2 NOVAS FOBIAS

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

 

1.CEMITERIOFOBIA

Semana passada, dia de Finados, conversava com um amigo, dizendo-lhe que já havia ido, na véspera, prestar minha reverência aos meus antepassados para evitar as aglomerações quando ele retrucou: “Não gosto de  cemitério. Sempre detestei , desde criança”.

Refleti então que esse seu expediente, muito cômodo, é usado por muita gente, nessas e outras ocasiões, para se eximir de enfrentar realidades dolorosas e outras obrigações de solidariedade e respeito humano, ou até mesmo, para, simplesmente, se livrar do trânsito e das aporrinhações de locomoção. (Afinal de contas, é muito mais prazeroso ir à praia ou ficar assistindo as sensaborias da tevê.) Resolvi contemporizar: “Compreendo você, também não morro de amores por cemitérios, mas ninguém gosta de hospital, mas acaba indo por lá, não é mesmo?”

Ele, não se dando por achado, continuou vociferando sua declaração de ódio ao ambiente fúnebre: “Não vou a velório nem em missa de sétimo dia, detesto tudo que cheira morte”. Quase insinuei que, sendo assim, ele deveria também não gostar de churrasco, pois a carne é proveniente da  morte de um boi, mas preferi  ir direto à mais recente descoberta que se apresentava no reino das alergias: a Cemiteriofobia.

-Rapaz,  acho que você tem alergia a cemitério, confere?

– Sem dúvida, acho que sim.

– Aceita um conselho já que você tem mais de 60 anos?

– Vá lá.

– Se você não se livrar dessa sua obsessão raivosa corre o risco de morrer duas vezes. A primeira, por causa do que vai leva-lo pra lá, a segunda, por causa dessa sua alergia. Afinal de contas, terá que aguentar o cemitério por toda a eternidade.

2.Outra fobia que ainda não foi catalogada como tal   é a alergia à música sertaneja. Seria SERTANEJOFOBIA? Não tenho certeza, mas o leitor já deve ter entendido que se trata. Essa mesma, que infesta os canais de televisão com a pobreza de suas melodias e letras, cuja ruindade é tão pesada que não  dá para um só carregar, daí que proliferam as duplas.

Acabei manifestando meu pavor a isso num consultório médico, quando o médico, extenuado depois de um árduo trabalho de pesquisa, me inquiriu,  tentando desesperadamente encontrar a causa de um começo de depressão.

– Você está é com alergia, rapaz!

– Como?

– Alergia à música sertaneja. Você tem SERTANEJOFOBIA. É de difícil solução no Brasil.

– Tem certeza, doutor? Como identificou?

– Eu também sinto isso. Infelizmente.

– E tem solução? Que podemos fazer?

– Bem, você não pode sair por aí exterminando essas duplas todas, empunhando armas, mesmo agora com o aval do Bolsonaro. Portanto…

– Pode concluir!

– Só se suicidando! A não ser que você queira ir embora deste país.

Lembrei nesse instante de uma frase muito sábia de Gramsci que dizia que qualquer sujeito racional é pessimista por inteligência e otimista por necessidade. Acostumei-me, portanto, a pensar positivamente Já pensou se além de SERTANEJOFOBIA eu tivesse também CEMITERIOFOBIA?

 

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis, com segunda edição revista e ampliada , até o final do Mês de Novembro

 

 

 

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A diferença entre o A-HA e o WOW

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Mesmo que você conheça bem o inglês, está ficando difícil entender orientações ou opiniões em textos, palestras, cursos, emails e reuniões sobre algumas áreas de negócio.

Nada como traduzir algumas dessas expressões adaptando-as para a prestação de serviços mais antiga que se conhece: o das fornecedoras de sexo que, antigamente, diziam ter vida fácil não se sabe até hoje porquê.

 

 

A-ha moment

1,Momento em que o usuário consegue entender qual benefício ele recebe com aquela compra, quando ele recebe e como.

