o bem que o nada traz

0comentário

“ E descobriu-se um pouco tarde que O Nada faz um bem danado! ”

Antes tarde que nunca para a humanidade descobrir que o Nada faz um bem danando.

Foi o que sugeriu reportagem da revista Isto É de uma edição antiga que encontrei do tempo em que separava páginas que tivessem assuntos interessantes para uma boa reflexão que se tornasse tema de uma futura crônica.

O texto reportava o surgimento de um Clube em São Paulo denominado Nadismo, fundado por um tal Marcelo Bohrer, cada vez mais frequentado, em que seus membros se dedicavam a …não fazer nada. O que está longe de ser tarefa fácil, segundo ele: “Fazer nada é essencial para uma boa qualidade de vida, e isso é difícil porque as pessoas se sentem culpadas, por acharem que estão desperdiçando tempo. ”  Enfim, finalmente se descobria as maravilhas do nada, o que pode   ser resumido com uma frase “Nada como o Nada! ”

Algumas das regras do Clube eram expostas como essenciais para   essa prática tão difícil e árdua: Esquecer os compromissos e curtir o momento; não se preocupar com o certo e o errado; privilegiar o silêncio e a imobilidade; não pensar produtivamente.

Para não confundir alhos com bugalhos ou nadas com nadas, dei tratos à bola para enveredar, tardiamente é bem verdade, nos benefícios do Nada, e consegui descobrir mais três vantagens de sua adoção:

a). Nestes dias brasileiros de corrupção total e irremediável o Nada é incorruptível. Portanto, infinitamente menos maléfico do que o Tudo à sua volta.

b) O Nada é o único parceiro (a) fiel que existe. E o único que jamais o abandonará. Mesmo depois de morto.

c) Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, como cantava Lulu Santos. Exceto o Nada.

Obs. Passados tantos anos não consegui descobrir o que foi feito do Nadismo. Só espero que não tenha dado em nada.

(Como talvez fosse a sua finalidade…)

sem comentário »

645 e a Atenas Brasileira

0comentário
645, O PENSATIVO QUE SURGIU DURANTE A PANDEMIA REFLETE SOBRE ÓTIMA FRASE DO ESCRITOR E MESTRE JOSÉ NERES

Sincero como um número, Certeiro como a Matemática, Mordaz como ele mesmo

sem comentário »

cruzeiro ou ronaldo F.C. ?

0comentário
645, o Pensativo Políticamente INcorreto

SINCERO COMO UM NÚMERO

HONESTO COMO A MATEMÁTICA

IRÔNICO COMO ELE MESMO

sem comentário »

LEITURA É COM AS ESTÁTUAS

0comentário
645 O PENSADOR POLÍTICAMENTE INCORRETO QUE SURGIU NA PANDEMIA REFLETE SOBRE O QUE VÊ

CERTEIRO COMO UM NÚMERO,

SINCERO COMO A MATEMÁTICA,

IRÔNICO COMO ELE MESMO

sem comentário »

A verdadeira história do MIOJO

0comentário

Suspeito que haja leitores que diante do título desta crônica estejam torcendo o nariz. Ouso desconfiar de que não estejam sendo sinceros. Torcem o nariz para o Miojo, de fato, mas não torcem a boca. Isso porque o MIOJO é mais consumido no Brasil que o arroz com feijão e, no mundo, são devorados mais de 3 mil pacotes e copos de macarrão instantâneo,  a cada segundo.

            Há lances épicos na sua trajetória vitoriosa. Vamos a ela.

            1.Pode-se dizer que o pai do Miojo foi a Segunda Guerra Mundial e sua mãe a Fome. Portanto, o Miojo foi filho de pais não casados – embora ligados indissoluvelmente. A ideia de gera-lo em blocos de macarrõezinhos encaracolados nasceu num Japão em ruínas com 3 milhões de mortos, economia destroçada e resquícios arrasadores de bombas atômicas, gerando  fome, muita fome.

