MURPHOLOGIA DA LAVA JATO

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artigo publicado hoje, no jornal O estado do Maranhão

José Ewerton Neto, membro da  AML

 

A Lei de Murphy, universalmente conhecida como Murphologia, aplica-se sobremaneira à Lava-Jato – e como! Desde o seu axioma fundamental: “Se alguma coisa tiver que dá errado, dará!” até suas mínimas consequências. Entenda-se como Lava-jato, neste caso, não apenas a operação em si, mas os implicados na  mesma, desde os juristas a seus acusados: desde os carregadores de mala de dinheiro até o presidente da república.

Para simplificar, chamaremos de Corolário LJ ( corolário LJ), àquela lei que, derivada das Leis de Murphy, foi comprovada, aperfeiçoada e aprimorada durante os episódios e o desenrolar da Lava-Jato.

1.Regra da Jurisprudência, de Nelson: “Numa demanda não é da alçada de ninguém discutir a verdade”.

Corolário LJ: Se na demanda  o presidente da República estiver sendo acusado,  a verdade se torna relativa , a realidade indecifrável, as testemunhas nebulosas e tudo o que foi visto pode mudar de  lugar ou de interpretação visual.

2.Postulado de Spencer: “ Um júri é composto de doze pessoas de ignorância média”.

Corolário LJ: Se o julgamento for no Brasil e o réu for o presidente, o júri normalmente será composto por um Gilmar e vários Mendes, em média.”

3.Lei Áurea do Direito à Corrupção no Brasil: “Paranoia é saudável. Cinismo é fundamental”.

Corolário LJ: Paranoia é fundamental. Cinismo  é imprescindível, até o máximo do máximo,  beirando o infinito…

4.Regra do Isomurphismo Legal: “Não há duas situações jurídicas idênticas”.

Corolário LJ: No Brasil, tal regra só vale  se não houver Caixa 2. Neste caso, o empresário,  o político e a mala de dinheiro se repetem até a exaustão.

5.Regra do Grande. “Quando aquele profissional conceituado que você admira e respeita parece estar tendo pensamentos profundos, ele provavelmente estará pensando no que vai comer no almoço ou no jantar.”

Corolário LJ: No Brasil se  o profissional em questão for justamente o político no qual você votou e admira, ele provavelmente estará pensando na quantidade de dinheiro que seu auxiliar trouxe na mala.

 

 

 

6.Lei do rato do navio: “Quando alguma coisa der errado tente pular fora.”

Corolário LJ: “Se não der tente uma delação premiada.”

7.Axioma de Beiser: “Quando colocar algo na memória , tente memorizar em que lugar da mesma  foi colocado”.

Corolário LJ: Se você for acusado de corrupção esqueça tudo  o que estiver na memória, mas se os delegados insistirem esqueça até de que você teve memória um dia.

8.Princípio da Culpa de Collor: “O grau de culpa é diretamente proporcional à intensidade de negação de culpa.

Corolário LJ: (aprimorado por Temer, passando por Aécio): Como também à vontade obsessiva de não largar o osso.

9.Lei do Ministério do Planejamento: “Nada jamais sai do jeito que foi planejado.”

Corolário LJ: “Quando a propina acontece de ser bem planejada,  os apelidos não são.”

10.Lei do juiz Nicolau: “Sempre que a gente inventa um bom golpe, aparece um FDP para dedurar”

Corolário LJ: “E ainda sai premiado pela delação!”

 

11.Extensão da extensão da lei de Murphy: “Nada é tão ruim que não possa piorar ainda mais”

Corolário LJ: Quando se pensava que não poderia haver nada pior que Lula veio Dilma Roussef. E depois dela, Michel Temer.

 

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luiz

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6 presentões para os namorados (urgente)

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As mulheres (namoradas ou não) sempre reclamam  da  dificuldade de escolher um presente para um namorado.  Na verdade, parece que mais importante para a mulher  que o namorado em si, é ter alguém para quem dar um presente  mesmo que raramente eles o mereçam, principalmente se forem namorados de verdade.

A dificuldade é  elementar : os homens são tão básicos que a lista de opções não passa de três (bermuda, boné e bebida) sendo que qualquer tentativa de inovação acaba dando em merda. Como, por exemplo, um caso recente na Rússia, quando a companheira de um moscovita  quis dar-lhe de presente uma prótese peniana e ele, em troca lhe deu um nariz novo, depois de uma sessão de bofetes.

            Entre outras alternativas seguem as 6 melhores

1.Dê-lhe um namorado.

