam torneiras e chuveiros pingando; sabonetes no chão e toalhas molhadas largadas em qualquer canto. Mesmo em tempo mais quente, tomam banho no grau mais quente do chuveiro. Poucos ligam para o gasto dos seus pais com as contas de água e luz da casa, deixando tudo aberto e ligado. Entrar no quarto da maioria deles (quase sempre todo fechado e sem ventilação natural) é uma calamidade; uma bagunça descomunal, um desleixo incomum, uma sujeira indescritível, uma total ignorância biológica desconhecem a necessidade da oxigenação pulmonar), sociológica (não se preocupam com o social) e humanística (deixam toda a sujeira e desorganização para as suas mães limparem e cuidarem) numa desorganização proporcional às suas mentes confusas e conflituosas;
    -dormem tarde e acordam tarde, ouvindo com todos os decibéis possíveis toda espécie de escória sonora e assistindo aos programas mais tolos e desestruturantes da televisão-lixo, repletos de cenas de violência, horror, terror, crueldade e de comportamentos negativos e nefastos que condicionam os tolos e os imaturos a segui-los e a praticá-los;
    -são rebeldes, como forma de vingança consciente ou inconsciente contra os pais, é uma prática constante dos filhos nessa “Idade da Mula”.
    -mentem em demasia, quando demonstram ser “bonzinhos”, “caridosos”, ”prestativos” e defensores dos mais pobres, dos humildes e dos esquecidos sociais. Mas, na realidade, no dia-a-dia, tudo que dizem não passa de bravatas enganadoras; pois, quem os vê ajudando velhinhos ou deficientes atravessando ruas? Eles visitam orfanatos, asilos, creches e hospitais para consolarem os que estão ali internados e sofrendo? Quem ajuda, dá apoio e fica ao lado, dia e noite com os doentes hospitalizados da sua família? São os tios e parentes mais velhos e até amigos e vizinhos desses doentes que irão prestar ajuda e solidariedade na dor dos familiares; até mesmo os pais internados encontrarão dificuldades para ter a ajuda desses seus filhos rebeldes e ingratos que só querem saber da mordomia caseira e do prazer e gozo das festinhas, boate e outros divertimentos com seus amigos de rua.

    A “Idade da Mula” é um termo criado por um homem sábio que não tem o sentido de agredir e nem de menosprezar as pessoas de menor idade, ou “Pior Idade”; como deveria ser conhecida. O termo “Mula” se origina do animal mula, que é um eqüino conhecido por sua teimosia, pouca inteligência e de dar coices fortes. Essa “Idade” se caracteriza pelos sinais ou características seguintes:

    -rebeldia contra tudo e contra todos que representam figuras de autoridade, principalmente contra os pais e os professores;
    -não gostam de estudar, odeiam a Cultura Científica e detestam as pessoas Sábias e Cultas;
    -não tem asseio e não costumam lavar as mãos e com elas sujas, pegam nos utensílios domésticos e nos alimentos;
    -por onde andam dentro de casa deixam um rastro de sujeira, desperdício e desarrumação;
    -não sabem se alimentar comem o que é de pior para a saúde e, por isso, vivem doentes e adoecendo os pais com preocupações, desgosto, prejuízos materiais e mentais;
    -a maioria deles detesta as coisas naturais; principalmente as frutas, legumes e verduras; prefere o artificialismo do AR dos ventiladores e dos aparelhos refrigeradores;
    -deixam as portas abertas das geladeiras, dos armários, dos guarda-roupas entulhados de bagulhos e roupas sujas;
    -devido à frustração de suas vidas vazias, nulas e fúteis, por só pensarem em si e só enxergarem um palmo diante do próprio umbigo; fazem tudo para obterem aplausos e a aceitação dos outros; utilizando-se de toda espécie de enfeites físicos, penduricalhos no corpo e, quase sempre simbolizando imagens macabras e de violência (caveiras, armas, sangue, etc.);
    -usam a linguagem, tatuagens e roupas semelhantes às usadas pelos piores criminosos nacionais e internacionais. Quem vê o comportamento e ouve o linguajar dos mais cruéis assassinos condenados à morte nas prisões norte-americanas; vai notar a grande semelhança com o gosto, atos, linguagem e comportamento das “Mulas” do mundo inteiro. É nossa hipótese que mentes semelhantes geram comportamentos semelhantes, mesmo que as pessoas não se conheçam e estejam a milhares de km umas das outras. É claro que cérebros que gravaram estímulos negativos semelhantes, seja numa família chinesa ou brasileira, irão agir de forma semelhante. O grande dilema e o terrível problema é que os meios de comunicação, notadamente a Televisão, o Cinema, Vídeos, as Revistas, a Internet e outros; estão divulgando, há décadas o que é de pior da Espécie Humana. Todo esse comportamento, alienado e desestruturante dos filhos criou a imensa barreira que vem separando-os dos seus pais. Como já frisamos acima, os alvos principais da agressividade das “mulas” são as figuras dos pais, dos professores e de todos aqueles que se lhes representam autoridade e controle. É a rebeldia anencéfala, herdada da “Era Hippie”, do “Paz e Amor”; Paz com os amiguinhos drogados e Amor livre e sem compromisso com as amiguinhas imaturas, rebeldes e desgarradas dos cuidados paternos. Vejamos os princípios da desordem que nos legaram aqueles que foram conhecidos como “Hippies”; que eram contra tudo que é natural e legal e, a favor de tudo que é anormal, antinatural e ilegal. E, o que queriam com tal comportamento desviante dos bons costumes? Queriam, dentre outros:

    -sexo livre sem compromisso e à vontade, com qualquer um;
    -drogas liberadas e com fartura;
    -não dar nenhuma satisfação dos seus atos; principalmente aos pais e às autoridades;
    -o viver somente o “aqui-e-agora”; isto é, interesse apenas no gozo e prazer do momento e nada importando com as consequências futuras dos seus atos;
    -nada de Estudo Científico e de qualquer Cultura Clássica; foi o início da implantação da Anticultura;
    -anarquia e desleixo generalizados; isto é: tudo é permitido e nada é proibido; etc.

    Como os Pais e as Autoridades responsáveis daquela Época não aprovaram e nem poderiam aceitar tamanhas anarquia e libertinagem generalizadas; daí surgiram as primeiras revoltas e raiva contra eles, principalmente contra os Pais. Ora, sabemos que, quando uma pessoa imatura, seja pela pouca idade ou por transtornos mentais, não é aceita ou não tem os seus desejos realizados… Surge a Frustração. Vale lembrar que a FRUSTRAÇÃO é a causa da Agressividade e da Violência. Quando uma pessoa imatura em razão da pouca idade ou por distúrbios mentais fica frustrada; a sua reação consciente ou inconsciente é a Agressividade. Nenhuma pessoa em estado normal e de felicidade poderá agredir a quem e ao que quer que seja. Procurem pesquisar sobre a idade e/ou o estado mental dos delinqüentes e criminosos mais cruéis! Com exceção das anomalias genéticas e congênitas, todos nós nascemos com o potencial genético neural para aprendermos e sermos inteligentes; daí a nossa diferença com os demais animais. Porém, se não enriquecermos o cérebro com conhecimento científico; estaremos iguais, em pensamento e em comportamento aos das Mulas.

    Da Tirania dos Filhos ao Masoquismo das Mães

    Refiro-me ao masoquismo das mães, porque são elas as que mais sofrem com a desestruturação dos filhos. São elas que ficam acordadas esperando aflitas pela volta deles ou são acordadas nas madrugadas para acudi-los nos seus desatinos e nas consequências desastrosas de seus comportamentos desestruturados quando são vítimas ou causadores de vítimas. Temos que pensar: porque uma Mãe se submete a todos os caprichos, agressões, incompreensões, ingratidão e irresponsabilidade de seus filhos? Imaginemos os milhões de mães que ficam escravas de seus filhos; com as mãos calejadas por carregar pesos com compras para a casa; lavando roupas, esfregando chão,cozinhando,costurando e arrumando os quartos deles, diariamente! Enquanto eles dormem curtindo a ressaca da farra da noite anterior, Elas acordam e levantam cedo para fazerem as coisas em casa para, quando os dorminhocos saírem de suas tocas comerem, reclamando e pondo defeitos na comida feita por suas cansadas e sofridas mães escravizadas e tornadas masoquistas pelo imenso trabalho exigidos na criação e manutenção deles.