            Ora, o alimento mais comum no Japão, além do arroz,  historicamente é o lámen – um macarrão fresco servido na forma de ensopado. Com a economia em baixa no pós-guerra o Ministério da Saúde tentou substituir esse alimento pelo pão fabricado com farinha de trigo, doado pelos USA. Só que  esqueceram  de combinar com a população, que comia o pão norte-americano  ‘na marra’, pois continuava com saudade do velho macarrãozinho.

            Foi então que Momofuku tirou uma ideia do Kofu (se a tradução fosse cofo não seria uma rima, mas seria uma solução).  

             Sua ideia foi produzir o macarrão desidratado em larga escala. Superando dificuldades financeiras Momofuku somente conseguiu desenvolver sua linha de fabricação em 1958, mas, agora, deparou com outro tipo de obstáculo: A essas alturas… Ninguém mais  estava com tanta fome assim.

            2.Momofuku, perseverante como todo japa,  não desistiu. Se estudou a fundo matemática não se sabe, mas o certo é que chegou a uma fórmula que, se não revolucionou a ciência moderna, pelo menos, influenciou diretamente a forma da boca humana lidar com alimentos, no mundo inteiro:

            Fome + Falta de Tempo = MIOJO

            Esse postulado determina que o ideal para um faminto acelerado matar a fome é um alimento que apenas  se faz de conta que está comendo. Assim, unindo o útil ao desagradável o Miojo se estabeleceu como a alimentação mais adequada a um século de gente apressadinha aqui, ali e em todo lugar do mundo.

            3.O resto todo mundo sabe. Continua vitorioso mesmo diante daqueles que o acusam de ser uma bomba de sódio. (Cada saquinho contém 1,6 grama desse “carrasco” do coração quando o máximo recomendado pela saúde é 2 gramas).

            Embora isso seja verdade, ninguém pode acusar nosso herói de ser infiel às suas origens. Cada vez que alguém encara um pratinho de Miojo sabe que está lutando contra a fome, em guerra contra o sabor e arriscando sua vida contra bombas (de sódio). Ou seja, guerra, fome e bomba. Tal como foi no início.

sem comentário »

O diário da Ilha (contado por ela mesma)

0comentário

artigo publicado no jornal O estadoma

O DIÁRIO DA FUNDAÇÃO DE SÃO LUIS

Escrito pela própria Ilha:

“Hoje, 8 de setembro de 1612 resolveram me batizar de São Luís. Nada melhor que começar, portanto, a escrever meu próprio diário. Assim como inventaram um nome para mim, sei lá as histórias que ainda poderão inventar a meu respeito.

Sou uma ilha. Na verdade, nunca liguei muito pra esse negócio de ser um pedaço de terra cercado de água por todos os lados. Isso nunca fez diferença para mim, a não ser que basta estender os braços em qualquer direção que encontro água. Sou uma felizarda, portanto!

Não sei até hoje dizer quando, de fato, nasci e me criei e porque virei ilha. Dizem que foi de tanto o mar bater no continente que adquiri esse formato. Bote tempo nisso. Sei que tenho milhares e milhares de anos, o que não é tanta velhice assim para pedaços de  terra como eu, só sei que me separo do continente por um pequeno trecho de água chamado de Estreito dos Mosquitos.

Como ia dizendo, resolveram me batizar hoje. O nome que escolheram foi São Luís., em homenagem ao rei da França, que nunca vi mais gordo . Isso embora eu já tivesse o nome de Upaon Açu,  que me foi dado pelos Tupinambás que viviam há muito tempo por aqui e que acho até mais bonito.   Upaon Açu, significa Ilha Grande o que não soa nada mal pra mim não é?

E por que essa gente vir de tão longe para me apelidar de São Luis, se eu já tinha nome? Aí é que está, essa turma não veio de tão longe, sem segundas, terceiras e… quintas intenções. Certamente não vieram só por causa de meus belos olhos, que é essa a minha paisagem de sol , mar , praia, horizonte à beira do mar, linda de morrer, sem falsa modéstia.