Isso mesmo: um namorado. Com duas possibilidades Na primeira, o namorado que você vai lhe dar de presente é outro  namorado seu (oculto, claro) o que implica fazê-lo desconfiado, de que você tem outro. Embora aparentemente inconformado com o chifre em potencial, acredite, num futuro não muito distante ele estará feliz da vida com isso. A explicação – se Freud não explica, Darwin dá um jeito – é a de que todo homem adora uma competição e tende irremediavelmente para ser corno, ( no final, quando morre,  é  traído pela vida – sua mais adorada companhia) e no resto do tempo, ( que jeito!) aprimora-se .

 

 

2.Um livro.

Vá de best-seller, mas, de preferência um que tenha virado filme, como A culpa é das estrelas.  Se o cara não gostar de ler, há de gostar de cinema,  e orgulhosamente, poderá dizer que gostou mais do filme que do livro,  sem ter aberto sequer uma página do mesmo. Se ele não gosta nem de livro, nem de cinema e muito menos de você há uma vantagem óbvia nesse presente específico. Quando as amigas lhe perguntarem  porque o namoro acabou você poderá responder candidamente que A culpa foi  das estrelas.

3.Uma camisa de futebol.

Existe homem que não gosta de futebol? São poucos, mas existem. Mas, que não goste de camisa não existe nenhum, certo? Se na hora de adquiri-la você não se lembrar do time dele (mulheres não costumam lembrar-se disso e além disso tem marmanjo  que troca de time mais rápido do que de namorada) só tenha o cuidado de escolher um produto pirata para que dure , pelo menos, o tempo em que vocês se suportarem. E já que o assunto é camisa porque não dar-lhe uma camisinha? Eles não costumam gostar do produto, mas da insinuação, sim.

 

4.Uma lupa.

Um presente além de original,  significativo, se ele for bom entendedor ou não. Para que ele consiga descobrir onde está o seu Ponto G.

5.Uma passagem para o Japão.

Não para ambos, mas para ele, somente, e isso se você já tiver um tempo longo de namoro, digamos, mais de oito meses, atualmente.  Trabalhe, sue a camisa, faça um pouco de sacrifício, mas mande-o urgentemente para o Japão ou para a Cochinchina, sem passagem de  volta. Claro,  nem toda mulher tem dinheiro para gastar com passagens de avião para namorado,  mas lembre-se : sairá muito mais caro se ele continuar com você.

 

6.Uma criança.

Isso , dê-lhe uma criança. De preferência sua, e de preferência com outro (sem que ele saiba). Isso o fará refletir pela primeira vez na vida e num segundo você descobrirá  o que ele quer, de fato, com você. Você tem uma chance em mil  de ele assumir seu presente, mas creia, isso acabará lhe saindo vantajoso. É melhor uma filhinho na mão do que um cafajeste enfiado em outro lugar do seu corpo.

 

Jose Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luiz

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JUMENTO x CAVALO DE LATA

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artigo publicado  no jornal O estado do Maranhão

Como é triste a sina do pobre do jumento! Ao longo do tempo, para sobreviver,  acabou tendo que se acostumar ( que jeito!) ao chicote do carroceiro e aos seus  xingamentos . Vieram as inovações deste século  e a tudo isso ele aguentou, estoicamente e de longe, como é de seu feitio: internet, o forró eletrônico,  o aedes egyptus; o ecstasy, o sexo virtual, o VLT, o bullyng e a Baleia Azul . Nada disso abalou sua paciência. Até que apareceu o cavalo de lata.

Sim senhores: o cavalo de lata. Por obra e graça das autoridades do trânsito desta  cidade acaba de ser anunciado O CAVALO-DE-LATA, com o fim de debandar definitivamente o jumento das ruas e avenidas da cidade. Sob a alegação ser um equipamento capaz de melhorar o fluxo de veículos (na verdade, uma parafernália eletrônica a meio caminho entre uma carroça e um carro) a geringonça surge com a função de substituir, com vantagem, segundo os anunciantes, os serviços até agora  prestados pelo humilde jumento. O fato é que, mais uma vez, um  trabalhador brasileiro honesto fica ameaçado de perder o seu emprego e seus direitos. (Honestíssimo, diga-se de passagem, pois nunca se viu um jumento se corromper e exigir propina como fazem tantos por aí).

Por que a Reforma Trabalhista de Temer tinha que chegar também ao jumento? Solidários com essa classe tão sofrida, fomos entrevistar um deles. Comia tranquilamente o seu capim numa das praças da cidade. Por coincidência era justamente o presidente do sindicato.

 

 

-E então, senhor Jumento. Tem algo a dizer a respeito da novidade?

            – Uma grande injustiça. Como acreditar que um cavalo venha  nos substituir, ainda por cima, de lata? O que vai acontecer com nossos empregos? Até agora ninguém nos informou de nada.