No nosso caso, é aquele momento em que a vendedora grita para seu cliente o seu Ai-moment. (Traduzido ao pé  da letra, é o momento do ahhhiiiiiiii!!!!)  Não importa  se o cliente estiver sendo iludido pela prestadora de serviço o que importa é o êxtase do Ai-Moment.

Wow moment

2.Após o “a-ha moment”, o “wow moment” é aquele primeiro instante em que o cliente tem sucesso utilizando o produto/serviço. Ele vê que o que ele comprou realmente funciona e o problema que ele tem está começando a ser resolvido.

Se o cliente apresentava sérios problemas de apatia e desânimo, o wow moment é aquele primeiro instante de sucesso quando o cliente  começa a superar seus medos, seus estresses, etc. Ao sair do quarto sabendo que vai retornar, isso significa que o produto funcionou mesmo.

 

Customer onboarding

3.Também conhecido como “onboarding” do cliente, pode ser definido como o processo de acompanhamento dos primeiros passos do novo cliente, quando ele começa a usar o que você vendeu para ele. O “onboarding” consiste em ajudar o seu cliente a usar seu produto/serviço, retirando dificuldades técnicas, por exemplo.

O uso frequente do produto,  dá direito ao Costumer onboarding da vendedora. Existem profissionais que, sem recorrer  a viagra e similares, fornecem a solução apenas com o seu jeitinho brasileiro. Bote costomer unboarding nisso!

 

        Startup

4.Muitos autores  dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup.  Outros defendem que uma  startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue gerar lucros cada vez maiores.

No nosso exemplo, as start-ups ( garotas mais novas) são as mais procuradas O lucro é relativo, embora, nem sempre,  os custos de manutenção sejam baixos. Os especialistas recomendam nunca ficar viciado em start ups

Overinvest

5.Também chamado de “sobre investir”, ou investir mais do que o normal, temporariamente,  para um objetivo mensurável.

Esse tipo de over investiment costuma sair muito caro. Por exemplo, se você começa a exibi-la para os amigos em reuniões sociais etc.  Não são raros os casos em que o cliente acaba levando-a para casa. Neste caso, o objetivo acaba ficando imensurável e o cliente  pode falir.

 

ROI  

Return on Investment = Retorno sobre Investimento

6.É um cálculo que demonstra a taxa de lucro obtido em determinado investimento. Ele é importante para medir se determinado processo está dando retorno e por isso, se está sendo vantajoso.

Cuidado com a matemática porque os números, neste caso, são imprecisos. O problema é que enquanto você está usando a mulher/produto em plena fase do ROI pode haver outro cliente que possa estar usando o mesmo produto/mulher , ainda na fase do A-Há.

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis e O Entrrevitador de Lendas

https://www.youtube.com/watch?v=zOVJJTMUHWI

 

 

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FAKE NEWS! MAIS FAKE NEWS!

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A palavra do ano é fake-news . Não se ouve outra coisa  desde que começou a disputa eleitoral.  Esta semana foi a vez do candidato do PT tentar impugnar  a candidatura do seu adversário, acusando-o de propagar fake-news. Como se todo político, por definição, não fosse um praticante de mentiras para se eleger e o tal do fake-news ao invés de coisa nova na praça não  fosse o mesmo que trapaça, mentira e…no mais popular: fofoca.

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO FAKE-NEWS 

 

1.Segundo a Bíblia,  a trajetória  humana começou em meio a uma fofoca. Uma ardilosa cascavel (mesmo sendo bicho era uma fofoqueira de primeira) um belo dia ofereceu uma maçã a Eva.  A  troco de quê? O Santo Livro não explica. Talvez de olho em Adão, que andava nu para todo lado exibindo suas grandes e pequenas vergonhas. Por causa disso Deus os expulsou do paraíso. Graças a Deus!, vibraram   os três porque agora podiam fofocar à vontade.

E antes do homem, a fofoca teria existido?

