ELES TÊM MAIS CARA DE…

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Certo,  eles são famosos,  ricos e  poderosos. Mas a verdade é que têm muito mais cara de…

1.Suzana Vieira. Tem cara de dona de salão de cabeleireiro. Dessas que para mostrar o potencial artístico do salão trocam de cabelo uma vez por semana e da cor do  mesmo três vezes ao  dia. Cuja relação conjugal é indefinida: pros familiares diz que tem marido, pras amigas diz que tem um namorado. As empregadas juram que ela tem vários gigolôs, porém  só ela mesma sabe que, no fundo,  todas as hipóteses são verdadeiras.

 

 

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2.Eduardo Cunha.  Tem cara de despachante do Detran. Desses que andam de um lado pro outro com uma pasta debaixo do braço com ar de sapiência. Por vezes surge, não se sabe como, na mesa do diretor, com os pés em cima da carteira,  falando ao celular e fumando um cigarro. Embora todos o conheçam, o acesso à sua pessoa está reservado aos que têm grana. Neste caso, ele é capaz de debulhar seu problema tintim por tintim antes mesmo de você abrir a boca.  Enfim, ele é o cara!

3.Dilma Roussef. Tem cara de dona de boate GLS. Dessas que são  difíceis de se enxergar na boate, mesmo que elas não abram mão de controlar tudo. É que existe um lugar estrategicamente reservado para ela num canto, próximo ao balcão e sob  intensa penumbra. Lá ela  permanece, sempre acompanhada do mesmo grupo de parceiras, onde se destaca um gay. Entre todas,  é o que mais se parece com uma mulher.

4.Michel Temer. Piloto de avião. Desses que a gente descobre,  certo dia,  tomando cafezinho no bar do aeroporto. Desconfia-se que  deva ser algum piloto de avião e é. Que usa uma camisa de branco imaculado e sapatos de bico fino pretos e  lustrosos. Que quando caminha no salão do aeroporto, carregando uma mala, junto a seus parceiros, comissários de bordo, (de onde, para onde?) a arrogância parece querer  insinuar alguma  intimidade com Deus,  de tanto viver perto do céu.

5.Neymar. Cobrador de Van. Desses que trocam de penteado e de brinco mais depressa do que o  motorista muda de rota. Que nunca têm moeda pra dar de troco e cuja expressão padrão é o olho esquerdo meio fechado e um sorrisinho irônico e benevolente no canto da boca. Serve tanto para que o cliente deixe o troco de gorjeta, como para a primeira garotinha que pintar, exibindo o bumbum apertadinho, através da bermuda curta.

7.Ivete Sangalo. Lutadora de UFC, prestes a se aposentar. Dessas que adoram falar de sua trajetória de vida, dizendo ter sido jogadora de futebol feminino, bandeirinha, halterofilista e lutadora de UFC, não necessariamente nessa ordem. Dessas que falam grosso e provocam as adversárias. Cujo marido é também lutador de UFC, mas pra ter filho é uma luta! Que quando o marido aparece sorrindo, já se sabe: acabou de apanhar. Da mulher.

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8.Lula. Dono  de borracharia ou mecânica  quebra-galho, de fundo de quintal. Desses que, de repente, aparecem no meio de pneus velhos, borrachas, pregos e cascas de laranja parecendo terem vindo do banheiro só para perguntar com os olhos: “Tá tudo em ordem?” Que somem no meio da sucata, tão depressa como  chegaram sempre impecavelmente vestidos de camiseta, barriga exagerada, boné e sandálias.  Desses que se orgulham do polegar cortado, no exercício da profissão,  como prova de qualidade: “Cobro mais caro porque o serviço é garantido” E, com metade do dedo em riste: “ Vai que é sua, Mané!”

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O PIOR DAS PIORES NOTICIAS

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NOTÍCIAS E FRASES DA SEMANA

( Com comentários de JUCA POLINCÓ, o filósofo politicamente incorreto da periferia )

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1.PEDRO PARENTE AFIRMA QUE ACABOU INDICAÇÃO DE POLÍTICOS PARA CARGOS DA PETROBRÁS

Comentário de Juca ( o Polincó, abreviação de politicamente incorreto)

“Como ele vai acabar com isso, se já começa botando um Parente ( ele mesmo)  na  diretoria?”