            – As autoridades garantem que isso beneficiará a classe. Ao melhorar  o fluxo de veículos, ao mesmo tempo, evita que a classe dos burros seja maltratada.

            -Mentira!  O carroceiro nos chicoteia  mas nos arruma o que comer. Quem nos alimentará agora? Onde permaneceremos?

            -Seria uma espécie de aposentadoria.

            – E quem disse que queremos nos aposentar? Garantimos nossa sobrevivência até hoje com nosso trabalho, que nos impediu de sermos exterminados. Por acaso estariam pensando em nos hospedar  em hotéis de luxo com estrebarias com ar condicionado e capinzais a perder de vista?

            – Eles alegam que o exercício da profissão de vocês atrapalha o trânsito.

            -Outra  mentira deslavada. Se  querem trânsito rápido porque enchem as avenidas de barreiras eletrônicas e guardas justamente para que os carros circulem mais devagar? Por que a barreira eletrônica serve para retardar o trânsito e nós não? Haja incoerência e  preconceito.  

            -Que estão pensando em fazer para reagir, como forma de chamar a atenção. Alguma manifestação programada?

            -Não precisa. A nossa própria existência já é uma manifestação de luta, de coragem e patriotismo. Só queríamos era continuar com  nosso trabalho tão pouco valorizado.

            -Sr. Jumento, infelizmente,  o nosso tempo acabou.  O nosso propósito  é justamente chamar a atenção do povo e das autoridades para mais essa injustiça. Alguma coisa a mais?

            -Sim.

            -O quê?

            – Se nada puder impedir que o Cavalo de Lata venha, estamos  dispostos até a aceitar o convívio com eles. Mas que não inventem  jamais o Jumento de Lata. Aí seria demais!

 

 

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

 

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INTRODUÇÃO À TEORIA DO NÃO SEI

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

Tudo indica que o Não sei começou milionésimos de segundos após Deus ter criado o Universo. Inquirido por si mesmo (Deus é pai e filho ao mesmo tempo)  sobre qual a  razão  de ter feito isso ele, sentindo-se culpado e já com remorso,  respondeu: “Não sei”.

 

 

E foi assim que o “Não sei” começou sua grande trajetória.

 

 

Toda a matéria em expansão a partir do big-bang (átomos se chocando entre si sem saber por que) reproduzia,  em pensamento, claro, as primeiras palavras sentenciadas pelo Todo Poderoso. Os átomos em revolução, nem precisavam falar  para deixar a entender que estavam movidos de agora em diante pela Lei do Não sei. Por que vocês estão se expandindo? “Não sei”. Onde e quando isso vai parar? “Não sei”.

E assim o Não sei passou a conduzir todas as ações do Universo através do tempo. A dúvida, não a certeza, comandava as realizações, se é que podemos chamar assim. Quando 12 bilhões e muitos  milhões de anos  depois, os ancestrais dos homens começaram a se formar (parecidos a chimpanzés, num planeta minúsculo de uma galáxia desprezível)  algo, ou alguém, quis saber de Deus porque ele havia cometido o desperdício de deixar nascer esses seres insignificantes, dando-lhes  a capacidade de pensar. Deus teria respondido: “Para ter alguém que  pense e fale Não sei, como eu naquele dia. Por vingança, talvez”  Enfim, Deus precisava de alguém para dividir sua culpa original.

E assim de Não sei em Não sei,  os homens e o Universo chegaram  até hoje. Cerca de 2500 anos atrás, Confúcio, um humano que pensava um pouquinho mais  que os outros, resumiu em poucas palavras a arquitetura desse dilema divino, que se tornou humano : “Quanto mais sei , mais sei que nada sei.”

Dizem que Deus teria ficado muito satisfeito com o resumo de Confúcio.

 

2. Ninguém poderia imaginar, porém, que, algum tempo depois, neste século de 2000 d.c.  o Não sei viesse a se alastrar como epidemia num país chamado Brasil, o país do lava-jato,

 

a ponto de ser a expressão mais repetida pelas autoridades  junto à Justiça, parecendo que os políticos, só sabem  conjugar o verbo saber da seguinte maneira: Eu não sei, tu sabes , ele sabe, nós sabemos, vós sabeis eles sabem. Ou seja, todo mundo sabe que eles sabem, só eles não. Ora, que impacto tem isso para a teoria?

Tudo indica  que o Não sei da dúvida,  que se iniciou divina e universal aos poucos se tornou  existencial e humana, evoluiu,  e se transformou no  Não Sei do cinismo e da desfaçatez . Só assim se  explica que alguém que receba um meliante em sua casa (ou palácio) dez horas da noite, ou então se aposse de uma mala de dinheiro, ou então se apodere de um sítio,  com gravações, vídeos, e testemunhas comprovando o crime, tenha o desplante de dizer,  com a maior cara de pau,  que não sabe e não viu o que aconteceu.

