Até personagens da ficção, como James Bond, ficariam intrigados diante do esquema de segurança montado pelo Tribunal Superior Eleitoral para proteger os softwares utilizados nas eleições.
São duas salas-cofre, climatizadas, à prova de fogo e terremoto, com 90 computadores considerados o “centro nervoso” do processo eleitoral. Construídas em 2005, custaram R$ 7,5 milhões.
O acesso é restrito até mesmo para os ministros da corte. O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, responsável pelo setor, só pode entrar lá acompanhado.
Em uma das salas ficam guardados o cadastro nacional de eleitores, o registro e a prestação de contas dos candidatos. Lá também se concentra a apuração e a totalização dos votos de todo o país. Apenas 30 pessoas têm permissão para entrar, mediante a informação da senha e impressões digitais.
Um sistema de ar-condicionado mantém a temperatura em 18ºC e verifica presença de fumaça. Em caso de incêndio, retira todo o oxigênio do local.
Em outra sala menor –e mais protegida– estão as matrizes dos sistemas que fazem funcionar as urnas eletrônicas. Esses programas possuem assinaturas e registros digitais do TSE, da OAB, dos partidos políticos e da Procuradoria Geral Eleitoral. Em caso de suspeita de adulteração de urna, os técnicos cruzam as assinaturas constantes do sistema questionado com aquele guardado no tribunal.
Para entrar nesse ambiente, cujo acesso é permitido a três pessoas, é preciso passar por seis portas codificadas, sendo que a quinta e a sexta só abrem quando a anterior fecha.
“Pode-se dizer que a fraude é inviável”, garantiu Janino.
Em 2009, o TSE abriu prazo para que hackers tentassem invadir o sistema. Ninguém teve êxito. Segundo Janino, o TSE registrou em 2008 cerca de 200 tentativas de invasão por hora no dia da eleição municipal.