O MAIS BELO VERSO?

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“Tu pisavas nos astros, distraída” da música  Chão de Estrelas, de Orestes Barbosa, foi considerado por Manuel Bandeira o mais bonito verso da língua portuguesa.

O fato de tê-lo escolhido não de um poema concebido inicialmente para ser apenas lido (como a maioria) sugere que a escolha de um verso bonito não é tão simples assim e demanda atenção, percepção e sensibilidades típicas de alguém do ramo, no caso um poeta da envergadura de Manuel Bandeira.

Talvez porque a captação da emoção propiciada pela beleza, tal como ocorre na atração física, envolva submeter-se inicialmente ao impacto do conjunto e, somente no instante seguinte, aos detalhes que suportam e evidenciam essa atração. No caso da atração física, a harmonia do conjunto é sucedida pelo êxtase concedido pela contemplação separada de olhos, boca, postura, etc. No caso da leitura a repetição raramente é feita fragmentando-se os elementos distintos que compõem a teia de sedução.

Por isso, ao indagar-se a alguém pelo poema mais bonito que leu muitos hão de se lembrar de seu favorito com alguma facilidade, enquanto que à indagação de seu verso favorito, poucos se arriscarão a uma resposta. Imagino que alguns poemas tornados clássicos, se destacariam na preferência coletiva, casos de A Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, As Pombas, de Raimundo Correia, Soneto da Fidelidade de Vinícius de Moraes ou algum poema de Augusto dos Anjos. Outros menos votados somente surgiriam de uma leitura e preferência pessoal. No meu caso, entre os brasileiros prefiro A Mosca Azul de Machado de Assis, ainda que o escritor carioca seja mais conhecido como romancista do que como poeta. Mas, e o verso? Quantos se arriscariam a dizer?

Certamente não seria o “escarra nesta boca que te beija”, ainda que coexista muito à vontade no soneto popular e belíssimo de Augusto de Anjos. Uma nova leitura do poema Versos Íntimos, focada apenas neste verso, sobrepõe, porém, com nitidez o fato de que um poema bonito subsiste a não ter sequer um grande verso ou, até mesmo, versos bizarros como esse. Em a Canção do Exílio, até surpreendentemente, nenhum verso se distingue sozinho, compondo uma peça poética que, mesmo sem ser cantada produz acordes nostálgicos de alta vibração, com harmonia e ritmo tão apropriados à fala que poucas canções chegam perto. Assim como este não sente falta de um belo verso, versos muito bonitos podem sobreviver a poemas sofríveis.

Dito isso, alguém poderia ajudar-me a escolher o ‘meu’ Verso mais Bonito? Lembro,  de supetão, de algumas construções dos grandes de nossa terra que nos deixaram há pouco como “Palavra, escrevo-a nua: água”, de Nauro Machado ou “Um pássaro preso, mesmo cantando é mudo”, de José Chagas ou , de mais longe,  “Homem livre, hás de sempre estremecer o mar”, de Charles Baudelaire.

Como não fui capaz, porém,  de escolher um entre tantos , resta-me a opção de render-me ao talento do poeta pernambucano e concluir que sim, de fato, o verso escolhido por ele é o mais bonito.

 

 

Mesmo porque, se não for, ele ainda assim terá acertado, pois o verso mais belo será sempre aquele capaz de nos postar extasiados diante de sua sedução, enfim aquele capaz de nos fazer pisarmos nos astros, distraídos.

[email protected]

José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas, sobre as mais belas lendas maranhenses

 

 

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PRESENTES PARA PAIS ESPECIAIS

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Todos os pais são especiais, certo? Mas existem aqueles que são mais especiais ainda. Claro que estamos nos referindo aos pais celebridades, aqueles que são sempre assunto do dia, enfim, aqueles que, de uma forma ou de outra, influenciam a vida que vivemos, para o bem ou para o mal.