 

2.MEDO VOLTA ÀS RUAS COM ÔNIBUS QUEIMADOS EM 6 LOCAIS DE SÃO LUIS.

Comentário de Juca Polincó,

“E isso sem incentivo. Já pensou quando a Tocha-Olímpica chegar por  aqui? “

3.VIATURA POLICIAL PEGA FOGO NO BAIRRO DO ANGELIM

(Segundo informações a viatura sofreu uma pane elétrica)

Comentário de Juca

“Não acredito em pane  elétrica. Tá mais pra ser contaminação. Nesses tempos de chicungunya, zika e etc. epidemia pega até em carro de polícia”

  1. DOIS ASSALTOS DE ÔNIBUS POR DIA ACONTECEM EM SÃO LUIS

            (Enquanto o incêndio corre à solta,  equipes de policiais fazem blitzes  em cada canto da cidade para pegar cidadãos honestos na saída da Ponte de São Francisco, justamente na hora em que pior é o engarrafamento, nas condições mais degradantes para os trabalhadores).

Comentário de JUCA POLINCÓ, o sábio da periferia

“ Fácil de explicar: é mais fácil um sujeito enfiar  um bafômetro na boca de um cidadão honesto, do que apontar uma arma para um marginal”.

5.CIDADÃOS LUDOVICENSES PERMANECERAM EM FILAS QUILOMÉTRICAS PARA REGULARIZAR  TÍTULOS DE ELEITOR NO ULTIMO DIA.

Comentário de JUCA.

“Maranhense adora fila, principalmente quando é para dar uma de otário ou ser  roubado.

Dar uma de otário: Penar em fila de Loteria para os outros montarem na grana. Ser roubado: Penar em fila de TRE para votar mais tarde no ladrão que vai lhe roubar.

6.ESTE MÊS FORAM APREENDIDOS 63 ANIMAIS , NO TRÂNSITO DA CAPITAL

Comentário de JUCA

“Coitados! Justamente os que não causam nenhum mal. Pior  são os de duas pernas que infestam o mesmo trânsito.”

7.361 PRESOS FORAM  LIBERADOS PARA PASSAR O DIA DAS MÃES EM SUAS CASAS.

JUCA comenta:

“Dos 361 só voltou a metade.  A estas alturas devem  estar escondidos no coração da mãe, (onde sempre cabe mais um), se for a sua própria. Ou então na bolsa que roubaram ( se for a mãe dos outros).

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Títulos de livros

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Na primeira vez em que encontrei o escritor Josué Montello, no Rio de Janeiro,  lembro que à vista do livro, que lhe apresentei, comentou: “Tem um título muito bonito”, referindo-se a O menino que via o além.  

Mais tarde, ele me escreveria uma carta muito gentil afirmando haver gostado do livro, mas não sei se,  de fato, o leu,  já que escritores consagrados e com múltiplos afazeres não têm tempo tão disponível assim para leituras,  tantos são os livros que lhes mandam, à parte os que têm de ler por dever de ofício.

 

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Mas não deve ter sido por causa do título, que esse  livro recebeu uma condecoração nesse mesmo ano da FNLIJ Fundação Nacional do livro infanto-juvenil como “altamente recomendado para leituras em escolas de todo o Brasil” e , logo a seguir, teve quinze mil exemplares adquirido pela prefeitura de Belo Horizonte o que provocou da parte da editora uma terceira edição.

Não deve ter sido pelo título, mas guardo a convicção de que um bom título sempre ajuda, não? Embora até hoje não tenha ideia conclusiva a respeito do grau de influencia do título, ou  da capa de um  livro, na sedução inicial que se estabelece perante o  leitor, guardo a convicção de que isso encerra mais mistérios ‘do que sonha a vã inteligência humana’.  O que induz a pensar que carece da parte do mercado editorial um estudo mais sério e profundo a respeito desse tema.