Provavelmente sim, em algum outro planeta de alguma distante galáxia. Horas depois do big-bang,  a milhões de anos-luz daqui, os religiosos e os cientistas extraterrestres já competiam entre si para vencer a disputa do mais  fofoqueiro. Os cientistas  acusando a religião de terem livros sagrados fundamentados em fake-news. Os religiosos acusando o big-bang de ter sido o primeiro fake-news científico.  “Uma explosão sim, mas de fake-news”.

2.A partir daí a fofoca dominou as ações humanas e traçou o destino e a evolução da humanidade.  É incontestável que foi por interesse em fofocar que os homens se distinguiram dos macacos, a ponto de inventarem a linguagem. Ora o que é a linguagem mais do que a mais perfeita criação que alguém poderia inventar para ter acesso à fofoca generalizada?

Não cabe aqui dimensionar a importância da fofoca para o estabelecimento da civilização humana. Da luxuriosa Cleópatra enrolada num tapete, à traição de Brutus; das fofocas que levaram ao fogo mulheres denunciadas como bruxas, às fofocas dos europeus para seduzir  e exterminar os indígenas; das fofocas das revistas de TV às do what’s app a Terra toda  é uma fofoca em contínuo aperfeiçoamento e  sem isso o homem não viveria.

Até chegar aos tempos atuais, quando fofoca virou fake-news e surgiram as  4 leis fundamentais da mesma :

1.  Todo ser humano nasce na fofoca .

O  fake-news começa durante a  gestação. Surge na fofoca que a própria mãe faz para si mesma: “Este vai ser bonito e rico pra compensar a mãe que nunca prestou pra nada”.

2) Cresce na fofoca.

Depois que nasce dizem:  “É a cara do pai!”,  para sua desgraça.  Não só pelo pai ser horroroso, como por estarem confundindo seu verdadeiro pai  com esse daí.

3) Acaba na fofoca.

No último estágio da vida essa sina atinge as raias da perfeição (Morreu de quê? Onde vai ser a missa? Que cemitério?). De todos os fake- news esse é o mais implacável porque desta vez o sujeito nem poderá retrucar que estão inventando.

4)Continua  pós-morte

Os exemplos circulam por aí. De Lampião e Zumbi que depois de mortos viraram gays a Hitler e Nietzche que depois descobriram que eram broxas, os fake-news não poupam nem os mortos!

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

 

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A GIROTECA E O PARAÍSO DE BORGES

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As escolas públicas maranhenses, todos sabem, estão longe de ser consideradas “um paraíso” por aqueles que as frequentam. As dificuldades estruturais porque passam são endêmicas e oriundas das dificuldades atávicas de um país cujos administradores nunca tiveram como prioridade a formação cultural e intelectual do seu povo.

Vez por outra, porém, a partir da inventividade e da abnegação de alguns, esse paraíso se aproxima dos alunos, se não no todo, pelo menos no que tange ao imaginário das emoções alojadas no cérebro dos jovens, quando uma parcela desses executivos se empenha em disponibilizar bons livros para os estudantes. Não foi à toa que o grande escritor argentino Jorge Luís Borges concebeu o paraíso como  uma espécie de biblioteca.

E é aí que entra a GIROTECA, um projeto de bibliotecas móveis do qual muito mais gente precisa tomar conhecimento. Estava eu, meses atrás, em visita à Livraria Vozes quando deparei com certo aparelhamento pouco peculiar, porém muito sedutor na sua disposição de estantes agregadas. O amigo e livreiro Milton logo me inteirou da maravilha: tratava-se de um conjunto de módulos, em formato de pequenas estantes , móveis,  anunciando o melhor de suas possibilidades: a adequação a diferentes ambientes e espaços reduzidos, facilitando o acesso de estudantes e professores a livros , independente do ambiente de sua instalação, geralmente espaços inapropriados. Neste caso, o custo de implantação reduz-se enormemente. A facilidade de locomoção e transferência é outro ganho.

Coincidentemente, logo após, chegaram á Livraria representantes da Secretaria de Educação do  Município que, já as tinham avaliado e chegado à conclusão de sua enorme valia para as Escolas de São Luís, dada sua evidente praticidade. Enfim, uma biblioteca capaz de chegar facilmente aos alunos, um prato cheio para o atingimento da lei 12244 de 2010 que determina a universalização das bibliotecas em  todas Escolas do Brasil até 2019.