Porém, já que a palavra “especial” estabelece uma distinção da qual eles nem sempre são merecedores,  não seria melhor chamá-los, ao invés, de pais excepcionais? Ora, deixa pra lá. O que importa é a curiosidade de sabermos o que podem fazer seus filhos para agradá-los, já que podem ganhar  tudo. Em primeira mão, conseguimos descobrir a motivação que moverá seus filhos no próximo domingo.

 

1.De Neymar para o seu pai.

Um vídeo (com cenas eróticas numa praia paradisíaca) de uma bela modelo russa, parecidíssima com a Bruna Marquezine.

 

 

Com os dizeres: “Pai, depois que a Marquezine me deixou ofereceram-me  esta, mas ultimamente ando preferindo me divertir com os parças. Sei que desde que o contratei como meu empresário, você tem grana pra comprar tudo que quiser,  mas,  como sei que você gosta da ‘coisa’ pensei nesta que é uma baita gata. Não se preocupe que não terei ciúmes. É quase uma Bruna Marquezine, mas não é.

P.S. A praia está no pacote. Pode encarar,  a mãe não vai saber”

 

2.Do filho de Michel Temer.

Um dispositivo anti-gravação. Com o oferecimento “Pai querido, comprei no Paraguai  mas funciona mesmo. Depois desse, você não precisará  temer (sem trocadilhos, paisão, kkkkk!) delator algum. O aparelho  confunde qualquer som e o torna inaudível. Aproveite. De qualquer forma, querido pai, acrescento que é  bom não facilitar com Sérgio Moro. Soube que enquanto você tava recebendo o Joesley no Palácio da Alvorada, o Sérgio foi recebido pela Gisele Bundchen na sua mansão de Boston. O homem é fera, pai. Não dê uma de principiante.

P.S. Não se esqueça de tentar botá-lo na cadeia, paisão. Afinal de contas, você tem a faca, o queijo e os ratos na mão. Você é o cara! .

 

3.Do filho de Geddel.

Uma tornozeleira especial. Com o oferecimento: “Foi  ideia da mamãe, querido papai, sempre preocupada com você. Isso para que você não fique constrangido quando tiver de usar uma comum. É de alta tecnologia, tem pulsações para descanso muscular, pode servir para jogos eletrônicos com os pés, enfim muitas atividades. Se apertar no botãozinho interno toca até música. Um show! Enfim, muito digna do grande pai que você é e de tudo que você arriscou pela gente.

 

4.Do filho de Nestor Cerveró. 

 

 

Uma coleção completa de revista Playboy, conservadíssimas, em embalagem de luxo. Com os dizeres: “Pai. Depois que eu li a entrevista do Alberto Youssef (seu parceiro de cela),  à revista Veja, dizendo que você fazia coisas estranhas na cama da cadeia, debaixo dos lençóis, matei a charada e saí atrás dessas edições exclusivas. Sei que tem coisa mais moderna por aí, mas acho que tecnologia não é do seu agrado,  tanto assim que até hoje você se vira na base da gloriosa. Com esse material você vai se divertir muito debaixo dos lençóis. Preste atenção na de Juliana Paes quando tinha só 25.

P.S. Pode ficar tranquilo, mamãe até riu quando soube do presente. Ela até me disse (cá pra nós) que prefere que você continue praticando assim quando voltar, do que ficar de novo com aquele olho de zumbi, copulando em cima dela. Kkk. Beijo Paisão.  Te amo!

 

Jose Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

 

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CONSERVE SEU ESPERMA

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artigo publicado no jornal o estado do Maranhão

Conserve seu esperma  ou aproveite melhor seu esperma? Essa questão começou  a se tornar recentemente cruciante ao se constatar que o ser humano pode ser extinto se a quantidade de espermatozoides no esperma dos homens  continuar a cair no ritmo atual, segundo um estudo liderado por um pesquisador da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Um grupo de sete especialistas de diversas universidades, ao redor do mundo, se uniu para analisar os resultados de 185 estudos diferentes da América do Norte, Europa, Austrália e Nova Zelândia. Eles concluíram que a contagem de espermatozoides entre homens dessas regiões caiu pela metade nos últimos 40 anos. O estudo também aponta que a taxa de declínio continua alta e pode possivelmente estar aumentando.