Lembrando que a maioria entra numa livraria hoje quase por descuido, o bom título para impulsionar as vendas seria aquele capaz de cooptar o leitor deixando-o sem alternativa diante de uma atração intransferível. Casos exemplares em livros de autoajuda parecem ter sido elaborados com essa única finalidade. Que alma desprevenida, religiosa ou não, é capaz de resistir a um título do tipo “Jesus, o maior psicólogo que já existiu.”? Existe imaginação mais benfazeja do que aquela que o transporta  para um divã, com Jesus Cristo, ao lado lhe escutando?

Acertar na mosca, não é tarefa fácil, porém, para alguém que busque a junção do criativo com o impactante, comercialmente falando, sendo, no entanto, isso perfeitamente possível. Títulos óbvios para obras geniais existem às pencas: Romeu e Julieta; Madame Bovary; Os irmãos Karamazov; Tom Jones; e são frequentes nos textos considerados clássicos, eis que  a genialidade do autor, posicionando-se à espreita no que vem pela frente, se basta e se resolve por si. Mas sempre foi possível escrever, também, um grande clássico com nomes pra lá de belos, como Emily Bronte, em O Morro dos ventos uivantes ( realce-se aqui a feliz solução encontrada para a tradução do original Wuthering Heights, tornando-o ainda melhor),  ou Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust.

 

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Como os gênios da literatura acima citados já não surgem hoje em dia com a mesma profusão, entendo que se deva ter algum cuidado na escolha do nome que se deva dar a um livro, em paralelo à dimensão daquilo que se pretende ter escrito. Certo, muitas vezes o excesso de cuidado redunda em fracassos retumbantes, mas com cuidado – e muita sorte -,  é possível sonhar em um dia alcançar as soluções geniais encontradas por John Fante em Pergunte ao pó; Scott Fitzgerald em Suave é a noite; Carson Mc Cullers em  O Coração é um caçador solitário; ou para não citar só os estrangeiros Olha para o céu, Frederico! de J. Cândido de Carvalho ou o recente O Amor e outros objetos pontiagudos, de Marçal Aquino.

Jose Ewerton Neto, autor de O oficio de matar suicidas.

 

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MÃES E BARATAS

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O que podem ter em comum mães e  baratas para que alguém as associe justamente próximo ao dia em que se pretende homenagear as mães,  se as baratas são animais tão repulsivos,  para elas?

Imagino que algum dia na vida, cara leitora, você já tenha tentado matar uma barata ou, pelo menos –  se sua coragem não permitiu – haja suplicado  a alguém para isso. Matou mesmo? Ficou  aliviada ao ver aquele pobre cadáver, massacrado a seus pés? Aí é que está. Você jamais deveria ter tanta certeza. Se a jogou logo no lixo para dela se livrar, perdeu a oportunidade de vê-la voltar a caminhar lentamente, estraçalhada, ensanguentada e débil, mas, sobrevivente. Será que esses asquerosos animais ressuscitam? Quase isso.

Sim, minha amiga, uma barata é dura de matar e possui razões físicas para tanto. Enquanto um ser humano aguenta 12 vezes a força de gravidade da Terra, as baratas suportam 126 vezes.

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Elas possuem antenas que servem como sensores, visão noturna para enxergar com pouca luminosidade e um design corporal, digamos assim, semelhante à blindagem dos tanques de guerra, uma carapaça que protege todos os órgãos do corpo. Portanto, nem Mike Tyson em sua plenitude física, ou qualquer outro homem, com técnica e táticas de UFC, etc. daria sequer para a saída contra uma barata que tivesse, pelo menos, a metade do seu tamanho. Baratas, enfim, são capazes de resistir às  hecatombes mais avassaladoras e, em seus túneis e esgotos, ou subterrâneas valas por onde caminham no avesso da noite humana, estarão certamente ao final dos tempos, vitoriosas, esperando o surgimento de uma nova era.

Resistência igual ou maior que as das baratas, caros leitores, só a das mulheres, especialmente  quando mães.