Pobre Confúcio, pobre Deus! Os  brasileiros, sem conseguir corromper a realidade, corromperam o Não sei original a ponto de transformarem a sábia frase de Confúcio “Quanto mais sei, mais sei que nada sei” em: “ Quanto mais eu sei que sei, mais minto que nada sei ”

Deus não deve estar nada satisfeito.

 

José Ewerton Neto é membro  da AML e autor de O entrevistador de lendas

 

 

 

 

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A VERDADEIRA HISTÓRIA DA BUNDA

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Difícil precisar quando a bunda começou, justamente porque os seres humanos até hoje não sabem exatamente quando começaram. O fato é que ela veio logo a seguir, ou seja,  atrás , já que não lhe deram outra alternativa.

Dizem os evolucionistas que bundas arredondadas são causadas pelo estrógeno, o que torna o traseiro das fêmeas  tão desejável para o sexo oposto. O fato é que esse tal de estrógeno fez com que, desde o princípio, a bunda feminina causasse sempre maior reboliço na mente dos  homens que o inverso, e isso durou por séculos e séculos até cerca de dez anos atrás quando,  pela primeira vez, um homem deu-se ao luxo de assombrar-se com a bunda de outro: Caetano Veloso, o baiano que , empolgadíssimo  com o traseiro do cantor, Shandy,  lá  de suas bandas ( eu disse banda?), proclamou que esse era o bumbum mais bonito do universo.

Como ia dizendo, embora machos e fêmeas sejam dotados de nádegas, fica claro que o ornamento cai muito melhor nelas. Embora a quantidade de bunda seja a mesma nos dois sexos sempre se imagina que a mulher, pelo deslumbramento em torno,  a possua mais em abundância . Na verdade, algumas chegam a parecer que têm até mais de vinte (como a Mulher Maravilha,  a Mulher  Melancia e outras frutas).

À história:

 

1.26 mil anos atrás um escultor desconhecido fez uma boneca de 11 cm, dotada de um enorme traseiro, batizada em 1904 de  Vênus de Willendorf. A peça, veio comprovar que o ideal feminino – peitos grandes e ancas largas –  já era o mesmo do atual e as bundas disputadíssimas.

4 mil anos atrás, Ló foi  visitado por anjos disfarçados, para salvá-lo da destruição de Sodoma, a terra da perdição. Ao descobrirem que anjo pode até não ter sexo, mas tem bumbum sedutor, sodomitas tarados resolveram abusar dos mesmos. Revoltado Deus  mandou destruir Sodoma , a cidade onde Ló morava, donde nasceu o termo sodomizar, com suas variadas interpretações.  Portanto,  quando alguém no auge da sodomia, hoje diz para sua parceira “Meu anjo, você tem uma bunda diabólica”,  isso tem raízes históricas muito profundas e bote  profundeza nisso.

 

  1. 2. A bunda não poderia deixar de ser parte íntima das grandes batalhas humanas.  A disputa bunda versus bunda,  hoje tão comum nas praias, nos bailes funk e nos concursos de miss bumbum, parece ter começado em Sira-cu-sa, 200 a.c. quando duas gêmeas de traseiros invejáveis acabaram dando origem ao termo Vênus Calipígia, uma estátua esculpida no museu de Nápoles, em homenagem à vitoriosa.                                                  

Igualmente, a bunda teve participação tanto na Guerra de Cem Anos, quando soldados franceses exibiram os seus aos ingleses (sem muito sucesso, como era de se esperar), como quando anos depois, a lavadeira francesa  Catherine Ségurane exibiu a sua para os turcos e fez com que a batalha fosse ganha. Se alguém perguntar se isso foi causado pelo horror ou pela sedução, basta lembrar os filmes com a mais famosa bunda francesa, a de Brigite Bardot, para intuir que a segunda hipótese deve ter sido a verdadeira.

