100 metas em 100 dias

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O novo presidente, começou 2019 apresentando 100 metas para serem executadas em 100 dias.  A julgar pelo que já se constatou antes, vejamos como os executores  dos projetos estão se virando para poder cumpri-los.

 1.Combate a fraudes no INSS. Revisar cerca de 6,4 milhões de benefícios. A MP 871 já foi publicada.

Ação. O ato de respirar passará a ser considerado um benefício doado pelo Governo. Os executores acreditam que  seja muito mais fácil extrair dinheiro do povo cobrando imposto pelo ar que se respira do que revisar 6,4 milhões de casos de invalidez.

2.Reduzir a máquina administrativa.

Ação. Ao invés de extinguir 21 mil funções comissionadas a “Máquina” será reduzida eliminando máquinas de ar  condicionado, de computação, máquinas de cortar grama, máquinas de calcular e demais máquinas.

3.Lei anticrime. Esse projeto de lei será criado para aumentar a eficácia no combate ao crime organizado.

Ação. Como o combate é ao crime organizado e não ao desorganizado, os crimes de bala perdida passarão a serem considerados crimes organizados e uma nova lei será criada: “Se alguém for morto por bala perdida, a partir de agora a bala terá de ser identificada e presa. “

4.Operação Lava-Jato. Melhoria da capacidade através da recomposição e aumento da estrutura.

Ação. Para isso a Operação Lava-Jato terá seu nome mudado para Operação Lava-Transatlântico.

5.Passaporte. Retirada do brasão atual para fortalecer  a identidade e o amor à pátria.

Ação. O Hino Nacional cuja cantoria em jogo de futebol hoje é a maior demonstração cívica brasileira coletiva, passará a ser cantado em missa de sétimo dia, casamento e até na louvação do pôr-do-sol em Copacabana.

6.Cargos no Governo. Impedir o loteamento político de cargos públicos adotando critérios objetivos de nomeação.

Ação. A partir de agora o loteamento será feito através de leilão,  em sessão restrita a políticos e empresários. Lances só a partir de uma BMW

 (isso será feito para evitar rachadinhas e sucessivos depósitos de 2 mil à la Queiroz / Flávio).

8.Campanha nacional de prevenção ao suicídio. Programar ações de conscientização.

Ação. O porte de armas, já aprovado, será um avanço nesse sentido. Ao invés de recorrer a armas brancas o suicida poderá utilizar armas de qualquer cor, o que, já será um passo do Governo contra a discriminação racial.  

9.Educação Domiciliar. Regulamentar o direito à Educação Domiciliar.

Ação. Programas da tevê serão regulamentados como educação domiciliar. A educação sexual, por exemplo, será reconhecida, através da audiência a programas como o  BBBrasil. Teoria e prática.

10.Bolsa-Atleta. Modernizar o programa para maior estímulo.

Ação. Identificar e aproveitar o potencial de jovens atletas, que se destacam em corridas. Terão direito a bolsa aqueles que já batem recordes no dia a dia das ruas, ou correndo para assaltar alguém ou fugindo dos ladrões.

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luís, segunda edição revista e ampliada sobre fatos, lendas, curiosidades etc da cidade e de seu povo.

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O homem-celular

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Acreditem o homem-celular, ou o celular-homem (porque é mais celular do que homem) chegou mais cedo do que se esperava. E no Brasil.

Um detento, após uma saidinha de 7 dias, ao retornar à cela na Colônia Agrícola Penal de Florianópolis foi flagrado por um scanner corporal com 10 celulares e 52 objetos no estômago. Entre os 52 objetos estranhos havia cabos USB, chips etc. e ainda sobrou para isqueiro e drogas. Diante de tanto objeto bizarro encontrado no estômago do rapaz de 24 anos a atendente  se confessou surpresa por haver encontrado, do lado de fora do estômago, um prosaico umbigo.