    Muitos deles acordam e com os estômagos saciados, saem para perambular com os amiguinhos pelos shoppings, lanchonetes, cinemas, etc.; são as Mães que vão limpar e organizar toda a sujeira deixada no quarto por eles. Ao invés de agradecerem, os mesmos retribuem com agressividades às reclamações das suas desafortunadas Mães Masoquistas que assim se tornaram, com o sofrer da repetição diária desse trabalho escravo, sendo que os seus filhos Sádicos são os seus próprios algozes. É claro que este processo psicopatológico é inconsciente para Eles e para Elas. Mas, porque acontece este processo tão prejudicial para todos? O medo materno de perder a estima e a companhia dos filhos (Para melhor compreender, procure ler no Google o Trabalho intitulado “O Medo da Solidão”), com o passar dos anos, por permanecerem no estado de sofrimento (Ela se matando pelos filhos ingratos e irresponsáveis) em que os filhos a fazem sofrer; cronifica-se o quadro Sado-masoquista. Isto é, a Mãe masoquista que sofre por ter que “amamentar” as mulas já bem crescidas que sentem prazer ao serem servidas pela desventurada Mãe. Isto seria apenas curioso, caso não fosse uma Síndrome de uma patologia em suas mentes. Um dos grandes sinais de dependência e da patologia Sado-masoquista é quando a Mãe, repetidamente, fica perguntando, insistindo e até acordando o filho de mais de 6 anos para alimentá-lo, que se encontra deitado e fechado em seu quarto; salvo se o mesmo estiver enfermo e incapaz de se alimentar sozinho. Também é importante lembrar que o quadro Sado-masoquista não está limitado nos laços familiares! É esperado que uma Mãe ou outra pessoa masoquista também se submeta aos caprichos e ao sofrimento de estranhos que venha a conviver ou ter contato, como empregados, vizinhos, visitas em sua casa, etc. Nestes casos, o masoquista irá tratá-los de forma subserviente e subalterna, tal como se lhes fosse inferior; ficando ela ansiosa para servi-los com exagerada servidão e zelo, a fim de buscar o sofrimento que alimenta a sua disfunção mental. Em outras palavras: uma pessoa masoquista sente prazer Inconsciente em servir aos outros; ao mesmo tempo em que sofre Consciente pelo desgaste do trabalho físico e mental de sua escravidão. E o destino de todos os envolvidos? Pode ocorrer que saiam naturalmente do quadro Sado-masoquista; que não se tratem e estarão propensos à Depressão, Doenças Psicossomáticas e o risco de Violência familiar e Auto-destruição de algum ou alguns deles.
    Se todos os familiares não se submeterem a um tratamento psicoterápico sério, competente e psicobiológico; o futuro psicofísico de todos estará comprometido. Tanto os filhos sádicos, como os seus pais masoquistas devem se tratar com terapias de sessões alternadas, onde todos deverão freqüentar as Sessões familiares e individuais, alternando o tratamento, ora com os pais, ora com os filhos, individual e coletivamente. Não é um tratamento fácil e nem rápido; haja vista que o Terapeuta encontrará grande resistência dos pacientes, sofrendo o Psicólogo grande rejeição e agressões de todos familiares (principalmente da Mãe) que tentarão impedir a quebra da dependência mental mórbida que construíram e a mantém… O Sado-masoquismo.

    Minas Gerais, 12 de janeiro de 2015.

    Carleial. Bernardino Mendonça.
    Psicólogo-Clínico, Estudante de Direito, Escritor e Pesquisador nas Áreas do Direito e da Psicobiologia.

  3. CARLEIAL

    A TIRANIA DOS FILHOS E A ESCRAVIDÃO DOS PAIS

    Até a alguns anos atrás, os filhos estavam sob a responsabilidade, proteção e cuidados dos pais. Por eles, eram educados, socializados, aprendiam como “viver a vida” com dignidade, honestidade e conduzir-se de forma inteligente pelos seus caminhos vindouros. Ainda com os seus genitores, treinavam os primeiros passos e soletravam as primeiras letras do abecedário. Nos lares, apesar das discórdias, menos graves que as de hoje, as famílias permaneciam unidas, mesmo à custa de algumas renúncias dos pais. Aquela união, ainda que algumas forçadas e suportadas; pelo menos criava um ambiente de segurança e conforto que fortalecia o elo familiar e mantinha certa estabilidade social. É claro que existiram exceções, com graves consequências psicobiológicas para a prole; porém, as famílias produziam exemplos de grandes Homens e vultos extraordinários na Ciência, nas Artes, na Literatura, na Política, no Humanismo, etc. Nem é necessário dizer e nem dar exemplos dessas tantas contribuições sociais que as famílias de antes nos proporcionavam; basta que se leia sobre as grandes personalidades do Brasil de ontem.

    Alguns psicólogos (não psicobiólogos), pedagogos, sociólogos liberais e pouco ou nada científicos, criticaram e cerraram fileiras contra a formação familiar de antes; afirmando que os pais eram dominadores, tiranos e subjugavam os seus filhos, impondo-lhes castigos físicos e morais. Como já dissemos, não há duvidas que tais aberrações na educação familiar existiam naquele tempo; porém, não era a regra geral. Pelo contrário, tínhamos mais famílias formadoras de pessoas honestas e cultas, em comparação com a maioria das de hoje que tem gerado filhos ingratos, drogados, agressivos, rebeldes, ignorantes e alienados; indignos e incapazes de serem bons cidadãos. Pais de outrora, via-de-regra, ensinavam e educavam com a pedagogia do amor, da cultura, do bom-senso, da honestidade e do respeito mútuo; amavam os seus filhos e, se necessário fosse, dariam as próprias vidas por eles. É claro que, de vez em quando e de quando em vez, era necessário que aplicassem algumas palmadas saneadoras nos traseiros dos seus rebentos mais rebeldes.