 

 

  1. 3. Ao mesmo tempo, as bundas influenciaram os gênios. Jean Jaques Rousseau publicou em suas memórias que seu hobby predileto era ser espancado no traseiro. Mozart, por sua vez escreveu Leck mir den Arsch Fein Recht Schon Sauberque em tradução livre significa “Lambe meu rabo bem limpo e legalzinho”. Não é de espantar que em 1830, na Inglaterra durante a Era Vitoriana o tapa na bunda tenha virado moda (Imagina se eles já conhecessem o funk, suas dançarinas e o fundo musical “um tapinha não dói’!”). Foi por essa época, por volta de 1820, que  Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI  oficializou no Brasil, bem antes de Sandy, a história de que era possível, sim, ter prazer anal.  Tanto prazer tinha a mulher que os cadetes do palácio faziam fila para serem incluídos no cardápio principal do Palácio: “Imperatriz, de pé, e de costas, ao molho Madeira, ou melhor, da madeira”

 

  1. Até que veio o século 20, o poder das nádegas crescente, agora devidamente estimulado por uma descoberta de 1904, por acaso: o KY, que era  destinado apenas para lubrificação em cirurgias. Assim como o Viagra, anos depois também descoberto por acaso,  há de se acreditar que tudo veio depois apenas por acaso: Marilyn Monroe na primeira capa da Playboy motivando o comentário de Grouxo Marx : “

Essa garota tem um baita futuro pelas costas”; as duas polegadas a mais de Marta Rocha; a carreira solo da bunda de Gretchen; até culminar no grupo musical é o Tchan, cuja única melodia lembrada até hoje  é a do traseiro de Carla Peres rebolando. Por acaso, por acaso…

As bundas continuam atrás nas necessidades, mas colocaram-se à frente, nos desejos.

 

Jose Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas

 

 

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PORQUE CHOVEM SAPOS

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

Existem mais mistérios entre a terra e o céu do que sonha a vã inteligência humana? Sim, quanto a isso a ciência não tem a menor dúvida, embora o homem que disse a frase, o dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare, nem tenha se dado  ao trabalho de provar.

Tanta ignorância e desconhecimento das coisas elementares do Universo por parte do gênero humano,  a essas alturas,  leva a outra lei, mais absoluta ainda e mais dolorosamente aceitável: a de que existem menos mistérios entre o homem e sua incapacidade de desvendar os segredos do Universo do que sonha a vã Ciência.

Isso soaria definitivo caso não houvesse nascido neste planeta um  ser humano, tão peculiar como indecifrável ,  intitulado JUCA POLINCÓ, pronto para ter sempre respostas para todas as questões irrespondíveis que nos afligem.

 

 

Juca Polincó ( cujo sobrenome é  uma abreviatura que significa  filósofo Politicamente Incorreto da Periferia), sempre teve respostas para tudo, especialmente para aquilo o que as pessoas não querem que alguém saiba. Quem é ele?

Acrescento que é meu amigo e que me permite reproduzir, semanalmente em meus blogs,   suas verdades  a respeito das coisas e das frases do dia.  Verdades, por exemplo, como as  que oferece abaixo, para as  questões irrespondíveis da ciência:

1.Pode haver vida inteligente fora da Terra? Mesmo com os recursos que a Ciência dispõe hoje, os cientistas não conseguem responder.

Resposta de Juca: Se não existe inteligência fora da terra, aqui mesmo é que não há. Como chamar de inteligente uma raça que depois de 1,5 milhões de anos não conseguiu inventar um equipamento de proteção contra a chuva melhor do que o guarda-chuva? Ou que ainda não conseguiu erradicar baratas  muriçocas e corruptos?

  1. Não é só na Bíblia que chovem sapos. Em 2007, esse fenômeno ocorreu em Odzaci, na Sérvia. Depois, em 2009, choveu girinos no Japão, e tem aparecido outros relatos, sobre chuva de aves e peixes. Nenhuma teoria é cientificamente comprovada.

Resposta de Juca: O fenômeno não surpreende, pois aqui no Brasil não só caem sapos das chuvas, como a população é obrigada a engoli-los. Muito mais grave é a chuva de animais que caem sobre os telhados das repartições onde legislam políticos corruptos. Neste caso, chegam a cair répteis e cascavéis. Ratos, de vez em quando, mas são engolidos pelas cobras.

  1. O zumbido. Por que algumas pessoas ouvem este som particularmente incômodo, enquanto outras não? Se ele se origina dentro ou fora da pessoa que o escuta, é um problema sem explicação científica até o momento.

Resposta de Juca: Não há zumbido mais insuportável que o de alguém que escuta um Luan Santana até o fim. Portanto, neste caso, o zumbido ao invés de vir de fora nasce dentro da própria pessoa. Quem sabe, de um cérebro atrofiado.

Jose Ewerton Neto é autor de O oficio de matar suicidas

 

 

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PARA ONDE IRÁ BELCHIOR?

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

Onde andará Belchior?

            7 anos atrás escrevi uma crônica neste jornal com esse título. Era a pergunta do momento, dado o sumiço do cantor que,  em fase de ostracismo, desaparecera misteriosamente.