Pode-se dizer que algo nesses moldes já era esperado pela comunidade científica, eis que o homem-celular foi anunciado há algum tempo pelos especialistas como um produto inevitável da evolução da    AI (inteligência artificial). O comportamento da sociedade nas filas, nas missas, nos casamentos, nos auditórios e no consultório médico (os médicos, bem mais que os pacientes) já apontava para isso. O que espantou foi o inusitado fato de o primeiro objeto dessa mutação ter se apresentado como uma loja ambulante. Independente da intenção real isso demonstra, segundo os psicanalistas, um anseio da população para se transformar em máquina, inclusive engolindo celulares para acelerar esse processo.

O fato é que, após a cirurgia, o nosso homem (talvez ainda possamos chama-lo assim) foi entrevistado e passa bem, mas ao preencher a ficha surpreendeu a atendente demonstrando aquilo que ela imaginou, a princípio, como sendo alguma perturbação mental.

– Está se sentindo bem?

– Sim

– Alguma necessidade imediata.

– De carga. Estou descarregado.

– Como? Não entendi.

– Por favor, me conecte logo.

– Hum! Há algo errado aqui.  Ainda se lembra do seu nome?

– Nome? O que é isso? Procure o meu código.

– Por favor, senhor, lembre o nome de seu pai então.

– Pergunte para a operadora.

– Idade?

– Veja o prazo de garantia.

– Família?

– Androide.

Diante do estado do homem a atendente convocou a assistente social e, daí, os psicólogos, que optaram por diagnosticar uma possível contaminação cerebral a partir dos celulares depositados por tanto tempo no estômago. Como a ficha precisava ser encerrada a atendente pediu a ajuda da assistente social para encerrá-la.

– Senhor, seja objetivo e tente se concentrar. O senhor tem consciência de que não é mais um ser humano  e está agindo como um celular?

– Não faço ideia, mas  isso não interessa. Estou com fome.

– Claro, iremos providenciar. Que prefere? Temos sopa de feijão e batata fritas com suco de laranja.

– Não quero isso. Por favor, se não trouxerem de volta pelo menos dois  celulares ao meu estômago morrerei de fome.  

                                                           [email protected]

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

o ABC BEM HUMORADO DE SÃO LUIS , EM SEGUNDA EDIÇÃO REVISTA E AMPLIADA NAS BANCAS E LIVRARIAS DA CIDADE

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Ajudando a autoajuda

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Ainda que os livros de autoajuda não precisem de ajuda (vendem pra burro!) eis os mais requisitados recentemente.

1.O Obstáculo é o Caminho. Ryan Holliday

Caminho é uma palavra useira e vezeira em livros de autoajuda. O caminho de Santiago, por exemplo, é citado pelo menos uma vez em todo livro de Paulo Coelho e quinze vezes a cada meia hora de entrevista sua. Tanta recorrência a “caminho”, deve vir da eterna procura da felicidade, cuja frase mais emblemática é “Não existe caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho”, que, embora definitiva não  convence  ninguém. Tanto assim que a maioria anda busca a felicidade como se esta fosse um artigo de ocasião, encontrável na prateleira de uma loja.

Só o que faltava era o Ryan Holliday descobrir que o obstáculo, esse sim, é o caminho, significando que se você está atrás de felicidade o melhor é sair correndo  atrás de um obstáculo como se já não bastassem, na vida, os engarrafamentos de trânsito e a falta de lugares para estacionar.

Bons tempos aqueles em que a palavra ‘caminho’ frequentava poemas de Drummond ao invés de páginas de autoajuda. Naquele tempo, como dizia o poeta, havia uma pedra no meio do caminho. Qualquer dia vai aparecer um especialista em autoajuda capaz de descobrir que, ao contrário,  ha um caminho no meio de uma  pedra.

2.Quem me roubou de mim. Padre Fábio Mello

Este livro, que vende horrores, deve ter alguma razão para tanto sucesso. A julgar pelo título deve ser porque o autor descobriu, finalmente, porque no Brasil todo mundo rouba – a ponto da própria pessoa se roubar. Finda a leitura aprende-se que neste país se rouba tanto que todos devem desconfiar de si próprios. Mesmo sendo padre.

3. Porque fazemos o que fazemos. Mário Sérgio Cortella

Mário Cortella, recordista brasileiro de palestras de autoajuda sabe perfeitamente o que faz. Suas palestras geram uma infinidade de livros onde os temas e os assuntos são os mesmos das palestras,  sem tirar nem as vírgulas e os pigarros. O autor só não explica o “porque o faz” já que, assim, teria de dizer que age dessa forma pra se encher de grana, o que é bastante aceitável, mas é politicamente incorreto que se diga.