A imprensa bem que noticiou a aquisição, por parte da Prefeitura,  e sua inauguração em escolas, porém, , com menos destaque do que merecia considerando o tirocínio da criação por parte de um empreendedor maranhense e o leque de possibilidades que propicia.

Estamos falando de uma economia aproximada de 80 % nos gastos totais. Estamos falando de uma biblioteca que, mesmo móvel é capaz de disponibilizar 4 computadores, três notebooks e uma tevê, com mapoteca e cinco módulos sobre diferentes produtos literários. Finalmente, estamos falando de uma biblioteca que, concebida por um maranhense, Kléber de Castro, privilegia o autor maranhense em um desses módulos, (como condição contratual firmada entre as partes envolvidas) aproximando o jovem estudante do artista local e de sua produção literária e permitindo que este conheça melhor os mantenedores e os fundadores de uma de nossas mais caras tradições que é o título de  Atenas Brasileira.

É de se esperar que novas bibliotecas sejam adquiridas permitindo que os nossos jovens possam se achegar, como disse o escritor portenho,  um pouco mais para perto do paraíso.

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José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas

 

 

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CRIANÇAS DE ONTEM E DE HOJE

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Uma criança dos tempos antigos era, sobretudo, uma criança, coisa nem tão comum hoje em dia. Procedia de forma natural e pueril  até a adolescência quando só depois virava adulto. Seus heróis eram seu pai, o Super-Homem, Tarzan, Batman etc..  Se menina suas heroínas eram Cinderela, Branca de Neve, Rapunzel etc. As brincadeiras prediletas para homens eram jogar bola, empinar papagaio ou jogar botão,  e boneca, para meninas.

 

 

 

Embora pequenos e frágeis  gozavam de  boa saúde e dispensavam médicos. Se  ficavam doentes o remédio era um só: carinho de mãe e chá. Choravam e  berravam, mas o motivo  (fácil de descobrir sem precisar uma junta médica, como hoje),  quando não era fome era aporrinhação mesmo. Um cascudo resolvia. Nessa época não carecia  uma psicóloga toda vez que a criança começava a espernear para chamar a atenção. Igualmente, a criança podia até ser calma e comportada, sem que, por isso, fosse considerada retardada pelos pais.

Em nossos tempos todas são precoces, por determinação expressa do pai e firma reconhecida da mãe, entendendo-se como precoce qualquer imitação de adulto, desde rebolar fazendo strip-tease em aniversário  de criança imitando Anitta, a  até xingar o pai de veado em jogo de futebol de dente de leite (no qual ele se mete sem ser convidado). Os meninos de hoje não conhecem os heróis infantis do passado. Seus heróis são: Felipe Neto, Luan Santana e Pablo Vittar. O pai também, mas   somente  quando solta a grana pra comprar o mais recente smart phone.

Crianças de ontem não conheciam a palavra bullyng. Quando os colegas os aporrinhavam reagiam no  tapa ( quando podiam) ou se recolhiam. Isolados, estudavam música, liam  ou faziam poemas e   a chateação sumia,  transformada em coisa útil. . Crianças de hoje, pelo contrário. Quando aporrinhados pegam um revólver (de verdade) e saem dando tiro pra todo lado. Depois se justificam para os pais dizendo que sofreram bullyng. Isso se  eles tiverem sobrevivido aos tiros .

Os professores de ontem deduravam as rebeldias das crianças para seus pais. Hoje, as crianças deduram os professores para seus pais. Crianças antigas ganhavam livros, álbuns de fotografia  e agendas como presentes, as de hoje ganham, como presente, que os pais os permitam rasgarem os livros . Crianças de ontem,  do sexo masculino,  liam Playboy às escondidas do pai. Crianças de hoje (de ambos os sexos) assistem vídeos pornôs nos celulares dos pais, tendo-os como personagens.