De uma forma ou de outra, as mulheres, sempre perspicazes, talvez se tenham dado  conta disso . A atriz Karina Bacchi anunciou recentemente, na mídia, a sua produção independente de filhos, preferindo uma inseminação à companhia masculina, tradicionalmente usada para isso. Como se dissesse nas entrelinhas: “Homem não compensa e, além disso, apenas me antecipo a uma tendência universal.”  Da mesma forma,  outra beleza global, Bruna Linzmeyer, declarou há poucos dias que a humanidade sempre foi gay (?)  como se  insinuasse: “ Se os chimpanzés  já eram gays há quatro milhões de anos com esperma pra dar e vender,  imagine seus descendentes, com a coisa tá indo pro beleléu”.

Confiança no esperma masculino ou não, o fato é que as mulheres estão useiras e vezeiras em reclamar de que não se fazem mais homens como antigamente.

Pois foi pensando em tudo isso que a comunidade científica compartilhou com a ONU uma Cartilha de Prevenção de Esperma, para ser distribuída em breve.   Eis o resumo  que conseguimos obter:

1.Mantenha seu estoque. Jamais se considere uma máquina de produzir esperma assim como há políticos que se  consideram máquinas de abocanhar propinas. Nada de desperdiça-lo com mulheres ocasionais, ou imitações. Se puder, evite a masturbação. Embora esta tenha ,segundo Woody Allen, a grande vantagem de leva-lo a transar  com as mulheres que mais deseja, nada se compara à satisfação de poder negá-lo a uma dessas mulheres.  Já experimentou? Fabrique uma fantasia dessas e economize. O resultado poderá ser compensador.

2.Faça depósitos regulares.  Nada mais preventivo que começar a deixar,  nos bancos de esperma, alguma das sementinhas que você ainda é capaz de produzir. Tendo esse cuidado isso será garantia de que sua linhagem  não se extinguirá. Daqui a algumas centenas de anos, quando a escassez for maior,  quem sabe uma princesa ou presidenta (presidenta? Deus o livre!) queira se apropriar  justamente do seu esperma. E seu filho será feliz por você.

 

 

  1. Use-o com eficácia. Saiba muito bem para onde seu precioso (agora) esperma está indo. Espermas depositados em locais para onde não deveriam ter ido sempre foram uma dor de cabeça ao longo dos anos, quanto mais agora!  Tenha especial cuidado com o trânsito a ser percorrido por aquele ‘um entre um milhão’ que vai virar um ser vivo. Se suspeitar de trânsito congestionado por excesso de uso ou de procura, resguarde-o para o futuro. Alguém precisará dele.

José Ewerton Neto é autor

de O ABC bem humorado de São Luis

 

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As coisas belas da juventude

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

A liberdade é a maior de todas as ilusões, dizia Herman Hesse. O narrador de um meus contos finaliza sua narrativa dizendo  que a juventude é a maior de todas as liberdades. Admitindo que ambos estejam certos, a juventude seria a maior de todas as ilusões.

E, por ser justamente a juventude a  expressão mais comovente dessa necessária ilusão da liberdade, confesso que sempre me incomodei  com a literatice imposta aos jovens , nas escolas, através dos livros que lhes são intimados a ler.  Acontece que, a meu ver, a propagação do hábito da leitura não se promove através da obrigação, mas pelo prazer.

Considerando que cabe ao mestre orientar seus alunos no rumo da melhor escolha,  o ideal seria  que se concedessem alternativas aos clássicos que estes considerarem chatos (e isso acontece até para quem  tem “estrada” intelectual). Vejo como opções mesmo  os best-sellers (por que não?) quando são capazes de condensar o propósito maior da literatura que é de oferecer prazer e reflexão através de uma boa escrita.