Jose Ewerton Neto é autor de O oficio de matar suicidas

 

Parecia algo meio bizarro, (o sumiço), mas, de alguma forma, uma atitude  não desgarrada do estilo do cantor e de suas composições peculiares: melodias com letras filosófico-existenciais, num ritmo indefinido que ficava a meio caminho entre balada rock e MPB, sob a batuta  de uma voz anasalada e melancólica.

A estranheza do contexto policial (já que  alguém famoso desaparecera), fazia girar, novamente, como num disco antigo em 78 rotações sempre as mesmas questões  que desde suas primeiras canções mais conhecidas pareciam dançar em torno de um eixo que eram as questões existenciais irresolvíveis de todo mundo: “O que fez Belchior de si mesmo? Por onde andará sua música? E a juventude? E  os sonhos da juventude? (Os seus e os nossos?)”

A solução detetivesca foi até fácil,  sobrepondo-se às especulações que a mídia carreava para valorizar o mistério: estava quebrado financeiramente? Envolvera-se com uma mulher possessiva que o  mantinha afastado da sociedade? Ou simplesmente estava cagando e andando para tudo (esse tudo que, para facilitar, mais uma vez,  estava cheio de nadas)? .

E foi assim: apenas um rapaz (coroa) latino americano sem dinheiro no bolso, prosaicamente instalado em uma fazenda de interior, que a reportagem da televisão encontrou no interior do Uruguai onde deu sua última entrevista conhecida. O mesmo Belchior, o mesmo bigodão que, como o sorriso da Mona Lisa, parecia estar ali apenas para garantir um  mistério.  Talvez porque,  a essas alturas, isso fosse a única coisa que agora lhe restava.  Foi então que ele, como se desculpasse, disse que estava recolhido para traduzir a Divina Comédia, de Dante.

Semana passada, após o anúncio de sua morte,  em um grupo de whats app um de seus fãs,  comentou: “Mais um que não soube lidar com o sucesso, mergulhou-se em dívidas e se desestruturou”. Será que isso é verdade?

Sabe-se que lidar com o sucesso não é próprio de artistas muitos talentosos. Estão aí, só para citar o rock,  vários: Amy Winehouse, Renato Russo, Janis Joplin, Jimmy Hendrix  etc. (O bom livro A vida louca da MPB tem uma fortuna, só com os brasileiros). Na contramão disso, lidar com o sucesso à custa da própria mediocridade ostensiva é muito mais fácil e faz a festa de uma penca, da qual são exemplos caricaturas musicais (e de personalidade) do tipo Luan Santana e Wesley Safadão.

Por essa abordagem Belchior estaria no altar dos  talentosos, pois ligava tão pouco para  a grana que recusou uma oferta milionária, de uma marca de carro muito famosa para reaparecer fazendo propaganda do veículo. Não se pode garantir, porém, que essa condição seja necessária, ou suficiente, para a “grande memória”. E Então, haverá um lugar para ele reservado no panteão dos grandes artistas da MPB?

 

 

 

Sei não. Imagino que desprovido do mistério que lhe serviu  de veste, Belchior agora caminha errante, entre outras boas almas da música brasileira, em algum lugar dessa nova vida espiritual,  (como talvez tenha desejado),  carregando seu alforje;  bigodão bizarro, nome comprido,  versos   filosófico- existenciais, canções sinceras e,  muito bonitas, para muitos!

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POBRES PALAVRAS!

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artigo publicado no jornal O Estado do Maranhão

Jose Ewerton Neto é autor de

O entrevistador de lendas , ficção informativa sobre as lendas maranhenses

 

 

O que dizer de alguém que, de si mesma,  diz que tem um talento absurdo? ( Suzana Vieira, atriz, durante o Carnaval referindo-se à Ivete Sangalo e a si própria: “ Entra ano sai ano e Ivete continua com aquela voz incrível e eu com meu talento absurdo”). Tanta pretensão torna difícil encontrar uma palavra que expresse o exagero do que foi dito em relação à cantora baiana e o “absurdíssimo”  em relação a si mesma. Qual a palavra mais apropriada, então, para esse tipo de  fala/atitude: Arrogante, Iludida, Tola ou…?

Óbvio  que não há termo adequado – o buraco é mais embaixo -, mas alguém poderia tentar explicar tanto descalabro argumentando que as pessoas perderam o senso e,  na ânsia de promoverem o ego em polvorosa,  elogiam-se antes que outros o façam,   mas isso não vem ao caso. O que acontece é que, se pensarmos bem, de repente, faltaram as palavras. Ou, por outra, as palavras  existem, mas já não são suficientes, como se estivessem cansadas das pessoas, que se tornaram cada vez mais risíveis, grotescas e distantes da semântica original  que introduziram nos símbolos para classificarem a si próprios. Teriam as palavras se enfraquecido a ponto de perder o significado diante da hipocrisia com que os seres humanos  investem em si mesmos?