Na verdade, faz mais de século que, de vez em quando, eles começaram a aparecer por aqui para encher de madeira suas  canoas grandes ( por eles chamadas caravelas) ,  que levavam para os seus lugares de origem.

Se eles chamam os daqui de índios, os nativos que moram sobre o meu solo, os tupinambás, chamam os portugueses de peró, ou seja tubarões, e os franceses de ayurujuba, ou seja, papagaios amarelos por estes serem louros ou ruivos, portanto um pouquinho diferente dos primeiros , os portugueses,   e falarem muito. Faz sentido, não é? Quem fala demais ouve o que não quer. Até ser chamado de papagaio.

Desta vez eles, os papagaios amarelos, chegaram em  número bem maior com 500 homens em 3 caravelas cujos nomes são Regente, Charlotte e Saint Anne Construíram um forte, rezaram missa, cantaram, homenagearam o rei da terra deles, , Luís XIII e, assim, em pouco tempo eu estava batizada e com novo nome.

Quanto às suas verdadeiras intenções?  Continua no próximo capítulo.

sem comentário »

MULHERES À CAÇA. DELAS

0comentário

645 é o pensador politicamente incorreto da Pandemia

SINCERO COMO A MATEMÁTICA

ÍNEGRO COMO UM NÚMERO

sem comentário »

VASCO. A VERDADEIRA HISTÓRIA

0comentário

1.Na época em que O Vasco da Gama foi fundado, 1898,  o turfe, o ciclismo e o remo eram as modalidades esportivas que seduziam os jovens na capital da República. D,Pedro II ainda era o regente quando no Brasil surgiram as primeiras agremiações dos esportes náuticos.

A sedução pelos  esportes náuticos dava-se  pela movimentação das elites dos centros urbanos fugindo da insalubridade em busca do ar puro da orla da baía de Guanabara. O mar sugeria saúde  em contraponto aos lugares centrais vítimas da sujeira provocada pela contaminação dos esgotos a céu aberto, proliferando epidemias.  

Nas 3 primeiras décadas  de sua fundação o Vasco tornou-se uma das principais agremiações do remo só vindo a aderir ao futebol em 1915 após sua fusão com o Lusitânia SC, que também nasceu da colônia portuguesa do Rio. Com o nascimento da República as associações desportivas cariocas começaram a se estruturar como times de futebol a partir de 1904.

2.No ano 1922, já na primeira divisão o Vasco venceu todas as disputas que participou.  E qual era o seu diferencial? No Vasco todos participavam diariamente de treinos técnicos e físicos. Em seu livro O negro no futebol brasileiro Mario Filho escreve: ‘Às vezes, de noite, se a noite era de lua podiam-se ver  os jogadores do Vasco treinando.” Mas havia uma outro diferencial a ser destacado: a origem de seus jogadores. Clubes como Fluminense, Botafogo e Flamengo eram formados por jovens da classe média carioca. O Vasco apresentava  um time de gente negra e parda, operários oriundos da classe pobre, trazidos da periferia da cidade.

A massa sentia-se atraída a acompanhar o Vasco onde quer que fosse, provocando ressentimento dos adversários. Para eles  o Vasco era um estranho no ninho  que, no entanto, vencia e vencia. Assim que tricolores, flamenguistas etc deram-se conta de que iam para os estádios para assistir a derrota dos seus para os ‘camisas pretas’  a coisa mudou de figura. A bronca com os portugueses, gerada por uma onda de xenofobia era que, se não fosse por eles,  aquele time formado por operários, pretos e mulatos não estaria desafiando e vencendo  gente de boa família.

Começou então uma onda de xenofobia e jacobinismo. Ainda Mário Filho: “O português levava a culpa. Pouco importava que o time do Vasco  com seus brancos, pardos, mulatos e negros fosse brasileiríssimo.”