Como apreciador do bildungsroman ( romance de formação) vez por outra saio à cata, nos sebos, de alguma ‘pérola’. Se não é possível,  a qualquer hora, descobrir um O Apanhador no Campo de Centeio, consigo encontrar, porém,  gratas surpresas:

 

 

1.Gosto de você assim. Romance de Francesco Gungui,  autor italiano, tornou-se best-seller internacional. Para  introdução ao seu conteúdo bastam algumas falas de  sua personagem central, Alice: “As conversas de sempre, as palavras de sempre. O seu futuro antes de tudo, você tem que fazer, você tem que entender…Mas por quê? Por que tenho que encontrar um futuro ? Por que tenho que ler livros de que eu não gosto?” .

Este resumo das inquietações e perplexidades de uma jovem reprovada na escola dizem mais do que qualquer crítica literária, inclusive tangenciando o assunto do início desta crônica. Uma leitura insinuante que traz uma curiosidade: um poema da escritora gaúcha  Martha Medeiros, introduzido  por um dos personagens.

 

 

 

2.Simon vs. A agenda homo sapiens. Romance cujo título  pouco convencional desperta a atenção para uma jornada que faz jus ao título. A troca de e.mails entre dois jovens que se desconhecem substitui a tradição literária dos romances epistolares para uma linguagem adaptada às novas gerações, explorando uma linguagem idem, inserida numa simbologia que traduz as ansiedades típicas de uma geração.

Dessa forma a autora contorna a densidade de um tema tradicionalmente opressivo como a homossexualidade para inseri-lo no contexto da naturalidade e ironia com que os jovens o observam.  Por assim dizer a autora higieniza o tema, mas não o desqualifica ou o sublima mantendo o fio condutor da trama em torno do mistério trazido pela identificação dos personagens envolvidos.

 

 

  1. O Limão. Romance que talvez seja o mais literariamente valioso dos três. Deparando-me, agora, com a exiguidade deste  espaço,  direi, resumindo,  que o encontrei no sebo do Poeme- se e que minha curiosidade foi despertada, também, quando vi o nome do tradutor, o político e jornalista Carlos Lacerda. Resgatado pelo escritor Paul Bowles de um contador de histórias árabe, o texto já  instigante pelo ambiente exótico e bizarro, torna-se sobremaneira envolvente quando os diálogos reproduzem, no mesmo diapasão,  igual atmosfera mágica.

José Ewerton Neto é autor de O oficio de matar suicidas

 

 

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FALTOU TORNOZELEIRA!

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Um dos assuntos mais comentados pela imprensa na semana passada foi a falta de tornozeleiras. Não de tornozeleira para moças, nas lojas de artigos femininos, mas de tornozeleiras eletrônicas para criminosos. E não a de tornozeleiras para bandidos comuns, mas para os da Lava-Jato.

Bons tempos esses? Não seriam piores os tempos em que faltava feijão na mesa  dos brasileiros? Talvez não, talvez sim. A falta de tornozeleiras quando não falta arroz e feijão, mas escasseiam valores morais, enseja a que se pondere que, pelo menos, foi criado um novo tipo de oportunidade empresarial para o  empreendedor inventivo.

As oportunidades são muitas. Vamos a elas!

1.Tornozeleira Eletrônica, categoria VIP.

Sob qualquer ângulo, é inadmissível que faltem tornozeleiras justamente para gente capaz de comprar milhares delas, só com o troco da propina recebida. Acostumados a usufruírem do bom e do melhor imagine o constrangimento de ter que enfiar a canela numa tornozeleira vulgar, que qualquer bandido de segunda pode usar. Isso sim,  é bullyng pra ninguém botar defeito!