Pois se Mário faz o que faz,  mas esconde o porquê,  como acreditar que ele possa ensinar a alguém porque os outros fazem o que fazem;   como Gilmar Mendes, por exemplo? Se nem Freud ou a  Lava-Jato explicam, que dirá o Sérgio Cortella…

4. Os segredos do homem mais rico do mundo. Steven Scott

Dá para acreditar que os homens mais ricos do mundo compartilharam mesmo, com o autor, os segredos de como ficaram milionários? Claro que não. Parece evidente que se os caras são os mais ricos é porque nunca contaram seus segredos a ninguém. Ou não?

5. Deus o ama do jeito que você é. Bremann Manning

Tem certeza, Bremann? Por favor, não nos imponha isso.  Deus em sua infinita bondade, claro, deve amar muita gente, mas não precisava exagerar no público alvo.

Como acreditar que Deus possa amar Nicólas Maduro, por exemplo,  do jeito que ele é? Calma, Brennan, Deus nos livre se isso for verdade!

6. Não espere pelo epitáfio. Mário Sérgio Cortella.

O insinuante Cortella ataca de novo. Ora, você sabe muito bem Cortella, que ninguém espera pelo Epitáfio. O epitáfio é que espera pela gente, infelizmente. Concorda?

                                                                       [email protected] 

Jose Ewerton Neto é autor de O ofício de matar suicidas

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GRANDES CLÁSSICOS DO CINEMA

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Semana passada, eis que descobri, por acaso, perdido em meio as ofertas de um prateleira de livros o título 99 filmes clássicos para apressadinhos de Thomas Wengelevski , concebido com o mesmo propósito anterior, mas desta vez para filmes e com uma dose de humor adicional já que, direcionado para a juventude.  Levei o livro  para casa com dois propósitos. Primeiro para esmiuçar as tais mini versões de filmes que já havia assistido e, segundo, para enriquecer a minha interpretação de alguns filmes que, mesmo sendo clássicos, ficaram em minha mente com algum resquício de incompletude.

Como, por exemplo, Cidadão Kane que havia assistido na tenra idade, sempre apresentado como um dos maiores filmes de todos os tempos e que, na época,  não me convenceu disso. Devo dizer que, em geral, o resultado, embora irregular pareceu-me satisfatório. Seguem algumas simpáticas versões.

Cidadão Kane.

Um repórter investiga a palavra que Charles Foster falou em seu leito de morte. Rosebud. Kane era podre de rico,  mas sentia falta de algo.

Sim, a tal coisa que faltava era felicidade. Mas, pô, um cara com aquela grana podia ter tudo. E quem não seria feliz na mansão Xanadu? Acontece que Rosebud era o trenó de Hearst, digo Kane.

É o cara tem dinheiro pra tudo e sente falta de um trenó!  Sei…

Alien, o Oitavo Passageiro. 

Esse filme é sobre penetras. A nave  Nostromos pega, por engano, uma carona alienígena. A  tenente Ripley fica pensando: Como dizer ao carona que ele não é bem vindo?

O pior é que o alienígena vai se infiltrando, penetrando nas pessoas e quando sai deles sai matando. E o pior é que o danado nem levou vinho pra espaçonave. Ripley se cansa de bancar a anfitriã e sai da festa numa nave auxiliar. O Alien não se manca e vai atrás dela,  que tem de bota-lo pra fora. E ele não diz nem um obrigado. Que convidado ingrato!

O Poderoso Chefão

Lição 1. Mate o cavalo do seu inimigo.

Lição 2. Mate o chefe de polícia corrupto.

Lição 3. Mate todos os seus inimigos durante o batizado do seu sobrinho.

Dona Flor e seus dois Maridos.

 

Dona Flor é bonita e gostosa, mas acaba se apaixonando por um cafajeste bom de cama que faz dela gato e sapato, principalmente no carnaval, porque sai vestido de mulher com os sapatos dela.