Isso fica evidente quando se tenta encontrar um termo que classifique os políticos que, diante de uma acusação comprovada (na lava-jato, por exemplo) negam a acusação apesar das provas cabais. Dizem “Não sei” com a mesma facilidade com que disseram sim à ambição desmedida, chegando ao cúmulo de, no caso de Henrique Eduardo Alves, insistir em falar que não sabe de onde surgiram  800 mil dólares depositados em sua conta. E, como fingem não se dar conta da realidade, fingem  também não ter consciência do crime que praticaram ( que é da mesma envergadura que a de assassinos cruéis porque, metendo a mão no dinheiro que seria usado para salvar vidas (saúde) ou solucionar futuros (educação), igualam-se  a eles). Diante de tanta negação alguém exclamaria: É muita cara de pau!

Mas, cara de pau, apenas? A expressão, agora débil em sua representação, surge inesperadamente vã diante do cinismo da atitude. Como encontrar um termo capaz de dimensionar um tipo que age assim? Insensível! Torpe! Corrupto? Qualquer um, vá  lá!. Por insuficiência um deles poderia até quase se encaixar, mas uma coisa é certa: a palavra CORRUPTO!, essa  eles tiram de letra!.

A julgar pela reação de alguns dos acusados da lava-jato, poucos se constrangem com isso, pelo contrário, para eles tanto faz serem acusados de Corruptos como ganharem apelidos degradantes e pouco sutis da Odebrecht. No submundo de seus desejos inconfessáveis vai ver que Corrupto lhes soa até bem, como um cognome afetuoso. Talvez se cumprimentem assim, convivam assim, quem sabe de noite na cama suas mulheres os tratem por COCÓ (abreviação carinhosa de corrupto) e, em meio ao êxtase por haverem chegado a esse ponto,  do alto de suas canalhices  deem até  gargalhadas de desprezo aos que querem prendê-los, como Sérgio Moro.

Suas o quê? Canalhices?! Ora, canalhice também soa amena e insuficiente. Pobres das palavras! Perderam para a desfaçatez humana.

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BALEIA AZUL , o OFICIO DE MATAR SUICIDAS

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A respeito do  Baleia Azul, um trágico jogo da Internet que induz adolescentes ao suicídio, lembro de que em recente palestra sobre literatura com estudantes do Ensino Fundamental (como parte de bem-sucedido projeto promovido pela AML) uma jovem quis saber de onde me veio a ideia original do livro O oficio de matar suicidas.

 

 

Respondi que a ideia surgiu desses momentos em que você se sente do lado sombrio dessa bipolaridade tão própria da juventude,  que fazem passar da euforia para a angústia em poucos segundos e que, quando se permanece desse lado por algum tempo mais que esses poucos segundos, é fatal que você chegue até a : “E então, será que se matar, não  seria a solução?”

No meu caso, o momento soturno passou depressa, como passam as sensaborias da vida postas em seus devidos lugares, mas a ideia permaneceu  até gerar a concepção da trama de O oficio de matar suicidas trazendo em seu bojo a epopeia de um matador de suicidas errôneo e atrapalhado em si mesmo; no desmantelo de sua personalidade já denunciando o equívoco da elucubração dos momentos tensos e denunciando,  como apontou José Louzeiro, mais que um sofrimento pessoal,  a  degradação  a que somos submetidos quando, ao buscar soluções, nos defrontamos com seres humanos execráveis e espetáculos de bizarria que nos são impostos pela farsa cotidiana que sobressai na mídia.

Daí que, no livro, a tragédia daquele que se oferece para ajudar suicidas indecisos se torna cômica, amenizando a morbidez do tema, como publicou no passado Ferreira Junior e, recentemente, o blog português de literatura Deus Me Livro  “Embora o contexto seja depressivo e obscuro,  o autor  tem o mérito de transformar este romance policial numa narrativa mergulhada num humor negro, que permanece até à última página”.

O certo é que a realidade imitou a ficção e vários episódios de suicídio contratado real se sucederam,  extirpando, porém,  o que na ficção era irônico e risível e mostrando que os matadores de suicidas atuais  já não esperam por um chamado mas se impõem, conclamam e obsidiam os  suicidas em potencial.