(A cara de bebê chorão de Geddel, por exemplo,  após ser preso,  é bem uma demonstração disso. Parece que está reclamando mais por não ter direito a uma tornozeleira adequada do que pela cadeia em si. É fácil imaginá-lo berrando ao celular. “Maiê! Fiz de tudo pra enriquecer e não me deram sequer  uma tornozeleira!”)

Essa  oportunidade única  se apresenta, agora, ao empresário arrojado que se disponha a fabricar tornozeleiras com recursos tecnológicos adicionais indispensáveis à clientela a que se destina: com alívio de posição, jogos eletrônicos ao alcance dos dedos do pés, pulsações para exercício muscular etc. etc.

2.Dispositivo Anti Gravação.

Com um desses equipamentos à disposição Michel Temer não precisaria, hoje, descer do seu pedestal para assediar deputado a deputado,  do alto ao baixo clero e, até, sub clero. Fáceis de acionar a um comando simples, tal dispositivo embutiria um tipo de ressonância que tornaria inaudível qualquer gravação inconveniente. Prático e moderno,  tal equipamento tenderia a ser um sucesso no ambiente de empresários e políticos corruptos  onde passaria  a ser chamado também, com muita propriedade,  de Confunde-Delator.

3.Malas Camufláveis.

A descoberta pela lava-jato de malas de dinheiro associadas a autoridades fornece a impressão desmoralizante de roubo muito primário. A fabricação de  malas camufláveis evitaria que essa gente passasse por essa constrangedora vergonha. Inovações advindas dos avanços tecnológicos já permitem a fabricação dessas malas, a salvo de qualquer detecção eletrônica.

Claro, seu custo não seria accessível a ladrões de galinha, mas estamos falando de gente que transporta nessas malas dinheiro capaz de comprar centenas de malas camufláveis. Sem contar que a clientela não seria feita apenas de criminosos já constituídos, mas dos futuros,  em potencial. Atualmente, os fabricantes rezam para que o foro privilegiado continue ad eternum. Sua produção em larga escala fundamenta-se na regra básica do bandido precavido: “Melhor prevenir que remediar”.  Com foro privilegiado e sabendo que ninguém vai preso,  jamais haverá ladrão capaz de resistir à tentação! Pelo menos, no Brasil.

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NANOTECNOLOGIA À LA BRASIL

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

 

Nanotecnologia, para quem não sabe,  é uma ciência que, em linhas gerais, se preocupa em desenvolver equipamentos minúsculos, mais especificamente, a criação de motores e máquinas em escalas microscópicas.

Daí que a descoberta do primeiro motor molecular artificial, um bilhão de vezes menor que um comum, foi anunciada anos atrás.

Ora, se já foi construído um motor assim, imagine o que não se poderia descobrir, nesse tamanho,  para resolver os gigantescos problemas que nos afligem. Quem sabe não seja por aí. Formiguinhas em vez de elefantes brancos.

1. Mini Documentação. Para que tanto papel, tanta assinatura, tanta senha? É carteira de identidade, CPF, Título de eleitor, Carteira Profissional, Certificado de Idoso, de Vivo, etc. Do jeito que a burocracia impera neste país e com tanta vontade que se tem de soltar bandido (a partir de cima),  não demora muito vão inventar uma  carteira pra  bandido. Dá pra imaginar a lei: se o dito cujo for pego em flagrante,  mas comprovar que está apenas exercendo sua profissão, com a carteira não poderá ser preso.

Ora, toda essa parafernália sumiria facilmente no dia em que a Nanotecnologia reduzir toda essa documentação a um ponto. Já pensou que maravilha? Ninguém precisará mais de documentos, bastaria mostrar um pontinho e ponto final.

