POR UMA FeliS mais FeliZ

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Sou daqueles que defendem ser considerada sempre vitoriosa uma  Feira do Livro, independente da edição da mesma ter sido feliz ou não. Por uma Feira feliz, entenda-se um evento em que as aspirações dos envolvidos com o mesmo foram satisfeitas no todo ou em parte. Evidentemente que a satisfação total é de difícil realização especialmente  em períodos conturbados política e economicamente. Como participante desta última feira como palestrante, autor e leitor  realço alguns aspectos.

1.A realização  anual da Feira, como foi concebida, ainda é sua forma ideal de concretização.  Respeito a opinião dos que a prefeririam a cada dois anos, sob o pressuposto de conceder-lhe mais envergadura, mas não acredito que essa esperança (duvidosa) se sobreponha à necessidade básica, e no meu entender vital, de proporcionar pelo menos uma vez por ano, o convívio de uma população com os livros. Só assim se coaduna com a vocação de Atenas Brasileira da cidade, para cuja completude  se fazem necessárias vibração e frequência.

Bastaria constatar a presença maciça de estudantes da rede pública conjugada ao esforço dos agentes da coordenação da Feira em prol de propiciar o almejado contato do público com os elementos dinamizadores da cultura (escritores, professores e incentivadores)  para que o saldo seja positivo. Toda precariedade de realizações vultosas se torna de somenos diante dessa verdadeira epifania que é o êxtase dos escolares diante de livros e mais livros.

 

 

 

2.Não se poderia deixar de citar, contudo, entre os percalços lamentáveis, a não participação da Associação de Escritores Maranhenses Independentes (a AMEI) nesta edição dadas as circunstâncias que motivaram seu idealizador, e mentor, a declinar de sua participação. Ora, fiel à sua sina de grande  batalhador pela maior visibilidade e divulgação da produção literária local (para a qual tem conseguido formidável empatia do público graças ao espaço que, como grande empreendedor,  idealizou e edificou no Shopping São Luis) José Viegas  se contrapôs à ideia, de que o Vale Livros deixasse de contemplar a literatura maranhense aqui produzida.

Sua tomada de posição, teve a coragem e o simbolismo louvável  de confrontar todo um desprezo histórico que as autoridades demonstram em relação ao autor maranhense, mesmo considerando como justas as expectativas dos livreiros de obter maior lucro graças a venda de livros de maior apelo comercial. No meu modo de ver faltou sensibilidade para se encontrar um meio termo capaz de favorecer o acesso tanto ao autor maranhense quanto às produções editoriais mais consagradas do Sul do país. Bastaria ter sido destinado à produção literária local algum porcentual do favorecimento.

3.A destacar, também, no plano da “felicidade coletiva” em uma feira que se intitula Feliz, a edição do livro São Luís em palavras no qual 33 autores maranhenses rendem homenagem à sua cidade através de diferentes formatos de expressão: fotografias, poemas, crônicas e trechos de romance. A noite festiva de lançamento em que, primeiro Celso Borges (coordenador, idealizador e participante do livro) e depois os autores, deram seus depoimentos sobre o tema de seus trabalhos para o espaço lotado de uma plateia ansiosa, foi um momento raro de êxtase e emoção. Enfim, esses detalhes tão pequenos, mas radiantes, de uma feira Feliz, como se pretende que seja.

 

José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas

 

https://www.youtube.com/watch?v=zOVJJTMUHWI

 

 

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VERDADES QUE NINGUÉM MOSTRA

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ESTATÍSTICAS BRASILEIRAS

 

artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

 

Millor Fernandes dizia que a maior vontade do intelectual é ser rico e a do rico é ser intelectual. No Brasil basta o sujeito escrever um livro para acrescentar um “escritor” ao seu currículo. O curioso é que os membros dessa turma, que não dependem de ajuda para editar os próprios livros, gostam de dizer que são escritores, mas não apreciam, nem um pouquinho, viver como escritor, ou com a grana que um escritor ganha. A estatística, neste caso, é cruel:

1.No Brasil 90 % de sua população não lê sequer um livro por ano. Dos 10 % que leem apenas metade entende o que está escrito. A quantidade de livros publicados, no entanto, aumenta a cada ano o que leva a crer que, na metade deste século, 90% de sua população terá escrito um livro e se considerará escritor. Portanto, em 2050 haverá mais escritores (90%) do que leitores (10%).

2.No Brasil a maior parte da população (90%) não sabe o que significa Foro Privilegiado. Do restante 0,01 % que são  políticos, acham que isso pode significar licença para roubar e  os outros (99,9% ) são os que têm certeza disso.

3.A estatística de mortes por assassinato  no Brasil não para de aumentar. Para combater o excesso de violência  o contingente de policiais aumentou  em mais de 20 % em todo o país nos últimos anos.

Pelo que se vê nas ruas ( especialmente em São Luís) olhando-se a parafernália montada  nas blitz, o grosso dos policiais se dedica mais a caçar desavisados e distraídos do que a caçar bandidos onde estes se entocam. É fácil imaginar que  70 % dos policiais jamais prendeu um bandido, mas 99, 99  % já multou algum cidadão honesto.

4.Todos os brasileiros se dizem patriotas (99,9%). No entanto adoram apelar para o idioma inglês, desde para botar o nome de seus botecos até para pedir emprestado ao idioma estrangeiro o nome de filho. Por isso  9 entre cada dez filhos tem um ‘son’ acrescentado ao nome  para soar como gringo. O patriotismo brasileiro é tanto que metade diz que seus sonho é largar o país, e a outra metade  inveja os que se foram.