O cara gosta tanto de carnaval que resolve se mandar pro  inferno porque lá o que não vai lhe faltar é cafajestada e putaria. Para isso morre na quarta feira de cinzas.

Virando espírito volta pra atazanar a vida do novo marido de Flor colocando-lhe um belo par de chifres. Flor fica feliz da vida porque agora pode transar de verdade com um espírito e ao mesmo tempo com seu marido, sem precisar fingir o orgasmo.

Obs. Este  ultimo resumo foi uma inspiração e um arroubo deste cronista porque não havia filme brasileiro na lista e a onda agora é ‘pátria amada , Brasil’.  Que tal?

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

 

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AS CREDENCIAIS DO 2019

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Retido na alfândega, O 2019 apresentou suas credenciais antes de ser liberado para assumir. Vejamos como se deu o diálogo com as autoridades aduaneiras.

– Nome

– 2019

– Que veio fazer na Terra, e, mais especificamente, no Brasil?

– Cumprir a missão que me destinaram, evidentemente.

– Missão?

– Sim, ou seja, cumprir o tempo anunciado para mim. Ou vocês  preferiam que não houvesse 2019 e o 2020 começasse logo? É pegar ou largar.

– Claro que  entendemos Sr.  Só pedimos que faça um breve resumo de suas credenciais, já que o Povo deposita suas últimas esperanças em você.

– Nada tenho a ver com isso. Quem se esgoela no fim de ano, porque quer, é o Povo, nada prometi. Aliás, essa conversa está ficando pra lá de demorada.

– Por favor, fique calmo, é mera burocracia, afinal de contas estamos no Brasil. Não nos leve a mal e apresente suas credenciais.

– “Vamos lá, No meu primeiro dia vai sair Temer e começar Temer”…

– Como? Sair e entrar? Como assim?

– “Preciso explicar? Na hora em que o presidente Temer sair do Governo, na mesma hora vai começar a Temer”.

– Ah sim, agora entendi, poderá ser preso. Continue.

“O ex-presidente Lula, por sua vez, continuará na Cadeia embora já tenha feito mais de 50 pedidos ao STF para ser libertado. O último, para acompanhar o funeral de um colega. O que se garante é que, se depender do presidente Bolsonaro, o ex-presidente não sairá da cadeia nem para ir ao próprio enterro. “

– Continue.

“Quanto ao religioso João de Deus, também encarcerado, aparecerão novas 500 mulheres assediadas pelo mesmo, de forma tal que não haverá mais nenhum estado ou território brasileiro sem uma representante na lista de mulheres assediadas.”

– Território?

“Sim, de Fernando de Noronha. Desta vez  uma celebridade da tevê. Ela entrará na lista por se julgar  um horror, depois que sua “beleza” passou despercebida pelo assediador, (mesmo tendo sido atendida no quarto isolado várias vezes).

– Continue.

“Passando para a urbanidade, mais crateras engolidoras de carro estarão aparecendo nas ruas de São Luís à semelhança do que aconteceu na Rua Mendes Frota quando o carro de uma senhora foi bruscamente engolido. Um estudo estará sendo desenvolvido  para transformar essas gigantescas crateras em lava jatos naturais à disposição dos motoristas.

Igualmente, diante dos episódios de violência contra as minorias indefesas, que originaram a criação, a cada dia, de novos termos (como Lesbocídio depois de Feminicídio) mais um neologismo será inventado, desta vez o Carecacídio, referindo-se à violência contra os carecas.

Como a criação de termos esquisitos só faz aumentar a violência uma manifestação terá lugar em todo país. MENOS NOMES, MAIS AÇÃO E MAIS MONSTROS NA CADEIA.

Quanto ao futebol, os times brasileiros continuarão apanhando dos argentinos que, por sua vez continuarão apanhando de time africano. Enfim, o futebol brasileiro continuará em plena decadência, com o dinheiro valendo mais que a técnica e se pagando rios de dinheiro para jogadores medíocres. O S.E. Palmeiras, o novo time ricaço do Brasil talvez mude de nome para S.E. Crefisa (os torcedores rivais o chamarão de Agiota F.C.)