Ninguém mais que as mães merece o epíteto de ‘duras de matar’. Mãe resiste a nove meses de parto, nove anos de abandono,  nove décadas de vida e nove séculos de ingratidão. Mãe carrega durante meses um corpo na barriga, durante anos uma criança nos braços e, pelo resto da vida as preocupações do lar. Mãe resiste a tudo: a pancada de sol, de chuva, de bandido, e de marido. Mãe se acostumou a sublimar as próprias dores e as dos filhos, que multiplica por mil. Mãe trabalha fora e dentro de casa. Mãe não descansa. Quando se diz ‘fulana de tal acaba de descansar’, aí é que começa o trabalho. Mãe não tem tempo para si, mas tem para todo mundo. Mãe é dura de matar, e sequer dura é. Pelo contrário, é suave, mas se resiste tanto só pode ser  porque não há quem consiga dobrar suavidade e ternura.

Só que, ao contrário das baratas, nada lhe foi doado pela natureza para ter tanta resistência. Não tem carapaças, nem antenas, nem visão noturna. Não tem feromônios , nem cercis ( pelos que medindo o movimento do ar em volta, permitem detectar o inimigo). Sequer têm patas resistentes. Por que consegue, mesmo doente e enfraquecida, atender os filhos? Como consegue, no escuro, perceber a ansiedade de suas crianças? Como adivinha que em algum lugar do mundo um filho seu está precisando de ajuda?

 

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Ah, sim, mãe tem também um coração imenso, do qual vulgarmente se diz que sempre cabe mais um. Deve ser esse coração tão branco –  pela esperança e pela pureza de alma -,  que lhe dá essa formidável resistência: afinal, só mãe tem um coração de mãe.

“A todas as mães, e em memória da minha.”

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SHAKESPEARE NO BRASIL DE DILMA

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Jose Ewerton Neto, autor de O ABC bem humorado de SãoLuis

 

Faz uma semana que William Shakespeare e Miguel de Cervantes  foram celebrados no mundo inteiro por conta do quarto centenário de seus falecimentos. Uma prova do talento desses dois gênios está no jeito como  os personagens que criaram (Cervantes) e as sentenças que cunharam ( Shakespeare) se incorporaram, plenos de sabedoria, nas atitudes e nos fatos do cotidiano. No nosso caso, eis Shakespeare, mais atual que nunca,  no Brasil de 2016 e de Dilma.

1”Em mar sereno todos são bons veleiros”. ( Da peça Coriolano)

No mar sereno até a barca furada do  PT era capaz de navegar. O problema  aconteceu quando o vento do lava-jato soprou e ela afundou de vez.

2”Há algo de podre no reino da Dinamarca.” (Hamlet)

Há algo de podre sim, no reino do Brasil também, e no Palácio do Planalto como cheira mal! Depois de muita merda, agora tem até  bumbum de miss Bum-Bum.

 

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3O dinheiro é um bom soldado. Avança sempre. ( As alegres comadres de Windsor)

No Brasil avança tanto em direção aos bancos suíços que tão cedo de lá não voltarão.

4”A verdade é um cachorro que se mete na casinha e precisa ser chicoteado para sair.” ( Rei Lear)

O juiz Sergio Moro que o diga. Quando a verdade não se mete na casinha, se esconde num sítio em Guarujá. Ou na garagem de Fernando Collor.

5”A vida é apenas uma sombra ambulante, um pobre palhaço que por uma hora se empavona e agita no palco (Macbeth)

A vida dos brasileiros nem chega a tanto. Nós,  pobres palhaços, deliramos  na plateia enquanto outros palhaços, maiores ainda,  se juntam no palco  do Faustão e do BBBrasil  para se empavonarem e fazer graça.

6.”A tristeza maior cura a menor (Cimbelino)

Tudo o que aconteceu de ruim no Brasil depois do 7 a 1, acabou fazendo com que nossa maior tragédia futebolística fosse rapidamente esquecida.

7.A sabedoria grita pelas ruas, mas ninguém lhe dá ouvidos (Henrique IV)

Claro, estão todos ocupados vendo a novela das oito.

8.”Quando a sabedoria se deprime é por querer que o brilho próprio aumente. A formosura velada é dez vezes mais valiosa do que quando descoberta.

A Play boy desta semana veio para comprovar que  Luana Piovani ganharia muito mais em ter deixado velado o que foi  mostrado.