2.Mini Celular. Estamos caminhando para isso. Os celulares hoje já fazem tudo o que uma pessoa faz ou precisa,  podendo-se até dizer que só não guardam o corpo da pessoa porque é desnecessário. Os celulares, embora pouca gente tenha se dado conta já são uma antecipação da Nanotecnologia, uma avant première, vamos  dizer assim. Esvaziada uma pessoa de tudo o que interessa que é seu cérebro, em meia centena de anos os corpos serão dispensáveis. Não é a toa que os celulares possuem mais de um milhão de funções que ninguém sabe para que  servem,  e, quando você tenta descobrir justamente aquela que você precisa, nunca acha. Ou  seja,  o ser humano, tornou-se um micro cérebro vagando na imensidão de neurônios da caixinha.

3.Mini Presidente.

 

Esse seria o presidente ideal para o Brasil, tão minúsculo que, por não enxerga-lo,  possamos nos esquecer dele. Então poderíamos seguir nossa vida normalmente, sem malas roubadas, lava jato, reformas previdenciárias etc. Nunca teríamos medo de que surgisse um presidente pior do que o caos, como já está se anunciando  Lula. A solução, através da Nanotecnologia,  viria em forma de um bonequinho microscópico, só para fazer de conta.

Uma vantagem seria óbvia. Esse jamais receberia aqueles a quem chama de bandidos, altas horas da noite, no aconchego de seu próprio lar.

Jose Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

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FÊMEA MAIS ISSO OU AQUILO

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

 

De algum tempo para cá a invenção de nomes para isso ou aquilo passou a interessar mais do que isso ou aquilo.

Para falarmos apenas no que se refere à mulher, o nome  fêmea parece ter sido reabilitado para dourar algumas questões para as quais não se encontra solução. Mais ou menos como as leis,  que por aqui são recriadas sob o suposto de que basta mudar as palavras para resolver o fato de que ninguém as cumpre.

Assim, se tornou comum a expressão  FEMINICÍDIO  para referir-se a assassinato de mulheres, quando já  havia para isso a palavra homicídio que significa a mesma coisa. Quando se procura a definição do termo para não  incorrer em falha, os dicionários se enrolam para explicar, como, por exemplo, o Wikipédia “ Feminicídio é um termo de crime de ódio, amplamente definido como o assassinato das mulheres, mas as definições variam…”

Haja  indefinição, o que insinua que a o termo se disseminou  para dar maior relevância a qualquer ato de violência praticado contra as mulheres; como se isso fosse capaz de impedir um boçal de praticar monstruosidades.

Dito isso, acrescento  que fui motivado a escrever esta crônica  , depois que me deparei numa revista semanal com a palavra  FEMINEJO. Femi o quê???? É isso mesmo,  FEMINEJO, referindo se à atual onda de mulheres que se dedicam a cantar música sertaneja. Fêmea + Sertanejo, já pensou?  Se a música sertaneja já era ruim de dar dó apenas com os Machonejos (essa eu inventei agora), imagine com esse acréscimo!

Não custa imaginar o que vem por aí:

1Femininteira. Mulher Maria Chuteira. Mistura de fêmea com Maria chuteira. Ex. Da  top Bruna Marquezine até a infeliz Elisa Samúdio.

2Femininterrupta. Mulher Corrupta. Mistura de fêmea com corrupta. Como Adriana , mulher Sérgio Cabral ou Cláudia Cruz, de Eduardo Cunha . O ininterrupta soa muito apropriado porque se há uma coisa que nem cadeia consegue interromper é corrupção.

3.Femeira. Mulher Chifreira. Mistura de fêmea com chifreira. As grandes festas, como o São João  estão infestadas delas mas, por uma incrível estatística, a quantidade de chifrudos  é muito maior. Talvez porque alguns chifres valem para dois.

 

 

5.Peruina. Mulher Perua. Mistura de perua com Feminina. As colunas sociais estão repletas delas,  e suas fotos no Instagram, de tão concorridas,  parecem mais um quintal.

  1. Femijateira. Mulher corrupta envolvida com o lava jato. Mistura de fêmea com lava jato. Esse termo precisa ser introduzido logo já que a Lava Jato vai durar mais de dez anos e hão de  aparecer pra mais de cinquenta.  Cabeças ou milhões, tanto faz.