Por favor, senhor 2019. Pode passar! Como não tem jeito mesmo suas credenciais foram aprovadas.

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis, cuja segunda edição revista e ampliada já está nas bancas e livrarias da cidade.

 

 

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BEATLES RAHPSODY

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Sem os Beatles teria havido o Queen?

 

 

Conversávamos entre amigos sobre o estrondoso sucesso internacional do filme Bohemian Rahpsody cobrindo a trajetória de Freddie Mercury, líder da banda Queen, quando um de nós, ardoroso fã de MPB e rock, me dirigiu a pergunta acima:

Eu, que ainda não vi o filme, não respondi de pronto,  não só porque é difícil conceber a resposta exata como porque a sua indagação ensejava outras: O que seria da existência humana sem os sonhos da juventude? Como seria a geração dos Beatles, e as que se seguiram, caso eles não tivessem existido?

Em relação à última pergunta, a resposta é que os sonhos juvenis de nossa geração, que os admirava, e de outras que os sucederam, seriam bem menos interessantes. Os Beatles (John, Paul, George e Ringo) personificaram para uma geração de jovens no mundo inteiro, até então atônita e comprimida, muito mais do que excepcionais artesãos da arte musical. Ainda que já tivesse havido ídolos igualmente carismáticos como Elvis Presley (que lhes serviu de referência) e, mais anteriormente, no cinema, James Dean, os Beatles atingiram a universalidade porque culminaram a sua excepcional musicalidade com os anseios  da juventude por uma mudança comportamental que se encontrava defasada do avanço tecnológico da época e da que se vislumbrava para a frente.

A palavra em voga para essa expectativa represada era avanço e modernismo, mas, no fundo, buscava-se uma nova forma de pensar e agir livre das amarras de uma sociedade que impunha dogmas de conduta e tabus como a virgindade feminina – que eles não levantaram a bandeira para abolir, mas que levaram de roldão em sua passagem, como uma santa epidemia que se alastrava no mundo.

“A rebeldia está para a juventude  assim como o coração está para a vida”, ou seja, a juventude não pulsa nos corações conformados. Por isso, os jovens de hoje, na maioria, jamais farão ideia do que representou os Beatles para a sua geração, a que seguiu e assim por diante, como se tivessem inoculado o vírus de uma nova  juventude, para a frente  através de canções marcantes, como Yesterday ( a terceira canção mais regravada no mundo) , A day in the life, Something,  etc – para meu gosto prefiro entre todas The fool on the hill)

Hoje, muitos cantores jovens, mas medíocres, permanecem distantes  desse manancial de sonho que lhes deveria ser peculiar como maestros de tenras esperanças.  Para citar exemplos brasileiros, Gusttavo Lima e Luan Santana, jamais expressarão abrangência duradoura ou similar, até porque o fundo musical de suas potenciais epopeias é de enorme pobreza. Adultificados precocemente em seus  ideais e ambições, a marca que ostentam é a de serem desprovidos de vontade de mudar o mundo.

Aqui entra o tom de rapsódia, sem dúvida a mais completa rapsódia juvenil do século passado Que foi iniciada pelos Beatles e que depois influenciou jovens e talentosos – e trágicos -, como o próprio Freddie Mercury , Jim Morrison, e mais recentemente Amy Whinehouse, que às vezes sucumbe ao peso da fama e da incessante busca,  mas sempre deixa rastros. Enfim, a rapsódia da juventude, a verdadeira  juventude.

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado  de São Luis, em segunda edição revista e ampliada Livrarias Tempo de Ler, Amei, Vozes e bancas de revista de São Luis

 

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NADA COMO FINAL-DE-ANO PARA…

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FIM de ano é assim mesmo, confraternização pra todo lado. Quanto mais festa, mais gente em ação  porém, como o ser humano é mais um imitador do que um criativo, eis que as cenas se repetem à exaustão.

Isso acontece a partir da primeira metade das festas,  quando a vontade de confraternizar se  eleva perigosamente, por força do álcool etc. etc.  O que faz com que invariavelmente:

1.Apareça  sempre alguém pra perguntar.