Crianças de antigamente sonhavam em ganhar um carro de brinquedo no dia de Papai Noel, crianças de hoje sonham em sair dirigindo o carro do pai amanhã mesmo. Crianças de ontem queriam ser presidentes, generais e escritores quando crescessem. Crianças de hoje querem ser  modelos, you tubers, jogadores de futebol ou ex- BBb”s .

Tanta evolução faz com que a infância e a adolescência hoje praticamente  inexista tornando cada vez mais verdadeira a frase:

“Não existem mais adolescentes. Atualmente os meninos passam, sem intervalo, de crianças precoces para adultos retardados”.

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José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas

 

 

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SURGE O PRESIDENTE IDEAL

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Debates acirrados,  crimes e candidatos tensos nos hospitais e na cadeia. Isso porque paira uma grande indecisão sobre qual o presidente ideal para o Brasil. Esta crônica lembra que esse candidato ideal já surgiu: o presidente em BRANCO.

 

 

 

1.Não fala.

Se não fala já tem meio caminho andado para fazer um grande governo. Alguém consegue avaliar o prejuízo causado pelas asneiras ditas pela ex-presidente Dilma Roussef?  Um montante  incalculável, se considerarmos o postulado  zero do Manual do Bom Presidente que diz: “Mede-se um bom presidente mais pelas idiotices que não diz,  do que pelas que diz”. Um presidente mudo vale ouro.

2.Não leva facada.

Levando-se em conta que, no Brasil, um  candidato deve estar de prontidão para levar facada,  o presidente em branco surge com uma grande vantagem: é imune a esse tipo de agressão.

Tampouco vai para a UTI, ou se recupera em Hospital, poupando  gastos com tratamento hospitalar etc! Economia é com ele mesmo!

3.Não entra em  debates.

Um Presidente em Branco não participa de debates porque não tem ideias, programa de governo e, muito menos promessas. Pra quê,  se sua proposta é nenhuma, seu programa é zero e sua ideia é Nada?  Acreditem: com esse discurso de empolgante sinceridade apresenta melhores ideias do que todos. Porque é honesto consigo mesmo e com a população.

4.Dispara nas pesquisas.

Essa é uma vantagem e tanto. Poupa discussão e dinheirama desperdiçada. O fato de sair na frente porque a maioria deseja votar em branco será um banho de águia fria nos adversários. Isso agrega outra vantagem: o Presidente em Branco dispensa  doação de campanha.

5.É transparente.

Sendo um presidente em branco, portanto  vazio, mais transparência é impossível. Ninguém jamais poderá acusa-lo de desonestidade, ou de receber ladrões na calada da noite em sua residência. Muito menos malas de dinheiro, com a desculpa de fundo de campanha.

6.Impossível clonar.

Ninguém poderá imitá-lo. Isso impossibilitará, por exemplo, que queira ser presidente alguém que se apresenta como boi de piranha de outro (como dizem que seja o caso de Hadad em relação a Lula).

Tecnicamente,  o único candidato capaz de cloná-lo seria o Presidente em Claro. Mas esse  é como se fosse seu irmão-gêmeo.

Conclusão. Seu único inconveniente é que os politicamente corretos queiram acusa-lo de racista,  apenas por ser um Presidente em Branco. Até nisso ele é superior. O presidente em Branco não é Branco, apenas está Branco, da mesma forma que não “será presidente”, apenas “estará presidente”. Portanto, não vai querer se reeleger,  e essa será mais uma de suas mil e uma vantagens.

 

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

 

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DICIONÁRIO PRÁTICO DAS ELEIÇÕES

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1.F de FACADA.

Tem coisas que só acontecem no Brasil. Em pleno século XXI,  só no Brasil ainda se tentam matar potenciais presidentes na base da faca.

Mas a bizarria não fica só nisso. Mais absurdo que o primarismo da facada em si, é o fato de ainda não haver sido descoberta pela  Polícia, um mês depois,  a real motivação  do sujeito. E olha que estamos falando de um eventual presidente. Já pensou se fosse um de nós, caro leitor, quando descobririam?