    Hoje; os pais são condenados e presos se tocam nos filhos e estes, é que dão pauladas nos pais, tiram-lhes a vida e recebem prêmios dos políticos corruptos e educadores incompetentes e demagogos. Mas, o que causou tamanha reviravolta na educação familiar que está levando à falência da família e, por conseguinte, a desestruturação social? Filhos não mais respeitam e nem obedecem aos seus pais; alunos agridem os seus professores; adolescentes e crianças maltratam animais; destroem plantas; pisam nos jardins; sujam o chão nas ruas; não querem estudar; se tornam alcoólatras e drogados; furtam as notas escolares (“Cola”); não tem amor a mais ninguém a não ser a si mesmo e nos quais tem interesse e, ainda, se exibem nas Redes Sociais com fotos de suas tolices, suas crueldades e com o vazio de suas nulas existências. Como já citamos em Trabalhos anteriores, a desestruturação familiar teve início nos Anos Sessenta, com a rebelião de drogados nos EUA, cujo lema era: “Paz e Amor”. Em verdade, ao invés da paz e do amor prometidos; trouxeram-nos a desarmonia e o desamor; pois a falta de cultura, a falta de responsabilidade, o sexo promíscuo e as drogas livres só podem proporcionar ignorância, doenças sexuais, agressões, violência, crimes, abortos e discórdia; isto é, a falência da Paz, do Amor e da Família… Foi o que aconteceu!

    Como poderemos esperar Paz e Amor com Drogas alienantes; se a maioria dos crimes mais perversos acontece sob o efeito dessas drogas psicotrópicas; e, que Unidade Familiar pode prosperar com a promiscuidade e facilidade em trocar de parceiros logo que enjoar do mesmo? Repetindo o que tantas vezes citamos: depois da Pandemia Hippie; o BEM virou o MAL e o MAL se transformou no BEM; tornando o Comportamento Negativo mais atraente e seguido; enquanto que o Comportamento Positivo passou a ser rejeitado e abominado; notadamente nos dias atuais. Foi assim que tudo ficou de “pernas para o alto” e invertido. Some-se a isso a invasão do lixo da Televisão em quase todos os lares do mundo, mostrando,difundindo,divulgando, condicionando as mentes e ensinando toda espécie de degeneração mental, material, espiritual e moral; sem falarmos dos filmes, vídeos, teatro, revistas e em outros tipos de comunicação, como a Internet que mostra as mais variadas formas de perversão imagináveis e inimagináveis.

    Não resta dúvida que estamos sob o Domínio do Mal, vendo a inversão dos valores em todos os sentidos; principalmente entre pais e filhos, com relação ao respeito destes com aqueles. Na prática clínica e nas reuniões e encontros com os pais, é comum ouvirmos as lamentações e as suas reclamações referentes ao sofrimento, despesas e dissabores que os seus filhos lhes causam. Há tempos, visitando famílias de pacientes, de parentes, de amigos e de conhecidos, constatamos “in loco”, a evidência e a veracidade da tirania dos filhos e as razões da escravidão em que estão submetidos milhões de pais, não somente no nosso País; mas, nas famílias do mundo inteiro. Agora, são os filhos que governam e tiranizam os pais e, muitos deles arruínam as finanças da família, sugam até as últimas gotas do suor e do sangue dos seus genitores; sem demonstrarem qualquer sentimento de gratidão, piedade, compaixão ou de culpa. A rebeldia filial, como forma consciente e/ou inconsciente de vingança é um fato rotineiro entre os filhos na faixa etária que chamamos de “Idade da Mula” (depois explicaremos essa “idade”). Essa é a idade em que o filho (ambos os sexos), geralmente na fase de idade compreendida entre o início da puberdade e o final da adolescência quando ele é novo em idade, um alienado mental e social. Nessa fase etária, as queixas paternas são quase semelhantes entre elas e se resumem nos seguintes comportamentos dos filhos:

    -O uso ou desejo de usarem drogas;
    -desconhecem a Literatura e o Vocabulário da própria Língua, usando um palavreado chulo, repleto de palavrões e chavões nojentos. A nossa Língua Portuguesa contém mais de 400 mil vocábulos; entretanto, eles usam um pouco mais de uma dúzia de palavras para se comunicarem; geralmente através de palavras chulas, palavrões e gírias repetitivas das gangues criminosas daqui e de além-mar.
    -Precocidade, desvios e promiscuidade sexual;
    -desinteresse pelos Estudos, pelo Saber, pela Ciência e pela Cultura;
    -agressividade constante com os pais e com os irmãos que não concordam com os seus desejos e comportamento, podendo chegar à agressão física;
    -comem demasiadamente e se alimentam pessimamente; empanturrando-se com doces, refrigerantes, sanduíches, balas e qualquer outro lixo químico da indústria alimentícia, produtos aditivados e qualquer outra coisa produzida pelas Empresas cancerígenas, nacional e multinacional que não se importam com a saúde e a vida dos ignorantes e dos imaturos consumidores, principalmente na faixa etária até os 25 anos. Estes são umas verdadeiras “Mulas” que se deixam levar pelo condicionamento da propaganda dos capitalistas espertos, gananciosos e espertalhões do comércio e da indústria da comilança mundial. Além disso:

    -são dorminhocos, preguiçosos, pouco ou nada higiênicos, desorganizados e bagunceiros com os seus pertences e com as coisas da casa. Deixam torneiras e chuveiros pingando; sabonetes no chão e toalhas molhadas largadas em qualquer canto. Mesmo em tempo mais quente, tomam banho no grau mais quente do chuveiro. Poucos ligam para o gasto dos seus pais com as contas de água e luz da casa, deixando tudo aberto e ligado. Entrar no quarto da maioria deles (quase sempre todo fechado e sem ventilação natural) é uma calamidade; uma bagunça descomunal, um desleixo incomum, uma sujeira indescritível, uma total ignorância biológica desconhecem a necessidade da oxigenação pulmonar), sociológica (não se preocupam com o social) e humanística (deixam toda a sujeira e desorganização para as suas mães limparem e cuidarem) numa desorganização proporcional às suas mentes confusas e conflituosas;
    -dormem tarde e acordam tarde, ouvindo com todos os decibéis possíveis toda espécie de escória sonora e assistindo aos programas mais tolos e desestruturantes da televisão-lixo, repletos de cenas de violência, horror, terror, crueldade e de comportamentos negativos e nefastos que condicionam os tolos e os imaturos a segui-los e a praticá-los;
    -são rebeldes, como forma de vingança consciente ou inconsciente contra os pais, é uma prática constante dos filhos nessa “Idade da Mula”.
    -mentem em demasia, quando demonstram ser “bonzinhos”, “caridosos”, ”prestativos” e defensores dos comportamentos dos seus colegas desviados, dos mais pobres, dos humildes, das minorias e dos esquecidos sociais. Mas, na realidade, no dia-a-dia, tudo que dizem não passa de bravatas enganadoras; pois, quem os vê ajudando velhinhos ou deficientes atravessando ruas? Quem são os que andam em bandos nas ruas atacando pessoas e quebrando os bens públicos e particulares? Quem picham muros, monumentos, prédios, etc.? Quem são os admiradores e imitadores dos piores criminosos da Humanidade? Já repararam a idade dos mais cruéis bandidos que estão nos atacando e nos matando? E a idade dos motoristas que matam quase 50.000 brasileiros por ano? Quem vive se exibindo em correrias de carros e matando inocentes pedestres nas calçadas? Eles sabem e se preocupam com as 6 crianças que morrem de fome a cada hora somente no Brasil? Onde são vistos dando esmolas, alimentando ou cuidando de mendigos nas ruas? Eles visitam orfanatos, asilos, creches e hospitais para consolarem os que estão ali internados e sofrendo? Quem ajuda, dá apoio e fica ao lado, dia e noite com os doentes hospitalizados da sua família? São os tios e parentes mais velhos e até amigos e vizinhos desses doentes que irão prestar ajuda e solidariedade na dor dos familiares; até mesmo os pais internados encontrarão dificuldades para ter a ajuda desses seus filhos rebeldes e ingratos que só querem saber da mordomia caseira e do prazer e gozo das festinhas, boate e outros divertimentos com seus amigos de rua.

    A “Idade da Mula” é um termo criado por um homem sábio que não tem o sentido de agredir e nem de menosprezar as pessoas de menor idade, ou “Pior Idade”; como deveria ser conhecida. O termo “Mula” se origina do animal mula, que é um eqüino conhecido por sua teimosia, pouca inteligência e de dar coices fortes. Essa “Idade” se caracteriza pelos sinais ou características seguintes:

    -rebeldia contra tudo e contra todos que representam figuras de autoridade, principalmente contra os pais e os professores;
    -não gostam de estudar, odeiam a Cultura Científica e detestam as pessoas Sábias e Cultas. Por não cultivarem o conhecimento universal, ficam alienados e se tornam presas fáceis para serem condicionados e aliciados por traficantes e terroristas que os seduzem e com uma “lavagem cerebral” religiosa os tornam traficantes e terroristas internacionais, prontos para explodirem os seus próprios países, o mundo e a si próprios por uma causa fantasiosa que eles desconhecem;
    -não tem asseio e não costumam lavar as mãos e com elas sujas, pegam nos utensílios domésticos e nos alimentos;
    -por onde andam dentro de casa deixam um rastro de sujeira, desperdício e desarrumação;
    -não sabem se alimentar comem o que é de pior para a saúde e, por isso, vivem doentes e adoecendo os pais com preocupações, desgosto, prejuízos materiais e mentais;
    -a maioria deles detesta as coisas naturais; principalmente as frutas, legumes e verduras; prefere o artificialismo do AR dos ventiladores e dos aparelhos refrigeradores;
    -deixam as portas abertas das geladeiras, dos armários, dos guarda-roupas entulhados de bagulhos e roupas sujas;
    -devido à frustração de suas vidas vazias, nulas e fúteis por só pensarem em si e só enxergarem um palmo diante do próprio umbigo, fazem tudo para obterem aplausos e a aceitação dos outros; utilizando-se de toda espécie de enfeites físicos, penduricalhos no corpo e, quase sempre simbolizando imagens macabras e de violência (caveiras, armas, sangue, etc.);
    -usam a linguagem, tatuagens e roupas semelhantes às usadas pelos piores criminosos nacionais e internacionais. Quem vê o comportamento e ouve o linguajar dos mais cruéis assassinos condenados à morte nas prisões norte-americanas; vai notar a grande semelhança com o gosto, atos, linguagem e comportamento das “Mulas” do mundo inteiro. É nossa hipótese que mentes semelhantes geram comportamentos semelhantes, mesmo que as pessoas não se conheçam e estejam a milhares de km umas das outras. É claro que cérebros que gravaram estímulos negativos semelhantes, seja numa família chinesa ou brasileira, irão agir de forma semelhante. O grande dilema e o terrível problema é que os meios de comunicação, notadamente a Televisão, o Cinema, Vídeos, as Revistas, a Internet e outros; estão divulgando, há décadas o que é de pior da Espécie Humana. Todo esse comportamento, alienado e desestruturante dos filhos criou a imensa barreira que vem separando-os dos seus pais. Como já frisamos acima, os alvos principais da agressividade das “mulas” são as figuras dos pais, dos professores e de todos aqueles que se lhes representam autoridade e controle. É a rebeldia anencéfala, herdada da “Era Hippie”, do “Paz e Amor”; Paz com os amiguinhos drogados e Amor livre e sem compromisso com as amiguinhas imaturas, rebeldes e desgarradas dos cuidados paternos e… A Guerra com os Pais e com toda espécie de Autoridades. Vejamos os princípios da desordem que nos legaram aqueles que foram conhecidos como “Hippies”; que eram contra tudo que é natural e legal e, a favor de tudo que é anormal, antinatural e ilegal. E, o que queriam com tal comportamento desviante dos bons costumes? Queriam, dentre outros:

    -sexo livre sem compromisso e à vontade, com qualquer um;
    -drogas liberadas e com fartura;
    -não dar nenhuma satisfação dos seus atos; principalmente aos pais e às autoridades;
    -o viver somente o “aqui-e-agora”; isto é, interesse apenas no gozo e prazer do momento e nada importando com as consequências futuras dos seus atos;
    -nada de Estudo Científico e de qualquer Cultura Clássica; foi o início da implantação da Anticultura;
    -anarquia e desleixo generalizados; isto é: tudo é permitido e nada é proibido; etc.

    Como os Pais e as Autoridades responsáveis daquela Época não aprovaram e nem poderiam aceitar tamanhas anarquia e libertinagem generalizadas; daí surgiram as primeiras revoltas e raiva contra eles, principalmente contra os Pais. Ora, sabemos que, quando uma pessoa imatura, seja pela pouca idade ou por transtornos mentais, não é aceita ou não tem os seus desejos realizados… Surge a Frustração. Importa lembrar que a FRUSTRAÇÃO é a causa da Agressividade e da Violência. Quando uma pessoa imatura em razão da pouca idade ou por distúrbios mentais fica frustrada; a sua reação consciente ou inconsciente é a Agressividade. Nenhuma pessoa em estado normal e de felicidade poderá agredir a quem e ao que quer que seja. Procurem pesquisar sobre a idade e/ou o estado mental dos delinqüentes e criminosos mais cruéis! Com exceção das anomalias genéticas e congênitas, todos nós nascemos com o potencial genético neural para aprendermos e sermos inteligentes; daí a nossa diferença com os demais animais. Porém, se não enriquecermos o cérebro com conhecimento científico; estaremos iguais, em pensamento e em comportamento aos das Mulas.