Da metade da festa pra lá a pergunta mais corriqueira é: “Alguém viu o meu celular?”. Claro que ninguém viu, ou, se viu, faz de conta que não. A partir daí as perguntas evoluem para: “Escuta, alguém sabe onde foi minha mulher?” até chegar às mais dramáticas quando vai findando a madrugada: “Desculpem, mas como essa cueca do chefe veio parar na minha mão? Alguém sabe explicar?”

2.Surge alguém que ninguém sabe , ninguém viu.

Um personagem misterioso vira o assunto principal desde o início da festa. As hipóteses se sucedem: Um penetra? Um policial disfarçado? Um garoto de programa? Todos especulam, mas ninguém resolve o mistério. Sucedem-se as apostas nos diferentes grupinhos. Alguém lembra que no ano passado apareceu também um misterioso personagem e procura identificar nas fotos do face se trata-se do mesmo homem. É outro.

3.Os nomes desaparecem. Surgem os apelidos.

Pouco a pouco, os nomes de cada um se tornam dispensáveis. Até o meio da festa todos se tornam próximos o suficiente para esquecer a hierarquia e chamar o outro de cara, bicho, vascaíno, amigão, menina. Depois a intimidade sobe vários tons: doido, danada, tratante, canalha, qualira, tarada, ninfa até culminar nos qualificativos mais insólitos, cujo apogeu é alcançado quando a esposa do chefe denuncia o seu apelido íntimo, toda melosa e extasiada, após o discurso do marido (que ninguém ouviu): Meu Guri !

4.Começa o exibicionismo.

A timidez agora se esconde debaixo das mesas com guardanapos, restos de comida, pedaços de papel higiênico e princípios de vômito. É quando pela primeira vez é constatado que a empresa tem mais estagiárias do que funcionárias. Elas surgem de tudo quanto é lado e os comentários das esposas emburradas e ressentidas com a derrota anunciada na pista de dança – pra ver quem balança mais a bunda– só termina quando uma delas cai estatelada no chão depois de um lance mais ousado para reproduzir a performance de Anitta. O som de vingança, em uníssono, parece  coro de funk “ Bem feito!”

5.Os banheiros lotam.

A fila do banheiro supera pela primeira vez a fila do self-service. Todos entram e saem ao mesmo tempo. À discrição inicial se sucedem narizes fungando e manchas de pó branco nas camisas. Alguém vomita e faz um sinal de positivo. O diretor, tentando manter a discrição, evita se expor até que se resolve e adentra o recinto.

Surpreende-se: “Essa mulher aí no chão, tá desmaiada?” “Parece que sim” responde alguém. Resoluto (é nessas horas que um diretor tem de atuar) ele chama o segurança que prontamente chega: “Cristóvão, acho que essa mulher tá desmaiada!”

“Penso  que sim, senhor”

“ E porque ninguém fez nada?”

“É sua amante senhor! Você não a reconheceu porque está de rosto virado para o chão, Desculpe, mas foi ela que ela me pediu que não o avisasse”.

[email protected]

 

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis, segunda edição nas livrarias Vozes e AMEi (shopping São luis)

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OS FILMES MAIS TRISTES

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Os Filmes mais Tristes da História do Cinema’ é um título imponente para uma seleção  sujeita, como toda lista,  a controvérsias. Claro, essa coisa de aquilatar sentimentos e emoções diante de uma obra de arte é influenciada pela personalidade de cada um e, tantas  vezes, independe até mesmo da obra e de sua absorção pelo receptor. Uma pessoa em estado excepcional por razões fortuitas e alheias à sua vontade pode se sensibilizar com algo que em outra ocasião não a deixaria em tal estado.

Confesso que sou fascinado por listas e sou vítima de sua sedução irrecusável. Guardo, com desvelo, dois volumes iguais de O Livro das Listas de Irving / Amy Wallace, o segundo adquirido porque imaginei haver perdido o primeiro. Diante do assunto desta crônica, testemunhado em um jornal, constatei que só havia presenciado a um filme da citada seleção: À espera de um milagre (Frank Daraboni, 1999); Amor (Michael Haneke, 2012); Hotel Ruanda (Terry George, 2004); O Garoto (Charlie Chaplin) ; O Campeão (Franco Zeffireli, 1979) e O Menino do Pijama Listrado (Mark Herman 2008). Vi O Campeão e, talvez, o filme de Chaplin (O ‘talvez’ acontece porque minha memória não distingue um Chaplin de outro, tão marcantes são as suas interpretações).