Tudo leva a crer que se esqueceram do mais elementar que é perguntar para  o agressor , porque esse papo de ‘loucura’ , levantado por advogados, mais parece conversa pra boi dormir.

Isso me fez  lembrar quando eu trabalhava em uma Siderúrgica nos anos 80. Havia uma médica responsável por avaliar o laudo médico de funcionários relapsos que se ausentavam do trabalho com a desculpa de distúrbios psíquicos. Alguns eram reincidentes. Ela dizia: “Depois que os avalio como sãos,   louco para mim só se rasgar dinheiro ou comer bosta”.

 

2.OS PILARES DE CIRO .

O currículo do candidato Ciro Gomes, cheio de contradições e atitudes intempestivas nos leva a concluir que sua maior realização foi ter namorado Patrícia Pilar, na época mais moça e mais bonita. Claro que isso não o credencia para a presidência,  mas já é alguma coisa de onde não se esperava nada. Inclusive, nesse requisito ele dá de dez em seu adversário Bolsonaro, já que, segundo propaga Rita Lee,  este deu em cima dela e nada conseguiu. Talvez porque, nessa época, o charme de Jair se limitasse ao Bolso Naro e não ao Bolso Cheio.

O xis da questão é: por que o romance não continuou? Se ele se deu ao luxo de perder seu Pilar , que desperdício não poderá fazer com o Brasil?

 

Um site de fofoqueiros da internet insinua que não foi Ciro que deixou Patrícia, mas o vice-versa. O fofoqueiro complementa insinuando: “Dizem que Ciro era tão ‘bom’ de cama que Patrícia, esquerdista de fé, para se virar, fantasiava  até com Fidel Castro!” Dá-lhe barbudão!

  1. G de Geraldo.

Segundo Zé Simão, Geraldo Alckmin não arreda do seu degrau na parte de baixo da pesquisa porque sua presença tem o mesmo apelo e sedução de um picolé de chuchu: insípido, inodoro e intragável.

Será por causa do enorme nariz (o povo se sente invadido em seu odor íntimo) ou por causa do nome difícil de pronunciar? No passado, a popularidade de Juscelino Kubitschek disparou depois que este passou a anunciar-se como JK.

E então tucanos, ainda há tempo, chamem o marqueteiro! Vão de Geraldão ou de GAF (Geraldo Alckmim Filho)?

Sei não, melhor Geraldão. Esse negócio de GAFE  é muito esclarecedor.

José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas

 

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VAI UM MIOJO AÍ?

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A VERDADEIRA HISTÓRIA DO MIOJO

Suspeito que haja leitores que diante do título desta crônica estejam torcendo o nariz.  Ouso desconfiar de que não estejam sendo sinceros. Torcem o nariz para o Miojo, de fato, mas não torcem a boca. Isso porque o MIOJO é mais consumido no Brasil que o arroz com feijão e, no mundo, são devorados mais de 3 mil pacotes e copos de macarrão instantâneo,  a cada segundo.

Há lances épicos na sua trajetória. Vamos a ela.

1.Pode-se dizer que o pai do Miojo foi a Segunda Guerra Mundial e sua mãe a Fome. A ideia de gera-lo em blocos de macarrõezinhos encaracolados nasceu num Japão em ruínas com 3 milhões de mortos, economia destroçada e resquícios arrasadores de bombas atômicas, gerando  fome, muita fome.

Ora, o alimento mais comum no Japão, além do arroz,  historicamente é o lámen – um macarrão fresco servido na forma de ensopado. Com a economia em baixa no pós-guerra o Ministério da Saúde tentou substituir esse alimento pelo pão fabricado com farinha de trigo, doado pelos USA. Só que  esqueceram  de combinar com a população, que, sem outra alternativa, comia o pão ‘na marra’, pois continuava com saudade do velho macarrãozinho.

Foi então que Momofuku tirou uma ideia do Kofu (se a tradução fosse cofo não seria uma rima, mas seria uma solução).