ETC. Etc.

Jose Ewerton Neto é autor de O Entrevistador de lendas

 

 

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AS ARANHAS E O CACURIÁ

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E AS ARANHAS CHEGARAM AO CACURIÁ

 

Tem causado grande repercussão a infestação de aranhas na Lagoa da Jansen, causando a apreensão por parte da população a ponto de os bombeiros estarem prestes a entrar em ação motivados pelos reclames da sociedade ( embora os cientistas garantam que são inofensivas)

 

 

Simultaneamente aconteceu o episódio do Cacuriá de Candinho com cenas ousadas de sexo em meio à dança, logo difundidas via watts app.

 

 

 

TERIA UMA COISA A VER COM OUTRA?

 

Comentário de Juca Polincó:

 

 

 

 

Ao que eu saiba aparentemente não, mas ouçam o que foi dito por uma veterana do Cacuriá tradicional quando soube do ocorrido:

-Tão dizendo que as aranhas estão à solta mesmo, atravessaram a ilha  e chegaram até o Cohatrac.

 

– Até o Cohatrac?

– Sim, onde as meninas dançavam.

– Não acredito.  Deu aranha no cacuriá?

– E como! E surgiram no meio da dança. Só acho que ao invés de chamar bombeiro para conter a “festa” das aranhas na Lagoa da Jansen, deveriam ter que chamar é muito home pra apagar o fogo das aranhas dessas muié!

 

 

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

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O NADA RESOLVE TUDO

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

Quem diria, acabaram descobrindo o nada como  solução . Na verdade, todos já sabiam mais ou menos disso, o problema  é a espera… As invenções deste século  para antecipar esse tal de nada, tampouco se revelaram sedutoras ou atrativas. Chegar ao nada via uma bala perdida ou uma “baleia azul”, tá na cara que não convence: é melhor sair de fininho.

Pois não é que esse bem danado que só o nada pode trazer  está sendo redescoberto, objetivado e compartilhado em grupo? . “Nada como o nada!”, é o postulado fundamental do Nadismo. Em São Paulo, por exemplo, em um clube  que segue fielmente esses princípios, as pessoas dedicam-se o tempo todo a…não fazer nada. O que está longe de ser uma tarefa fácil, segundo o seu fundador , um    tal de Marcelo Bohrer. “Fazer nada é essencial para a qualidade de vida e isso é difícil porque as pessoas se sentem culpadas por acharem que estão desperdiçando  tempo”.

Oscar Wilde, o grande escritor inglês já antecipava isso, quando dizia que o trabalho é para quem não consegue encontrar coisa melhor para fazer.  De qualquer forma, parecem existir nadas e nadas e o nada parece com tudo, menos com o nada que ele foi um dia (como já dizia o rock de Lulu).

Justamente por saber disso o Nadismo impõe algumas regras, entre as quais a de que o nada não pode ser tratado como se fosse nada. Entre outras coisas  é essencial: esquecer os compromissos e curtir o momento; não se preocupar com o certo ou o errado; privilegiar o silêncio e a imobilidade e não pensar produtivamente.

(Alguém poderia pensar que isso já vem sendo praticado há muito tempo pela maioria dos nossos governantes, obviamente sem qualquer resultado prático a não ser a de encherem suas malas de dinheiro!)

Para não confundir nadas com nadas eis alguns postulados essenciais para desfrutar das maravilhas desse  nada obsessivamente destinado a você, sem que se dê conta disso.

1.Escolha o nada simplesmente. Nada pode ser tão puro e tão simples, mesmo que ‘tudo’ atrapalhe.

3.Ao contrário de tudo no Brasil o nada é incorruptível . Quando os corruptos falam mal dele e dizem que fizeram nada podem acreditar que esse é um falso nada.