O interessante é que O Campeão não me marcou com uma carga particular de melancolia ou tristeza. Ao perscrutar a motivação dos demais a partir de suas resenhas lembrei já haver estabelecido empatia com o tema de O Amor, de 2012,  que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro. A narrativa é centrada em um casal de idosos, que vivem momentos difíceis quando a mulher (Anne) se submete a uma cirurgia e tem metade do corpo paralisado. Mesmo não tendo visto o filme faço ideia da carga emocional envolvida que, certamente, o colocou lista. É um desses filmes que sacam o Amor de sua redoma cosmética e comercial para coloca-lo na vala comum dos sentimentos de dedicação e afeto  necessários para se continuar existindo,   porque não há outra saída.

Os momentos mais tristes que guardo do cinema, curiosamente, nem sempre estão ligados aos filmes anunciados como tais São algumas cenas deslocadas em seu contexto, a reboque do inesperado, que nos arrebatam da nossa tranquilidade e se tornam marcantes pela  comoção que nos assalta, de repente.  Lembro,  sem rastrear a memória, que dos tantos filmes que assisti uma das cenas mais pungentes foi a do filme A escolha de Sofia, no momento crucial em que a personagem tem de escolher,   entre os dois filhos que tanto ama,  aquele que entregará ao seu algoz para morrer.

Outras cenas tristes e marcantes das quais me lembro, surgem curiosamente, vindos da minha memória de infância e adolescência, talvez porque as emoções estivessem mais à flor da pele, ainda não cristalizadas pelas perdas futuras e irremediáveis de entes queridos. Nelas porfiam o momento em que o príncipe Ben-Hur, em desesperada busca de sua mãe e irmã escravizadas,  as encontra num vale de leprosos,  com os rostos desfigurados que tentam esconder, em vão,  entre lágrimas.

A despedida do ET, do famoso filme, também foi um momento tocante que emociona pela forma como o diretor soube expressar a,  tão bela quanto  triste, arquitetura  do sentimento dolorido da separação.

[email protected] 

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis, agora em segunda edição revista e ampliada ( Livrarias AMEi e Vozes)

 

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O ABC DO QUE SE FALA AQUI

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Aqui se fala assim. Ou se falava? Dia virá ( e não falta muito) em que do Oiapoque ao Chuí só haverá uma fala, sem a riqueza idiomática peculiar a cada região do país.  E essa fala será em uníssono, repetição das asneiras que se repetem na Tevê: no maneirismo dos apresentadores, nos tiques das celebridades das novelas, uma coisa só.

Bem, o que ainda se fala por aqui estará na reedição de O ABC bem humorado de São Luís, ainda  uma vez explorando sua provável origem risível.

 

BICA. Torneira.

O maranhense chama torneira de bica porque num estado com tanta abundância de água de chuva, o fato de as torneiras viverem secas só tem uma explicação. Para muita gente, o negócio de água virou bico.

PEGADOR. Brincadeira de esconde-esconde. Originalmente, de crianças.

A brincadeira adquiriu esse nome por aqui porque o garoto, futuro ‘pegador’, começa sua futura vocação de Don Juan se escondendo com as meninas, sabe-se lá onde.

 

 JUÇARA. Açaí

O maranhense chama açaí de juçara porque lembra uma crioula com esse nome, suculenta, gostosa e que vai lhe dar muita força e algo mais.

 

ATRACA. Diadema ou tiara.

O que lá fora é chamado de diadema ou tiara ganhou por aqui o nome de atraca, porque, antigamente,  os marinheiros quando aportavam no Desterro  doavam tiaras para as meninas da Rua 28, (zona do baixo meretrício) com o objetivo, pré-anunciado, de atracá-las.

 

RI-RI. Fecho éclair, zíper.

O maranhense chama zíper de ri-ri porque, via de  regra, quando ele abre o de sua parceira e ri de felicidade. Depois é a vez de ela rir, quando abre, por sua vez,  o dele.