Sua ideia foi produzir o macarrão desidratado em larga escala. Superando dificuldades financeiras Momofuku somente conseguiu desenvolver sua linha de fabricação em 1958, mas, agora, deparou com outro tipo de obstáculo: é que a primitiva ideia, então salvadora, não fazia mais sentido justamente porque a essas alturas… Ninguém mais  estava com fome.

2.Momofuku, perseverante como todo japa,  não desistiu. Se estudou a fundo matemática não se sabe, mas o certo é que chegou a uma fórmula que, se não revolucionou a ciência moderna, pelo menos, influenciou diretamente a forma da boca humana lidar com alimentos, no mundo inteiro:

Fome + Falta de Tempo = MIOJO

Um verdadeiro postulado que, trocando em miúdos, determina que o ideal para um faminto acelerado matar a fome é aquele alimento que praticamente não se come, ou, melhor ainda, aquele que se faz de conta que está comendo. Assim, unindo o útil ao desagradável o Miojo se estabeleceu como a alimentação mais adequada a um século de gente apressadinha.

3.O resto todo mundo sabe. Se a fome estava em baixa no Japão, continuou em alta em outros cantos do mundo.

Hoje, continua vitorioso mesmo diante daqueles que o acusam de ser uma bomba de sódio. (Cada saquinho contém 1,6 grama desse verdadeiro “carrasco” do coração e o máximo recomendado pela saúde é 2 gramas).

Embora isso seja verdade, ninguém pode acusar nosso herói de ser infiel às suas origens. Cada vez que alguém encara um pratinho de Miojo sabe que está lutando contra a fome, em guerra contra o sabor e arriscando sua vida contra bombas (de sódio). Ou seja, guerra, fome e bomba. Tal como foi no início.

José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas

 

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PALAVRAS QUE NOS SOCORRERIAM

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Sabe aqueles sentimentos que você não encontra palavras  capazes de traduzi-los? A culpa, neste caso,  não é de falta de conhecimento do seu idioma, mas, sim porque ainda não existe no Dicionário da Língua Portuguesa um conjunto de letras com essa finalidade específica.

No entanto, alguns desses sentimentos fazem sucesso fácil em outros linguajares, já que, por lá,  existem palavras que os traduzem. Que tal pedir  emprestado algumas delas?

1.JAYUS (Indonésia). Significa a vontade inexplicável de rir de uma piada muito, muito ruim.

No Brasil essa vontade é muito comum nas repartições e ambientes de trabalho quando é o chefe que conta a piada ruim. Só que, neste caso, uma expressão conhecida explica o jayus à brasileira: puxa-saquismo.

2.TARTLE (escocês) É o pânico que alguém sente quando vai apresentar outra pessoa e não se lembra do nome da mesma.

Essa palavra teria muita serventia para nós, brasileiros.  Numa situação  dessas, muito comum, bastaria ao desmemoriado se sair com um “Desculpe- me, deu um branco  agora…rererere . Você podia me dizer  seu nome? A culpa é do Tartle! ”

Mais comum, porém, é o inverso, ou  seja, o pânico acontecer quando você lembra do dito cujo , mas faz tudo para fingir que não sabe o nome, muito menos a pessoa. Geralmente quando se trata do cobrador, do síndico do condomínio, do oficial de justiça, ou da ex-mulher.

3.SHADENFREUDE ( alemão) É o prazer obtido a partir do sofrimento dos outros.

 

Enfim, temos a perfeita tradução (no original) do que sentiram os alemães quando nos sapecaram aquele  7 a 1. A palavra até que soa bonita embora  não combine com a agonia que sentimos do lado de cá. Para nós foi crueldade, mesmo.

4.ILUNGA (tshiluba/ Congo). Pessoa pronta para perdoar duas vezes, mas nunca a terceira.