Se conseguem viajar para o exterior, esses ‘patriotas’  adoram espalhar suas fotos nas redes sociais em capotes de frio que avolumam suas gorduras e suas chatices com os três olhos ( inclusive esse que você está pensando) congelados e morrendo de frio e dizendo-se felizes da vida. Não é à toa que 90% dos brasileiros considera o máximo do patriotismo cantar hino nacional em jogo de futebol.

  1. Nove em cada dez brasileiros já foi assaltado ao menos uma vez na vida e 9,5 já receberam multas de trânsito. O meio é por conta dos que já morreram, mas recebem multa.  Desse total de vítimas (multados) 99 % prefere ser assaltado do  que multado, porque sai muito mais barato.

6.Para a rede Globo,  12 em cada 10 brasileiros torce para o Corinthians e 11 para o Flamengo . A matemática é fajuta, mas, assim,  a rede Globo consegue justificar a grana que enfia nesses dois times em desfavor dos outros.

7.50 Anos atrás todo brasileiro (100%) achava que Deus era brasileiro.  Depois do   7 a 1 metade(50%)  começou a desacreditar disso e depois da permanência de Michel Temer na presidência esse número caiu para apenas 1%. Fazem parte desses otimistas restantes aqueles que acreditam que Deus possa assumir um formato diabólico e, neste caso,  seja o próprio Michel Temer.

José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de lendas

 

 

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O ANTI-SÓSIA DE GILMAR MENDES

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artigo publicado no jornal O estado do Maranhão

 

Gilmar dos Santos  Neves e Gilmar Mendes. Dois indivíduos que, nomeados com a alcunha de Gilmar, se tornaram célebres neste Brasil. Que possuem em comum ( além do nome)  estes dois brasileiros para serem tão comentados, celebrizados  e…execrados, cada um à sua época?

 

 

 

1.Gilmar dos Santos  Neves, o do passado, foi goleiro da Seleção Brasileira e do Santos F.C. e considerado um dos melhores de todos os tempos. Bem apessoado,  mais de 1,85m, disputava com o capitão BellinI, o posto de galã da seleção bicampeã de 1958 e 1962, embora, claro, não precisasse desses atributos para ter sido admirado na profissão que escolheu. Gilmar tinha um estilo sóbrio, de  interceptar as bolas arremessadas ao seu gol, que caracteriza os grandes goleiros. Sem acrobacias desnecessárias.

Outra característica que o destacava era a frieza com que sobrepujava  os revezes. Se  engolia um frango, apanhava a bola no fundo do gol e retornava naturalmente,  com a fleuma necessária . Dentro e fora do ambiente de trabalho foi, sobretudo, um profissional de conduta irrepreensível, jamais tendo sido expulso de campo, ou participado  de campanhas com o fim de derrubar técnicos. Desprovido de interesses mesquinhos tratava a todos, do roupeiro ao maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, com a mesma distinção. Um verdadeiro líder.

2.Gilmar Mendes, o atual, é um jurista que participa também de uma seleção, pois fazendo parte da confraria dos ilustres membros do STF pode-se dizer que participa da seleção dos melhores do país, na Justiça.     Fisicamente, e aí começam as diferenças, o Gilmar atual é o oposto do antigo. Estatura mediana, barriga proeminente e aspecto de batráquio tem o beiço escandalosamente avançado em franca disposição de combate, como se estivesse o tempo todo confrontando sabe-se lá o quê. Gilmar Mendes não é um modelo de celebridade esteticamente sedutor, longe disso, mas, claro, essa aparência constrangedora em nada deveria afetar o seu desempenho profissional. O importante deveria ser sua sabedoria e a capacidade de interpretar as leis com imparcialidade, mas, a partir daqui as diferenças se acentuam.

Enquanto o primeiro defendia com unhas e dentes (e mãos), suas redes dos goleadores adversários, Gilmar Mendes tornou-se também um  grande defensor,  mas de corruptos: com unhas, dentes  e canetadas.  Aprouve-lhe, não por dever de ofício, mas por opção, defender corruptos e poderosos. Não hesita, para isso, em executar defesas milagrosas (fora do padrão da ética e da honestidade) como também não se peja em digladiar com seus próprios companheiros de time, para salvar a pele de ladrões  e destilar seu ódio a quem os  combate.

Seu estilo de atuação também difere do Gilmar do passado. É  raivoso, confuso e atabalhoado, no afã de acobertar mal feitos perpetrados por bandidos poderosos.  Sua atuação sempre direcionada e viciada,  já salvou da cadeia  Michel Temer, Aécio Neves, Fernando Collor etc. denunciados como corruptos,  como  também se destina a aliviar da cadeia  Sérgio Cabral e quantos mais corruptos existirem no Brasil baseando-se na recente lei de Luislinda ministra dos Direitos Humanos de Temer: “ Humano, no Brasil,  só quem ganha acima de 60 mil. São esses que defendemos. O resto é o resto: se não for bicho, é escravo!”

Qual dos dois  Gilmar você prefere, caro leitor? A escolha é sua.

José Ewerton Neto é autor de O entrevistador de Lendas, à venda na Feira do Livro

 

 

 

                                                                                           [email protected]

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