A Baleia Azul ou que nome se dê a isso, não passa de um matador de suicidas  às escâncaras,  escolhendo propositadamente os jovens porque sabe onde grassam  as maiores vítimas desse “êxtase com a  desesperança” por ser a juventude “Uma travessia em que se vai tantas vezes da morte à vida em poucos segundos que se tem a ilusão de que se atinge o dom da eternidade, por se ter ido e voltado tantas vezes quantas se quis”. E,  sendo um tipo de matador que se aproveita dessa ilusão efêmera alheia, deixa de ser um matador de suicidas, para ser  um assassino cruel – e bote crueldade nisso. O que motivou uma pergunta ainda não respondida e que me foi exposta na indagação simplista de um amigo:

Se o assassino está à solta, porque não se mata o assassino? Porque se os jovens estão sendo covardemente induzidos a isso, não se trata de suicídio, mas sim de assassinato.

Traduzindo em miúdos, isso significaria também perguntar: “Ué, se o malfeitor é um programa (site, sei lá)  que já prejudicou tanta gente inocente,  porque ainda não foi excluído da net ou das redes sociais?”

O que, perdurando sua expressão incrédula, continua  a deixar estupefatos tanto ele, como eu, como também a você, que não entendemos de leis, de juízes, de policiais  ou de Internet.

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Jose Ewerton Neto é autor de O oficio de matar suicidas

 

 

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CAIXA 2 e outras caixas

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Artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

 

Quem diria que  certo tipo de Caixa, (a 2),  se tornaria a celebridade mais comentada deste país. Perto dela, não tem pra ninguém! Mais  comentada do que Tite, mais execrada do que Dilma e mais indecifrável do que a Previdência de Temer, a CAIXA 2 rapidamente sobrepujou o ostracismo a que estavam relegadas todas as caixas, reabilitando-as para a sociedade. Nada como fazer um breve apanhado dos outros tipos até chegar ao seu grand finale.

1.Caixa-Prego. Este tipo de caixa é adotado como expressão linguística, que remete a algo inacessível, ou longínquo. É para onde a gente gostaria de mandar certos políticos, ao invés de ser um dos locais preferidos para onde eles mandam o nosso dinheiro.

2.Caixa. Propriamente dita, na sua forma mais conhecida pressupõe uma embalagem de madeira, papel ou de papelão, onde se coloca o que quiser.

3.Caixa. Na sua segunda forma. mais usual, o conteúdo da embalagem é humano e, neste caso, temos diversos tipos de caixa que somem com o nosso dinheiro; no supermercado, nas lojas  ou nos bancos sempre obedecendo  à famosa LEI DO CAIXOTE HUMANO que condena os humanos ao Encaixotamento, segundo  se enuncia:

“Um ser humano, é um ser definitivamente encaixotado pois  jamais consegue se  livrar  de  uma  caixa – ou da fila da mesma, nem no seu enterro. Neste caso, a caixa passa a ser chamada de  Caixã-o.

 

4.Caixa Econômica. Dispensa comentários. É um banco. É aquela caixa que tem o apelido de econômica, mas na realidade, quem tem que fazer a economia por ela é você. Todo mundo sabe onde está e para que serve,  só não sabe é o que ela faz com nosso dinheiro, como, também,  porque você tem que ficar esperando horas e horas, até para ir buscar sua própria grana .

  1. Caixa 2. Finalmente, aquela que está nos comentários de todas as bocas deste país. O que significa? Bem, não é tão fácil de explicar. Seu nome parece ter a ver com mais um desses apelidos que inventam para ladroagem.  Assim como os delatores da lava-jato apelidaram seus corruptos de Flamenguista, Vizinho, Helicóptero, Amigo ou Todo Feio, a Caixa 2 parece já ter sido criada com essa vocação. O que dela se sabe: Aparentemente um empresário que tenha interesse em ganhar qualquer licitação, ou obter favores,  finge estar dando grana pra um partido político, mas na realidade está pagando propina para que esse político possa transferir essa grana  para outro tipo de caixa: a Caixa-Prego, geralmente na Suíça.

Segundo o delator “não há político eleito neste país sem Caixa 2”, o que significa que o político brasileiro, em média,  virou  um tipo de gente que, embora tenha outra formação, acaba sendo um especialista nesse tipo de Caixa. A coisa deve acontecer de tal forma que um futuro político (geralmente filho de um político) começa esse aprendizado desde cedo, ainda criança. Por exemplo,  quando recebe um presente de Papi Noel, dentro de uma caixa a criança remove a tampa e pergunta, surpreso.

-Pai, o que é isso dentro da caixa? Não foi isso que pedi pro Papai Noel.

O pai, afetuoso  responde, compreensivo.

– Isso é um número 2, meu filho. Não se zangue. Parece que a tia não lhe ensinou direito, mas comece logo a brincar com esse dois dentro dessa caixa. Um dia você vai ficar rico com isso.

Resumindo: eles é que se divertem com Caixas e nós é que  ficamos Encaixotados.

José Ewerton Neto, é autor de O entrevistador de lendas

 

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