Essa expressão teria aplicação na nossa fala para significar pessoas com a estranha vocação de perdoar sempre, como Gilmar Mendes. A diferença é que Ilunga é aplicável para quem vai só até o terceiro perdão, enquanto Gilmar, como se sabe, perdoa indefinidamente, desde que o sujeito seja corrupto  e tenha grana . Uma adaptação se faria necessária. Ao invés de Ilunga,  Alonga- Gilmar.

5.SHEMOMEDJAMO (georgiano) Traduz a incapacidade de parar de comer uma comida muito boa.

Não confundir com o nosso equivalente “gula”, que se refere a um excesso de volúpia, porém sem a obrigatoriedade da contrapartida de sabor. Aliás, por mais que procuremos no nosso dicionário não vai aparecer expressão similar com tanta desenvoltura, ou seja, com  a quantidade de letras proporcional ao volume de comida que o sujeito está pondo no bucho.

6.KOI NO IOKAN ( japonês) Sensação de que será inevitável se apaixonar por uma pessoa que acabou de conhecer .

O que temos de mais semelhante por aqui é “Amor à Primeira Vista”,  uma expressão parecida,  mas que raramente é usada atualmente.  “O Koi no Iokan” tem seu charme, mas acabaria em desuso assim como sua equivalente nacional . O problema é que as novas gerações brasileiras trocaram o Amor à Primeira Vista pelo Sexo a Perder de Vista.

José Ewerton Neto é autor de O ENTREVISTADOR DE LENDAS

 

 

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A CASCA DE BANANA E O FUTURO DO BRASIL

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Alguns anos atrás  escrevi neste jornal uma crônica intitulada “De volta ao cocô de cachorro”. No texto eu lamentava que logo após a recuperação da Praça Padre Jocy Rodrigues, no Renascença, ajardinada, limpa e favorecida com brinquedos para crianças e aparelhos para ginastas, as fezes dos cachorros voltassem a frequentar o espaço reservado para caminhantes diários,  como eu.

Nessa época,  de dias melhores economicamente, vislumbrava-se um futuro promissor para a nossa Nação. Sugeri, no texto,  que,   enquanto a consciência popular  não fosse  suficiente para zelar pelo espaço público como coisa sua,  isso  seria um empecilho para nosso país chegar a esse pretendido estágio,  de grande país, o que motivou  cartas de solidariedade de leitores, em especial, de moradores do bairro.

 

  1. Sexta-feira,  31 de agosto de 2018. Estou na mesma Praça, em obediência à minha disciplina de caminhadas diárias.  A praça  já não tem o apelo e a  atração daquele período  pós-reconstrução.  Os brinquedos se foram, danificados , assim como os equipamentos de ginástica, mas ainda merece a atenção da Prefeitura com uma rotina de limpeza e adequação que, embora precária, talvez não haja em todos os logradouros desta cidade.

Eis que, em meio a caminhada, percebo  uma equipe de trabalhadores iniciando um serviço de colocação de placas. Leio o que está escrito: “Sua praça não é depósito de fezes de animais. Zele por ela!” Um amigo,  também em sua rotina de exercícios,  passa em sentido oposto, observa os trabalhos, faz um sinal de positivo para mim e diz: “ Será que desta vez vai?”

Continuo minha caminhada. Noto que estão levantando as placas para coloca-las na posição mais adequada e acabo por distinguir aquele  que, provavelmente é o líder da equipe. Peço licença, me apresento e ele esclarece: “A iniciativa de colocação das placas não partiu do poder público, mas consegui da Prefeitura  o necessário  aval para executar este serviço. Minha firma confeccionou as placas, gratuitamente. Depois desta,  várias outras praças serão distinguidas com  a sinalização preventiva.”

Parabenizo-o pela iniciativa, enquanto constato que as placas estão sendo estrategicamente colocadas em nos galhos das árvores para evitar  que os vândalos a danifiquem.

Sigo meu caminho e lembro  uma frase do escritor Graham Greene que diz “ Existe uma casca de banana, por perto de toda grande tragédia”.

Pondero,  inspirado na sábia sentença,  que deve existir um povo capaz de limpar a própria sujeira, por perto de toda grande Nação.

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luís

 

 

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