  1. O nada é mais forte que a morte. Se um dia morrer, pode ter certeza de que sobreviverá.

4.Assim como a picada de cobra tem como  único remédio o veneno da própria cobra, para combater o vazio nada existe de melhor que o nada.

5 O nada é o único companheiro fiel que existe. E o único que não o abandona, mesmo depois de morto.

Por fim, não aceite imitações. Seu nada particular é seu e será só seu. Não o compartilhe com ninguém. Do jeito que as coisas estão poderão tomá-lo. E cobrar imposto de renda.

José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas

 

 

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A HORA E A VEZ DA MALA

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

 

Quando as empresas de aviação brasileiras anunciaram que os viajantes teriam, doravante, que pagar dobrado pelo transporte de suas malas, não me surpreendi, já que, neste  país, parece ser sina de todo cidadão pagar caro pelas malas. As suas e as dos outros.

É o que nos conta a  Lava-Jato, e a coisa se passa como se houvesse dois mundos. No primeiro, o deles, cada um tem o direito a ter além de mala o seu “homem da mala”, como aconteceu, segundo a imprensa,  com o nosso presidente e com Aécio Neves, ex-governador de Minas. Um tanto diferente do nosso “mundinho”, no qual, desprovidos de malas e de ilusões,  só nos cabe esperar, pelo menos,   que se faça justiça e que se descubra o que há por trás das malas ( dentro não mais, porque já se sabe).

Mas, eis que sempre aparece um mala  (Gilmar Mendes) para decidir a questão e este há de,  estranhamente, bradar não contra quem botou o dinheiro na mala ou a carregou , mas contra quem viu a mala,  e o brasileiro aprende rapidamente mais uma no país das malas. Por aqui  o famoso provérbio  funciona um pouco diferente. Ao invés de “melhor um pássaro na mão…etc. é  melhor ‘um mala’ na mão, que  duas malas voando ”

Nunca é tarde para aprender sobre os diversos tipos de malas que por aqui proliferam:

1.Mala Popular. Mala tradicional, simplesmente mala. Mala que serve para carregar os panos de b…e mais algumas moedinhas. Esse tipo de mala não serve para a gente do mundo citado acima. Neste, a serventia principal é para carregar propina.

2.Mala de Caixa 2. Ninguém sabe exatamente como é (Distraídos à vista dela, todos estão  mais preocupados em conferir a grana ). Lembra   remotamente uma caixa apenas no formato e esse número 2 parece um humilde intruso no meio de MILHÕES.

3.Malas com rodinhas. Na versão moderna, são as malas que podem ser protegidas por uma rodinha de amigos, superpoderosos a ponto de  não deixar cair a mala.

4.Mala sem alça. É o modelo mais frequente e o mais detestável. Proliferam neste país com uma velocidade assustadora, mas têm especial predileção para se concentrar nos canais de televisão que você assiste, quando o botão dá uma vacilada (e você também)  Ex. Tite, Galvão Bueno, Faustão , Luan Santana etc.

5.Mala-cueca. Ou malacueco,  que significa espertalhão, tanto faz. Fez muito sucesso tempos atrás,  no início da generalização do hábito propineiro.  Lembram? Então era um assessor de José Genoíno que foi descoberto com propina na cueca. O dinheiro deve ter ido para o paraíso fiscal, mas que fim levou a cueca e seu  dono?

7.Mala-faia. Aguardente fraca. Não confundir com outro tipo de Mala-faia (Silas, o pastor) que fala asneiras como se vivesse tomando goles de  aguardente pra lá de forte.

6.Mala-Barismo. Esse é o único tipo de mala accessível aos dons do povo, que tem de se equilibrar carregando tanto mala (com a mala cheia). Infelizmente, a julgar pelo encaminhamento que está sendo dado aos acusadores dos corruptos o  povão estará condenado ainda durante muito tempo  a fazer mala-barismo com  única arte que aprendeu: “Fazer miséria para escapar da miséria”.

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

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