  1. Ó beleza, onde está tua verdade?” (Troilo e Cressida)

Em Paola Oliveira, Aline Moraes ou Camila Pitanga? Se não estiver em nenhuma delas com certeza não está em quem julga possui-la, como Gisele Bundchen.

10 O resto é silêncio (Hamlet)

Pior! Por aqui o resto é forró, música sertaneja universitária e barulho de moto.

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BELA, RECATADA, DO LAR E P.C.

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“Bela, recatada e do lar”. Nenhuma frase ‘bombou’ na net nos últimos quinze dias mais do que essa. Bastou a revista Veja qualificar a eventual futura primeira dama da Nação, Marcela Temer, com essa expressão para que o tom calhorda e sub-reptício da frase fosse denunciado em postagens e fotos na mídia virtual. Poucas vezes o que há de mais abjeto por detrás do politicamente correto (P.C.) foi tão combatido e  execrado.

O sentimento de todos diante do fato pode ser resumido através de uma equação simples.

“Bela, recatada e do lar” =/ ou Politicamente Correto =/ ou O que há de mais oportunista na intenção dos manipuladores.

Se é fácil entendemos a tentativa de manipulação na frase “Bela, recatada e do lar”, é justo que nos lembremos do que seria mesmo esse P.C, eis que muitos douram o uso da expressão para que não se alcance seu real sentido.

Encontramos no google que “Politicamente correto é atuar no processo político de forma a atender todas as demandas legais ligadas a esse processo, sendo ainda honesto, íntegro e socialmente  responsável”. Ora, isso deveria ser sempre válido para cidadãos comuns e para políticos,  mas sob o empuxo da corrupção desenfreada que reina em nosso país o que poderia ser  P.C.  no seu sentido original, quase sempre carrega uma intenção sorrateira por detrás. No caso de Marcela Temer parece claro que essa intenção sorrateira era a de promover uma onda de simpatia antecipada à futura primeira dama da Nação, para tornar menos espinhosos os caminhos do novo presidente. Enfim, para que o fato (politicamente incorreto) de o presidente da república ter casado com uma mulher trinta anos mais nova não redundasse, para ambos, em um prejuízo de simpatia.

É fácil confirmar que cada palavra dessa expressão tem a sua dose de P.C.  à sua maneira.

Bela, ali colocada para provocar uma onda de simpatia  que os naturalmente belos têm. Num país com vocação para o narcisismo sem causa é, também, uma forma de exorcizar a eterna sensação de que ainda somos um país de pobres e mal ajambrados.

Recatada, palavra posta ali para espantar o clichê definitivo da Marcela- aventureira,  estigma que carregam todas as que se aproximam de velhos com mais do dobro de sua idade, como é o caso de Michel Temer.

Finalmente, o “do lar” retirado a fórceps do reino das palavras, expressão que, de tão antiquada, torna notório o recurso à desfaçatez e à hipocrisia.

Contra o politicamente correto do termo, ribombaram as reações, quase sempre simpáticas e brincalhonas de celebridades que não costumam se  disponibilizarem para tal.

 

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Fico pensando em como seria salutar se todos nos insurgíssemos, de vez em quando,  contra tantas obrigações politicamente corretas que nos impõem por trás das verdadeiras intenções, que são as de se locupletarem com nosso dinheiro: Blitzes da lei seca, em horários incômodos e degradantes para o trabalhador,  cuja única explicação por trás dessa forma de atuação  é a de extorsão; a obrigatoriedade do voto; o falso patriotismo que acabou degenerando em um dos  mais hipócritas costumes impostos a um cidadão: a obrigatoriedade da cantoria do hino nacional em qualquer joguinho de futebol etc.etc.

“O patriotismo é o último refúgio dos canalhas” no dizer de Samuel Johnson. O “politicamente correto”, também, da forma com que é  exercido hoje é, não apenas um refúgio para canalhas, mas uma fortaleza.  Que o “Bela, recatada e do lar” não seja, por sua vez,  o primeiro dos refúgios  pretendidos pelos que pretendem se aboletar  no palácio da Alvorada.

Autor de O ABC nem humorado de São Luís

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