O resto já se sabe. Inexplicável má vontade perdura até hoje contra o clube especialmente na mídia dominante no Rio e, daí para o país,  a ponto de se tentar transferir para outros times toda aura de popularidade e  tradição vanguardista conquistada, em sua origem, pela equalização dos direitos individuais e pela absorção dos desvalidos. Bastou um resultado adverso na copa de 1950 para se iniciar o processo de tentativa de demolição da popularidade do time, (que foi a base dessa seleção brasileira)  escolhendo-se  para bode expiatório  o grande goleiro Barbosa, eternamente considerado culpado pelo revés, por causa de sua negritude.   

Nada disso arrefece o apego de sua torcida ao time apesar de recentes dissabores. Combalido financeiramente à reboque de  administrações desastrosas, peculiares à estrutura avulsa do futebol brasileiro, o Vasco , no entanto, ostenta como patrimônio , além de sua imensa torcida, um estádio de futebol,  São Januário,  que é o único dessa envergadura no país, a  ter sido construído, tijolo por tijolo, com a ajuda apenas do suor de seus  torcedores.

sem comentário »

APAVORADO

0comentário

Claudionor, 55 anos, é um homem normal,  tem boa saúde, tanto assim que tem resistido bem ao surto da Pandemia, mas há algo que passou a incomodá-lo de algum tempo para cá. O medo de algo.

Aprendeu que melaxofobia é medo de amar, grafofobia é medo de escrever à mão, peladofobia é medo de carícias e araquibutirofobia é medo de que a pipoca grude no céu da boca. Medo de quê? Isso mesmo, de que a pipoca grude no céu da boca. Portanto tem gente por aí que não tem medo de feminicidas (tanto assim que são soltos das cadeias com  metade da metade da pena original)  mas tem medo de que a pipoca grude no céu da  boca.

Com tanta celebridade assumindo publicamente suas fobias ( Julia Roberts tem agarofobia, que é medo de espaço aberto, David Beckam tem atoxofobia, medo de desordem e Megan Fox tem ovofobia, que é medo de ovo) Claudionor  começou a desconfiar que sua normalidade fosse anormal, o que tornou sua ida ao psicanalista uma questão de tempo.

 Isso aconteceu após ter dito , numa roda de amigos, que detestava dupla musical sertaneja. Uma mulher do grupo não se conteve, exibindo ares de pavor.

– Como? Juro que não entendi. Você não gosta de música sertaneja? Jorge e Mateus? Simone e Simaria ? Latão e Sucata?

– Tentei fazer com que meus ouvidos se acostumassem, mas desisti. É muito ruim!

-Não acredito que estou ouvindo isso! Juro que estou com medo de você!

Estupefato, Claudionor olhou ao redor pedindo um socorro que não veio. Pelo contrário, alguém o interpelou.

– Não só ela, todos nós estamos com medo de você. Como é possível alguém normal não gostar de música de dupla sertaneja?

Depois dessa Claudionor correu para o analista. A sessão,  surpreendeu pelo diagnóstico rápido e preciso

– Você está sofrendo de uma psicose moderna, pós-pandemia  Claudionor.

-Como?

– Você teve o azar de continuar normal, mesmo após tudo que aconteceu. Mas não se preocupe,  todos nós fomos infectados e   temos uma fobia

– E como se chama a minha?

– Ainda não está catalogada, mas poderíamos chama-la de NORMALFOBIA, o medo de ser normal.

– E você  aconselharia algum tipo de tratamento?

– Que tal um pouco de loucura, de vez em quando?

sem comentário »

FEMINICIDAS SOLTOS E À SOLTA

0comentário
645 O PENSADOR POLITICAMENTE INCORRETO DA PANDEMIA

SINCERO COMO UM NÚMERO

ÍNTEGRO COMO A MATEMÁTICA

sem comentário »
https://www.blogsoestado.com/ewertonneto/wp-admin/
Twitter Facebook RSS