    Da Tirania dos Filhos ao Masoquismo das Mães

    Refiro-me ao masoquismo das mães, porque são elas as que mais sofrem com a desestruturação dos filhos. São elas que ficam acordadas esperando aflitas pela volta deles ou são acordadas nas madrugadas para acudi-los nos seus desatinos e nas consequências desastrosas de seus comportamentos desestruturados quando são vítimas ou causadores de vítimas. Temos que pensar: porque uma Mãe se submete a todos os caprichos, agressões, incompreensões, ingratidão e irresponsabilidade de seus filhos? Imaginemos os milhões de mães que ficam escravas de seus filhos; com as mãos calejadas por carregar pesos com compras para a casa; lavando roupas, esfregando chão,cozinhando,costurando e arrumando os quartos deles, diariamente! Enquanto eles dormem “curtindo” a ressaca da farra da noite anterior, Elas acordam e levantam cedo para fazerem as coisas em casa para, quando os dorminhocos saírem de suas tocas comerem, reclamando e pondo defeitos na comida feita por suas cansadas e sofridas mães escravizadas e tornadas masoquistas pelo imenso trabalho exigidos na criação e manutenção deles.

    Muitos deles acordam e com os estômagos saciados, saem para perambular com os amiguinhos pelos shoppings, lanchonetes, cinemas, etc.; são as Mães que vão limpar e organizar toda a sujeira deixada no quarto por eles. Ao invés de agradecerem, os mesmos retribuem com agressividades às reclamações das suas desafortunadas Mães Masoquistas que assim se tornaram, com o sofrer da repetição diária desse trabalho escravo, sendo que os seus filhos Sádicos são os seus próprios algozes. É claro que este processo psicopatológico é inconsciente para Eles e para Elas. Qualquer pessoa de fora da família que tenha um mínimo de conhecimento psicológico notará os desvios mentais que se formam no relacionamento familiar; principalmente entre uma mãe e um filho envolvidos no quadro doentio do Sadomasoquismo. Porém é tão inconsciente esse processo psicopatológico que, além de desconhecerem, a mãe e o filho reagem com grande agressividade (principalmente a Mãe) contra aquele que os alertarem. Isso se dá porque os seus Inconscientes Mentais resistem à cura. Não é raro que o Clínico que trata essa disfunção mental seja agredido fisicamente pelos seus pacientes Sadomasoquistas que assim agem para impedirem o Terapeuta de desfazer o terrível ELO doentio em que estão envolvidos.
    Eu mesmo já fui agredido, subta e fisicamente por uma Mãe enfurecida quando foi alertada sobre o futuro dela e de seu filho único; caso não mudasse o seu comportamento esquizofrenizante. Mas, porque acontece este processo tão prejudicial para todos? O medo materno de perder a estima e a companhia dos filhos (Para melhor compreender, procure ler no Google o Trabalho intitulado “O Medo da Solidão”), com o passar dos anos, por permanecerem no estado de sofrimento (Ela se matando pelos filhos ingratos e irresponsáveis) em que os filhos a fazem sofrer; cronifica-se o quadro Sado-masoquista. Isto é, a Mãe masoquista que sofre por ter que “amamentar” as mulas já bem crescidas que sentem prazer ao serem servidas pela desventurada Mãe. O pior é que esses hábitos e comportamentos desestruturantes tornaram-se mundiais. Não há dúvida que se tornou uma epidemia global. Em qualquer país as “Mulas” se comportam da mesma maneira; perdem tudo, estragam tudo, raramente deixam os objetos que usa em casa nos lugares em que pegou, deixam a pasta de dente destampada, o sabonete que usou no chão do banheiro, toalhas e roupas íntimas jogados em qualquer lugar, a escova largada até no bojo da pia em que todos lavam as mãos, cospem e escarram. E quem vai arrumar limpar e por ordem na sujeira e na falta de higiene? A mãe de cada um deles; seja aqui ou no Japão.
    Isto seria apenas curioso, caso não fosse uma Síndrome de uma patologia em suas mentes. Um dos grandes sinais de dependência e da patologia Sado-masoquista é quando a Mãe, repetidamente, fica perguntando, insistindo e até acordando o filho de mais de 6 anos para alimentá-lo, que se encontra deitado e fechado em seu quarto; salvo se o mesmo estiver enfermo e incapaz de se alimentar sozinho. Também é importante lembrar que o quadro Sado-masoquista não está limitado nos laços familiares! É esperado que uma Mãe ou outra pessoa masoquista também se submeta aos caprichos e ao sofrimento de estranhos que venha a conviver ou ter contato, como empregados, vizinhos, visitas em sua casa, etc. Nestes casos, o masoquista irá tratá-los de forma subserviente e subalterna, tal como se lhes fosse inferior; ficando ela ansiosa para servi-los com exagerada servidão e zelo, a fim de buscar o sofrimento que alimenta a sua disfunção mental. Em outras palavras: uma pessoa masoquista sente prazer Inconsciente em servir aos outros; ao mesmo tempo em que sofre Consciente pelo desgaste do trabalho físico e mental de sua escravidão.