 

BANHAR. Tomar banho.

O maranhense diz banhar ao invés de tomar banho porque, ao contrário dos que aqui chegaram tentando impor a fala “tomar banho”, não está tomando o banho de ninguém, aqui chove o suficiente, não há razão para isso.

 

 BALDIAR. Vomitar

O maranhense diz baldiar ao invés de vomitar porque no carnaval de antigamente ( quando o daqui era o terceiro do Brasil) ao chegar na quarta-feira de cinzas estava tão bêbado que na hora de vomitar confundia o penico com um balde.

 

PEGAR CORDA. Ficar zangado.

O maranhense , quando está zangado diz até hoje que está pegando corda porque na época da escravidão quando o feitor se zangava , bastava ameaçar os escravos: “Já tô pegando a corda!”

 

DIZENDO. Algo está ‘Dizendo’, quando dá uma impressão muito positiva.

O maranhense julga que uma coisa espetacular está dizendo por que certas bocas gostosas  (mudas e não oficiais, de sua parceira ) no seu entender, só faltam falar, e dizem mais que se pudessem.

 

CINTURÃO. Cinto grande.

O maranhense chama cinto de cinturão porque quando as crianças apanhavam de cinto,  a dor era tanta que viam tudo no aumentativo. Não parecia cinto, mas um cinturão.

 

HEIN-HEIN. Concordância, negação. Fala-se com a voz anasalada.

Essa expressão típica maranhense tanto pode significar sim como não. Até hoje, as grandes decisões administrativas maranhenses são tomadas desse jeito. Daí…  nosso  caos organizacional .  Antigamente, durante o casamento,  tanto o noivo como a futura esposa diziam Hein Hein, ao invés de sim ou não, quando o padre perguntava. Acontece que ao sair logo depois, atrás da virgindade da esposa,  o marido, atônito perguntava “Hein? Onde?” Ela respondia Hein, Hein, confirmando que havia acabado de surgir um corno novo na praça .

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis, em segunda edição revista e ampliada. Primeiros exemplares na AMEI e VOZES. Lançamento em Dezembro.

 

 

 

 

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A EXCITAÇÃO SEXUAL CHEGA À TEVÊ

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Hoje, 15 de novembro.

 

A polêmica sobre a fala de Sílvio Santos dizendo à sedutora Cláudia Leite que estava ficando excitado e por isso não poderia abraçá-la em seu programa  continua dando o que falar.

 

Ontem  foi a vez das filhas de Sílvio defenderem o pai Nas redes sociais dizendo que este é  bom pai, bom marido e, sobretudo, bom de grana.

Além de tudo, disseram que  ele sabe o que faz e é de maior

( embora não especificassem o quanto para Claudinha Leite  ficar mais tranquila.)

 

Comentário de Juca:

 

(JUCA POLINCÓ é o filósofo politicamente incorreto da Periferia)

 

A onda de excitação não para na tevê.

Teria algo  a ver com a eleição de Bolsonaro?

Os psicólogos dizem que nada excita mais o imaginário humano(homens, mulheres etc.) que a visão de um militar de farda empunhando a arma como se fosse um objeto fálico. SERÁ ?

 

Não demorou muito foi a vez de Pedro Bial dar um beijo na na boca Pablo Vittar em pleno programa Conversa com Bial.Não teve nem conversa. Pedro Bial tava tão  elétrico que avançou a beijou a travesti candidata ao título de Mulher mais Bonita do ano.

 

Depois que as globaletes (Camila Pitanga, Daniel Mercury, Fernanda Lima, etc. postaram xingamentos contra a macheza de Sílvio na tevê Sílvio está preparando a réplica e vai anunciar nas redes sociais:

 

Quer dizer que eu ficar excitado ao ver Cláudia Leite não pode, mas Pedro Bial ficar excitado quando vê Pablo Vittar isso pode ?

 Isso é preconceito contra mim só porque não sou Global e sim do SBT

Tá na hora de acabar  com o preconceito contra  as minorias, ou seja, com os heteros.” 

José Ewerton Neto é autor de O ABC bem humorado de São Luis

 

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