    E o destino de todos os envolvidos? Pode ocorrer que saiam do quadro Sado-masoquista sem o auxílio terapêutico (o que é dificílimo); que não se tratem, ficando propensos à Depressão, Doenças Psicossomáticas, risco de Violência familiar e Autodestruição de algum ou alguns deles. Existe outro fator de risco para os personagens (Mães e Filhos) envolvidos no quadro Sadomasoquista; é quando um dos dois morre ou fica incapaz! Quem irá arcar com os cuidados tão ambíguos e patológicos com filho, quando faltar-lhe a sua “supermãe”? Como sobreviverá a mãe se o seu especial filhinho falecer? Em ambos os casos o sobrevivente poderá entrar no perigoso estágio da depressão que poderá levá-lo à Autodestruição. É importante relembrar que todo esse Quadro e o sofrimento causado na relação Sadomasoquista é um processo Inconsciente aos envolvidos; tendo eles pouco ou nenhum conhecimento (Consciência) do que se passa; apenas sofrem, sofrem e sofrem até que um tratamento ou a morte os separem. Não é crível que uma Mãe deseje conscientemente o seu sofrimento e o do filho, premeditando e executando a ruína do futuro de ambos.
    É doloroso, também, para o profissional da mente observar o sofrimento acarretado pela patologia Sadomasoquista nas famílias dos amigos, conhecidos e na sua própria e nem sempre poder sequer comentar ou discutir com eles sobre a extensão e o prognóstico do Mal. Vivendo apenas para os filhos (pior se tiver apenas um filho), a mãe não terá tempo para cuidar de si e abandona tudo, até a atividade sexual, tão importante para a sua psique e para o seu corpo. A salutar energia sexual que é a Libido será sacrificada e desviada para a manutenção material (principalmente alimentar) e afetiva do filho que se torna sádico e torna a mãe…Masoquista.
    No síndrome Sadomasoquista sobressaem outros tantos efeitos colaterais doentios que afetam pais e filhos; além de parentes,amigos,colegas,etc.. Um dos mais graves se verifica quando há o envolvimento de uma Mãe Madura com o Filho Único ou com o Mais Novo (caçula). O excessivo cuidado dela com esse filho é fonte de alguns graves distúrbios psicofísicos, como: desvios sexuais, obesidade, diabete, ansiedade, insucessos profissionais e sociais, depressão, neuroses, psicoses e, até suicídio. Por isso é que alguns clínicos denominam essas mães de “Mães Esquizofrenizantes”. Desvios sexuais ocorrem porque a Libido da mãe (sua energia sexual) é desviada para a dedicação ao filho. Toda, ou quase toda a energia vital da sua sexualidade é represada em favor do “bem-estar” do filho; em prejuízo do bem-estar e saúde dela. Não é raro que essa mãe, sexualmente reprimida, fique assexuada e sinta repulsa de sexo e, rejeite qualquer tipo de carinho erótico masculino. O filho único, sob o domínio do relacionamento “pegajoso” materno, poderá ter a sua sexualidade afetada; dirigindo a sua energia libidinal para a mãe (ou, a Filha para o Pai, caso seja ela e o pai os envolvidos na relação Sadomasoquista). Os outros efeitos psicobiológicos acima citados, como por exemplo, a Diabetes; poderão se desenvolver, colateralmente, em ambos, principalmente no filho, pelo excesso de comida (rica em carboidratos) que a mãe insiste em abarrotar o seu estômago, advindo a obesidade e, conseqüentemente, a diabetes. Infelizmente, é evidente o envelhecimento precoce de tal mãe, em decorrência do imenso desgaste psíquico, físico e material que nela se abate.
    Se todos os familiares não se submeterem a um tratamento psicoterápico sério, competente e psicobiológico; o futuro psicofísico de todos estará comprometido. Tanto os filhos sádicos, como os seus pais masoquistas devem se tratar com terapias de sessões alternadas, onde todos deverão freqüentar as Sessões familiares e individuais, alternando o tratamento, ora com os pais, ora com os filhos, individual e coletivamente. Não é um tratamento fácil e nem rápido; haja vista que o Terapeuta encontrará grande resistência dos pacientes, sofrendo o Psicólogo grande rejeição e agressões de todos familiares (principalmente da Mãe) que tentarão impedir a quebra da dependência mental mórbida que construíram e a mantém… O Sado-masoquismo.

    Minas Gerais, 12 de janeiro de 2015.

    Carleial. Bernardino Mendonça.
    Psicólogo-Clínico, Estudante de Direito, Escritor e Pesquisador nas Áreas do Direito e da Psicobiologia.

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